Efeito Bumerangue escrita por SofiaB, SarahRiot_


Capítulo 32
Capítulo 31 - Romeo and Juliet


Notas iniciais do capítulo

HELLOOOOSSSSS!!!
Então, pessoas lindas, eu IA fazer att dupla, mas daí vi que só ia atrasar mais tudo, então decidi postar já esse cap e logo, logo, sai o próximo - talvez já sábado. Já tenho praticamente metade, então eu acho que dá.
O que eu posso dizer desse cap aqui (e do próximo também, para ser sincera) é que decidi mimar vossa persistência KKK Então relaxem e aproveitem a leitura, tá? Fofomeiguice chegando ;)



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POV Lisa


– Não! Zac, eu acabei de te dizer! Você tem que multiplicar primeiro ali e só depois pode somar atrás. Lembra? Multipli—


– Multiplicações e divisões têm sempre prioridade. Já tô lembrando. Mas e os parênteses?


– Os parênteses estão ao mesmo nível que as multiplicações e as divisões, por isso, nesse caso, você segue a ordem da equação – ele suspirou e me olhou com um ar capaz de partir o coração. – Ai, não me olha assim, vai. Você sabe que temos que fazer isto.


Ele suspirou de novo e deixou a cabeça cair sobre os livros. Sorri e apertei o ombro dele, tentando ressuscitá-lo da terra das vítimas da Matemática. Ele não levantou a cabeça de novo, mas voltou a cara para mim.


– Vamos deixar Matemática para amanhã.


– E o dever de casa? – perguntei firmemente, porém tornando meu aperto no seu ombro em uma massagem.


– Só tenho aula de novo na quarta. Amanhã ainda vamos a tempo – ele argumentou validamente, porém acrescentando seu biquinho à conversa – o que, parecendo que não, faz milagres no quesito “convencer a Lisa”.


– Tá bom – acedi, suspirando. – Mas temos que estudar outra matéria qualquer, amor. Ainda são três da tarde.


Ele voltou a virar a cara para o caderno aberto, suspirando. Pensei em perguntar o motivo de tanto desânimo, mas eu já sabia a resposta: Zac ainda estava tentando lidar com a ida de Josh e do pai. Seu domingo devia ter parecido vazio e, agora que estava comigo, estávamosestudando. Eu entendia – na verdade, eu sentia o mesmo – mas essa semana estaria cheia de provas. Eu não podia deixá-lo jogar as notas para o alto, logo agora que nos estávamos saindo bem.


Ele levantou a cara lentamente, passando as mãos nela. Fiquei observando-o, esperando uma resposta. A verdade é que se ele decidisse que não queria estudar mais, eu não o iria forçar e acabaria colocando um filme qualquer para assistirmos.


– Pode ser literatura, a prova é amanhã – sorri de canto, feliz e talvez até um pouco orgulhosa por ele não escolher apenas o caminho mais simples. Zac realmente tinha mudado nos últimos tempos.


– E com que parte você está tendo mais dificuldade?


Mal escutou isso, ele se voltou para mim, levantando ambas as sobrancelhas e colocando um pequeno sorriso irônico no rosto.


– Lisa, é Shakespeare. Eu estou tendo dificuldade com tudo!


– Mas o professor mostrou a versão nova na sua aula também, certo? Aquela com o Leonardo DiCaprio e a…


– Claire Danes – Zac disparou prontamente. Apertei os olhos – Que foi? Você também sabia que era o DiCaprio.


– Sim, porque ele é superconhecido. Titanic, alô?


– Ah sim, e ele é conhecido por quê? Porque é bom ator?


Levantei uma sobrancelha, não entendendo onde Zac queria chegar – melhor, não querendo admitir que entendia.


– Sim, repito: Titanic, alô?


– Claire também é boa atriz.


– Por favor, ela é uma insossa! Não se compara nem de longe a Leo.


Foi a vez de Zac arquear a sobrancelha.


Leo?


Corei um pouco, mas resolvi disfarçar.


– Sim, Leo, ué. É o apelido dele, né?


– Eu não sei, não faço parte dos contatos pessoais do Leo para saber quais são seus apelidos.


– Sabe que mais? Parou tudo – falei, fechando os olhos e levantando ambas as mãos. Zac me olhou, ainda meio chateado, mas curioso – É idiota a gente estar sentindo ciúmes de pessoas que nunca vimos e que nem sabem que nós existimos, certo?


Ele me encarou pensativo, mas logo riu. Acompanhei-o, chegando mais perto dele.


– É. Até porque nenhum DiCaprio consegue fazer frente à minha beleza extrema.


Ri, puxando Zac para um selinho.


– Isso é claro como água.


Ele pousou a mão na minha cintura, me dando um outro selinho.


– Vê? Estamos no clima perfeito para Romeu e Julieta.


Me afastei rapidamente dele e o fitei, desconcertada.


– Zac, você tem mesmo certeza que assistiu o filme todo?


– Sim… – ele me olhava confuso. – Por quê?


– Então você sabe que no final eles morrem, né?


Seu olhar de confusão e curiosidade desapareceu como num passe de mágica, dando lugar a uma expressão chateada.


– Isso era para ser piada, amor? É que humor negro vindo de você fica apenas assustador – Zac agora já ria perante minha cara de chateada. – Não, sério, fiquei até com medo que você me fosse matar, ou sei lá…


Sua linha de raciocínio foi interrompida, pois, enquanto eu me virava para a mesa, decidida a me focar no livro e ignorá-lo, ele resolveu me fazer cosquinha. O escusado mesmo é dizer que esse ataque terminou noutro beijo, certo? Me chame de manipuladora, mas resulta sempre que quero desviar a atenção de Zac. Não que me beneficie assim tanto, porque na verdade eu própria me esqueço de toda a situação assim que sinto seus lábios encostando meigamente nos meus, sua língua dançando ao redor da minha deliciosamente…


Espera aí, de que é que estávamos falando? Sabe que mais, nem me conte. Sou mais feliz pensando no quanto esse garoto é perfeito.


– A ideia era estudarmos, certo? – Zac perguntou num sussurro, ainda com os lábios quase colados aos meus. A única razão para eu saber isto era – visto que mantinha meus olhos ainda fechados – por sentir seu hálito bater neles.


– Conjugação perfeita do verbo ser no passado; estudar para quê?

***


Bebi outro gole de leite, enquanto Zac mastigava seu pedaço de torrada.


Acabamos por estudar, sim, mas demos apenas uma revisão geral pelas cenas mais importantes de Romeu e Julieta e pelas perguntas que o nosso professor – comum a ambas as turmas – tinha indicado e teria mais probabilidade de perguntar. Minha prova também seria amanhã, logo depois da de Zac, e assim meu estudo também já ficava adiantado.


A verdade é que, mesmo não sendo um grande aluno, era bem mais agradável estudar com Zac do que com qualquer outra pessoa – e não, não é pelas coisas safadas, ok? É que Zac tem um jeito diferente de olhar para as coisas e te ajuda a compreendê-las de outra forma também. O tempo todo que estudamos, ele ficou encarnando completamente o Romeu – e me forçando a interpretar Julieta, claro – e dando um humor a tudo que DiCaprio algum seria capaz de conseguir. Me lembre a razão dos ciúmes, sim?


– Hey, Lise…


– Hmm?


– Você pensa muito no futuro?


Dei um gole de leite rápido, tentando empurrar o resto da torrada que mastigava, para poder responder.


– Sim, claro. Você não?


– Penso muito. Quando demoro mais para adormecer, normalmente é nisso que estou pensando.


Sorri com a informação – eu também fazia muito isso.


– E o que você costuma ver?


– Hmm… A Paramore. Costumo ver a Paramore… fazendo sucesso – ele gesticulou com a mão, dando ênfase às suas palavras. – Sabe, a gente tinha um plano.


Parei para o observar curiosamente, depois daquelas palavras ditas não misteriosamente, como seria de esperar, mas em tom informal.


– Um plano?


– Mhm-hm. Para a Paramore, digo.


Assenti, ainda com as sobrancelhas franzidas de tanta curiosidade.


– E o que vocês planeavam?


– Treinar e compor o bastante durante o ensino médio, sabe, para ficarmos bons – assenti mais uma vez, incitando-o a continuar. – E depois, íamos todos para Los Angeles, procurar nossa chance.


L.A.?! – quase me engasguei no leite. Ele estava falando daquela cidade enorme do outro lado do país?!


Zac riu da minha surpresa.


– Sim, L.A. A indústria musical está quase toda lá, não é mesmo? Mas claro que nós não planejávamos ter um contrato por esta altura. E muito menos que eu e Josh já não estivéssemos na banda…


– Mas isso é só temporário – cortei-o de imediato – e as meninas sabem disso.


– Com tudo o que aconteceu, não sei se é mais tão temporário assim, Lise.


Rolei os olhos para ele.


– Zac, mesmo que Josh não volte mais à banda, você continua tendo asua posição. O que aconteceu com Josh tem a ver com Josh, não com você.


– Isso é fácil de dizer. Não sei é o que a Sra Farro vai achar de mim sozinho com aqueles “rockeirinhos” em L.A., sem nem fazer faculdade.


Espera aí, sem nem fazer faculdade? Uma imagem da minha sogrinha quase arrancando a cabeça a Zac passou correndo diante de meus olhos.


– Isso vai ser bem difícil. Talvez você tenha que sair sem o consentimento de seus pais.


– É, talvez… – ele suspirou.


– E você não quer mesmo fazer faculdade? – perguntei em mero tom de curiosidade. Ele parou para pensar.


– Não quero mesmo – ele respondeu passado um pouco, como se tivesse acabado de descobrir isso. – Eu me imagino vivendo da música, sabe? Não quero fazer outra coisa.


– Mas pode fazer faculdade de Música.


– Talvez até pudesse, mas normalmente as pessoas que fazem já têm aulas de música desde pequenas, sabe? Eu só tive poucas aulas de bateria, a maior parte do que sei aprendi sozinho ou com Josh. Só acho que não me ia dar bem.


– Talvez se desse. Talvez não. Mas é sempre bom ter a mente aberta, né?


Ele me encarou, sorrindo.


– Alguém está sábio hoje, né dona Lisa?


Respondi com uma gargalhada.


– Estou inspirada, me processe.


– Não vou processar, você tem razão.


– Bom que não processe mesmo, porque iria perder de qualquer jeito.


Ele colocou uma expressão chocada e levou uma mão ao peito, fingindo-se magoado.


– Caramba, e eu achando que você me ia até ajudar!


– No amor e na guerra vale tudo, meu lindo.


– E agora? Onde eu vou achar um advogado bom o suficiente para me defender de você?


– Ah, isso é simples.


– É? – ele me olhou, confuso.


– Claro! Você não acha. – Eu falei, completamente determinada, fazendo Zac rir como um louco. – E não me chame de metida, ok? – ataquei de novo, tentando controlar minhas gargalhadas. – Isso é autoconfiança.


– Autoconfiança?! Não, isso é convencimento, Lise, desculpa.


Deixei cair meu maxilar, fingindo-me de chocada dessa vez. Inclinei-me para ele, distribuindo pequenos tapas por seu braço.


– Você… é… um… péssimo… namorado! – marquei cada uma das palavras com um golpe.


– Mas por quê? – ele contra-argumentou, conseguindo finalmente agarrar meus pulsos. – Eu não disse que não achava isso atraente, não foi?


Fiz uma careta, zoando da sua estratégia, mas puxando-o para um beijo ao mesmo tempo. Seus lábios encostaram nos meus prontamente, envolvendo-os com aquela magia que me fazia esquecer de tudo. Sua língua percorreu o contorno dos meus lábios – não pedindo passagem, mas apenas… saboreando. Saboreando o momento. Saboreando o que nós tínhamos.


Porém, logo o beijo se aprofundou, levando-nos para a próxima fase de inconsciência – inconsciência essa que nos impediu de escutar a porta sendo aberta.


– Alô, chegamos!


Empurrei Zac para longe, com o susto, machucando mais meus lábios já vermelhos.


– Desculpa! – pedi, num sussurro. Entre o beijo, a chegada de meus pais e meu empurrão, ele parecia meio perdido. Ainda assim, logo se estava rindo de novo. – Que foi?


– Você toda estressadinha é engraçada – rolei os olhos enquanto me levantava, levando nossas canecas para a pia. Zac me seguiu, trazendo o prato das torradas.


– Alô meninos!


– Alô de novo, mãe – fui até ela, deixando um beijo estalado na sua bochecha, e logo depois me afastando para Zac fazer o mesmo.


– Oi, Zac.


– Boa tarde, Kate.


– Ah, quanta formalidade, menino! – Zac riu, já esperando essas mesmas palavras, e ela acabou por acompanhá-lo. – Tiveram um bom dia?


– Aham.


– Sim, estivemos estudando Romeu e Julieta.


– Uh, que clima romântico! – revirei os olhos perante sua brincadeira. Ela pousou os sacos de compras em cima do balcão e nós começamos a retirar as coisas de dentro, ajudando-a a arrumar tudo.


– Porque todos falam isso? Eles morrem! – realcei, enquanto me virava para levar o pacote de açúcar para o armário e dava de caras com meu pai entrando no cômodo.


– Oi juventude!


– Alô, Sr Cohen.


– Não é verdade, pai? – ele me olhou, confuso.


– O quê?


– Não é propriamente romântico quando os protagonistas morrem. É trágico e até um pouco idiota – não sou dessas que acha que as pessoas têm que ficar provando seu amor. Para que isso serve? Romeu e Julieta acabaram mortos, olhe que grande vida que eles partilharam!


– Ela está falando de quê, mesmo?


– Romeu e Julieta – minha mãe e Zac falaram em coro.


– Não é assim, filha. Romeu e Julieta foram vítimas das circunstâncias. Claro que é um amor levado ao exagero, mas tem que admitir que é reconfortante saber que tem do seu lado alguém que estaria disposto a morrer ou viver por você.


– Isso é doentio.


– Não, isso é a intensidade do primeiro amor. Você, melhor que eu, deveria entender isso – ele conclui, me olhando nos olhos. Revirei-os.


– Vamos parar de brincar de deixar Lisa e Zac desconfortáveis? Agradecida.


Meus pais riram e Zac também sorriu para mim. Fui para o seu lado, arrumando rapidamente no frigorífico as coisas que ele tinha colocado no balcão.


– Lisa, um dia, quer você queira, quer não, você vai entender o lado de Shakespeare.


– Me suicidar? Não, obrigada.


– Não se suicidar, fazer sacrifícios! Para já, você é jovem e tem liberdade de fazer tudo do jeito que você quer. Mas um dia, você vai ter responsabilidades, circunstâncias contra você, reviravoltas da vida… E aí você vai entender.


Parei para o fitar alguns momentos, mas notei o relógio por trás dele, vendo que já estava na hora de Zac ir. Peguei a mão dele.


– Ok, papai, obrigada pela lição.


Ele suspirou e foi conspirar algo junto com minha mãe, depois de dar tchau para Zac. Já nós, saímos da cozinha, indo pelo corredor até à porta de entrada, onde Zac já tinha deixado a mochila que agora colocava nas costas.


– Sério que você não entende o objetivo de Romeu e Julieta?


Parei para encará-lo, surpresa.


– Não. Pelo menos, não racionalmente – ele sorriu. – Você entende?


– Sim, eu entendo – ele me fixava, parecendo pensar em algo importante, mas que não estaria disposto a revelar. Puxei-o para um beijo de despedida, querendo esquecer toda essa conversa de amantes morrendo. Para mim, amar é viver. Como morrer faria algum sentido? Era o mesmo que desistir desse amor dito tão grande.


Mas meu pai tinha razão. A vida ainda daria muitas voltas.


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Notas finais do capítulo

Eu falei, não foi? PODSMFPOSDFPDSMGPSDGNPN
Acho que depois disso, Sarinha quer lembrar que Zac e Lisa se encontram na posse dela e eu acredito piamente que, caso alguém os tente sequestrar, sua vida não terá um final feliz. MAS ELA VOS AMA TAMBÉM!!! DSIPOFMDSPOIGMSPOM Dilema isso kkkkkk
E é isso, meus bens. O próximo terá coisas fofomeigas de novo, só para vos dar uma pausa pra respirar de tanta tragédia kkk SIM, PORQUE --- me calei. Já tou falando demais. TCHAAAAUUU, LINDAAAASSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ♥



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