A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiii
Tudo bem??
Gostaria de agradecer muito, muito, muito a todos que acompanham a história. Valeu gente!
Só pra esclarecer: Todos os capítulos serão muito importantes agora, e ainda haverão muitos, então não se desesperem, ainda falta mais de dez capítulos para a história acabar.
Chegamos em uma hora muito importante da fic, e eu espero sinceramente que gostem do capítulo.. e claro, mandem reviews!
Boa Leitura ;)



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Capítulo 30

Pov Nico

A escalada não foi nada fácil. As pedras eram escorregadias e muito fragmentadas, o que nos fazia deslizar a quase toda hora. A cena era hilária! Principalmente quando o alvo da relva que sobrepunha as rochas eram Paige – que gritava histericamente e depois ria descontroladamente – e Thalia que surpreendentemente xingou apenas metade dos deuses gregos que eu conheço. (n/a: Nico ironizando...)

As árvores escondiam-nos da visão dos mortais que ocasionalmente olhassem em nossa direção, porém mesmo que não as tivessem, a névoa se encarregaria de camuflar a realidade. Ainda bem! Não é nada normal um grupo estranho de adolescentes escalando uma montanha fechada que quase ninguém se interessa em adentrar.

Por estar demasiadamente ofegantes, nenhum de nós murmurou sequer uma palavra durante o trajeto (tirando os gritos de Paige e os palavrões de Thalia), mas tenho certeza de que a razão não fora apenas esse – ninguém sabia ao certo o que ocorreria a partir daquele momento. E isso se aplica a tudo. Não sabíamos como abrir o portal, como se portar diante da deusa Stormie, como transportaríamos o livro em segurança, onde o esconderíamos, e principalmente, se todos sairiam ilesos – ou pelo menos vivos – de toda essa missão.

Haviam perguntas que martelavam constantemente em minha cabeça: Quem está  por trás disso? Quem será o traidor? O que exatamente há no livro oculto? Essas eram apenas algumas de minhas indagações.

E no meio disso tudo, ainda havia a Julie. É incrível o que sinto por ela, mesmo sendo tão recente e nunca ter tido antes alguma experiência amorosa. Ela tem interesses parecidos com os meus, tem um jeito irreverente e meigo, uma personalidade forte, uma inteligência fora de medida e uma beleza comparável apenas com a de sua irmã Annabeth e sua mãe Atena. Enfim, tudo nela me cativava, mas o que me incomodava era o fato de ela ter se interessado por um garoto sombrio e fechado, de poucos amigos e palavras, que nunca se permitia sorrir e há algum tempo encontrou algo com que pudesse se distrair – o violão. E só isso. Cheguei à conclusão de que tudo só pode ser obra de Afrodite, do contrário... (n/a: Nico está modesto demais...as garotas não acham ele somente isso que o mesmo disse, não é?)

Chega de embromação! – Eu disse mentalmente a mim mesmo. Agora era a hora central, já que acabamos de chegar em frente ao portal. Eu pensei que seria algo discreto ou até quase imperceptível, mas quando vem dos deuses nada é nem de uma maneira, nem de outra. A entrada era muito semelhante à do Parthenon – O templo de Atena. Aliás, ela mesma deve ter arquitetado isso aqui... Era feito de pilastras laterais robustas e douradas, com um letreiro elegante e com letras cursivas em grego que pareciam ser talhadas em puro ouro celestial, que, conforme traduzi dizia “ Monte Parnaso – Palácio de Stormie”.

Por um momento, Paige parece ter esquecido que a entrada era impedida por uma tremeluzente magia. Isso mesmo: era notório que não se atravessaria comumente rumo ao Palácio de Stormie, mas a menina do mar ou Cnidária como Thalia deixou escapar uma vez, deu de cara com a parede invisível. Não teve como não rir da cena, até porque ela caiu de bunda no chão e bateu na própria testa, bufando e dizendo em alto e bom som:

- Como eu sou burra! – e riu novamente.

- Está evoluindo. Reconhecer nossas deficiências é o primeiro passo. – Grover falou bancando o intelectual e disfarçadamente zoando Paige.

- Evoluí tanto que entendi a ironia Grover. Fique esperto comigo, ou mando as náiades do meu pai te aprisionar. – Paige respondeu fazendo um gesto muito engraçado.

Grover deu de ombros.

- Eu vou adorar! – ele fez pose de garanhão, mas Annabeth abaixou sua crista.

- É, Juníper também vai... – ela disse rolando os olhos.

O garoto-bode ficou verde instantaneamente. Eu e Percy, que apenas observávamos  a cena, ríamos de sua expressão receosa. E você se pergunta, onde está Julie? Durante todo esse tempo em que discutimos como um bando de panacas, ela analisava os pilares que cercavam o portal, indagando-se como faríamos para romper a barreira mágica. Que as espadas seriam usadas todos sabíamos, mas como fazer isso é que intrigava não somente a ela, mas também a todos nós, que nos aproximamos da filha mais nova da deusa da sabedoria.

- Como faremos isso? Não há nada aqui que possa indicar a maneira de abrir o portal.

Julianne Owen, a guardiã de Áquila disse em tom de dúvida. Paige interrompeu inesperadamente o silêncio apreensivo de todos e apertou o tridente em sua tornozeleira e a espada Aquarius – gêmea de Áquila – apareceu em uma de suas mãos. Olhando para sua arma, ela começou a falar ininterruptamente, só não sei se falava conosco ou com ela mesma.

- Eu não sei pra que queriam tanto essas espadas, se quando chegamos ao seu objetivo elas não funcionam. Argh! Isso é muito frustrante! Eu esperei o tempo todo pra ver essa coisa servir, e agora, ela não presta pra nada!

A garota muito irritada (n/a: o que no caso dela deve ser uma cena espetacular de pura comédia! Kkkkk’) e bufando constantemente, escorou em uma das pilastras e uma coisa sensacional aconteceu: Aquarius começou a exibir seu brilho azulado e faiscante, desenhando seu nome no cabo da espada e transferindo sua luz para a pilastra. Em instantes começou a se desenhar a imagem da espada de Paige e logo o interior da imagem se recolheu, revelando o espaço de encaixe onde Aquarius deveria ser colocada.

Todos, digo todos mesmo, estavam muito surpresos com o que presenciaram ali. Annabeth e Julie tinham em seu rosto expressões de fascínio que embasbacaram a mim e a Percy. Thalia mantinha a mão sobre a boca e os olhos tiritando pelo que tinha visto. Grover assobiava tamanha era sua excitação, fazendo com que as copas da árvores dançassem ao som de sua música tornando o cenário ainda mais bonito, e Paige estava em frente a pilastra que ainda brilhava, saltitando como um cavalo marinho alegre.

Depois que toda a manifestação eufórica se acalmou, Annabeth, a nossa “Mentora intelectual oficial de missões”, se pronunciou.

- Agora tudo está claro. Paige quase que sem querer, descobriu o que precisávamos.- Ela piscou para a cunhada, que mandava beijinhos para seus fãs imaginários. – Julie deve sacar Áquila e encostar na pilastra da direita, para que a mesma tenha seu suporte revelado assim como o de Aquarius.

Julie assentiu em concordância e avançou poucos passos até a pilastra. Quando a mesma já tinha pressionado o pingente de coruja (e assim revelado sua espada) e já ia escorar na pilastra, uma voz sarcástica nos surpreende.

- Ora, ora, e não é que eles conseguiram? Bem que tentamos pegar vocês no caminho, mas vocês fugiram. De nada adiantou, não é, afinal, estamos todos juntos aqui, bem pertinho do tão desejado livro oculto. – Era Deon, um dos “integrantes” da turma dos que estão por trás de tudo, e que até agora não sabemos de quem se trata.

Percy trincou os dentes; Grover cerrou os punhos; Annabeth estreitou o olhar; Eu olhei em volta buscando algum comparsa do desprezível á minha frente; Julie apertou firmemente as mãos em Áquila; Paige gritou estridentemente; e Thalia, bem, Thalia fez cara de desentendida.

Sem se fazer de rogada, a filha de Zeus partiu para o ataque:

- Escuta aqui o Manequim de brechó, quem você pensa que é para falar assim com a gente? – Ela tinha as mãos na cintura e um olhar que faria qualquer um ter medo. Qualquer um, menos Deon, pelo visto.

- Oh, você não sabe? Pergunte para os seus amiguinhos. Acho que me conhecem, não? – ele fez uma cara tão cínica que me tirou do sério.

- Deon, semideus rejeitado, filho de Afrodite, portador do dom de persuasão e acha que só por isso é melhor do que os outros, e apenas um capacho de alguém que não quer estragar as unhas fazendo o serviço sujo. – Annabeth praticamente cuspiu todas essas palavras com o repúdio prevalecendo na voz.

Deon tinha a surpresa estampada em seus olhos, mas os músculos de sua face denotavam o quanto estava furioso também. Ele com certeza não esperava que Annie soubesse tanto sobre ele e tivesse coragem de despejar tudo isso diante de suas fuças. Certamente teve o mesmo efeito de um soco certeiro na boca do estômago.

Eles travaram uma guerra pelo olhar tão tenebrosa quanto o Mundo Inferior sob o mal humor do meu querido pai. Sustentaram o olhar por longos segundos que pareceram minutos, até que o filho de Afrodite não suportou mais encarar os olhos mortais e tempestuosos da filha de Atena.

- Você imaginou que nós não soubéssemos nada de você. Mas se esqueceu de um detalhe muito importante: eu sou filha de Atena. Não deixo nenhuma informação passar despercebida. Notei como convencia os monstros com seu tom de voz e o seu olhar a fazer o que queria. Ouvi seu nome quando estava presa no armário junto com Percy. Descobri onde você escondia Grover. Resumindo: nós enganamos vocês. – Annie falava convictamente, enquanto eu e todos os outros, inclusive Thalia, nos mantínhamos imóveis. Deon já estava desesperado. Era visível que se descontrolava facilmente quando pressionado, e era isso que Annabeth estava fazendo, desestabilizando-o emocionalmente.

Conseguiríamos dominá-lo se ele estivesse sozinho, mas como eu sempre suspeitei, ele não estava. Quando Deon abaixou a guarda, um garoto de aproximadamente 18 anos, cabelos nos ombros, vestes pretas, olhos arrocheados e munido de um colar curioso apareceu por trás, junto com um guarda-costas que provavelmente era um lestrigão, que depois reconheci como sendo o barman do restaurante do trem.

O garoto falou:

- Eu repito o que Deon disse: tudo que vocês fizeram pode ter nos enganado, mas não adiantou, por que querendo ou não, alcançamos vocês. E sobre tudo o que descobriu sobre ele, como tirará proveito disso? Por acaso vai contar pra mamãe? Não não, pro vovô o poderoso Zeus, o tão aclamado deus dos deuses.

Um trovão ribombou nos céus e os aliados de Deon gargalharam. Thalia, sem nem pensar, disparou uma flecha certeira que tenha atingido em cheio a testa do rapaz, se o mesmo não tivesse abaixado.

Percy pareceu despertar do transe e gritou exaltado:

- Não permitiremos que vocês roubem o livro oculto. Jamais! Se são tão bons, encarem-nos, quero ver se resistem à nossa força. – o Cabeça de Alga disse tão seguro de si, que se eu estivesse do outro lado, tremeria na base. Mas eles pareceram não se importar.

Deon estava mudo, e com os olhos multicoloridos muito vermelhos, como se algum coágulo sanguíneo tivesse explodido em seu cérebro.

- Sean. Filho de Hécate. Está nessa por que seu pai o fez acreditar que é o seu destino. Sabe manipular magia, e tentou abrir o portal somente com seu dom à algum tempo atrás. Não é ambicioso como o pai, e não tem certeza do que quer. É apenas um fantoche. – Julie proferiu essas palavras, que fizeram o sorriso sarcástico de Sean desmanchar a cada letra que pronunciava. Ele tinha ficado perplexo, assim como Deon. Ele parecia não acreditar no que ouvia, e por isso tudo parecia ser verdade.

Perguntei-me como Julie tinha descoberto tantas coisas. Tá certo que ela é filha de Atena, mas em nenhum momento eu percebi como ela sabia de tudo isso. Fiquei surpreso. Com Annabeth eu já não me surpreendia porque a mesma já tinha passado por muitas missões e descoberto muitas coisas de maneiras inusitadas. Julie era inexperiente, afinal, essa é sua primeira missão.

Olhei sugestivamente para ela, contudo, ela somente rolou os olhos e esboçou um leve sorrisinho. Sinal claro de quem diz: “Esqueça! Você não entenderia.”

Quando me virei novamente para os vilões, Sean estava com um expressão indecifrável. Ele encarou Annabeth por uns instantes (o que fez Percy ficar com muita raiva) e depois virou as costas e saiu andando na mesma direção em que veio. Ninguém entendeu sua atitude, nem seus próprios companheiros. Deon virou-se para trás e depois de muito tempo sem falar nada, berrou:

-Sean, volte aqui agora! – mas o garoto nem se importou com os gritos do pai. O filho de Afrodite saiu correndo atrás do garoto sem lembrar que ainda existimos. O lestrigão deu uma olhada profunda em todos nós, e depois de hesitar por um momento, foi atrás dos outros dois.

Nós ficamos parados sem nos mover até que Annabeth falasse em um único fôlego.

- Não temos muito tempo até que voltem. Vamos entrar agora.

Julie mais do que depressa escorou na pilastra enquanto Paige se posicionou novamente. Áquila começou a emitir um brilho amarelado forte e em segundos a pilastra também reluzia, e o desenho da espada se formou, com seu interior vazado. Estava tudo pronto.

Um...Dois...Três!

As semideusas encaixaram simultaneamente as duas espadas, que se acoplaram às pilastras e o portal mágico se desfez. Era como se um véu caísse diante do nosso olhar, e agora estava tudo nítido e totalmente diferente do que víamos antes de abrir o portal. A vista era maravilhosa.

Entramos no Monte Parnaso todos felizes e impressionados com o que víamos. Era incrível que depois de tantas situações, nós conseguimos chegar aqui.

- Precisamos fechar o portal, ou então, eles conseguirão passar. – Julie disse preocupada.

- E como vamos fazer isso? – Paige replicou em seu tom mais agudo.

- Basta fazer a mesma coisa que fizeram para entrar.

Uma voz doce soou esta frase em nossos ouvidos. Viramos para trás e nos deparamos nada mais nada menos com a Deusa das tempestades e dos segredos – Stormie, “A guardiã do livro oculto”.

- E sejam rápidas. Eles já estão voltando.

Julie e Paige saíram correndo e encostaram concomitantemente nas pilastras. As espadas que antes não apareciam, agora tornaram-se visíveis, e nos instante em que as garotas as retiraram, Deon e Sean despontaram em frente ao Monte Parnaso, mas felizmente, o portal já tinha se refeito.

Nós comemoramos. Muitos gritos de vivam ecoaram por entre as árvores e eu tenho certeza de que os vilões ouviram. Deon, irado, gritou:

- Nós montaremos guarda aqui. Quando saírem, pegaremos o livro de vocês. Não comemorem semideuses estúpidos. O jogo ainda não acabou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? E agora, o que acontecerá???
Nos vemos nos reviews pessoal.
Já sabem né, qualquer dúvida, crítica, sugestão, elogio... só chegarão a mim se enviarem reviews. Então, conto com vocês!
Beijokas!