A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho?
Isso tá virando rotina né?! Espero que não me abandonem por isso (vocês não vão né?), estou escrevendo os capítulos o mais rápido que posso.
Quero agradecer muuuuuuuito a Alessandra Barros pela recomendação! Florzinha, esse capítulo é dedicado a você! ;D
História em reta final galera, mas ainda faltam uma boa quantidade de capítulos para acabar. Desisti de tentar calcular quantos ainda teremos...
Espero que gostem do capítulo!!
Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/167844/chapter/37

Capítulo 37


Pov Petrus


Quem estaria preparado diante de figuras tão horripilantes? Deon ficou visivelmente abalado pela voz inquisidora de Medéia. Ele ficou mudo, assim como todos que estavam naquela sala. Phobos e Deimos estavam notoriamente se divertindo com a situação, pois trocavam olhares à todo instante com um sorriso escapando pelos lábios rígido e finos, como se prendessem uma sonora gargalhada que insistia em sair.

Nêmesis empregada atenção curiosa à toda situação. Ela estava obstinada a continuar contra os deuses custe o que custasse, isso está estampado em sua cara – a deusa da vingança só se saciaria quando vingasse seu filho, na verdade, seus filhos, já que Ethan Nakamura, o único filho que a deusa teve depois de Martin, também morreu em combate contra os deuses.

Hebe fazia pose de desdém. A deusa é como uma versão mais fútil e incomensuravelmente mais irritante de Afrodite. Narcisista ao extremo e completamente orgulhosa de sua aparência imutável de garota de dezessete anos, ela parecia compor a mesa de vilões por pura distração, e isso eu observei desde o inicio disso tudo.

Medéia ainda analisava Deon com seus olhos penetrantes, e de vez em quando direcionava seu olhar para Sean, que ainda estava com a Caçadora em seus braços. O garoto permanecia indiferente à toda situação. Desde quando o conheço, eu sabia que o mesmo não se sentia exatamente confortável em ter nascido apenas por conta de um plano. Deon nunca fez questão de esconder isso dele, o que o fazia sentir sozinho.

Eu sempre temi que Sean se revoltasse contra o pai e debandasse em retirada, e nesse momento, isso está mais próximo de acontecer do que antes. Por que? A garota. Percebi no instante em que entraram no castelo que o filho da deusa da magia nutria sentimentos pela menina em seus braços. Não posso culpa-lo, ela realmente é muito bonita, e seu gênio com certeza seria capaz de conquistar até o coração até o momento gélido do garoto.

– Vejamos o que nos trouxe... hum, filha de Zeus. Precisávamos da deusa, mais diante das circunstâncias, isso até que é de grande lucro. – Medéia tocava com o dedo indicador o rosto de Thalia. A feiticeira que traiu Jasão levantou os olhos e encarou os do garoto. Um sorriso sarcástico brotou no canto de seus lábios.

– Então você é o meu irmãozinho... o talentoso Sean. Já ouvi muito de você garoto. Gostaria de testar suas habilidades, claro, em momento oportuno.

Ela voltou-se para a grande mesa de madeira e se apoiou nela. Com as mãos espalmadas, Médeia começou a sussurrar com seus olhos arroxeados faiscando, o que me dava calafrios.

– Estamos em uma situação cômoda no momento – ela sibilava lentamente. – Devemos montar um novo plano para trazê-los até aqui, e depois ficará muito fácil capturar as guardiãs idiotas e suas espadas para abrirmos o tão precioso livro. Depois podemos nos livrar de todos eles, com sangue escorrendo em abundância pelas rochas desse castelo.

Ela fez uma pausa abrupta. A animação tomou conta dos outros deuses presentes, em que o ódio saltava os olhos. Era uma situação horripilante. Não sei como suportei ver isso até hoje. Mas dessa vez foi diferente, já que eles estão mais perto do livro do que nunca estiveram. Medéia virou-se para a garota segurada por Sean e apontou para ela.

– Começando pela irritante Caçadora de Ártemis, que será sacrificada diante de seus amigos, lutando com você maninho.

– NÃO! Eu não farei isso. Nem você, nem ninguém! – Sean gritou com o rosto rubro. Seus cabelos caíram sobre os olhos tornando sua expressão enraivecida ainda mais contundente.

Medéia sorriu e todos olharam confusos entre si. Deon pela primeira vez ousou fazer algum movimento depois que entrou naquela sala. Ele olhou para o filho com pura confusão saltando por sua íris. Deve ter se assustado com a coragem do garoto em desafiar a destacada chefe do complô.

– Não vá me dizer que está gostando dela irmãozinho... é uma pena que você gostando ou não ela vai morrer. Se não for pelas suas mãos, será pelas minhas.

– Isso é o que você pensa seu projeto mal feito de bruxa! Não sou irmão de uma coisa como você! Você não tocará nela, por que eu não vou deixar! – Sean cuspiu todas as palavras com a voz carregada de ódio. A menina remexeu-se desconfortável em seus braços. Um minuto de silêncio se passou até que Medéia voltasse a falar.

– Petrus querido, chame meus sentinelas. – ela disse sorrindo. Parece que nada abala essa criatura, pelo menos não na presença de tantas entidades mitológicas. Quando está sozinha em seu castelo, Medéia é completamente descontrolada e se revolta facilmente com os acontecimentos. Sei disso porque nos últimos tempos tenho servido a ela, de acordo com a própria exigência que a feiticeira fez a meu senhor, Phobos.

Saí da sala em dispara atrás dos gigantes de ferro, os sentinelas do castelo. Eu os vi apenas algumas vezes desde que sirvo aqui, mas foram suficientes para eu me assustar consideravelmente. Cheguei à saída dos fundos e acionei os botões que estavam detrás da porta. Em dois minutos apareceram duas máquinas de ferro de dois metros de altura, que andavam mecanicamente estremecendo o chão a cada passo brusco que davam. Pararam diante de mim.

– Medéia vos chama, na sala de convenções. Acompanhem-me. – eu disse num fio de voz. Andamos lentamente até que entrássemos na sala para total satisfação da feiticeira.

– Ótimo. Ordeno a vocês que levem o garoto e a menina que está com ele para as masmorras. Coloquem-os em celas separadas. Agora!

Deon arregalou os olhos, espantado. Fez menção de dizer alguma coisa, mas se conteve. Os dois sentinelas avançaram para Sean e um deles tomou a garota e jogou-a contra seu ombro. O outro agarrou o garoto. Eu estava assustado com tudo.

– Senhora Medéia, reconsidere. O garoto só estava defendendo-a porque...- eu tentei apelar em favor do menino, mas ela me interrompeu.

– Cale a boca Petrus! Nem mais uma palavra. – Engoli em seco. – Eles ficarão por lá até que os outros cheguem. Assim Sean terá muito tempo pra pensar se prefere a ida da garota, ou a sua própria vida.


Pov Stormie

– Acho que sei o porquê Stormie – Annabeth disse olhando para o nada.

– Diga então, o que aconteceu realmente, por que Paige, por que Thalia? – eu disse em um sussurro, mas que foi audível para nós duas.

– É simples. Não era pra ser nenhuma delas, era pra ser você. Eles tentavam te capturar, pois sem a deusa pra ajudar-nos a proteger o livro, seria muitíssimo mais fácil de roubá-lo. Além disso, seria uma ofensa à Zeus capturarem sua filha, principalmente sendo ela uma deusa. Eles querem desafiar o Olimpo.

Eu fiquei em silêncio somente escutando-a. Ela continuou.

– Pense comigo Stormie: Se foi uma magia que atingiu Paige e a fez ficar inconsciente, como essa magia foi lançada nela?

– Acho que através da arma da empousa que a atacou, pois ela desmaiou imediatamente.

– Exatamente. Já reparou o quanto você e Paige são parecidas? Cabelos muito logos e escuros, estatura mediana, pele muito alva. A única exceção são os olhos, mas Paige estava de costas, e você lutava com o ciclope junto com Percy. – Annabeth indagou e imediatamente tudo se encaixou perfeitamente em minha cabeça.

– A empousa se confundiu... o plano era me fazer desmaiar e me raptar enquanto os outros estavam ocupados lutando. – Annabeth balançou positivamente a cabeça, em concordância.

– Existia também outro grupo de tocaia, para sequestrar as guardiãs ou até mesmo o livro se tivessem oportunidade. Devem ter vasculhado a barracada e não conseguiram encontrar o livro. Quando perceberam que havíamos derrotado seus aliados, e que a garota que desmaiou não era você, trataram de sair imediatamente dali.

Grover estava ao longe na entrada da barraca, observando se Paige emitia algum sinal. Julie se aproximou junto com Percy. A filha mais nova de Atena já continuando o raciocínio.

– Foi quando se depararam com Thalia, tomando distraidamente seu banho do rio. Imagino que eles acharam uma boa alternativa sequestra-la já que não tiveram sucesso no plano anterior. Eles estavam em maior número, e ela não teve chance de se defender.

– Tá, mas e o que faremos agora? – Percy perguntou confuso.

– O que eles esperam que faremos, vamos atrás de Thalia. – eu concuí. Annabeth e Julie assentiram.

– Mas não temos a mínima ideia de onde ir procura-la. E seria a mesma coisa que correr atrás dos leões, quase implorando para que eles nos ataquem. – Julianne ponderou.

–Pode ter certeza de que eles nos ajudarão a achar o caminho. E sobre ir atrás do perigo, você está certa Julie, mas não temos outra alternativa.

Todos ficaram em silêncio, até que um vulto preto revelou um Nico esgotado diante de nós. O garoto escorregou para o chão, e teria batido a cabeça em pedras se Percy não tivesse sido rápido em segurá-lo. Ficamos encarando-o por alguns minutos, até que recobrasse a consciência. Quando o fez, Julie correu para abraça-lo, em um gesto terno de saudade e preocupação.

Percy chegou perto do “Coveiro” como nossa desmemoriada gosta de dizer e pegou o pequeno frasco que ele tinha em mãos. Ele olhou para mim, pedindo mentalmente para que eu o orientasse sobre como proceder com o contrafeitiço da irmã.

– Você pingará as três generosas gotas na boca dela, e certificar-se de que sua irmã engoliu tudo. Cuidado para não colocar uma quantidade insignificante ou uma quantidade excessiva, pois as consequências são as piores possíveis. Ela não despertará imediatamente, assim como a recuperação da memória será gradativa, mas no fim dará tudo certo.

– Bem, não sei se consigo... sou um pouco desastrado e... – ele começou a se lamuriar.

– Ora Percy, você já fez coisas muito mais difíceis. Vamos, eu vou com você. – Annabeth encorajou-o.

Os dois entraram na barraca e nós ficamos a olhar da abertura. Annabeth fez com que Paige abrisse a boca, e Percy, suavemente, começou a derramar as gotas lentamente. Por um momento pensei ter visto ele despejar uma gota a mais, mas não disse a ninguém. Se isso tiver realmente acontecido ela não irá acordar.

Saímos todos juntos e sentamos ao lado da porta. Percy murmurou.

– Agora é só esperar por um tempo até que ela desperte. – ele disse confiante.

Os minutos que se seguiram foram os mais angustiantes possíveis, pelo menos para mim. E se Percy tivesse realmente derrubado uma gota a mais de água do rio Lete? E se a garota não despertasse? Eu fiquei nesse desespero interno por cerca de quinze minutos, até que uma figura um tanto descabelada apareceu na abertura da barraca e espremeu as pálpebras por conta dos raios do sol.

Grover exclamou imediatamente.

– Bééééh, Paige! – ele gritou sorrindo.

Paige fez cara de confusão e olhou lentamente para trás e para os lados, procurando indícios de outra pessoa naquela direção. Como não achou nada, ela deu de ombros. Todos nós rimos dela. Mesmo com a memória temporariamente comprometida, ela continuava a ser hilária.

Ela sorriu.

– É, essa tal de Peggie deve ser eu mesma.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então??
Reviews galera, conto com vocês!!
Beijokinhas com aroma de ambrosia...