Mello No País Do Espelho escrita por Kalhens


Capítulo 2
Como tudo começou. Again. And again. And again.


Notas iniciais do capítulo

Dois jovens soterrados numa casinha em pleno inverno, aprisionados em uma construção britânica com todos os esterótipos possíveis e imagináveis, tendo por companhia três gatinhos nem tão adoráveis, e um quarto que jamais deveria ser aberto.
Mas também, jamais será esquecido.
SEJAM BEM-VINDOS DE VOLTA, PLEA PRIMEIRA VEZ, AO REFLEXIVO MUNDO DE MELLO NO PAÍS DO ESPELHO!!



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O vermelho tomava conta da cena. Brilhante, iluminado pelos parcos raios que sequer ousavam sair por detrás das nuvens que ameaçavam a paisagem bucólica, pesadas, com neve alva, suave, tão diferentes da casinha de campo onde tudo acontecia.Onde o vermelho espalhava-se, parecendo escorrer assoalho, coagulando-se no tapete, onde Matt, ajoelhado, tentava impedir seu insandecido comparsa.


–Matt: Mello, abaixa essa arma!

– Mello: Não! Dessa vez eu não vou errar o tiro!

– Matt: Por favor, você já fez três furos na parede, fora a sujeira no chão! Além do que, é só um gato!

– Mello: Um gato que roubou minhas trufas de pimenta! Todas elas!!


Bem, obviamente, não poderia-se dizer que o gatinho branco tivesse culpa de algo, até porque, mesmo naquela cena de tensão, Dinah insistia em limpar seu filhote. Pois é, aquela era Dinah XII, parente distante da famosa Dinah, que um dia pertencera a uma adorável garotinha que atendia pelo nome de Alice. E, vejam que coisa, ela tinha dois adoráveis, meigos e fofos filhotes.


– Mello: Me dá logo esse gato desgraçado filho de uma sardinha podre com uma gata desmamada!


Bem, mas gatinhos sempre são tão arteiros, não é? O preto, principalmente, que no momento estava sendo escondido por Matt, depois de acabar com todo o estoque semanal de trufas de Mello.
Semanal.

Cobria a sala inteira.


Do Mello.

E todos os outros quatro quartos, dois banheiros, cozinha e sala de jantar também.


–Matt: Mello, você não pode sair por ai matando os gatos dos outros! Estamos aqui de favor! O Arthur ficará furioso quando vir o que você fez com o papel de parede vitoriano dele!


– Mello: Ele devia era me agradecer! Arsênio! Até eu sei que não se deve usar papeis de parede amarelados! Mas quem liga, afinal, ele é um PAÍS! Eu estou na casa de um país, por Wonka! Na casa de um país com gatos chocólatras em pleno inverno! Não dá nem pra abrir a janela de tanta neve!


– Matt: Eu compro tudo de novo! Tem uma Cacau Show aqui perto, eu vou lá e já volto, pode ser assim?


– Mello:...


– Matt: Hum? Te trago todo o seu suprimento de trufas de pimenta de volta, e você deixa o gatinho em paz, 'tá certo?


– Mello: Quero aqueles disquinhos de hortelã também. Todos.


– Matt: O QUÊ?


– Mello: E quero aquele ovo de páscoa gigante.


– Matt: Mas nós estamos em setembro!


Mello nada fez, apenas sentou-se, brincando com o revolver entre os dedos, sem sequer olhar para o pobre amigo desesperado.


– Mello: Gatos roubando meus chocolates me estressa. Chocolate me acamla. Sadismo, tortura e brincar de Guilherme Tell também. Ah, o som de artigos da Nintendo no liquidificador também é reconfortante.


– Matt:...A vida de um gato não vale tudo isso, pode matar.


– Mello: MESMO ASSIM EU QUERO MEUS CHOCOLATES! A CULPA DISSO TUDO É SUA!


– Matt: EU NÃO TENHO DINHEIRO PRA TUDO ISSO AI NÃO!


BANG
Um tiro certeiro, bem acima da cabeça de Matt, arrancando alguins fios.


– Matt: EI!


BANG!


Mais um tiro, perto da outra cabeça do ruivo desesperado.


– Matt: TÁ! JÁ ENTENDI!


E dizendo isso, colocou seus curiosos óculos de natação e abriu a porta, sendo logo engolido pela neve


– Mello: E NÃO ESQUEÇA DO MEU OVO! Hunf. E não pense que eu terminei com você não.


O gatinho preto, pois obviamente era a este que o loiro se dirigia, apenas balançou seus pelos graciosamente, e o encarou profundamente, mas ao mesmo tempo de maneira supérflua e... familiar.


– Mello: Eu apenas estou guardando todos os seus castigos até eu ter motivos o bastante para enfiar uma bala entre essas suas orelhas pontiagudas malignas.


Um amor de pessoa esse Mihael. Se daria bem com Riza Hawkeye para adestrar animais, mas enfim.


–Mello: Aaaah, que tédio.... Não tem nada pra fazer aqui... Poderia acontecer algo de interessante...


Disse as palavras mágicas.
Um miado alto e agudo fez-se ouvir. Mello, como uma pessoa gentil, prestativa, meiga e preocupada com o bem-estar felino alheio, foi prontamente em socorro do gatinho.


– Mello: ACHO BOM QUE VOCÊ NÃO TENHA PEGO AS BARRAS DE DIAMANTE NEGRO!


Depois de um pouco procurar, Mello acabou dando de cara com uma porta entreaberta, por onde o gato se esgueirara. Um quarto com cara de abondono, maquilado com poeira esquecida e teias de aranha cinematográficas. Mapas-mundi, cartas de navegação antigas, lunetas, runas celtas, livros de magia e feitiçaria, espadas piratas, pernas de pau e muitos outros artigos curiosos entulhavam o lugar.


– Mello: Credo, que o Inglaterra não era muito limpo eu já sabia, mas isso aqui é ridículo...AAAAHHH


Mello não conseguiu conter um grito de pavor quando um vulto branco, encardido pelo esquecimento, tombou, carregando consigo várias pecinhas lascadas que rolaram pelo chão.


– Mello: SEU GATO APRENDIZ DE KIRA! EU SEMPRE SOUBE QUE VOCÊ ERA MALIGNO! QUER ME MATAR DO CORAÇÃO É? Isso... Pecinhas de xadrez?


Abaixou-se, pegando uma das figuras do chão. A Rainha preta que, corroída, parecia até vermelha.


– Mello: Olhando assim, parece até com você...- O gatinho miou um pouco mais alto, como se admirado com seu esplendor e magnificencia.


Pois é, por trás do enorme lençol, havia um espelho que fazia jus à proteção.


Mello aproximou-se...


E ai entra o clichê dos contos de terror! 'Tá certo, que isso não é um conto de terror, mas é igualmente certo que todos sabem que, quando se vê algo de estranho, suspeito ou mesmo curioso em um quarto abandonado NUNCA se deve ir ver. NUNCA! Por isso que o medo paralisa, para evitar que as pessoas façam grandes burradas.


Ainda mais quando se está emt erritório Inglês, famoso por fazer uso de castelos e construções grandiosas abandonadas em suas obras terroríficas.


Mas nãaaao, o loiro corajoso tinha que ir para perto do espelho.


– Mello: Chega a ser interessante... Parece até que há um mundo lá atrás no espelho... Um mundo do espelho...


Ele tinha que olhar fixamente pro espelho.


– Mello: Seria tão interessante se pudéssemos atravessar um espelho. Se pudéssemos usá-los como portais... Pense,- e o gatinho o olhou com toda a atenção de seus olhos maravilhosamente azuis- se puedessemos conectar dois espelhos e fazer algo como um tele-transportador? Claro que fisicamente isso seria impossível, tratando-se de espelhos, pois não há nenhuma conexão no espeço-tempo entre eles, mas ainda assim...


Ele tinha que ser um gênio...


– Mello: Olha, parece que ele está ficando mais fino... Parece até que está virando um gás... Vidro é um líquido afinal, mas... Mas...Parece até... Que dá pra atravessar....MEU DEUS, DEVOLVE MEU BRAÇO SEU ESPELHO DE MERDA!

....Um gênio muito do idiota, por sinal.


Pois é, Mello, afinal, atravessara o Espelho.


– Mello: Pelo menos, dessa vez não estou de vestido...


Por hora.



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Notas finais do capítulo

Enquanto eu escrevia esse capítulo, meu irmão olhou pra mim e perguntou se eu não tinha visto alguém passando no corredor, atrás de mim. Não tinha como eu ver o corredor.
Ele apenas fez o sinal da cruz com um sorriso nervoso.
Eu não consigo tirar essa imagem da cabeça desde então.
Minha casa é assuatadora.
Aliais, assistir Hitchcock sozinha em casa, esperando que alguém chegue, quando já são quase nove da noite e eles saíram as seis da manhã também não é reconfortante.
Por isso, provavelmente, o cap ficou estranho.
Assim que possível, terminarei a capa. Os capítulos seguintes precisam de uma SÉRIA revisão.
Isso aqui foi mais pra mostrar que eu não morri, nem desisti das minhas ideias mesmo *admite*
Afinal, Mello ainda é Alice.
Mas não pensem que ficará só nisso~
Aliais, como as personagens do País do Espelho não são tão conhecidas, tentarei fazer as imagens eu mesma mas, se alguém tiver alguma legal, por favor, me avise e me mande!!
Ficam os avisos de sempre~
Kalhens.