Changed escrita por Shiroyuki


Capítulo 10
Capítulo 10 - Eu escolho a música!


Notas iniciais do capítulo

"Você não quer ser preso por atentado ao pudor de novo, quer, Ikuto? "



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/168480/chapter/10



— Ei, Utau, você não vai sair daí nunca? – Kukai bateu na porta, impaciente. Fazia mais de meia hora que a garota se trancou naquele banheiro. Ele até já havia se acostumado com isso, depois de tanto tempo tendo que esperar, mas hoje, que era o dia da festa de aniversário de Yaya, eles já estavam mais do que atrasados, e ele ainda não havia conseguido terminar de se arrumar. Estava vestindo uma camiseta simples, de mangas compridas e listradas em dois tons de azul, e uma calça jeans, com seus tênis já surrados e quase implorando por limpeza. Em sua concepção, era uma boa combinação.

— Eu já tô terminando! Eu quero ficar bonita~ - ela cantarolou animada, lá de dentro, e Kukai suspirou.

— Mas você não precisa disso – ele disse, e Utau prendeu a respiração, sentindo seu coração agitar-se como louco – por que não importa o quanto tente, não vai conseguir melhorar a sua cara de velha – ele riu da própria piada, sentindo-se hilário. Utau chutou a porta de madeira, causando um estrondo que sobressaltou o garoto, e algum estrago no próprio pé.

— Aaah, agora que ela não sai daí mesmo, vai por mim – Ikuto informou, enquanto passava pelo corredor, descendo então as escadas.

— Nãaao, Utau! Não faz isso comigo! – Kukai chorou, batendo insistentemente na porta – Vamos lá, eu quero muito ir ao karaokê, e só posso ir se você for junto! Sai logo daí! Me desculpe por falar bobagens! Você não é velha! Quer dizer, você é velha se for comparar com todas as pessoas que estarão lá, com toda a certeza... e comigo também, já que você faz aniversário antes... e... e... aaah! Não me escuta! Só saí logo daí! Eu tenho certeza que os alunos do elementar não vão nem notar a sua idade, e se você...

Antes que Kukai pudesse encerrar seu deprimente monólogo, a porta abriu-se com um clique, e a irritada Utau se revelou, com uma veia pulsando na testa e o punho ameaçadoramente fechado. Ela usava uma saia preta e volumosa, uma camisa branca com um colete preto por cima, botas compridas e meias longas e escuras, e uma boina preta sobre os cabelos loiros amarrados no penteado usual.

— Se você ousar dizer mais alguma palavra sobre a minha idade ou qualquer coisa dessas, eu juro que arranco sua língua e bato com ela em você! – ela sibilou, andando a passos duros na direção da escada.

— Aah... Utau... eu estava errado. Você está bem bonita... – ele sorriu, coçando a nuca sem graça.

Utau não disse nada, desviando o olhar, incomodada e escondendo o rosto ruborizado, porém, ao descer as escadas, ela deixou escapar um pequeno sorriso satisfeito. Quando chegou à sala, encontrou Ikuto deitado no sofá, passando pelos canais distraidamente, usando um traje inteiramente negro, que sugeria explicitamente boas marcas, e o costumeiro bom gosto dos Tsukiyomi.

— Se você deitar aí vai amassar a sua roupa, Ikuto! – Utau alertou, inclinando-se por cima da guarda do sofá.

— Então vamos amassar a sua roupa também, venha aqui... – Ikuto sorriu presunçoso, e erguendo o braço preguiçosamente, enlaçou a cintura da irmã para trazê-la para o sofá junto dele.

— Para com isso! – ela protestou, tentando retornar os pés no chão enquanto estava debatendo-se no ar, apoiada apenas pela guarda do sofá na barriga. Ikuto riu alto, e não liberou Utau do seu abraço, nem a deixou vir para o outro lado, fazendo com que ela permanecesse erguida daquela forma.

— Eu posso ver sua calcinha, Onee-chaaan! – Kukai entoou em um falso tom infantil, um tanto quanto desanimado ao presenciar aquela cena. Utau corou, indignada, e se debateu ainda mais, colocando novamente os pés no chão, e baixando a saia.

— V-v-v-vamos logo, estamos atrasados, seus idiotas! – ela bradou, furiosa, e saiu batendo os pés na direção da saída.

Os três saíram de casa, com Utau andando na frente, e depois de caminharem por algumas quadras até a parte comercial da cidade, chegaram até o dito Karaokê em que seria a festa de aniversário de Yaya. O lugar também era uma lanchonete, um fliperama e uma locadora de filmes, ou seja, era a única fonte de entretenimento daquela cidade.

Subiram as escadas e chegaram até o andar onde era o karaokê, e depois de falar com a atendente, entraram na sala que fora reservada. Yaya foi quem abriu a porta, tão animada que poderia sair voando a qualquer momento. Ao fundo, dava para ouvir Amu cantando uma música qualquer, mas não era possível identifica-la.

— Aaah! Você finalmente chegou, Utau-chii! Só faltava você! – Yaya anunciou, deixando os três entrarem.

— É que meu irmãozinho baka me atrasou – ela disse displicentemente – Aqui está seu presente, Feliz Aniversário! – ela entregou o pacote para a garota, que nem bem foi cumprimentada por Utau já começou a rasgar o pacote impacientemente, jogando o embrulho para todos os lados. Utau tomou lugar de um lado dos sofás, sentando perto de Rima, que se ocupava em comer de tudo o que havia sobre a mesa de centro. Kukai e Ikuto se ajeitaram do outro lado.

— Aah! Obrigada, a Yaya amou, Utau-chii! – ela berrou, com a voz aguda sobressaindo a música de Amu – Nee, a Yaya tem que apresentar vocês nee? Utau-chii, esse daqui é o Iinchou, ele é colega de aula da Yaya! – ela apontou para um garoto de cabelos negros e óculos, que agora estava meio espremido no sofá por causa do espaçoso Ikuto.

— Sanjou Kairi, muito prazer – ele disse, seriamente, ajeitando os óculos no rosto.

— E esse é o Nagi, ele é vizinho da Yaya! – Yaya disse, e o garoto de longos cabelos que agora conversava com Kukai acenou brevemente, com um sorriso educado no rosto – E ele trouxe um amigo, mas eu não sei onde está... – ela disse mais para si mesma, e nesse momento a porta se abriu, revelando uma figura loira e um pouco hesitante.

— Com licença – Tadase murmurou, abrindo e fechando a porta logo após entrar. Utau soltou uma interjeição de empolgação, e pulou na direção do garoto, levando os braços ao seu redor e o sufocando.

— Tada-kuuunnn!!! Você por aqui, que surpreeeesa! – ela disse, sem se importar com os olhares estranhos que era jogados na sua direção. A irritação anterior fora completamente esquecida, graças a essa maravilhosa fonte desestressante chamada Hotori Tadase.

— F-foi o Fujisaki-kun que me convidou... – ele disse incerto, querendo de alguma forma fugir do excesso de amor de Utau, mas ela foi mais rápida e mais forte, e o colocou sentado bem ao seu lado no sofá de couro vermelho.

Amu logo encerrou a música que cantava, e se juntou a ela, no sofá, olhando discretamente para Tadase com um semblante um tanto quanto interessado.

— A Yaya vai cantaaar agooora! – Yaya pulou, agarrando o microfone que Amu estendia, e aumentando o volume. (http://letras.mus.br/lucky-star/1428020/ ) - Hikaru kumo tsukinuke, Fly Awaaaaaay ~ Karada-juu Ni Hirogaru Panoramaaaa! Kao Wo Kerareta Chikyuu Ga Okooooootte! Kazan Wo Bakuhatsu Saseruuu... Toketa Koori no Naka Ni. Kyouryuu Ga Itaraaaaa~– Nesse momento, vindo do nada, Kukai pareceu se empolgar, e levantou na direção da ruiva, dividindo com ela o microfone e começando a berrar – Tamanori Shikomitai Neeeeeeeeeee!!!!! Tananananan CHA-LAA HEAD CHAALAAAA!!! Nani Ga Okite mo Kibun Wa Heno-heno Kappaaaaa ~ CHA-LAAA HEAD CHALAAAAAA!!! MUNE GA PACHI PACHI SURU HODOO~ SAWAGU GEEENKIDAAMAAAA!!!! Sparking~

Utau levou a mão à testa, indignada com o comportamento social extravagante do irmão. Ele mal conheceu Yaya, e já estava berrando a altos brados a música com ela, enquanto rebolava de um jeito completamente... completamente.... Souma Kukai. A música encerrou, e Kukai e Yaya, ofegantes como se tivessem corrido a maratona, riram alto.

— A Yaya vai cantar outra! – ela anunciou no microfone, empolgadíssima, e logo a música começou – (http://letras.mus.br/suzumiya-haruhi-no-yuuutsu/857643/traducao.html ) – MI MI MIRAKURU MIKURURUN MI MI MIRAKURU MIKURURUN – ela começou a gritar no microfone, dando pequenos pulinhos no mesmo lugar – Sunao ni suki to ienai kimi moo, yuuki wo dashiteee Koi no majinai Mikuru Biimu – nesse instante, ela colocou os dedos indicador e médio abertos em V na frente do olho esquerdo, ao mesmo tempo em que dançava – kaketeageruwa. Mirai kaaara yatte kita oshama na Kyu-pi, Itsumo minna no yume wo hakobu no, Yoru wa hitori hoshitachi ni negai wo kakeru, .Asumo mo ano hito ni aemasu yooou ni. COME ON! LET'S DANCE! COME ON! LET'S DANCE! BABY! Namida wo fuiteeee hashiridashitara. COME ON! LET'S DANCE! COME ON! LET'S DANCE! BAAABY! Sora no kanata heeeee~ SUPESHAARU GENEREISSHOON. MI-MI-MIRAKURU MIKURURUN MI-MI-MIRAKURU MIKURURUN~

Yaya estava tão empolgada lá na frente que ninguém conseguia sequer esboçar alguma reação. Nagihiko segurava uma risada, e Amu filmava tudo com concentração, enquanto Kairi e Tadase, pensavam ao mesmo tempo, se teriam que passar por aquele tipo de humilhação pública também. Minutos depois, a música encerrou, e todos bateram palmas, na falta de uma expressão melhor. Ikuto até mesmo assobiou, parecendo animado demais para um adolescente em festa de criança.

— Vem você, Rima-tan! – Yaya gritou, depois de recuperar o fôlego – Escolhi uma muito boa! – ela rebocou a loira até o palco, obrigando-a a deixar de lado o copo de chá gelado, e a música iniciou. (http://letras.mus.br/toradora/1421124/).

Sem outra opção, e como já estava ali mesmo, Rima começou a cantar.

—Pure! Pureparaato! Tsuyoku Nanka Nai Kedo. Pure! Pure Pareedo! Itsuka Kimi Wo Tsukamaeru! “pu.re.purepa pu.re.purepa pu.re.purepa warete baribari~ pu.re.purepa pu.re.purepa pu.re.purepa - ela cantava, sem emoção alguma na voz. Era quase como se estivesse declamando uma poesia depressiva num bar de intelectuais - Yudan Shitara Sono Yubi Chiku Chiku Atakku Kakugo Shite, Chiisai Kedo Hasamu no Mijinko Mitaina Anata – Repentinamente, e ninguém sabia ao certo o motivo, ela pareceu se empolgar, e cantar cada vez mais alto e com mais emoção. Utau sentiu seu queixo cair, ao ver que a empolgação da garota, que costumava ser anormalmente cética, chegar àquele nível, que dispunha até mesmo de uma dancinha - Hoshii No Wa Purasuchikku Na Haato ( Purasu Purasu Dakedo Mainasu ) Demo Soreja Tsumaranai Soko Ni Kizuita Mono Gachi! PUREPARA~ koi wa amaku te nigai mono. Tanjun meikai-fukuzatsu-kaiki-na shiromono – ela cantava tão rápido que mal dava para ver seus lábios se mexerem, ou decifrar a letra da música - Dou demo ii koto-bakkari-kini-shitari-suru nooo. DONNA KANJI? SONNA KANJI! Onkou tokujitsu-ekisentorikku-na anata. Tsuyogaru-soburi-wo-zenshin-matotte tachiuchi.Sunao na-dakeda-to-shigeki-ga-tsuyoku -te KURAKURA. Kizutsui chau no(kizutsuke chau no) junjou pureparaato.....

No final da música, Rima finalmente percebeu o que havia feito. Mas era tarde demais, por já havia sido gravada em vídeo, e todos presenciaram a sua inexplicável perda de controle. Restou a ela voltar ao seu lugar, e retomar o Chá gelado de antes, como se nada tivesse acontecido. Yaya parecia extremamente realizada com seu feito, então num gesto instintivo, ela entregou o microfone à Kairi, que havia se mantido alheio até aquele momento. Ele era o tipo de pessoa que nunca recusa fazer nada para ninguém, e considerando a personalidade invasiva daquela garota, era óbvio que a vida do megane era obedecer às suas ordens. Como convinha, ele andou até a frente de todos, esperando pela música que ela tivesse escolhido dessa vez.

(http://letras.mus.br/pigstar/1293958/traducao.html )

Sono te hanasanaide, hanasanaide. Boku ga soba ni iru kara. Donna toki demo waratte, waratte. Hana wo sakasete yo – ele cantou polidamente, enquanto lia a letra na tela. Utau fitou Yaya, questionadora. Sabia muito bem de onde vinha aquela música, e parecia um tanto quanto errado fazer o garoto inocentemente cantar a abertura de um anime yaoi sem saber de nada, mas Yaya estava muito satisfeita, dançando em seu lugar, e como era aniversário dela, achou melhor deixa-la ter algum divertimento extra - Kimi no daisukina hana ga saita yo. Chiisana toge no aru hana ga kesa saita yo. Sono toge de jibun wo mamoreru tsumori kana. Tsuyogatte bakari no hana kimi mitai dane. Yasashisa wo shiru hodo setsunaku narunda. Kimi ga nagashitekita namida no nukumori to shite kara. Kimi ni aitakute, aitakute. Futari de ireba iru hodo samishikunaru nara, Samishiku nakunaru made te wo tsunagou. Sono te hanasanaide Hanasanaide. Boku ga sobani iru kara. Donna toki demo waratte waratte. Hana wo sakasete yo!..........

Kairi terminou a música, colocou o microfone sobre a mesa, e voltou para o seu lugar, sentindo-se com a sua obrigação social cumprida.

— Minha vez! – Kukai avançou no microfone, muito excitado em começar. A música iniciou (http://letras.mus.br/baka-to-test-to-shoukanjuu/1649678/), e Utau, mesmo que não admitisse para si mesma, redobrou a sua atenção, disfarçando isso enquanto pegava um salgadinho – Jugyou owari shifuku no jikan. Tatoeru no nara. "MAJI DE ENJERU!" Fui no kokuchi heiwa kowashita. Tsuishi no shirase. "JIGOKU DA!" Tomodachi to no waraibanashi ni. "iru wake nai yo sonna BAKA". Demo hontou wa mune no oku de wa. Sakendetanda "jibun ga! sou deshita!". Chuushajou de miru "tsukigime" no koto, Kaisha no namae da to omotteta.... ZUTTOOO... BAKA mo tooseba otoko datte. Bokura no joushiki hijoushiki? Ruuru wa muyou sa kono sekai, Yakiniku teishoku gekokujou. MIRO YOO! Nishi kara nobotta ohisama ga shizundeku. HASHIRE! Mou gohan da. OUCHI NI KAEROU! OUCHI NI KAEROU!

Utau teve vontade de rir. A música combinava com ele. Quando enfim terminou, Kukai soltou o microfone, acenando para todos e agradecendo como se fosse de fato um cantor famoso – ou que pelo menos cantasse bem. Perguntou quem ia dessa vez, e Utau, sem pensar duas vezes, empurrou Tadase para frente.

— U-utau-nee... – Tadase fez menção de voltar a sentar, mas Utau não permitiu.

— É sua vez, Tadase, anda logo! Escolhe uma boa pra ele, Yaya!

— Pode ‘xá! – ela cantarolou, com um sorriso perigoso no rosto. Tadase tremeu, mas andou até a frente, e Kukai tomou o lugar que ele antes ocupava, ao lado de Utau.

— E aí, eu fui bem? – ele perguntou displicentemente, cutucando ela com o cotovelo.

— Cantou como o Pato Donald gripado em uma manhã de inverno na Groelândia – ela respondeu, e Kukai mostrou a língua, sem conseguir negar a afirmação.

A música começou, e Tadase corou até a raiz dos cabelos, segurando o microfone com força desnecessária. (http://letras.mus.br/kagamine-len/1867815/traducao.html).

G-g-gozen yoii no karu de me wo s-samasu. "Kinou dave d-doko ni ita?" nante. Ii-nogare to ii wake wo kougo ni. T-tsukai wakete tanoshin deru… "Kimi dake day yo" nante ne. Geta sugi? Waraechau. Dareka to tsunagatte itai dake? Nigakute Hoto na SUPAISU. Kimi d-da-dake ni ima ageru yo. Muc-c-chu ni saseru boku no tesuto wo. K-karada juu de kanjiite?. – ele sentiu o rosto queimar alarmantemente – Onee-chan, essa música... essa música é muito... indecente... – ele disse num tom assustado. Utau fez sinal para que ele continuasse, e ele não viu outra saída. "C-c-choku- setsu atte kanashitai'nda". Mochi ka kuta boku no nerai a-atari. Aishi aeba dou-demo yoku naru yo? Kagi wo akete labirinsu e... "Aishiteru" da nate ne. Kake-kiki dayo koi no ge-emu wa. Ochita kou ga make d-desho?. Nigakute amai s-shiroppu. Boku dake ni name-sasete yo. Kasa-neta hada to kimi no Te-esuto de. Boku no koto wo mitasaite! Ai-suru koto wo shira-nai. Boku ni wa kore de choudo-ii. Ai-jou nante kizu-o-ou to shinai. Koi no Aou ga raka deshou? Nee, boku no supaisu. Kimi dake ni ima ageru yo. Muchu ni saseru boku no tesuto wo. Karada juu de kanjite....

Wooowww!!!!! Incrível, Tadase!!! – Utau gritou, enquanto todos aplaudiam entusiasmados.

— Você podia ter rebolado um pouco mais... – Rima reclamou.

O loiro, que mais parecia uma placa de pare ambulante, tamanho o seu rubor, sentia que sua alma podia sair voando a qualquer segundo, e sentou ao lado de Nagihiko no sofá, o lugar mais longe de Utau e de Yaya, enquanto imaginava de que forma ter cantado aquela música depravada iria interferir no seu futuro, mais tarde.

— Eu vou agora – Amu disse, depois de alguns segundos. Ela levantou, pegou o microfone, e a música começou ( http://letras.mus.br/mawaru-penguindrum/rock-over-japan/traducao.html ) - Welcome to rock'n roll niiiiight. Welcome to rock'n roll fiiiiiiiiiight. I'm just a rock'n roll maaan. We're just a rock'n roll baaand!~ Oretachi wa michi nari niii hashiri tsuzukete kitaaa. Hyoushiki darake no michi wo, tobashi tsuzukete ikuuu. Ikutsu mo no machi o nuukeeee utai tsuzukete kitaaa, funuke yarou domooo oooo aori tsuzukete ikuuu. NAGAI NAGAI fuyu gaaa toketemo kaze ga fukuuuu. IMA MOOO IMA MOOO hageshiku kaze ga fukuuuu!! New York no samui youru John ga taoreta toki mooo. Oretachi wa itsumademoooo, ano uta o kurikaeshitaaa. Shuukyouka mo seijika moooo kagakusha mo yogensha moooo.Mou dare mooooo ashita sae mo mienakunatteiru. KURAI KURAI yami no jidai ga tsuzuku kedooo. Hayaku hayaku omae ni aitakute. ROCK, ROCK, ROCK… ROCK OVER JAPAN. ROCK, ROCK, ROCK… ROCK OVER JAPAN! Miiiinna, miiiiinna nuritsubuseeeeeee!!

Enquanto Amu cantava, e fazia um solo na sua guitarra imaginária, Utau sentiu a movimentação de Kukai bem ao seu lado. Ele se espreguiçou e se esticou, ocupando ainda mais espaço, e quando ela menos esperava, ele se deitou no sofá, colocando a cabeça no colo dela, sem nem mesmo pedir permissão.

— O que pensa que está fazendo?!!? – Utau se indignou, fazendo menção a empurrá-lo na mesma hora. Kukau sorriu abertamente, abrindo aqueles irritantes olhos verdes bem na sua direção.

— Eu só fiquei cansado! – ele explicou, como se fizesse muito sentido ir deitando nas primeiras pernas que visse – E se o Ikuto pode, eu também posso – resmungou, fazendo um biquinho nada maduro. Os cabelos dele pinicavam sua pele de uma maneira engraçada.

— S-seu... é... é m-melhor não se acostumar! – ela deu um peteleco na testa do garoto, e então virou o rosto, como se fosse assistir Amu. Num ato impensado, tocou com a mão os cabelos rebeldes e castanho-avermelhados, afagando discretamente, e Kukai sorriu satisfeito.

— Eles se dão bem, não é Ikuto Nii-san? – Tadase, do outro lado da sala, comentou distraidamente, pegando algumas comidas da mesa.

— É... acho que sim.. – Ikuto respondeu, sem prestar muita atenção no loiro, com os olhos fixos nos seus dois irmãos, intrigado.

— Sua vez, Fujisaki!! – Amu pronunciou com dificuldade no microfone, quase sem ar, e o garoto se levantou, com um sorriso calmo nos lábios.

— A Yaya escolheu uma especial pra você, Nagi! – ela disse, rindo alto, enquanto mexia nos controles do aparelho. A música iniciou segundos depois, e ele se preparou. (http://letras.mus.br/kanon-wakeshima/1711716/traducao.html ).

Aaaaa! Mou onnanoko nante ii koto nai waaa... Demo oshare ya renai tanoshimu dake demo ii wake yo! Neeee ! Mou onnanoko nante ii koto nai waaa! Dakedo sonna no yappari ii wake yo… YAYA!! Que raios de música é essa?!

— Só continua, Nagi, tá indo bem! – ela piscou para ele, que parecia absolutamente indignado com a escolha da Yaya – Todo mundo vive dizendo que você parece uma garota, e te confundem com a Naddy, então a Yaya acha que combina – ela disse, como se isso explicasse tudo.

— Naddy? – Utau indagou mais para si mesma, curiosa.

— É Nadeshiko, irmã gêmea dele – Kukai, ainda no colo de Utau, elucidou, e ela assentiu, corando levemente ao notar de novo os olhos dele fixos nos dela.

— M-mas... m-mas... Aaah... Mou onnanoko nante yari takunai wa.- ele continuou, sem conseguir parar de cantar. Já que estava ali, era melhor terminar o que tinha começado, e Yaya pareceu muito feliz com a escolha dele – Demo iya na koto narubeku ganbaru dake demo ii wake yo. Nee! Mou onnanoko nante yari takunai wa. Dakedo sonna no yappari ii wake yo! Datte maho ga tokereba kabocha no basha sura maboroshi nandesho? Sore ni yama u no koya de shichinin no sewa wo saserarenu'n desho? SONNA NO TAERARENAI! ROMANSU JANAI! Tsukareru mae oki tobashite hoshii wa ! Aah, yume wo mita tte, Genjitsu wa toi. Sore nari no koi ga shitai ! Kuzen zetsu go no showtime. Heroine wa girls only! Kikazatta tte. Egao ga nakucha, Motto zeitaku ga shinai ! Datte atashi wa onnanoko damon!...............

Quando a música acabou, Nagihiko soltou o microfone derrotado.

— Sugoii! Nagi canta muito bem, a Yaya amou! – ela bateu palmas.

— Você vai pagar por isso, baixinha... – ele sussurrou, olhando sinistramente para ela por baixo da franja.

— Nee... Amu-chii... o Nagi tá assustador... k-kowaii.. – Yaya gaguejou, escondendo-se atrás da rosada.

— Agora é a vez do Ikuto! – Ikuto agarrou o microfone – Vocês vão ver um show de verdade agora! – ele escolheu a música e subiu em cima da mesa de centro, sem nenhuma consideração. (http://www.youtube.com/watch?v=Js0Zwa1tD5w&feature=plcp) - I'm too sexy for my love, too sexy for my love, Love's going to leave – ele começou a cantar com a voz rouca, e remexer os quadris de uma forma que nem mesmo Utau já havia visto antes. Todos piscaram atônitos, vendo a sua performance. – I'm too sexy for my shirt, too sexy for my shirt, So sexy it hurts. (quick "and") i'm too sexy for Milan, Too sexy for Milan, New York and JAPAN – Yaya foi a primeira a se animar com a música, e fez o coro de fundo. Kukai também, levantando do colo de Utau, se animou e incentivou ainda mais Ikuto, que se animou dançando sobre a mesa - I'm too sexy for your party, too sexy for your party, No way i'm disco dancing! I'm too sexy for my cat – ele imitou um gato – Too sexy for my cat. Poor pussy, poor pussy cat! I'm too sexy for my love, too sexy for my love. Love's going to leave me! – A empolgação de Ikuto aumentou a níveis estratosféricos, e ele começou a desabotoar a camisa, ainda rebolando sobre a mesa.

— Nãaaao!!! Já chega! – Utau gritou, impedindo ele de continuar até o final. Podia ser coisa da sua cabeça, mas ela jurou que tinha ouvido alguns muxoxos de decepção ao fundo.

— Por queee? – ele choramingou.

— Você não quer ser preso por atentado ao pudor de novo, quer, Ikuto? – ela ameaçou, sibilando.

— Ah, sua estraga-prazeres! – ele resmungou, descendo da mesa. Entregou o microfone para ela – Canta você então!

— Eu? – ela piscou, incrédula.

— Sim! Você foi a única que não cantou até agora! – Amu incentivou.

— Vai lá, Utau! – Rima também disse, um pouco animadinha agora.

— Ok... mas eu escolho a música! – ela disse, determinada, tirando o controle das mãos de Yaya, depois de ver os exemplos dos amigos – Hmm... pode ser essa... – ela murmurou, e a música iniciou (http://letras.mus.br/angel-beats/1705639/traducao.html) - Kao o awashitara kenka shite bakari, sore mo ii omoide data, kimi ga oshiete kureta nda mou kowakunai, donna fujiyuu demo shiawase wa tsukameru dakara... Hitori demo yuku yo tatoe tsurakute mo. Kimi to mita yume wa kanarazu motteku yo. Kimi to ga yokatta hoka no dare demo nai. Demo mezameta asa kimi wa inai nda ne.

Utau... – Kukai balbuciou, olhando fixamente para ela. Não conseguia pensar em nada, e nem desviar o olhar. Ela parecia... tão brilhante, enquanto cantava...

— Zutto asondereru sonna ki ga shiteta. Ki ga shiteita dake wakatteru. Umaretekita koto mou koukai wa shinai. Matsuri no ato mitai samishii kedo sorosoro ikou. Doko made mo yuku yo koko de shitta koto. Shiawase to iu yume o kanaete miseru yo. Minna to hanarete mo donna ni tooku natte mo. Atarashii asa ni kono boku wa ikiru yo....

Ikuto não pode deixar de notar o olhar parado, quase embasbacado, de Kukai para sua irmã. E novamente, uma sensação incomoda, acompanhada de uma constatação nem um pouco animadora, se fez presente na sua cabeça. Ele teria que tirar isso a limpo, o quanto antes.

— Hitori de mo yuku yo shinitaku natte mo. Koe ga kikoeru yo shinde wa ikenai to. Tatoe tsurakute mo samishisa ni naite mo. Kokoro no oku ni wa nukumori o kanjiru yo. Megutte nagarete toki wa utsuroi da. Mou nani ga atta ka omoidasenai kedo. Me o tojitemireba dareka no waraigoe. Nazeka sore ga ima ichiban no takaramono...

A música parou, e Utau abriu os olhos. Estava tão absorta na canção que nem mesmo reparou onde estava, e agora, sentindo os olhares de todos atentos na sua direção, acabou constrangida.

— Woooow!!! Utau-chii!!! Você cantou muuuuuuuuito bem! – Yaya berrou, empolgando-se na direção da loira.

— Você humilhou todo mundo aqui, não dá nem pra gente cantar qualquer coisa agora, vai parecer idiota! – Amu completou.

— Fez jus ao seu nome – Kairi comentou, ponderadamente.

— Foi muito bom mesmo... – Nagi disse, maravilhado.

— Estava... linda... – Kukai disse apenas, e Utau corou ainda mais, perdendo a linha de raciocínio.

— Agora que minha irmãzinha fez a introdução, eu vou continuar o meu show! – Ikuto apoiou o braço nos ombros da loira, interrompendo a troca de olhares entre ela e Kukai. Outra música agitada se iniciou, e depois dessa muitas outras, noite adentro, até o horário do karaokê expirar. Com toda a certeza, foi uma festa animada para uma garotinha de 12 anos. E estava só no início.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!