Love, Simply Love. escrita por Jajabarnes


Capítulo 3
A acompanhante de viagem.


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um!!!
Espero que gostem!!



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Pov. Caspian.

                Em um daqueles dias que você tem vontade de esquecer tudo e se isolar por um tempo, eu montei meu cavalo e parti para o bosque?

                Realmente precisava jogar tudo para o alto mesmo que fosse aparar tudo depois de uns dias, novamente. Já não bastava a bendita promessa que fiz a meu pai pouco antes de ele morrer, agora chega essa maldita profecia... Aproveitaria esse tempo a sós com meus pensamentos para não pensar nisso, embora eu não conseguisse, era só parar que tudo me vinha à cabeça, eu ouvia, outra vez, aquela vozinha em minha mente trazendo estratégias para capturar e matar os antigos Reis e Rainhas deste país assim que eles chegarem.

                E tem também a chata da minha tia, Prunaprismia, que vive me aporrinhando a paciência (que já anda por um fio) dizendo “Você precisa arrumar uma esposa que ame...” e blá, blá, blá... Essa baboseira toda. “Você precisa dar um herdeiro para o nosso povo...”.

                Eu rebatia dizendo que nunca seria atingido pela flecha do cupido, até por que ele tem uma mira muito ruim já que juntou ela e o marido, meu tio já falecido. Ela me olhava feio e dizia que eu não sabia do que falava e que um dia a flecha me acertaria. Eu a deixava falando sozinha.

                Bem, já faz três dias que me isolei no canto mais afastado do bosque, hoje pela manhã deixei meu acampamento em uma pequena clareira para caminhar como fiz nas ultimas duas manhãs. Dessa vez decidi afastar-me mais; adentrei um lugar do bosque no qual nunca estivera antes. Parei olhando em volta e ouvi um som. Era água corrente. Fui à busca do seu emissor.

                Achei um riacho que por si já era uma beleza, mas o que tirou minha atenção foi a pessoa a sua margem. Ela estava de costas para mim, vestia umas roupas amarrotadas e era... Humana. Não é comum encontrar humanos por estas bandas muito menos uma dama. Decidi falar.

                - O que faz uma bela moça sozinha no bosque?

                Ela se pôs de pé em um susto e virou-se para mim. Não sei por que, mas meu coração vacilou quando vi seu rosto de pele alva, um par de lindos olhos azuis e uma boca de lábios cheios e rosados, tudo isso emoldurado por um longo cabelo castanho-escuro. Ela parecia nervosa.

                - Não tenha medo, não machucaria uma dama de minha própria raça... Tem uma exceção, mas não vem ao caso agora. – Eu me referia às rainhas narnianas. – Enfim, o que trás você aqui?

                - Acho que estou perdida. – ela riu um pouco. Devia ser da Arquelândia, ou até mesmo de um distante povoado telmarino, deduzi isto por que ela não fez reverência, logo concluo que não me reconheceu não que eu goste de reverências, muito pelo contrario, detesto, mas vivi a vida toda com elas e mesmo não gostando... É estranho.

                Decidi em centésimos de segundos que não me apresentaria se dissesse meu nome começariam a majestade, alteza, milorde e as destetáveis reverências. Eu queria experimentar como seria conversar com uma pessoa sem ser como rei, sendo como uma pessoa normal. Senti o príncipe bobão e sonhador que fui dando as caras depois de tanto tempo.

Pov. Susana.

                - Bom você tem pelo menos algum parente, sabe onde eles estão? – Perguntou-me o rapaz. Ele tinha algo na voz que fazia meu coração descompassar todas as vezes que falava.

                - Sim, tenho, mas não sei onde eles estão. – respondi.

                - Para onde estava indo? – ele estava mesmo interessado?

                - Para o litoral. – respondi automaticamente, tinha a impressão que encontraria meus irmãos em Cair Parável.

                - Se quiser posso leva-la até o Espelho d’água.

                - Não precisa se incomodar, eu acho o caminho. – falei gentilmente.

                - Procurou tanto que acabou se perdendo... – brincou ele, eu bufei. – Não será incomodo nenhum e eu não posso deixa-la vagando sozinha por aí. Venha até meu acampamento, lá você poderá comer e descansar.

                - Não sei se devo... – sussurrei. O rapaz deu um sorriso de compreensão.

                - Pode confiar em mim, já disse que não ousaria machucar uma dama.

                - Disse também que há uma exceção. – lembrei.

                - É. Há. Mas você não está nela. – sorriu – Você vem?

                Sei que podia estar dando passos para a morte, mas algo nos olhos dele me transmitia confiança. Mordi o lábio.

                - Tudo bem. – quase não acreditei que disse isso. Caminhei até ele.

                Seguimos conversando sobre o caminho de viagem que faríamos amanhã até chegarmos a uma pequena clareira onde havia uma tenda, um monte de gravetos queimados onde antes era uma fogueira e um cavalo negro pastando.

                - Bem vinda. – disse-me ele. – Escute, eu não disponho de vestimentas femininas, mas pode usar as roupas que quiser... Esta que está usando não parece muito confortável... – observou-me dos pés a cabeça.

                - Err... Não é. – concordei com um sorriso tímido, ele abriu a entrada da tenda e esperou com ela aberta até que eu passasse.

                - Fique à vontade.

                - Obrigada. – disse já dentro da tenda. Ele fechou a entrada. Ali dentro havia apenas uma cama improvisada sobre a relva e um pequeno baú onde estavam as roupas. Vesti uma calça, uma camisa por dentro da mesma, um cinto, preferi ficas descalça e prendi o cabelo com um fio de couro que encontrei por ali. Saí da tenda e encontrei-o sentado em um tronco caído amolando uma adaga. – Prometo que vou devolvê-las assim que possível.

                Ele ergueu o olhar para mim e, pode ser que não, mas olhou-me encantado.

                - Você está... Elas caíram bem em você. – disse, doce, levantando e aproximando-se de mim.

                - Olhe, é bom ficar com isto, nunca se sabe quando será necessário. – entregou-me a adaga. – É melhor você deitar, deve estar cansada.

                Assenti.

                - Mais uma vez obrigada.

                - Não há de quê.


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Notas finais do capítulo

Comentem, okay????
Beijokas!!!