Morphine escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 16
Chapter Fifteen - Threat


Notas iniciais do capítulo

Hoppe: Oii *-* Como vcs estão? Poxa, espero não ter demorado tanto quanto antes, to me esforçando pra não deixar vcs na mão ((: hahahah bom, então... queria agradecer á todas pelos reviews que recebemos *-* apesar de pouquinhos, eu e a Mih ficamos felizes e eles nos incentivaram pra esse cap, principalmente a recomendação perfeita da Sarah Magalhães *-* Sarah lindona, obrigada obrigada, amamos, foi perfeita, de verdade ♥ esse cap é seu e eu espero muitíssimo que esteja aos pés daquela sua recomend. (: boa leituraaa!

bjos ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/168061/chapter/16

Nossos passos são lentos e silenciosos pelo corredores escuros. Eu tremia só de encarar a escuridão á frente do qual os archotes não iluminavam, mas ao ter consciência da presença dele ao meu lado, o medo se foi.
 
Desde quando eu me tornara mais corajosa ao lado de Abraxas Malfoy? Desde quando sua presença deixara de ser intimidadora?
 
- Com medo? - perguntou ele vindo logo atrás, com um pouco mais de lentidão que o normal, e de alguma forma, parecia ser proposital.
 
Fitei-o por alguns instantes, antes de voltar meus olhos á interminável e incessante escuridão do longo corredor á nossa frente, o negro que dominava cada passo que dávamos, e nem a centelha de luz que provinha de nossas varinhas o vencia. E aquela escuridão me fez lembrar do quando vazio negro que havia em minha cabeça, mas afinal como conseguir me esquecer?
 
- Já sentiu como se houvesse esquecido de alguma coisa essencial em sua vida? - perguntei quando não consigo mais sufocar todas aquelas perguntas de dentro de mim, quando não me vi mais com forças o bastante para guardar aquilo somente para mim.
 
- Não... - respondeu, e aquela preocupação crescente estava em seus olhos frios novamente, parecia haver uma fumaça ali se movendo, se abanando, ou alguma outra coisa inquieta, como se estivesse preso. Semi-cerrei os olhos, a vontade de chegar mais perto para saber o que havia em seus olhos quebrando a barreira invisível que se criara entre nós desde nossa primeira palavra trocada no começo de tudo aquilo - Talvez... - ele suspirou, imóvel - talvez eu saiba, Violet... Talvez eu saiba de tudo. E talvez, eu te conheça mais do que você imagina.
 
Assim como ele, me mantive imóvel, absorvendo cada palavra sua e analisando cada uma delas, tentando fazê-las soar coerente para mim.
 
Do que ele estava falando?
 
Ele se afastou rapidamente e pareceu que se arrependera de ter dito aquilo, como se houvesse sido um erro terrível ter me dito aquelas palavras.
 
- Vamos... - ele virou-se em direção á escuridão que nos aguardava pacientemente - Já passou do toque de recolher.
 
E aquela foi a última palavra que trocamos, o restante do caminho foi silencioso e ele se esforçou em andar mais rápido, mantendo mais distancia de mim.
 
***
 
- Ainda posso ser seu Tom, Violet... - ouvi a voz de Riddle sussurrar aquelas palavras. Olhei ao redor, á sua procura, mas não havia nada além de um vazio lúgubre.
 
- Acha que eu mudei tanto assim, Violet? - sua voz soava livre, voando por sobre minha cabeça, por trás de mim, e por vezes, bem próxima ao meu ouvido. Me virei, atordoada, e não havia sinal algum de sua presença.
 
- Eu não a entendo... - sussurrou mais perto - O que você está fazendo comigo?
 
 
Levantei em um pulo, a dor em meus pulmões tornou evidente de que eu prendera a respiração por um bom tempo. Soltei-a lentamente e olhei ao redor, sentindo um formigamento em minhas pálpebras. Eu estava no meu quarto, sozinha, sem nenhum ruído próximo.
Fora apenas um sonho, Violet.
 
Ofegante, voltei a afundar minha cabeça no travesseiro e encarei o teto do dossel que envolvia a cama. O que era aquela voz de Riddle dizendo aquelas coisas? Por que ele estava me dizendo aquilo? O que estava havendo?
 
Fechei os olhos rapidamente ao sentir a fisgada em minha cabeça, avisando a aproximação da dor. Forcei-me á voltar a dormir antes que ela chegasse.
 
***
 
Eu continuava a encarar minha mesa há exatamente 5 minutos desde que a aula de Poções se iniciara. O professor Slughorn se atrasara novamente, a sala estava barulhenta e inquieta, todos comentavam seus lances sobre o jogo de Quadribol naquele fim de semana, do qual eu não me esforcei nem um pouco para saber quais casas jogariam.

A porta se abriu em um rompante e todos se calaram; suspirei em alívio ao constatar que o professor, finalmente, chegara. Mas quando os murmúrios e conversas recomeçaram até atingirem ao nível de barulho anterior, olhei para trás confusa e me deparei com Malfoy andando lentamente pelo estreito e curto corredor da sala, em direção á minha mesa, a única da qual havia um lugar vago.

Virei o rosto, abrindo rapidamente o livro de Poções quando ele se aproximou.

- Posso... me sentar aqui? - perguntou, a voz sem qualquer emoção. Fitei-o novamente, seus olhos estavam frios, vazios, os ombros rígidos assim como sua mandíbula, da qual ele apertava com o máximo de força possível. Seus dedos agarravam com força o livro "Poções através dos séculos" com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos.

- Está tudo bem, Malfoy? - perguntei, sem conter a evidente preocupação em minha voz.

Ele tomou aquilo como uma permissão para que se sentasse, e ignorando totalmente o que eu dissera, jogou seu livro sobre a bancada e respirou fundo, encarando o caldeirão vazio á sua frente.

- O que há de errado? - indaguei novamente, em um sussurro, involuntariamente me aproximando de seu rosto. Ele estremeceu, e virou seu rosto para outro lado, fechando seus olhos de uma forma dolorosa.

A porta se abriu novamente e a voz radiante do Prof. Slughorn rasgou o silêncio que todos fizeram no mesmo instante:

- Bom dia, alunos! - ele andou até sua mesa, o sorriso de orelha a orelha nunca abandonando seu rosto - Me perdoem o atraso. Vamos continuar a aula anterior... Hm, srta. Brown? Em que parte havíamos parado?

A grifinória lhe respondeu, mas não pude ouvi-la, pois no mesmo instante, Malfoy sussurrou roucamente:

- Eu acho que... Não devemos mais nos falar.

De alguma forma, aquelas palavras causaram algo maior do que eu havia sequer cogitado em minha vida, não era algo que eu esperava, principalmente esse efeito causado por alguém como ele. Mas aquilo contorceu meu peito em uma estranha sensação da qual me faltou ar, meu coração começou a se acelerar até que eu pudesse senti-lo pulsar meu corpo todo.

Virei meu rosto para outro lado, ignorando sua menção de falar mais alguma coisa, eu não queria mais ouvi-lo.

***

A sineta tocou e eu já estava na porta, saindo apressada sendo imitada logo em seguida pelos outros alunos, eles se apressavam em direção ao Salão Principal para o almoço que provavelmente já estava sendo servido. Contudo, segui para a direção oposta, meu coração ainda estava acelerado, e eu sentia falta de ar, e ao relembrar das palavras de Malfoy, meus olhos começavam a se encherem de lágrimas vergonhosamente.

Como eu ousava estar em tal situação apenas por que Malfoy me dissera tais palavras? Malfoy... Abraxas Malfoy.... Ele nunca significara absolutamente nada para mim, e se algo na noite passada pareceu claramente deixar sinais de suas intenções, eu estava enganada.

As lágrimas caiam, e eu sem entender aquilo, as secava inutilmente com as costas das mãos. O que esta havendo, Violet?

- Violet... - um sussurro soou há centímetros de distância, a voz era reconhecível, mas quando continuei a caminhar ignorando-o, ele não ousou me parar - Me perdoe.... Por favor.

Cravei meus passos no mármore frio, por um instante, prendi a respiração surpresa ao ouvir tais palavras saírem dele.

Por favor, uma súplica, uma dúvida, uma permissão, uma licença. Ele estava proferindo aquilo.

Virei meu rosto lentamente para o seu, não queria que ele visse que eu estava chorando vergonhosamente por sua causa, mas ao mesmo tempo, eu queria ver se havia sinceridade no que ele dissera.

- Violet... - soou como uma pergunta, ele deu um passo em minha direção hesitante. As lágrimas voltaram a escorrer sem meu consentimento.

- Como você ousa, Malfoy? - sussurrei encarando, sem medo, a profundidade e escuridão em seus olhos. Continuavam vazios - Você não pode simplesmente ser a única pessoa que se importa comigo, que se importa com a minha maldita existência - ele pareceu querer negar aquilo, mas manteve-se em silêncio - você não pode me jogar insinuações, não pode fazer tudo o que fez por mim até agora e simplesmente, acabar com tudo isso como se acaba um jogo dizendo que não devemos mais nos falar! Não pode fazer tudo isso como se eu não tivesse sentimentos, como se eu não sentisse absolutamente nada por você.... e droga.... Você é um idiota...

Ele piscou seus olhos vazios em minha direção; as lágrimas continuavam a me humilhar, a zoar de mim, e ele continuou em silêncio, fitando-me daquele modo, sem expressão alguma.

Virei-me, irritada comigo mesma por ter dito tudo aquilo, por ter me humilhado mais ainda. Senti sua mão fria fechar-se em torno do meu pulso, e fazendo-me virar em sua direção novamente.

- Eu sei...- sussurrou, encurvando-se em minha direção - Eu fui um idiota e egoísta... - ele semi-cerrou seus olhos, como se doesse nele - Ficar perto de você, me traz consequências...

- Que tipo... de consequências? - sussurrei de volta. E por um breve instante, me lembrei da noite anterior, sua desculpa de que fora acertado por um balaço, e seus ferimentos revelando que ele mentira. Não fora um simples balaço errante.

Ele assentiu ao ver minha compreensão, e me senti mal por não ter ligado os pontos.

- Me desculpe... - murmurei - Eu não sa...

Eu nunca pude terminar minhas palavras, pois seus lábios já estavam sobre os meus. Suas mãos deslizaram até meu rosto, prendendo-me firmemente no meu lugar, enquanto sua boca permanecia colada á minha.

Desta vez, estou em seus braços e estou tremendo por toda parte e ele é tão gentil,  tão cuidadoso, tocando-me como se eu fosse porcelana, que em algum lugar das minhas memorias escuras e vazias, relembro-me de um tão parecido toque, mas não são os mesmos lábios, não é a mesma sensação. Tão rápido como a lembrança veio, ela se dissipou como pó.

Eu sinto que de repente, ele está me beijando com mais intensidade, com uma necessidade quase urgente e fervorosa que jamais conheci. Ele interrompeu para respirar novamente, somente para colar seus lábios novamente aos meus, mas de modo controlado, como se de alguma forma, ele houvera se lembrado das consequências.

Então, eu me afastei no mesmo instante em que uma fisgada em minha cabeça fora sentida. Olhei para o final do corredor, e Abraxas seguiu meu olhar, e recuou um passo.

Era Riddle.

Eu não o via há exatamente 2 semanas, e há 2 semanas eu não sentia a dor dilacerante que vivia em meu cérebro. Mas ela voltava naquele momento, lenta e cautelosamente. E só pude chegar a conclusão de que, de algum modo, Riddle era a causa para aquela dor.

Recuei um passo, junto de Abraxas.

- Malfoy... - sua voz soou como prata no inverno, tão fria quanto neve. Ele balançou a cabeça, como um cumprimento, embora sua posição demonstrasse claramente que a situação não era tão inofensiva assim.

Tudo começava a se embaralhar em minha mente, eu tentava entender o que havia tão de errado para Riddle. Eu nunca trocara sequer mais que duas palavras com ele, tirando breves momentos em que ele parecia agir de outra forma.

Abraxas permaneceu em silêncio, ele parecia tenso.

- Violet... - sussurrou - Vá.

Não me movi, continuei a encarar Riddle á medida que a dor aumentava, encarei seus olhos negros e um flash se acendeu em minha mente trazendo á tona imagens confusas. Fechei os olhos, pressionando minhas mãos na cabeça.

Riddle girava sua varinha entre seus dedos e logo parou o movimento, apontando lentamente em direção á Abraxas. Ofeguei, ao ouvi-lo proferir a Maldição:

- Crucius.

Antes mesmo que ele terminasse, já pude ouvir os gritos de Abraxas, ao meu lado. Ele caiu de joelhos no chão duro e frio, se encurvando. Naquele momento, ele parecia tão inofensivo, tão humano... Naquele momento, ele não era mais o Malfoy.

Ignorei os protestos que minha cabeça fazia, e a dor dilacerante que eu não poderia mais controlar e corri em sua direção, caindo á sua frente, fechando os olhos, esperando por mais dor.

Mas ela não veio.

Abri os olhos lentamente, consciente da fraca respiração de Abraxas bater contra o meu pescoço, e olhei para frente, encontrando os olhos de Riddle, a varinha ainda apontada em minha direção, mas sem continuar com a Maldição.

Mais uma pontada aguda da qual me fez fechar os olhos novamente, segurei minha cabeça entre as mãos e reprimi o grito preso em minha garganta quando um flash branco iluminou diante dos meus olhos, trazendo-me mais imagens, que dessa vez duraram mais que as anteriores. E pego uma delas, da qual a imagem de Riddle me aponta sua varinha - tão parecida com a posição em que estávamos agora que me esqueço de que é apenas uma memória -, mas não consigo escutar qual feitiço ele me atira, seus lábios se movem mas não ouço sua voz de prata. E então, tudo se escureceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hoppe: Heeeey *-* espero que tenham gostado! To com medo d ter perdido o jeito d escrever D: por isso, sejam sinceras ok?

E ahh, leitoras fantasmas, comentem poxa :/ não dói nada e incentiva a gnt pra caramba. Nem que for apenas um "Odiei, bitches" ou um Oizinho, pro cap vir mais rápido e quem sabe, melhor, vai ajudar muito as autoras aq (: então... Comentem, recomendem! Vamos amar (;

Até o proximooo, beijos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Morphine" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.