O dia em Hogwarts ainda não havia acabado, e algumas surpresas ainda me esperavam naquele final de dia.

Deviam ser oito e meia da noite quando vi Draco pela primeira vez depois dos acontecimentos da manhã, ele estava sozinho, como sempre, e quando me viu também sorriu. Abaixei o rosto, ninguém podia ver aquilo, então o loiro fez um aceno com a cabeça, como fazia no 6º ano quando queria me encontrar sozinho (N/A: se quiser saber mais, leia Together Forever, que explica um pouco disso e é uma fic minha também).

Chequei o lugar, procurei por alguém que estivesse me olhando, alguém que poderia me denunciar, então sai para onde ele mostrou. Fui andando em um lugar que não conhecia, ou simplesmente havia mudado por estrar destruído, mas o estranho é que não parecia, simplesmente era novo, diferente. Cheguei a uma praça, mas não era normal, e ficava dentro da escola, com uma linda fonte no meio uma parede de mármore no fundo e varias flores que tornavam o lugar bem romântico, como um lindo lugar para namorados.

-Onde você está Malfoy? - perguntei assim que me recuperei do pequeno susto ao perceber que não reconheci o lugar, e pelo quão maravilhoso ele era, mas minha pergunta não fazia sentido, já que nem eu sabia onde estava.

-Bem atrás de você. - disse ele aparecendo repentinamente em minhas costas, certamente havia aparatado, mas aquilo me deixou sem jeito, confusa e nervosa.

-O que você quer? - perguntei. Ele estava me desconcentrando, me deixando cada vez mais nervosa e fazendo com que eu não pensasse direito, principalmente pelo fato de que sua respiração estava em meu ouvido e suas mãos, em minha cintura.

-Você. Sabe. O que. Eu. Quero. - disse em um sussurro pausado ao pé do meu ouvido, o que vez meu cérebro congelar por um tempo com sua doce voz. Demorei um pouco para assimilar suas palavras, mas quando minha consciência voltou em si eu respondi o mais rápido que pude e de modo bem rápido, para deixar claro o que eu queria.

-Você nunca terá o que você quer, porque ela já te dono, esse dono não é você, é Ron. - confiante, eu deixei bem claro para ele que o queria longe de mim.

Mas eu ainda sentia algo forte por ele, e minha consciência ainda estava dormente com sua respiração tão próxima de mim, eu conseguia sentir seus batimentos cardíacos, e minha respiração já estava ficando ofegante, e meu coração batendo mais forte que o normal. Meu mundo começou a rodar.

-Eu já te tenho. - completamente confiante de si, ele aproveitou seus mãos na minha cintura para me virar e depositar, suavemente, um beijo em meus lábios, me deixando completamente confusa - Sei que me ama, sei que não ama ele - e com isso foi me empurrando para a parede de mármore, atrás da fonte, e quando chegou nela me abraçou e começou a beijar meu pescoço meu queixo, minha boca.

Estava completamente confusa, mas de uma coisa eu estava ciente, não podia fazer aquilo, era errado, mas era o que eu queria desde o sexto ano, não queria mais Ron, como desde que o conheci, queria Draco, com seu amor proibido. Infelizmente, minha consciência não permitiu que me entregasse para ele.

-Não posso fazer isso com ele, Ron me ama, muito, não posso magoa-lo. - as palavras saíram da minha boca, mas não era o que eu queria dizer.

-Se é o que quer não é errado, somente explique depois para ele que não o quer mais, que agora me ama que ama a outro e não a ele. Pare de lutar contra esse amor, é impossível, você só irá se machucar mais, e machucar os que ama. - aquelas palavras me fizeram pensar em como eu havia me magoado ficando longe dele, e me fazendo admitir que estava certo, então me entreguei a seus braços, deixado que ele me beijasse como nunca.

Me senti livre, como se estivesse voando, saltando de uma montanha sem paraquedas, como um pássaro livre. Senti um frio na barriga por estar traindo Ron, mas me senti feliz por estar com quem eu amava de verdade, e a alegria superou a tristeza, me deixando cada vez mais feliz e com a sensação de liberdade.

Draco mexia em meus cabelos, passava as mãos gélidas em minhas costas, o que fazia eu me arrepiar, e, ás vezes, falava algumas palavras em meus ouvidos.

-Você me ama. Eu te amo.

-Sim, eu te amo, é você quem eu amo, sou toda sua. - mesmo não sendo uma pergunta, eu me sentia mais feliz em responder, me senti ainda mais livre, e ele não dizia nada, somente me abraçávamos e riamos juntos, como duas criancinhas.

P.D.V Ron

Não, eu não podia acreditar, ela estava ali, nos braços dele, dizendo que o amava, beijando-o como nunca havia me beijado, abraçando com nunca havia me abraçado. Ela estava com o inimigo. Ela realmente sabia mais do que eu o porquê de ele estar triste, ela sabia mais do que eu sobre tudo.

Acho que estou sonhando, pensei, ela nunca ficaria com o Malfoy, mas era verdade. Eu não sabia o que pensar, ela estava me traindo e a todos, e eu só acreditei verdadeiramente que aquilo não era um sonho quando seus olhos castanhos encontraram  os meus e perderam toda a alegria que ali tinham, deixando-os completamente apavorados.

P.D.V Hermione

Não, ele não podia estar ali, foi como se acertassem uma pedra na asa do livre pássaro e ele começasse a cair lentamente do céu. A minha completa felicidade foi de repente embora, desapareceu, e deu lugar ao pavor e a angustia.

-Draco para. - eu estava completamente apavorada par falar algo mais, mas ele continuava a me beijar e dizer que me amava.

-Por quê? Estamos aqui, sozinhos, livres...

-Não Draco, não estamos. - então apontei o queixo para onde o ruivo estava. Ele ficou apavorado no momento em que o viu assombrado olhando para nós.

E agora? O que eu faço? Amava os dois, mas eles se odiavam, e o que eu estava fazendo era completamente errado, eu não era aquele tipo de garota, eu jamais faria aquilo com ele, mas estava errada em ter começado o namoro, tendo outro em meu coração, mas isso não justificava o fato de eu estar agarrando Draco, enquanto namorava Ron. Precisava pensar o mais rápido possível em um jeito de resolver as coisas.

O Weasley estava tão nervoso, tão vermelho, que foi mais rápido do que eu, se virou e saiu correndo. Me soltei dos braços paralisados de Malfoy e corri atrás de Ron.

-Ron não, eu não... - minha visão estava ficando embasada graças às lágrimas que se formavam, e eu usei todas minhas forças para tentar lhe explicar, mas ele me interrompeu.

-Não sabia que você era esse tipo de garota Granger, - o modo como ele disse meu nome foi chocante e doloroso demais para mim, principalmente pelo fato de ele me chamar pelo sobrenome, o que ele nunca havia feito - ficar com Malfoy, o Malfoy, enquanto estava comigo. Achei que me amava.

-Eu te amo, mas... - ele estava cada vez mais vermelho e com um semblante de decepção, só que com o tempo ficou um borrão, pois as lágrimas já despencavam dos meus olhos, eu não aguentava o ouvir falar daquele jeito.

-É mentira! - ele disse ainda mais rude, de modo que chorei ainda mais - Desde quando fica aos beijos assim com ele? - abri a boca para responder, mas ele não deixou e respondeu por mim - Não precisa responder, espero que Harry também saiba disso.

-Não me deixe, por favor. - não queria ser egoísta, mas não queria acabar como Draco, sozinho, sem amigos, por erros que teve durante a vida. Eu não queria ficar sem meus amigos, sem meus dois grandes amigos.

Como isso poderia acontecer? Meu coração estava aos cacos e as lágrimas passaram a ser minhas melhores amigas. Agora eu estava sozinha, não tinha ninguém, a não ser a mim mesma.