Eu estava em Londres, Inglaterra. Eu e Jesse ao meu lado, não que alguém pudesse vê-lo, é claro. Eu estava indo em direção a Little Whitning, encontrar o garoto.

- Eu ainda não acredito nisso. - Eu disse baixinho, para que só Jesse escutasse. - Minha mãe me escondeu isso por anos e agora, eu nem sei mais o que pensar.

- Mi hermosa, eu sei que é difícil, mas estaremos juntos, prometo.

- Pelo menos eu não terei mais que agüentar Dunga por alguns dias. - Disse fazendo sinal para um táxi.

Eu sei que vocês não devem estar entendendo nada. Mas bem, eu descobri que sou adotada. E por Deus, foi minha própria mãe - não a adotiva e mentirosa - mas a verdadeira, que me contou. Seria incrível se ela não estivesse morta e se eu não tivesse um irmão gêmeo. Agora eu estou em Londres, à procura do meu irmão gêmeo que nem deve saber que eu existo e não faço idéia de como vou explicar isso a ele. O táxi estava chegando a rua dos Alfeneiros, observando as casa me perguntei qual seria a dele. Eu não acreditava que encontraria o garoto agora, muito menos meus tios verdadeiros. Mas quando desci do táxi, com Jesse logo atrás de mim eu vi um garoto de cabelos negros e olhos verdes iguais aos meus. Prendi a respiração e o chamei.

- Harry Potter? - O garoto me encarou, surpreso. Deve ter percebido nossa semelhança.

- Sou eu, mas... Quem quer saber? - Sorri, alcançando a mão para um aceno.

- Suzannah Simon. - Ou Potter.

- Bem, não sei bem o que você quer comigo, mas eu tenho que voltar para casa dos meus tios...

- Ele está com medo hermosa. Deve ser sobre o homem que sua mãe lhe contou - Eu não pude encarar Jesse, mas senti ele apertar minha mão.

- Eu sei que você está com pressa e tudo mais, mas eu precisava falar com você, é algo importante, é uma coisa sobre... Sobre sua família. - Harry semicerrou os olhos, me encarando e pensando a respeito. Depois de alguns segundos ele abriu um meio sorriso e disse:

- Bem, podemos ir à praça, se quiser. - Sorri e o segui até uma pracinha abandonada, onde nos sentamos no balanço. Jesse, por birra ou se perceber, começou a me embalar, fazendo o Potter arregalar os olhos.

- Tenho algumas coisas para explicar, mas acho que o começo é... - Me permiti uma olhada para Jesse, que sorriu. - Bem, eu descobri, muito recentemente, que fui adotada. E segundo a certidão de nascimento que eu tenho, meu verdadeiro nome é Suzannah Potter. - Harry arregalou ainda mais o olhar, me encarando de cima a baixo.

- Você está querendo dizer... Que é minha irmã?

- Olha, eu sei, é maluquice, e está para piorar. Mas, foi Lily que me contou isso. Eu a vi na semana passada. - Agora ele se afastou de mim, me apontando um pedaço de madeira.

- Quem é você? É uma comensal? - Eu me levantei. Tentando buscar uma maneira de explicar ao garoto que a nossa mãe morta - não havia dúvidas que éramos idênticos - havia me contado isso.

- Eu nem ao menos sei o que é isso, Harry. Tudo bem, parece maluquice que nossa mãe morta tenha me contado tudo isso...

- Parece?

- Ok, é maluquice, mas é verdade. Eu sou o que as pessoas chama de mediadora. Eu vejo e falo com fantasmas e os ajudo a fazer a travessia, os ajudo a ir pro céu, inferno, próxima vida ou o que seja. E Lily apareceu para mim. Disse quem era, me explicou tudo e até me ajudou a encontrar os documentos de adoção. - Harry continuava me apontando a madeira de forma ameaçadora, ele pareceu pensar e então se virou. Voltando em direção que estava indo quando eu o encontrei.

- Diga a Voldemort que prefiro que ele venha tentar me matar ao mandar alguém que se finja de minha irmã, mesmo que eu tenha que admitir, você é bem parecida comigo.

- Você nasceu dia 31 de julho não foi? - Ele parou. - E acabou de fazer 15 anos, não é? - Eu peguei minha identidade e mostrei a ele. - Pois eu também. - Ele ia dizer alguma coisa, mas a chuva começou a cair e corremos para um túnel, para nos proteger da chuva. No caminho eu cai, fazendo Harry parar e Jesse quase ter um infarto, se pudesse. Quando chegamos no túnel senti um frio instantâneo e então eu vi. Criaturas de capas horríveis, elas chegaram perto de mim e de Harry que esperou para ver minha reação. Que foi, - não tenho orgulho de admitir - me agachar e proteger a minha cabeça. Harry se pós a minha frente - e ao lado de Jesse, mesmo que não saiba - e apontando o pedaço de madeira gritou:

- Expecto Patronum! - E do nada, saiu uma luz forte e branca que afastou as duas criaturas. Quando elas se foram, Harry e Jesse estenderam a mão para me ajudar a levantar. Peguei a do Harry - mandando um olhar de desculpas para Jesse mas não poderia pegar a mão dele se não seria estranho, muito estranho. -  e me levantei.

- O... O que era aquelas coisas? - Harry pareceu surpreso por eu não saber o que eram, então sorriu.

- Eram Dementadores. - Dementaoque?

- Que diabos eles fazem e como, por deus, você fez uma luz sair desse pedaço de madeira maluco?

- Bem Suzannah, eu sou um bruxo e se você é minha irmã... Você dever ser uma também. - Uma o que? Então, antes que eu caísse no chão Jesse me segurou.

- Madre de Dios. Suzannah você está bem?

- Jesse, acho que vamos ficar por aqui, mais tempo que planejei.