A Place Called Wonderland escrita por Beatriz Amorim


Capítulo 4
Capítulo 4 - Basta acender as luzes.




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As horas passavam, e nada dos olhos de Tom se fecharem. Ele encarava o quarto, hoje branco, enquanto esperava o sono. Ele havia aderido o tom sem vida ao quarto pelo simples fato da cor trazer lembranças, mesmo que tristes, à sua mente. Certamente, não havia mais cores ali. Nem que ele quisesse.

Flashback on

07 de Junho de 2008

 Thomas iria hoje, de novo, ao hospital St. Caddmus para levar algumas coisas ao quarto, branco e sem vida, de Bella. Ele sempre levava, ele acreditava que tudo pode ser colorido, tudo pode ser alegre, é só lembrar-se de encontrar a alegria nos lugares certos.

 Parou o carro diante de uma loja de brinquedos que havia no centro de Londres. Saiu do carro, caminhando com as mãos nos bolsos e olhando para o chão. Mal olhava para os lados, mas quando finalmente olhou, um senhor segurando uma rosa vermelha sorria. Ele trajava roupas aparentemente velhas, sapatos surrados, e um chapéu côco, seus cabelos estavam completamente bagunçados, e saiam sob as laterais do chapéu. Seus olhos tinham um brilho extremo. Tom achou completamente estranho, mas assentiu com a cabeça e seguiu em frente.

- Meu rapaz? – Ele chamou, com uma voz rouca. Tom hesitou, mas atendeu ao senhor. Virou-se e foi em direção ao idoso, que aparentava ter por volta de 65 anos.

- S-sim, senhor? – Tom esperava parado. O senhor apenas estendeu a rosa, que continha um bilhete no cabo, preso em um espinho.

- Não leia agora garoto, espere até chegar ao seu destino. Leia com quem realmente vale à pena. Entregue à ela. – O senhor sorriu inocente. Tom tinha uma expressão perplexa. Ele queria que o homem explicasse mais. – Não posso te explicar, meu filho. Apenas sei. O brilho apaixonado não deixou seus olhos. Tudo pode ser colorido e alegre meu filho, acredite. – O velho se virou e começou a andar meio cambaleante. Deixando um garoto loiro com um rosto ainda perplexo e sem explicações.

 Ainda segurando a rosa, entrou na loja e brinquedos, comprou alguns (muitos) balões coloridos e uma boneca rosa, que trazia em seu peito uma mensagem com um singelo ‘Eu te amo’. Pagou tudo e voltou para o carro, ainda com a rosa na mão. Repousou a rosa no banco do passageiro e tomou caminho ao hospital.

 Quando o loiro chegou, deu graças aos céus por se deparar com uma “Bella adormecida”. Daria tempo de ele deixar tudo como queria. Decoraria o quarto todo com os balões. E foi o que fez. Terminou colocando a boneca no criado mudo que ficava ao lado da cama e sentou na poltrona, esperando a menina acordar. Thomas não largava a rosa nem sequer um segundo.

 Uma hora se passou quando ela finalmente acordou. Ele levantou imediatamente com a rosa na mão e sentou ao lado dela na cama. Fez carinho em sua face e lhe aplicou um beijo rápido nos lábios sem vida da menina. Ela estava pálida, já não havia mais cor em seu rosto. Seu cabelo já não brilhava e estava mais curto do que costumava ser, agora batia na altura do queixo.

- Olha querida, é pra você. – Tom sorriu enormemente, e ela tentou fazer o mesmo. Mas o máximo que obteve fora um sorriso fraco. Ele colocou a rosa em sua mão, já que seus movimentos já estavam comprometidos, não completamente, mas estavam. – Um senhor me deu na rua, ele disse que eu teria de ler o bilhete com quem realmente importa. Acho que eu não leria com outra pessoa. – Ele sorriu tímido. Ela encostou-se ao travesseiro e o abraçou.

- Senti sua falta Tom. Vamos ler. – Sua voz estava falha, mas nem assim deixava de demonstrar entusiasmo.

 Thomas sorriu e tirou o bilhete do cabo da flor. Desdobrou e leu em voz alta.

- “Nenhuma dificuldade supera o amor. Lembrem-se de que a felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais sombrias, é só você se lembrar de acender a luz. Vivam felizes”. – Ele terminou com lágrimas nos olhos, e a menina já chorava. Ambos se olharam e deixaram as lágrimas caírem. Thomas segurava as mãos da menina juntamente com a flor. Sabiam que o “Vivam felizes” não seria a frase mais adequada para o momento. Deixaram toda a tristeza do momento cair em forma de lágrimas grossas e rápidas.

 Tempos depois, acordaram do transe e foram se recuperando aos poucos.

- Viu o que eu fiz pra você, amor? E olha, tem uma boneca. – Ele entregou a boneca à menina pálida a sua frente, que sorriu.

- Vi Thommy, ficou tudo lindo demais. Obrigada! Mesmo... – Ela sorriu fraco e continuou contemplando o rosto de seu amado pro resto do dia.

Flashback off.

Thomas pegou no sono em seu travesseiro completamente encharcado pelas lágrimas. Ele sabia que ela queria que ele seguisse em frente. E se era a vontade da menina que ele mesmo chamava de ‘minha princesa’, ele o faria. Faria até os últimos dias de sua vida.

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Notas finais do capítulo

eu disse que esse seria maior!
bom, este já é o penúltimo capítulo! agora só tem mais um )):
espero que curtam!
reviews? *-*



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