True Life escrita por JoyceSantana


Capítulo 2
no Uncle's Joe Karaoke Place


Notas iniciais do capítulo

nenhum review ;/ eu vou postar aqui porque já tá pronto. espero que alguém leia né ;/



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– Ah... - disse sem graça – Fala Mel, o que foi?

– Onde você estava? Liguei quatro vezes no seu celular e...– a interrompi.

– Eu sei, eu ouvi a mensagem. Eu saí com o Nick.

– Podia ter me chamado para sair também.– sua voz triste era cômica –Onde vocês foram?

– Só não acho que seu namorado ia gostar de saber que saímos. – pude ouvir ela sussurrar um “nada a ver” – Por aí, Mel, sei lá.

– Eu gosto de sair por aí sem rumo.– Melanie era péssima em fingir indiferença, acabei rindo. Coloquei meu lanche no prato e fui para a sala.

– Da próxima vez eu te chamo, ok? – declarei.

– Tá.– ela riu –Você vai na festa, né? Por favor, Derek! Eu preciso de você lá.

Confesso que sorri involuntariamente com sua última frase.

– Só vou mesmo se prometer cantar alguma coisa. – disse debochado.

– Nem pagando! Quer dizer... Eu canto se você cantar.

– É impressão minha ou isso é uma aposta? – perguntei desafiador.

– Com certeza! O que quer apostar?

“Você larga aquele pé-rapado-idiota-metido-a-besta-duas-caras-que-acha-que-pode-tudo-só-porque-tem-uma-Ferrari e namora comigo. Minha felicidade é bônus garantido.\"

– Sei lá, um pacote enorme de Doritos, talvez... – falei brincando com meu lanche – Mel, eu tenho que ir.

– Tudo bem então, te vejo na festa.– ela falou suspirando.

– Tchau. – desliguei.

Fiquei em transe por alguns segundos e voltei. Sorri rapidamente e comecei a comer meu lanche. Logo depois resolvi dormir até a hora da tortura, assim, meus pensamentos ficariam dopados pelo sono e não me atormentariam cada vez mais.

Acordei 21:00 com os gritos da minha mãe. Cambaleei um pouco e fui até a cozinha.

– Mãe, a Mel me convidou para uma festa. – disse abrindo a geladeira e alcançando uma garrafa de água.

– E quem vai se divertir nesta festa? – perguntou ela comendo um doce.

– Provavelmente ela. – respondi e bebi um gole de água.

– Confirmação de namoro, fiquei sabendo... – disse com a mão em meu ombro – Bobeira sem tamanho.

– Nem me diga... Vou me trocar. – dirigi-me até meu quarto.

Como não estava com vontade alguma, nem pensei em escolher uma roupa. Alcancei apenas uma regata branca e uma camisa xadrez. Vesti tudo e coloquei também a calça jeans. O supra vermelho ficou por último.

Passei um perfume e me olhei no espelho. Do nada, perguntei-me como Melanie estaria esta noite. Claro que estaria perfeita, mas eu ainda ouviria os sinais de sua minúscula auto-estima. Acho que este é seu único defeito.

Nick chegou logo depois. Despedi-me de minha mãe e seguimos para a festa. O percurso foi quieto, o que achei estranho, ele falava bastante.

– Cara, eu sei que você gosta muito da Mel, e por favor, não pense que eu quero que você desista dela, aliás eu torço muito para a felicidade de vocês e tal... – ele estava desabafando, disso eu tinha certeza – Mas lembre-se que tem outros peixes no oceano. E muitos gostam de você. Então... Se não der certo...

Acabei rindo com seu conselho desengonçado.

– Valeu, cara. – fizemos um toque de mãos e finalmente chegamos.

Logo na entrada minha expressão desfaleceu. Fui contemplado com o ato estúpido de Johnson de roubar um beijo de Mel bem mais perto do que planejava. A noite seria longa e depressiva, disso eu tinha certeza.

– Derek! Que bom que veio! – Mel me abraçou fortemente, o que resultou numa careta de Johnson.

– Eu disse que vinha.

– Já comprou meu pacote de Doritos? – sussurrou em meu ouvido. Senti todos os pelos existentes se oriçarem, tanto que levei um tempo para me recuperar.

– Não cante a vitória tão rápido, Melanie. – ela riu – Vou beber alguma coisa.

Ela assentiu e sumiu naquela multidão espremida do Uncle’s Joe. Fui logo para o bar.

– Já está tão complicado assim? – perguntou Nick ao me ver engolir a bebida com dificuldade.

– Preciso dopar minhas células, posso fazer uma besteira se estiver sóbrio.

Ele riu e eu resolvi prestar atenção nas cantorias desengonçadas e bêbadas no pequeno palco ali perto.

Pensei bem e resolvi aproveitar pelo menos o mínimo daquela festa. Ficar debruçado naquela bancada já estava ridículo. Quando virei para a multidão dei de cara com uma garota loira. Linda, diga-se de passagem.

– Oh, perdão! – disse ela num tom alto devido às caixas de som que enchiam o ambiente de uma forma exagerada.

– Não, tudo bem. – respondi sinceramente.

– Algum problema? – perguntou sentando-se do meu lado.

– Porquê? – estava tão explícito assim?

– Pela garrafa aí do seu lado... Acho que o próximo passo é cair de boca numa espingarda.

– É complicado... - não queria entregar tudo de uma vez.

– Odeio coisas complicadas – disse num tom animado – Quer dançar? Talvez as coisas se descompliquem.

Eu estava entendendo muito bem onde ela queria chegar. Por mais que eu precisasse esquecer todo esse problema, simplesmente não dava. Tentei achar algo que a fizesse acreditar que eu precisava sair dali, puta saia justa que ela me colocou.

– Olha, seria muito legal, mas... – meus olhos dançavam no salão em busca de alguma coisa. Até que vi Melanie e ela parecia me chamar. Fosse ou não fosse, essa era a minha deixa. – Minha amiga está me chamando ali. Tchau. – saí andando mas ela segurou meu braço.

– O Senhor Complicado tem nome?

– Derek. – respondi um tanto irritado com sua insistência.

– Sou Lauren.

– Legal. – disse e puxei meu braço.

Fui em direção de Melanie que carregava uma expressão zangada no rosto enquanto me olhava.

– O que foi? – perguntei curioso.

– Quem era?

– A garota? Sei lá, ela chegou conversando, do nada. – respondi lembrando da insinuação de Lauren. – Por quê?

– Toma cuidado, ela é uma... – fez um gesto estranho porém compreensível – Entendeu? Abre o olho.

– Mas você não sabia quem era... Como sabe disso? – perguntei confuso. Estaria ela com ciúmes?

– Lembrei. – disse rapidamente, parecia corada. – Vamos sentar ali.

Ela apontou para os bancos na lateral do salão, um dos poucos lugares que não tinham tantas pessoas e era mais fácil para se comunicar sem ser atacado por aquele som alto. Percebi uma carinha um tanto desanimada para alguém que tinha ganhado uma festa.

– O que foi, Mel? Não está se divertindo? – disse depois de encomendar duas garrafas de água.

– Como posso me divertir? – disse ela frustradamente – Johnson está bêbado, ou seja, me deixa sozinha o tempo todo. E quando chega perto de mim começa a falar coisas estranhas... – abriu a garrafa e tomou um gole de água.

– Que tipo de coisas? – perguntei quase engasgando. Melanie demorava muito para engolir a água, o que me deixava cada vez mais nervoso.

– Coisas estranhas... Tipo: “Hoje vai ser a melhor noite da sua vida” ou “Vou te fazer a mulher mais feliz deste mundo” – ela imitava a voz bêbada de Johnson de uma forma muito estranha.

A partir deste momento, eu não falava mais por mim. Não dava mais para esconder, eu precisava me controlar.

– Dê um soco na cara dele! – falei visivelmente alterado.

– Eita, relaxa Derek! Não vou socar a cara do meu namorado! – disse ela rindo levemente.

– Eu dou, então!

– Relaxa Derek, você não vai fazer nada. – falou brincando com o padrão de riscos na madeira da mesa. Fitei-a indignado, como ela podia estar tranquila com isso?

– Melanie, o que você viu nesse garoto? – perguntei finalmente.

– Como assim? – perguntou com a expressão confusa.

– O que ele tem que te fez gostar dele? Você gosta dele? – confesso que só esperava a resposta da segunda pergunta.

Ela olhou para o nada e ficou ali, pensando profundamente. Parecia procurar uma razão qualquer.

– Nem você mesma sabe! – eu disse ao vê-la pensar demais.

– Hey! Ele tem muitas qualidades, ok? – Melanie estava começando a ficar ofendida com minhas palavras, mas eu não conseguia parar, meu ódio precisava ser canalizado em alguma coisa

– Sério? Pois eu acho que... – ela me cortou.

– Você não acha nada. Ele tem sim muitas qualidades e você é muito enxerido.

Naquele momento percebi que tinha magoado-a profundamente. Abaixei a cabeça e fechei os olhos, respirando fundo.

– O que está acontecendo? Você nunca se importou com meus relacionamentos! Que implicância toda é essa com o Johnson? – quem estava alterada agora era ela.

– Só estou tentando te ajudar. Não quero que se machuque. – falei num tom baixo e envergonhado.

– Faz o seguinte, só me ajude quando eu pedir. Já estou bem grandinha e posso cuidar da minha vida.

Olhei-a indignado. Então ela queria dizer que não precisava de mim? Antes que eu pensasse em levar aquela discussão adiante resolvi encerrar de uma vez, antes que eu fizesse uma besteira.

– Então não sei o que estou fazendo aqui. – levantei e segui para a saída. Deixei-a falando sozinha e procurei Nick para avisar que aquela festa já tinha dado para mim.



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Notas finais do capítulo

tá ai mais um pra vocêê~es! espero que gostem bastante, a história tá tãããão legal *-------------*
beeeeijo ;*



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