Acordei uma fresta de luz entrando pela janela. Mal eu tinha acordado e já havia uma lagrima caindo. Eu levantei e abri a janela e ficando na sacada, não pude conter meu choro, mas ele era silencioso. Eu tive um sonho, no qual mexeu demais comigo. Eles estavam juntos e disseram que sempre estariam comigo.

Eu enxuguei o mais rápido possível minhas lagrimas quando ouvi alguém abrindo à porta, eu disfarcei esfregando os olhos e depois me despreguiçando.

Boa dia querida – disse Júlia passando a mãos nas minhas costas.

Boa dia – sorri enquanto dizia

Gostou da vista do seu quarto? – ela perguntou

Sim! É lindo, da para ver a cidade. Não da nem para acreditar – ri ao dizer

Bom, o café está pronto. Gostaria de fazer algo hoje? – Júlia disse ao meu lado

O que eu poderia fazer? – eu perguntei olhando para o horizonte

Que tal comprar? – ela riu – Tem outlets muito boas aqui

Eu sorri imediatamente – Claro, mal posso esperar!

Ela saiu do meu quarto e eu fui para o banheiro tomar banho para descer pro café.

Eu nunca mencionei meu nome á vocês. Eu me chamo Sabrina e acabei de completar 18 anos e vim morar com Júlia e Arthur. Júlia é minha tia e Arthur seu marido. Ela tinha 34 anos e ele 37. Ela não podia ter filhos e sempre me tratou com muito amor, na verdade ambos sempre me trataram como filha. Eu eles realmente eram muito importante pra mim.

Você deve se perguntar porque eu vim morar com eles. A 6 anos atrás meu pai morreu em um acidente de carro. Um caminhoneiro dormiu ao volante assim perdendo o controle e jogando o carro onde meu pai que voltava da viagem do trabalho na ribanceira. Foi o maior choque para família. Bernardo era o nome dele e ele era incrível, brincalhão sempre me ajudava e me apoiava. Jogávamos vídeo-game juntos, caminhávamos, brincávamos de lutinha, éramos duas crianças! Minha mão ficava louca com as brincadeiras de luta, ela tinha medo que nós nos machucássemos.

Quando recebemos a noticia, eu achei até brincadeira. Eu me recusava que ele tinha ido, por culpa de um incompetente. Não sei o que era pior, a falta que ele fazia ou ouvir minha mãe chorando. Meu coração tinha sido quebrado e eu sabia que ele nunca mais iría voltar a ser o mesmo! Porque o meu pai? Ele era tudo para mim e para minha mãe. Eu sentia falta dele todos os dias, tudo me lembrava ele. Eu nunca superei a morte dele, mas minha mãe me confortava enquanto fazia o mesmo com ela.

A dois meses atrás minha mãe foi internada. Eu nunca soube que ela estava doente! Ela dizia que ia ficar bem e que iría voltar logo para casa. Eu tentava ficar com ela o tempo todo no hospital, mas as enfermeiras e o os médicos me proibiram por ela precisava descansar e fazer os exames. Mas todos os dias eu ia visitar ela, mas era notável que ela ficava mais fraco a cada dia que passava. Eu nunca chorei na frente dela, não queria a deixar mal. Pois podia ver que ela se preocupava! Eu rezava para ela melhorar cada minuto do meu dia!

Era péssimo ver ela ali deitada e fraca, eu sabia que ela estava sofrendo. Não sabia de que ela nunca quis me contar! Cada dia que passava eu chorava mais e mais, eu não podia perdê-la. Já havia perdido meu pai agora minha mãe! Sophia era sempre animada, sempre íamos fazer comprar juntas. Minha mãe era minha melhor amiga, irmã, mãe, meu tudo e era um pesadelo vê-la indo!

Um mês depois eu tinha conseguido passar a noite ao lado dela no hospital. A gente falava que amávamos uma a outra o tempo todo, mas não gostei quando ela disse que independente do que acontecesse ela sempre estaria comigo! Naquele momento eu não aguentei e chorei em seus braços e ela fez o mesmo. Pedi pra ela não me deixar e ela disse que não deixaria! Chorando eu adormeci nos seus braços, me senti quando eu era crianças quando eu dormia com meus pais quando tinha pesadelos. Ah, como eu queria poder voltar no tempo para viver os momentos em família!

Eu acordei e não queria acordar Sophia, então eu tentei me levantar sem acordar ela! Deu certo, mas quando eu voltei e vi os batimentos cardíacos com uma risca eu apertei o botão pra chamar a enfermeira, ela veio correndo junto ao medico quando tentavam fazê-la voltar. Eu apenas fiquei parada, eu estava em choque! Ela tinha ido enquanto eu dormia em seus braços! Aqui era um pesadelo, eu continuei para enquanto as lagrimas percorriam meu rosto.

O médio virou-se para mim e pediu desculpa! Eu corri e abracei minha mãe enquanto chorava descontroladamente. Eu só podia dizer e pedir pra ela voltar, então o medico me puxou para me afastar e eu pedia para ele trazer ela de volta! E assim meu coração foi quebrado pela segunda vez!