Incertezas escrita por Larissa Oliveira


Capítulo 1
Capítulo um


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é a mais a introdução, tenho 18 páginas aqui prontas, então estou bem sossegada quanto à postagem. Espero que gostem!



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No corredor paralelo ao grande Salão encontrava-se uma ruiva aos berros.

– Merlim, Potter! Quantas vezes terei de soletrar Evans pra você? – Já passara da quinta vez daquele mesmo dia usando suas cordas vocais. Devo dizer, em seu máximo.

Os olhos castanhos esverdeados apenas rolaram. Ela nunca conseguia saber o que estavam neles, diferentes de si.

– Adoro quando fica assim. – O sorriso persistia em manter-se nos lábios do moreno. – Irritada. Corada, com os lábios retraídos. Principalmente com ciúmes. – Continuou.

O rosto da garota violentamente se tornou da cor dos cabelos. Era cômico.

– O que diabos... – Sua mão foi direcionada aos lábios tampando-os. Ela bufou indignada. Definitivamente toda a educação que sua mãe lhe deu se esvaíra nas discussões com Potter. Ele tampouco se culpava pela má influência a monitora sempre certa.

Aproximou-se da pequena.

– Não se preocupe. Eu continuo apreciando sua forma de se expressar. – disse-lhe ao pé do ouvido. Um tremor involuntário seguiu-se da espinha ao resto do corpo frágil. Era impossível se desviar dos ombros largos e... tão fortes.

– Arght! Como você faz isso, Potter? – Sem esperar por uma resposta saiu dali. Era ruim o bastante conviver na mesma casa, com os mesmos horários, o que garantia uma boa cota de dor de cabeça e agora também na monitoria? Dumbledore, o chapéu seletor e certamente todos os santos odiavam-na. Estava inteiramente de acordo com isto.

Aos longos dos seis anos os dois permaneciam assim. Certo, no começo, a ruiva era só uma aposta. A presunção e arrogância que ele demonstrara resultou nos sonoros não. E desde então, o orgulho e a insistência prevaleceu.

Sem contar um detalhe irrelevante. James Tiago Potter apaixonou-se por Lily Evans.

Mas nem a declaração perante todos amoleceu o coração da ruiva. Ele a amava, sim. E ela não acreditava mais nele.

Lily afastou os pensamentos confusos sobre que tinha e rumou para as escadarias de mármore. Não sabia explicar as sensações que vinham acontecendo com si mesma recentemente.

– Pêlo de Unicórnio – disse. O retrato da mulher gorda inclinou-se para que a menina entrasse. No Salão Comunal encontrou dois pares de olhos fitando-a. Alice Jones lia um livro de Feitiços enquanto Marie Thompson fechava seu álbum de “Os prodígios do Quadribol”. Jogou-se na poltrona exausta. O primeiro dia do sétimo ano não deixara por desejar. O trem, Potter, reunião de monitores, Potter, o longo banquete com suas sobremesas que envolviam sorvete e docinhos de caramelo, Potter, acompanhar os novatos e o pequeno turno de monitoria, Potter.

Merlim, esse garoto está em tudo que faço! Pensou. E era verdade.

Houve uma troca de olhares de ambas amigas. Alice tossiu disfarçadamente. A ruiva xingou-se mentalmente pela segunda distração em menos de meia hora. E o pior, suas viagens consistiam em uma pessoa. James Potter. Olhou para a morena e arqueou a sobrancelha. Diabos, conhecia aquela expressão.

–Alice, desembucha. – falou.

– Hei Lily, você era mais doce sabe. – a amiga sorriu. – Você está com James? – Sua expressão se tornara magoada.

O estômago da garota retorceu-se.

– Todo o castelo sabe. Nós sempre fomos a favor de vocês dois! Nós somos suas melhores amigas. Merlim, nós somos? – A morena deixou escapar uma lágrima. Seu humor sempre irônico e descontraído não estava ali.

– É claro que são! Primeiro, eu não estou saindo com aquela criatura do Potter. Segundo, quando eu descobrir o doente mental que espalhou isso, eu vou... ah, céus. E terceiro, passe um dia inteiro com aquele garoto ao seu lado e veja o quão doce pode ser! – disparou. As outras estavam assustadas pelo repentino comportamento da ruiva. 

Marie saiu de sua poltrona e pulou em Lily.

– Achei que não confiasse na gente... ah Lily. – choramingou alegre. A loira era inteligente, tímida e impulsiva. Uma ótima amiga, e apaixonada por Remus Lupin.

Este, sempre a provocava, mas nunca realmente correspondera ao sentimento. Alice tratou de botar um bico nos lábios logo sendo atingida por algo fofo e retangular.

Reconciliaram-se após uma mínima briga de travesseiros, de modo que a cabeleira ruiva era semelhante a uma desordem total, junto com o sempre impecável chanel de Alice.

Foi assim que os marotos as encontraram ainda no Salão Comunal. Junto com Frank Longbottom.

– Olha só, Pontas. Não fomos convidados para a festa. – Os lábios de Black voltaram-se sarcásticos.

– Bom, então vamos entrar de penetras. - Respondeu o moreno.

O sorriso maroto perpassou no canteiro da boca de ambos. Pedro olhava intrigado. Remus divertia-se avaliando a brincadeira. Já Longbottom tomou sua atenção em Alice. Eles haviam namorado no ano anterior, e não esquecera a garota.

Sirius murmurou o feitiço de levitação em um dos travesseiros, este alcançando o rosto da ruiva ao centro dolorosamente. A garota bufou quando viu quem havia feito aquilo. Seu olhar seguiu os outros quatro.

– SEU... Expeliarmus! – Soltou. – Accio Varinha! E agora Black? – Riu diante ao maroto despreparado. A surpresa não durou tanto. Ele logo utilizou as mãos, e voavam travesseiros por toda parte. Já neste momento, não se sabia de onde vinha, e quais feitiços eram ditos. Todos ali riam.

– Desisto! – Alice tapou o rosto sendo alvo da brincadeira. Exaustos, desmoronaram nas poltronas.

– Precisamos ir nos deitar. – Murmurou Lily com a cabeça postada no colo de Marie.

– Eu sei. Mas não consigo me levantar, quando penso em subir as escadas ainda. – Suspirou a amiga.

– Eu posso levá-la, se quiser Lírio. – James adiantou-se.

– Potter, permaneça com a sua bunda no assento. Não quero ter que pensar em azarações agora. – Respondeu-lhe.

Enquanto a discussão discorria, Frank conversava com Alice.

– Enviei-lhe uma carta no verão.

– Yeap. Eu sei, me desculpe Frank. Eu estava muito aborrecida para respondê-la.

O motivo do término do namoro sempre fora ciúmes. A morena não podia controlá-lo, ainda mais quando seu ex-namorado permanecia junto aos marotos. Aquilo rendia-lhe uma gradativa quantidade de garotas ao seu redor. Cartas apaixonadas, e beijos roubados. Um destes, fora o ponto final da relação.

– Não vou te dizer mais de quem é a culpa ou não. Eu quero voltar, Alice. Me dê ao menos mais uma chance. – Pediu. – Vou lutar e agarrá-la.

A morena encarou a fogueira distante dali. Sempre acesa, por magia. Por isso havia a tonalidade diferente. O azul e vermelho dançando perigosamente. A forma como o laranja insinuava-se para ambos. O fogo é tão lindo. Pensou.

– Eu não posso voltar com você. – Sussurrou. Era verdade que queria chorar. Só que não faria tal coisa na frente do garoto. Ainda observando as chamas, prosseguiu. – Não agora. Eu fui até onde pude Frank. Perdoando-o. Parou para pensar o quanto me machucava? – Os olhos castanhos do garoto foram tomados por tristeza.

Encerrando as palavras gentis de Evans e Potter, e a conversa de Alice e Frank, assim como Pedro e Lupin, uma sombra adentrou sorrateira. Sirius que se mantinha distraído com seu cabelo, olhou intensamente a morena que adentrara.

– Isso é hora, Caroline? – A garota riu. Pega de surpresa, abaixou os olhos azuis. Estava com um short curto branco, revelando as torneadas pernas, juntamente com uma camiseta lilás em listras com decote. Seu cabelo até as costas, era moldado em uma delicada trança. Passou as mãos pelo rosto do moreno, acariciando-o.

– Eu te devo satisfações, Black? – Indagou-o, flertando. Ele fechou seus olhos, saboreando o toque de suas pequenas mãos. Puxou-a para si. A morena caiu em seu colo.

– Juro que se não me soltar, vou te dar motivos o suficiente para permanecer com a Madame Pomfrey um bom tempo! – Exasperou. Adorava atiçar o garoto, e depois deixa-lo por isso. Era mais como um hobbie. Certamente, o garoto não gostava.

Ela livrou-se de Sirius. Todos caíam as gargalhadas. Ninguém conseguia zombar de Sirius Black como Caroline Hanston.

As garotas decidiram-se por fim ir aos seus aposentos.

– Frank?

A voz quase inaudível de Alice soou.

– Sim?

– Eu sei que é egoísta... Mas eu preciso que não desista.

Seus cabelos bagunçados pareciam em harmonia com a expressão suplicante.

– Não vou, minha pequena.

O ânimo a tomou. Ele não desistiria, afinal. Com isso, as garotas subiram aos sorrisos e conversando. Não se demorou até que o sono viesse e as embalasse.


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Notas finais do capítulo

E então? Posto mais?