- Irmão? – Tiago escutou um voz o chamando – Irmão? Concentra irmão... Irmão? – ele abriu os olhos e viu Dumbledore sorrindo agachado em sua frente – Tá vivo, irmão!

            - O... o que aconteceu? – Tiago murmurou.

            - Ah, eu vi tudo, irmão... Primeiro tu fico’ tipo “woo” – Dumbledore fez uma careta - aí eu fiquei tipo “whoa” – ele colocou as mãos na cara fazendo uma expressão tosca de susto - ...e aí tu ficou tipo “ugh” – o diretor pos a língua pra fora e rolou os olhos pra cima tentando representar um desmaio.

            - Ahn... Do quê que você tá falando? – Tiago olhava para o diretor com uma sobrancelha erguida.

            - De tu, me’brother! Arrepiando aquelas Diabretes... Tu tocou maior terror, me’rmãozinho... – ele riu – radical.

Tiago apenas observou e tentou se sentar.

            - Ah... Ai, minha barriga... Oogh...

            - Mano, não joga nada na minha roupa não, falou? Na moral...

            - Ahn... Sr. Diretor...

            - Ô aê, me’rmão. Sr. Diretor é o meu velho... Meu nome é Alvo.

            - Alvo? Jura? Tá bem, Alvo, eu tenho que chegar no corredor das salas dos Detentos.

Dumbledore soltou uma gargalhada e olhou para Tiago, ainda rindo.

            - Irmão, tu ta nele, irmão! Saca só! – Dumbledore abriu os braços mostrando o enorme corredor, onde, bem no final, havia uma porta velha com as dobradiças um pouco enferrujadas.

Dumbledore se levantou e ajudou Tiago. Os dois começaram uma breve seção de espanar as vestes.

            - Firma na manga, irmão!

            - Firmar no quê?! – Tiago perguntou assustado.

Alvo começou a correr, Tiago foi logo atrás, sem soltar a manga do velho.

            - Aah! Sagaz! – Dumbledore gritava todo felizão – Sagaz!

            - Pára! – Gritou Tiago.

Então Dumbledore parou de chofre e, quando Tiago percebeu, estavam na sala do Diretor.

            - Então... Qual foi a da parada de tu chegar lá no’ corredor?

            - Bom... Os meninos e eu temos que chegar na sala de Detentos...  OS MENINOS! Sirius... Pedro... Eles tão legal? – Tiago perguntou desesperado.

            - O bonitão e o gorducho? Tão no andar de baixo, irmão. -  Dumbledore apontou para o primeiro andar de sua sala, onde Sirius e Pedro estavam, aparentemente, desacordados, Sirius com o Chapéu Seletor na cabeça.

            - SIRIUS! Sirius... Sirius!! – Tiago desceu as escadas correndo e foi até os dois – Ei... Ah, Sirius. Ahn... Ah... Desculpe. – ele lamentava para o amigo que parecia estar tendo outra crise de identidade– Foi culpa minha... Foi tu...

            - Você concorda com meus pais e acha que fiz a escolha errada? Sabe como é, minha mãe vive reclamando, ela acha que eu tenho que fazer igual meu irmão... – Sirius murmurou, Tiago chegou mais perto para poder ouvir melhor – ISSO MESMO! – Sirius berrou, Tiago deu um pulo pra trás. Sirius tirou o chapéu sorrindo – Valeu, cara, você é o melhor! Sempre soube que aquele creme era bom pro cabelo... Obrigado, mesmo!

            - Oh, que vacilo! Quadros, os das-Diabretes; das-Diabretes, Quadros – Apresentou Dumbledore como se Tiago já não estivesse acostumado com aquela sala.

            - Das Diabretes?! – Perguntou um dos quadros, fascinado – Já é!

            - Só, aí... – Concordou Dumbledore.

            - Acho que fizemos alguma coisa que vocês gostaram... Eh... Irmãos.

            - Tu arrebenta, irmão! – Gritou um quadro.

            - Ai, ai... É tão maneiro quando escolhem alguém pra ser diretor... Eles escolhem aquele que se destaca mais e tchururu... E o cara já ta nessa salona aqui.

            - Assim? Mas... Como é que eles sabem?!

            - Ah, a gente nunca saca, irmão, mas quando eles sacam, a gente saca, sacou? – Dumbledore riu.

            Sirius apareceu correndo com o Pedro.

            - Gente, olha só.

            - Ei eu conheço esse cara, é o da-Diabrete! -  Exclamou um dos quadros.

            Tiago riu.

            - Você é engraçado? – perguntou o quadro de uma velha.

            - Consegue enxergar sem óculos?

            - Você atravessou a sala de Diabretes?

            - Elas te machucaram?

            - Ô menino, você morreu?

            - Desculpe... Não entrei muito em detalhes... – disse Sirius, que aparentemente já havia contado toda a história para os quadros.

            - Aonde você vai?

            - Levaram o meu amigo...levaram meu amigo pra longe da gente.

Todos os quadros prenderam a respiração.

            - Não diga! – disse Sirius realmente surpreso.

            - Mas o que aconteceu? – um dos quadros perguntou.

            - Não, não, diretores pintados a óleo, eu não quero falar disso agora. – respondeu Tiago.

            - Bom...tá bem. Eu sou da Grifinória, longe, muito longe daqui... – Tiago começou convencido.

            - Puxa, já vi que essa história vai ser boa... – disse Sirius sorrindo, como se nem tivesse participado da coisa toda.

            - E o meu amigo, Remo, ficou com cinco centímetros de altura...acho que só ficou assim porque o Pedro é burro mesmo...não sei não. Ele acabou dentro de um sapato, e aí apareceram umas garotas, eu tentei impedir, mas elas eram muito rápidas...

E Tiago foi contando a história para todos os quadros da sala...