...estava em Hogwarts.

- Suze! - Harry gritou, me abraçando. Ao lado dele, Godric e Salazar, ambos um pouco desgastados, mais Salazar do que Godric, mas pareciam cansados. - Quem é... - ele apontou para algo atrás de mim. Me virei e vi um Jesse, com as roupas ensanquentadas, rasgadas, um pouco carbonizadas, com terra e fuligem.

- Eu consegui! - corri para abraça-lo. - Jesse!

- Pera ai, Jesse? O fantasma?

- Que não é mais fantasma. Você entrou em uma porta, não foi jovem Suzannah? - Disse Godric.

- Bem, não porque quis, mas sim, entrei.

- Isso explica o porque de seu corpo desaparecer. Há algumas portas que nos levam a nossa proxima vida... Há outras que nos levam entre a quarta dimensão. Ou seja, o tempo. Quando ambos, você e Jesse cairam em uma porta, que por sorte, viajava no tempo, ela os levou a época de Jesse. E pelo que vejo, você o salvou da morte.

- Suze, isso é verdade? - Eu concordei. E comecei a rir. Na realidade a gargalhar. Eu havia voltado no tempo, quando já havia voltado no tempo.

Confuso, não?

A melhor parte, eu deveria dizer, era sentir o calor de Jesse ao meu lado. Bem, até a voz de Salazar aparecer.

- É exatamente com você que eu tenho que falar! Que ideia é essa de ajudar Voldemort? Você é louco? - O bruxo careca me olhou ceveramente.

- Você sabe com quem está falando, viajante no tempo? Tenha um pouco de respeito!

- Bem, sim... Me desculpe, mas... Você é louco? - Jesse riu.

- Nombre de Dios Suzannah, tenha calma.

- CALMA!? Jesse, Voldemort matou minha familia, quer matar meu irmão, quer me matar, que matar meio mundo bruxo e escravizar os trouxas, que por acaso, são meus amigos. E SE VOCÊ NÃO ESQUECEU, FOI ELE QUE COLOCOU FÉLIX E MARIA NA MINHA COLA DURANTE ESSE ANO! - E Jesse sabia muito bem como eu odiava aqueles dois.

- Ok, mas isso não vem ao caso. Dumbledore lhe deu a missão. Sem Voldemort, Salazar não pode ir ao futuro, então, fim da história. - Eu olhei Harry.

- Bem, ele foi comigo para o corredor e depois...

- Retornou e sumiu. - Godric disse. - Os outros dois... Um deles desapareceu, junto com seu mestre, e o outro saiu correndo.

- O outro estava esperando para levar Salazar ao encontro do mestre. - Disse uma voz. Meu sangue ferveu. Paul Slater ainda estava aqui, e estava vivo.

- Dia errado Paul, dia muito, muito errado. - Disse, me virando para o Sonseriano. Foi quando Paul viu que, bem, todos podiam ver Jesse.

- O que ele faz aqui? - Apontou para meu namorando, não mais fantasma, que estava ali.

- Não é de seu interesse. Acredito que agora, você tenha que se preocupar com meu punho, na sua cara! - E eu corri até ele, se jogando em cima de Paul Slater.

Paul se desiquilibrou, caindo no chão, agora que eu percebi, da enfermaria, ou do que deveria ser.

- Você é louca Suze, louquinha. - Ele disse, tentando me tirar de cima dele.

- Eu sou louca Paul? - Disse dando um soco no meio do rosto dele. - Tente ser quase morta várias vezes e ver o que você acha... Bem, minha terapeuta odiaria me ver nesse estado, mas o que eu posso fazer se tenho um mecanismo de furia sensível. - Eu falei, rindo.

Slater não tinha nenhuma chance, a não ser, é claro, que eu saisse de cima dele, daí, provavelmente, ele conseguiria revidar. Mas eu não estava muito afim de fazer isso, por fim eu continuei quebrando a cara dele sem dó nem piedade.

Eu sei que ele é lindo e tudo mais, mas o que eu deveria fazer? O convidar para tomar um chazinho?

Só se eu tivesse colocado um veneo no chá.

Paul já estav a sangrande quando Godric, Jesse e Harry foram me tirar de cima do garoto.

- Ok, calma ai, mulher maravilha. - Harry disse e eu ri.

- Oh, sempre achei que estava mais para a BatGril.

- Hermosa, vamos voltar. Levamos Paul conosco e...

- VIAJAR NO TEMPO COM PAUL?! Jesse, você pirou de vez? - Paul, que estava se levantando sorriu.

- Suzannah, - ele disse, usando um aceno da varinha para resolver o problema dos machucados. - e eu achando que as coisas entre nós estavam melhorando. Diga-me uma coisa Jesse, - ele se virou para meu namorado latino gostosão, - ela suspira quando você a beija, também? - Quando ele disse isso, bem, eu não posso culpa-lo. Jesse correu para cima de Paul e, dessa vez, Paul não tinha chances. Nem de sair vivo.

- Jesse! - A santo Merlin, - Viu Paul, quis provocar... Jesse, não escute o Paul ok? Ele é um idiota e faz isso só para você ficar assim. Jesse... - bem eu teria que apelar. - HECTOR DE SILVA, PARE AGORA MESMO! - Bem, funcionou. Jesse saiu de cima de Paul, um Paul bem pior do que minutos atrás e se virou para mim.

- Desculpa, hermosa.

- Tudo bem Jesse eu... compreendo. - Ele sorriu, dando-me um selinho.

- Bem, temos que resolver nosso problema com Salazar. - Disse e então, eu, Jesse, Harry e Gocric nos viramos para encarar o bruxo.

- Vejam bem, não podem dizer nada para me convencer a não ir com aquele rapaz... Bem, quando ele puder se deslocar.

- Ai meu Merlin, não vou ter que quebrar a cara de outro bruxo por hoje, vou? - Isso assuntou Salazar. - Olha senhor, Voldemort não é o tipo de bruxo que você deveria confiar ok? Na primeira oportunidade, ele te coloca dentro de uma sela, sem poder fazer bruxaria pelo resto da vida. Eu sei que você quer confiar nele, mas você foi importante para Hogwarts. Sem você, tudo seria diferente e Hogwarts... não seria Hogwarts! - É, não teria Sonserianos metidos a besta, mas achei melhro deixar ele com a impressão que eu gostava dele. - Por favor, não traia sua própria escola, indo para o lado de Voldemort. - Eu não sabia que podia ser tão meiga e persuasiva. Padre Dominic teria orgulho se me visse agora.

Uma Suze sem punhos, mas com palavra.

O bruxo pareceu pensar e analisar a situação. Sorriu.

- Pois bem, podem retornar tranquilamente que continuarei em meu verdadeiro tempo. E boa sorte com esse bruxo, senhortia. Você tem algo que os bruxos não tem normalmente...

- Um gatilho de furia super sesível? - Disse e todos riram.