Morphine escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 13
Chapter Twelve - Obliviate


Notas iniciais do capítulo

Milena: Não, isso não é uma miragem ou uma pegadinha, é sim um novo capitulo em Morphine! Acho que nunca postei tão rapido assim nessa fic, e acho que que a Hoppe também não, foram 4 dias pessoal! Haha, eu agradeço a todas vocês que comentaram e me animaram pra escrever rapidamente ( a Hoppe ta desaparecida por ai, se alguem a vir, por favor, entrem em contato comigo).
Mas anyway, aqui está mais um capitulo dramatico como sempre, espero que gostem e não me matem!



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– Você não tem que fazer isso, Tom – falei, com impotência – Não é pecado sentir, se importar. Não é pecado amar.

– Eu não posso ser fraco, Violet – ele murmurou, me olhando intensamente. O brilho vermelho parecia ainda mais assustar – Me desculpe, mas eu não posso sentir.

Pisquei, tentando afastar as lágrimas que insistiam em cair de meus olhos, eu não poderia chorar, não agora.

– Tom... – murmurei, hesitante, não sabia o que fazer.

– Você entende o que eu quero dizer, Violet? – ele não deixou que eu completasse – Entende isso?

– Eu não...

– Eu não posso ser fraco, Violet – ele falou novamente, se aproximando de mim, os olhos castanhos esverdeados estavam negros, a não ser pelo assustador brilho vermelho que eu podia distinguir dentre a imensidão obscura – E você é minha fraqueza.

– Você está me assustando, Tom – eu falei, sentindo minha voz falhar e me afastei alguns passos.

– Eu sei – ele respondeu, sua voz sombria e assustadora fez com que eu me arrepiasse e meus olhos se enchessem novamente.

– O que você vai fazer? – eu perguntei, me sentindo como uma criancinha assustada, coisa que eu realmente estava.

– Sabe o porquê eu a chamei aqui? – ele ignorou minha pergunta – Eu a chamei para eliminar a única coisa que me fazia fraco, você.

– Tom...

– Eu queria te matar, Violet – ele me interrompeu, se aproximando ainda mais – Eu deveria te matar.

– Você não pode fazer isso – eu murmurei, sentindo minha garganta se apertar.

Ele me mataria? Meu melhor amigo me mataria? O meu Tom? Balancei a cabeça, ele não era o meu Tom, ele mudou. Eu tinha que colocar isso em minha cabeça, ele queria me matar, eu não poderia sentir nada por alguém que quer me matar. Então por que eu sentia? Por que a cada palavra que ele proferia, eu sentia como se estivesse sendo partida ao meio, perdendo alguém que, na verdade, eu nunca tive.

– Eu posso, Violet – ele respondeu – Não seria a primeira vez que eu mataria, qual seria a diferença? Eu sou mau, Violet. Eu mato, eu torturo, não sinto pena ou remorso, esse sou eu.

– A diferença é que estamos falando da minha morte! – eu exclamei, tentando controlar a súbita fúria que suas palavras fizeram em mim. Aquele era o verdadeiro Tom Riddle, eu já suspeitava, por que a raiva?

– E qual seria a diferença? – ele repetiu a pergunta, sua expressão ilegível. O encarei, tentando ver algo em seus olhos, algo que desmentiria sua pergunta e sua falta de interesse. Ele poderia realmente não se importar?

– Tom – venci meu medo, me aproximando dele e tentei tocar em seu braço, mas ele se afastou – Você não precisa fazer isso, você não quer fazer.

– Como você pode estar tão certa sobre isso? Você não me conhece, Violet – ele respondeu – Não mais.

– Eu sei – falei, derrotada – Você mudou, eu sei disso, sei que não é mais o meu Tom, sei que você é mau, sei que mata e tortura, não sente pena ou remorso – suspirei, minha voz diminua alguns tons e falhava algumas vezes – Você já disse isso, eu já vi isso. Mas também sei que, em algum lugar dentro dessa pessoa que me assusta e quer me matar, bem lá no fundo, resta alguma coisa do antigo Tom, do meu melhor amigo, e sei que ele não me mataria – hesitei um pouco, respirando fundo – Mas sei que eu também posso estar errada, talvez eu só seja uma garota estupida e apaixonada que quer acreditar que o garoto que ela ama ainda existe, que ele não morreu e se isso for verdade, se eu realmente estiver errada, você pode me matar. Pegue sua varinha e me mate, sem pena ou remorso, me mate, Tom Riddle, que diferença faria? A única pessoa que se importava comigo já está morta, o que eu ainda faço aqui? Se eu realmente o perdi, qual é a vantagem em viver? Então me mate, Tom, agora.

O encarei por mais alguns segundos e me afastei alguns passos, fechando os olhos e esperando, esperando o que ele faria. Eu não lutaria, eu não tinha mais ninguém, minha mãe ficaria feliz por não ter mais a aberração em sua família, meus irmãos aliviados e contentes por não terem que sentir mais medo de alguém de seu próprio sangue, meu pai provavelmente mal saberia o fim que a menina que saira do ventre da mulher com quem se divertira em um verão qualquer, morrera.

Abri os olhos quando não senti nada ou ouvi coisa alguma. Tom me observava, sua varinha apontada para mim e seus olhos com um brilho diferente, além do vermelho. Senti uma lágrima cair em minha face ao mesmo tempo em que ele respirava fundo e murmurava:

Obliviate.

–*-

Pisquei algumas vezes, tentando enxergar onde eu estava, era o meu quarto? Levantei, coçando os olhos e observando o lugar familiar, por que eu não me lembrava de chegar até aqui? O que havia acontecido ontem?

Olhei vagamente o relógio ao lado da cama, eu estava atrasada, já havia perdido o café da manhã. Me arrumei rapidamente, ainda estranhando algumas coisas, sentia que eu estava esquecendo algo importante.

Desci até o Salão Comunal vazio e me apressei, eu realmente não queria chegar atrasada na aula de Poções, Slughorn não era o meu professor favorito e eu tinha certeza que ele não me achava sua mais brilhante aluna, esse era Tom Riddle. Me arrepiei assim que pensei no nome do estranho garoto, ele me intrigava.

Adentrei a sala, agradecendo pelo professor não ter chegado ainda, a maioria dos alunos já estavam sentados e conversando entre si. Me encaminhei até a fileira perto das janelas, sentando em minha mesa habitual, a terceira.

– Bom dia, alunos! – o professor barrigudo entrou na sala e atrás dele estava Tom Riddle, que rapidamente o contornou e foi até seu lugar, duas fileiras antes da minha e na quinta carteira.

O professor continuou a falar sobre algum assunto que eu não conseguia prestar atenção, fazia desenhos aleatórios com a pena em meu caderno, eu me sentia estranha.

Senti que alguém me observava e em um ato impulsivo, me virei para trás, encontrando o olhar indecifrável de Tom Riddle. Outro arrepio passou por minha espinha e me senti presa em seus olhos negros e sombrios, por que eu me sentia como se tivesse perdido algo e por que ele me encarava?

Voltei-me para frente, o que quer que fosse, deveria ser apenas coisas da minha cabeça. Eu nunca falara com Tom Riddle, mas sabia que ele era mau, esses eram os boatos e, definitivamente, não queria me envolver nisso. Senti uma forte pontada na minha cabeça e, de relance, vi uma imagem distorcida onde eu chorava e, a minha frente, Riddle apontava sua varinha para mim. Mas, tão rápido quando veio, a imagem fugiu de minha mente e por alguns segundos cheguei a cogitar a possibilidade de estar ficando maluca. Eu havia sonhado com aquilo?


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