O Natal era uma época festiva e a nação nova-iorquina não conseguia mais esperar pela mesma. Isso era algo visto na decoração das ruas, nos sorriso no rosto das pessoas, nas sacolas de presente em suas mãos. Mas para algumas pessoas dessa mesma cidade, nem tudo era festa. Para Isabella a época do Natal trazia lembranças terríveis e angustiantes.

Todas as pessoas são marcadas por suas perdas e conquistas, mas o que fazer quando o número de perdas supera os de conquistas? Nesse dia tão especial para as outras pessoas Isabella estava enfurnada em sua casa encarando a figura de seu tio que estava com um sorriso presunçoso nos lábios.

- O que faz aqui? – a voz trêmula da menina fez o sorriso nos lábios de Riley aumentarem ainda mais.

- Isso é meio óbvio não minha querida sobrinha? – perguntou analisando o local. – Você deu uma grande decaída. – ele pegou um copo que estava sobre a mesa. – Daquela grande mansão em Forks, para um pequeno apartamento no Brooklin? Só falta me falar que é uma prostituta de beira de estrada.

- O que faz aqui? – perguntou Bella novamente ignorando toda a ironia que Riley havia gasto contigo.

- Talvez o mesmo que você. – sorriu debochado. – Minha querida sobrinha, talvez eu não seja tão mau como imagina. Estou aqui para ficar e cuidar das minhas sobrinhas nesse dia tão doloroso. Aliás, acho que o Papai Noel devia algo para Anna.

- Meu presente chegou? – Anna perguntou saindo de trás de Isabella. Os olhos da pequena menina brilhavam com ansiedade enquanto percorria com seu olhar todo o pequeno imóvel.

- Anna, vá para o quarto. – ordenou Isabella.

- Mas o papai e a mamãe estão aqui. – a garotinha choramingou. – Eu os pedi de volta para o Papai Noel. Eles vão estar aqui, não vão? – tornou a perguntar. Era perceptível de longe a falta que a figura materna e paterna fazia para a garota.

- Não contou para ela? – Riley sorriu, havia ganho o trunfo que tanto esperava. – Não acredito que não contou para ela. – Riley deu um riso debochado.

- Vá para o quarto Anna! – A garota gritou. Segurando os soluços a menina correu para o quarto, nunca havia visto a irmã tão irritada.

- Agora me diga. – Bella voltou seu olhar para Riley. – O que quer?

- O seu amor é que não é. – Ele deu um sorriso sínico. – Quero mais dinheiro. – falou despreocupadamente. – Quero mais grana. Muita grana. – falou pausadamente.

- Não tenho mais dinheiro. – Isabella balançou a cabeça. – Não está vendo a situação em que eu estou vivendo? Como tem a coragem de me pedir dinheiro? O que você fez com os milhares de dólares que lhe dei? – Vociferou a menina. – Você me levou a falência Riley.

- Que se dane tudo isso. Quero mais dinheiro. Quero uma vida de verdade. – disse pausadamente para que a menina entendesse.  – Ou você consegue tudo isso, ou eu vou infernizar sua vida. – o rapaz voltou a sorrir. – Até você implorar para morrer. – Sua voz diminuiu nessa parte. – Já estou indo Anna. – ele elevou o tom da voz nesse momento. – E seu presente está com sua irmã. – Riley se aproximou calmamente de Bella dando-lhe um beijo na testa. – Acho bom comprar algo para a menina. – concluiu saindo do local.

 A presença de Riley trouxe um clima mais sombrio a casa. Os joelhos de Isabella se dobraram e seus lábios tremeram, lágrimas caíram de seus olhos.

- Você está bem? – Jacob perguntou entrando no apartamento. – Vi o Riley entrando... – Seu olhar direcionou-se a Isabella, ele correu até ela e se ajoelhou a sua frente. – Hey, não chore. – sussurrou limpando as lágrimas da menina. – Ele não vai lhe causar nenhum mal. Eu prometo.

- Obrigada. – foi à única coisa que falou. Ela se alinhou no colo de Bella, suas lágrimas manchavam a camisa escura de Jacob.

- Eu vim te chamar para passar o natal em minha casa. – ele forçou um sorriso. – O velho Billy está sentindo sua falta. Há quanto tempo não aparece lá? – Jacob deu um riso forçado.

Bella levantou-se do chão como se nada houvesse acontecido, ergueu a cabeça como sempre fizera nesses anos e caminhou em direção ao quarto da irmã, deu leves batidas e olhou discretamente para dentro.

- Estou atrapalhando? – ela sorriu sem deixar a dor transparecer para a sua irmã.

Anna assentiu discretamente a cabeça, ainda estava chocada com a reação da irmã. Bella se aproximou da irmã a pegando no colo.

- Me desculpe. – ela abraçou a pequena garota com cuidado e beijou-lhe lentamente. – Eu te amo. – sorriu largamente.

- Eu também te amo.

[...]

- Onde está Edward? – perguntou Alice aparentemente estressada.

- Em lugar nenhum. – Edward respondeu debochado. – Não vou para casa. Não vou me sentar na mesma mesa que Carlisle e falar que está tudo bem.

- Pense na mamãe. – ela tentou mudar o pensamento do irmão.

- Não adianta Alice. Paguei cinco horas de sexo e é isso que terei.

Edward desligou o telefonema na cara de Alice desligando o celular logo em seguida. Ele olhou para a mulher que estava a sua frente e murmurou em baixo tom:

- Me desculpe... Onde paramos?

A ruiva deu um sorriso malicioso e se aproximou de Edward lentamente, seus dedos circulavam por todo o corpo do mesmo.

Ao que parecia a noite seria longa. Do Brooklin ao bairro mais nobre de Manhanttan, não importava a classe social. Nem o Natal dos Cullen, muito menos o Natal dos Swan seria perfeito.