Sequei meus olhos, mas as lágrimas não pararam.

- Eu vou te ver logo – Justin me assegurou acariciando minha bochecha.

Seus olhos eram tristes e preocupados.

- Você está triste – eu sussurrei.

Ele sorriu tristonho.

- É o seu sonho e eu não vou impedi-la! Você me apoiou em todos os momentos da minha vida, cuidou de mim e não desistiu de mim. E agora é a minha hora de retribuir – disse olhando em meus olhos.

Então ele se aproximou e me beijou delicadamente.

- Eu te amo, Tori – falou sem se afastar muito.

- Eu também te amo, Biebs – falei e ele me beijou de novo.

E então chamaram meu vôo.

Eu olhei para ele uma última vez. Ele sorriu.

Comecei a me afastar. Estava quase no portão de embarque quando me virei pra trás.

Justin ainda estava lá, parado e sorrindo pra mim. Então ele traçou um coração no ar e mexeu os lábios formando “I love you”.

Eu sorri em meio as lágrimas e sussurrei para o ar um “Eu te amo”.

E então guardei seu lindo sorriso na memória. Era meu sonho. Eu precisava segui-lo.

xxx

A viagem não foi muito longa. Não deu nem tempo de dormir, como eu gostava de fazer.

Assim que sai do aeroporto fui para um táxi que me levaria ao meu prédio. Justin havia comprado um apartamento pra mim, mesmo eu tendo insistido que não precisava.

O prédio era bem perto do centro e perto da escola também. E também era enorme cheio de grandes janelas de vidro.

Sai do carro e peguei minhas duas malas.

O porteiro me cumprimentou quando eu passei e me entregou minha chave. Fui para o elevador com minhas malas e apertei o botão do meu andar.

Sai do elevador para uma espécie de pequena salinha. De um lado, havia uma porta com um número e do outro, outra porta que era o meu apartamento.

Era enorme! A porta se abria para a cozinha que era ligada a sala de jantar com uma pequena mesa redonda de quatro lugares. O chão era de madeira escura e as paredes brancas.Da sala de jantar dava pra ver a sala de TV. De um lado da sala havia um banheiro e um quarto e do outro lado, o quarto principal que era ligado a outro banheiro – maior – e à sacada que tinha alguns sofás e uma vista incrível de Nova York.

Tudo bem, dessa vez Justin exagerou mesmo.

Comecei a arrumar minhas roupas no enorme closet que havia em meu quarto.

Logo meu celular tocou.

- Alô? – atendi sem ver quem era.

- Oi meu amor! ­– Justin disse com a voz animada do outro lado.

- Oi – não pude evitar meu sorriso bobo.

- Já chegou? – perguntou.

- Sim! O apartamento é maravilhoso! Mas é grande demais pra uma pessoa só. Você exagerou!

- E quem disse que esse apartamento é só seu? Assim que eu puder estou indo morar com você!

- Justin, você nunca para em um lugar só – eu disse erguendo as duas sobrancelhas. Não, eu ainda não conseguia levantar uma só.

­- Não importa. Assim que eu terminar as coisas do novo CD...

- E a sua turnê, e os programas, e as entrevistas... – interrompi.

- Okay, okay! Depois que eu terminar tudo eu vou ai morar com você. Mas antes mesmo de voltar ora turnê, eu vou ai te ver. Pode me aguardar – ele disse e riu.

Eu sorri.

- Tudo bem.

- Agora eu tenho que desligar. Te amo, princesa – senti o sorriso em sua voz.

- Também te amo – murmurei sentindo um nó na garganta.

E desliguei.

Continuei arrumando as minhas coisas e depois fui até a cozinha. Abri a geladeira e vi que estava lotada. Justin cuidou de tudo mesmo.

Depois de tudo pronto fui dormir.

Acordei no outro dia com uma claridade invadindo o quarto. Tinha esquecido de fechar a janela.

Olhei para fora e vi o constante movimento de Nova York. Muitos carros passando na avenida e pessoas andando por todos os lados. Não era possível ver o Sol através das nuvens pesadas que cobriam o céu. Era início de Janeiro e eu esperava que não nevasse.

Me vesti para meu primeiro dia (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=38204245&.locale=pt-br), tomei meu café da manhã e fui para a rua pegar um taxi.

- Taxi! – gritei e um taxi parou no meio fio bem na minha frente. Prático – Escola de Julliard, por favor.

O taxista ligou o taxímetro do taxi (okay, parei) e começou a dirigir. Eu teria que arrumar um carro logo. O taxista ligou o rádio e a música começou a tocar. Era Mistletoe.

Chegamos rapidamente na frente da escola. Sai do carro e paguei o motorista. E então subi as grandes escadas para entrar na escola dos meus sonhos desde... Sempre!

[Flash Back on – 8 anos atrás]

- Olha lá Justin! – a garotinha apontou para a TV onde mostravam uma escola grande cheia de músicos.

- Você sabe que lugar é esse, Tori? – uma mulher de cabelos claros e olhos verdes perguntou.

Ela se sentou ao lado da menina que era muito parecida com ela. A não ser pelos cabelos cor de chocolate.

- Julliard. É uma das maiores escolas de música do mundo! – a mulher falou.

Os olhos da pequena Tori brilharam.

- Eu vou estudar lá um dia! – ela disse determinada.

A mãe sorriu com o sonho da filha, sabendo que seria quase impossível elas conseguirem pagar a escola. Mas mesmo assim ela não queria estragar os sonhos de sua pequena filhinha.

- Claro que vai, meu bem! – ela beijou a cabeça de Tori.

[Flash Back off]

- Oi! Tudo bem? – uma garota morena de olhos castanhos sorriu para mim. Ela era mais alta que eu e tinha um corpo muito bonito.

- Oi, tudo e você? – perguntei com educação.

Ela sorriu pra mim.

- Também. Você é Victoria, não é? A garota nova? – ela me analisou.

- É... Acho que sou – eu murmurei e ela riu.

- Meu nome é Amber, eu faço parte do grupo de boas-vindas, então... Bem vinda a Julliard! – ela abriu os braços – Vem, eu vou te mostrar a escola.

Ela me mostrou o anfiteatro, todas as salas de aulas, as salas dos instrumentos, o refeitório, a sala de estudo e até a Biblioteca. Enfim, ela me mostrou toda a escola, do começo ao fim. Depois me indicou as minhas aulas. Eu tinha aulas de piano, teoria e prática, aulas de percussão, de como montar uma sinfonia... Várias coisas. Era incrível.

Amber estava sempre me acompanhando e me contando várias coisas da escola. Ela me apresentou para seus amigos e ficou comigo até o fim da aula.

Durante quase dois meses a escola foi sempre a mesma: Amber, aulas, mais aulas, muita música, estudar, Amber de novo... Ela praticamente era minha melhor amiga, agora.

Até que na manhã do dia 24 de Fevereiro eu acordei enjoada. Corri para o banheiro e vomitei tudo que tinha no estômago. Escovei os dentes e me olhei no espelho. Eu estava suada e minha cara não estava boa. Eu parecia meio... verde.