- Você tem certeza? – perguntou Scorpius. Marcelo assentiu com a cabeça. – Mas você é o marido dela.

- Entra de uma vez. – mandou Marcelo. Scorpius suspirou e entrou no quarto.

            O quarto era verde claro e possuía alguns detalhes em prata. Scorpius nunca conseguiu entender por que ela gostava tanto daquela combinação. Respirou fundo e sentiu o cheiro de rosas invadirem seu pulmão. Saudades.

- Loiro? – chamou ela. Respirou fundo tentando conter as lágrimas. Como sentiu falta de ser chamado assim. Cinco anos.

- Sou eu morena. – respondeu ele se aproximando da morena que estava deitada na cama. – Por que insiste em deixar esta cor? – perguntou ele se referindo ao quarto.

- Me lembra da sonserina. – disse ela.

- Rose... – murmurou ele.

- Preciso de contar uma coisa. Duas coisas na verdade. – corrigiu ela.

- Diga querida. – pediu ele acariciando sua mão.

- Primeiro: eu sempre te amei. – disse ela. O coração dele saltou enquanto o dela se acalmava. – Segundo: Mary é sua filha.

- O quê?

- Me desculpe. – pediu ela mais fraca. Ela estava partindo, ele sentia.

- Pare! – suplicou ele. – Eu sempre te amei Rose. E sempre te amarei. – disse Scorpius puxando o rosto de Rose para um beijo. O tempo era curto e, para piorar, corria contra eles.

- Cuide dela. – pediu Rose. A respiração mais intercalada.

- Não. Nós cuidaremos dela. – disse Scorpius. – Rose... – suplicou ele vendo ela arrancar um colar do pescoço e entrar para ele. Era um coração de ouro. Abriu-o e viu uma foto dele numa ponta e uma dela no outro lado.

- Me perdoe. Marcelo não teve culpa de nada. Ele se casou comigo apenas para dar uma paternidade a Mary. – revelou ela buscando mais ar.

- Você precisa descansar.

- Eu preciso de um último beijo.

            Scorpius se aproximou dela, os lábios se encontraram, as bocas se abriram desesperadas.

- Eu te amo. – disse ela. – Não se esqueça disso.

- Eu também te amo. – disse ele aprofundando o beijo.

            A mão na nuca dele caiu para o lado. A boca de Rose parou de se mexer. Os olhos dela estavam fechados e na sua boca, um sorriso.

            A dor no peito de Scorpius aumentou. As lágrimas não podiam ser contidas. Perdeu a mulher da sua vida, seu primeiro e único amor, mãe da sua filha. Pegou um pergaminho, não podia viver com aquilo. “Marcelo, cuide de Mary. Obrigado por tudo, mas não posso agüentar isso”. Depositou o bilhete no criado mudo e o colar com uma foto de ambos em cima. Deu um último beijo em Rose, segurou a mão dela e apontou a varinha para si.

- Avada Kedavra.