A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Feliz Natal a todos!
Demorei para postar, eu sei... fim de ano sempre é muito mais corrido do que o normal para mim. Me perdoem? E não me abandonem tá!
Beijinhos
Espero que gostem!
Boa Leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/167844/chapter/24

Capítulo 24


Pov Percy


– Paige, corre! – gritei sobressaltado para minha irmã. Annabeth colocou seu boné de invisibilidade e entrou na luta. Nico sacou sua espada de ferro estígio no mesmo instante em que peguei contracorrente e Thalia armou seu arco. Julie, Paige e Grover ficaram na retaguarda.

Sem esperar mais, avancei pra cima daquele monstro tão conhecido por mim, afinal, ele foi o primeiro que enfrentei. Incrivelmente ele parecia estar ainda mais forte e habilidoso, porém, muito lento, mas isso é um detalhe quase irrelevante nesse momento.

Ele não estava sozinho. Junto com o Minotauro apareceu também um javali de duas cabeças, muito rápido por sinal. Na minha primeira missão eu enfrentei junto com Grover e Annabeth um parecido com este, porém, menos perigoso. Nico e Thalia lutavam com este monstrengo recém chegado do Tártaro enquanto eu e Annie dávamos conta do meu primeiro “amiguinho”.

– Ei monte de cocô! Lembra de quando arranquei seu chifre, fracote? Então, tenho ele até hoje...Que feio hein... perder para um garotinho que nunca tinha pego em uma espada na vida! Francamente, esperava mais de você! – eu o provoquei. Annabeth conseguia fazer pequenos cortes nas pernas peludas do bicho com sua fiel adaga enquanto eu dizia essas palavras, todavia, o monstro virou-se de repente para onde estava e baixou seu machado gigante na direção onde eu imaginava que ela estava. Acho que por golpe de vista, ela conseguiu escapar.

Ele se voltou pra mim. Encarei o brilho maligno de seus olhos amarelados e por um instante me amedrontei. Tá certo, eu sei que já enfrentei Cronos e companhia, mas ainda sim, fico um pouco receoso em qualquer que seja a luta. Avancei com contracorrente na direção de seus órgãos vitais, no entanto ele foi mais rápido do que eu e se desvencilhou. Num rápido movimento, seu machado passou a milímetros de meu braço esquerdo, que por um milagre dos deuses não foi decepado.

Percebi que, como sempre, a regra do jogo era essa: “Ou mate, ou morra!”, apesar de que infelizmente essas coisas horrendas não morrem.

Corri para cima dele e comecei a desferir golpes consecutivos e rápidos na direção do boi de cueca, que conseguia se livrar de alguns, mas não de todos. Annie provavelmente seguiu a mesma tática, e em pouco tempo, conseguimos machucá-lo a ponto de não conseguir se defender de um golpe fatal, no meio de seu abdômen. Ele virou apenas um punhado de grãozinhos de areia dourada.

Por mais incrível que possa parecer, Nico e Thalia derrotaram o javali ao mesmo tempo que eu e a minha sabidinha. Com uma flecha mágica certeira, a Caçadora congelou momentaneamente aquela criatura e o garoto das trevas completou o serviço fincando sua espada bem no meio da “escultura”, que se transformou em pedacinhos minúsculos de gelo que iam se derretendo lentamente.

Suspiramos em sinal de alívio. Quem sabe agora possamos chegar em paz ao nosso destino.

Alguns devem estar se perguntando como esses monstros apareceram. Bem, é uma longa história.

Flashback on

Assim que amanheceu todos nós despertamos. As caçadoras, lideradas agora por Cinthia, arrumaram-se rapidamente para partir, enquanto nós seguiríamos para Detroit, que não estava muito longe dalí, porém, ainda assim seria uma longa caminhada.

Despedimo-nos das garotas de Ártemis e nos preparamos para partir também. Confesso que dei um pouco de trabalho para acordar, mas pelo menos não fui o único: Paige também custou alguns gritos á mais de Julie e Annabeth.

A fome corroía meu estômago e enfraquecia minhas pernas. Tinha certeza de que todos estavam assim também, contudo, não tínhamos comida conosco e muito menos hava alguma filial do Mac Donald’s aqui por perto. Embaixo de um sol fraco e reluzente caminhamos rente ao encostamento da estrada.

No começo, todos estavam muito sonolentos para falar alguma coisa. Quietos e desanimados, andamos totalmente em silêncio por cerca de cinco quilômetros – Annabeth me disse, finalmente quebrando aquele clima preguiçoso.

O som da voz de minha namorada parece que despertou os outros, principalmente minha irmã tagarela que começou a falar incessantemente.

– Gente, falta muito pra chegar? Acreditam que já estou cansada? E também com fome, dor nos pés e chateada porque quebrei uma unha dormindo. Ai que tristeza!

Fiz uma cara de incontrolável piedade (ironia mode on), e logo em seguida, falei:

– Oh Paige! Agora me diga, o que temos a ver com a sua unha? Também estamos com fome e cansados, isso não é novidade pra ninguém.

– Ai Percy, como você é insensível! Só estou compartilhando minhas inquietações com meus amigos, mas nem o meu próprio irmão me entende... – ela se virou para Annie – Annabeth, adoro ter você como cunhada, mas se eu fosse você procurava um namorado mais sensível, talvez algum filho de Apolo. Esse comedor de comida azul aí está muito mal criado pro meu gosto.

Annie rolou os olhos.

– Pode deixar cunhadinha, eu vou dar um jeito nele.

Annabeth olhou divertidamente pra mim, e depois, piscou apenas um dos olhos. Sabe, eu não gostei nem um pouco da minha irmã querer que minha namorada me largue. Onde já se viu isso? Que absurdo...

Fiquei pensando nessa terrível possibilidade quando um barulho de carro veloz passando me chamou novamente á realidade. Minha irmã e Grover estavam um pouco mais á frente do que os outros, e cantavam alguma música que eu acho que era do Elvis Presley. Era realmente muito boa, me lembrei na hora em que os ouvi. Essa música, pelo menos para mim, transmitia uma sensação incrível de liberdade e leveza. (http://www.vagalume.com.br/elvis-presley/suspicius-mind.html) Nico e Julie estavam ao nosso lado e de vez em quando olhavam-se de um jeito desconfiado. Vez ou outra, o coveiro cantava a música audivelmente junto com as duas figuras à nossa frente. Vi o quanto essa música, por mais antiga que fosse, se adequava aos recém apaixonados ao nosso lado.

Foi quando me dei conta de que já faziam pelo menos três horas que estávamos andando. O meu estômago dava piruetas em manifesto por comida, mas ele ainda teria que esperar um pouco. Acho que em mais ou menos meia hora nós chegaríamos à cidade que é dividida por dois lagos, nosso destino mais palpável.

Ao longe, já podia ver a cidade ás margens do lado Eire. Haviam muitos prédios á vista e casas rústicas que remetem á arquitetura francesa (Annabeth fala de arquitetura o tempo todo, impossível que eu não aprendesse nada), o que era realmente uma visão privilegiada. Percebi que assim como eu, todos estavam maravilhados com o que viam, e por isso pararam para apenas observar. Annie cortou o silencio:

– É por essas e outras que as missões valem a pena.

Concordei balançando a cabeça, enquanto Julie e Paige olhavam minha sabidinha com curiosidade, provavelmente imaginando toda a imensidão por onde Annie já havia passado.

Voltamos a caminhar. Quando faltavam apenas poucos metros da entrada da cidade, eis que aparecem as fatídicas criaturas: o Minotauro e o Javali de duas cabeças. Como se não bastasse ter os calos que se fizeram em meu pé com inimigos... Acho eu fui o primeiro que os avistei, e notei que eles aproximaram-se perigosamente de nós, principalmente de minha irmã. Foi então que gritei:

– Paige, corre!

Flashback off

E o resto vocês já sabem.

Agora, estávamos entrando em Detroit com a fome nos perseguindo. Nico apontou para uma lanchonete de beira de estrada que eu, em condições normais, me recusaria a entrar, porque o local era bem sinistro. Mas nós não estamos em posição de escolha agora.

Entramos no local e vi que não era tão ruim quanto parecia...Acho que pintar a faixada de vez em quando poderia ser uma boa ideia. Se tiver oportunidade digo isso ao dono... foi o que pensei. Confesso que imaginava que aqui seria uma espelunca, mas até que o local parecia bem higiênico pelo menos.

Sentamos na maior mesa que havia ali e fizemos os pedidos. Comemos mais do que o normal, até porque fazia algum tempo que não comíamos decentemente. Paige terminou primeiro e foi até o balcão conversar com a garçonete. Vi que as duas batiam altos papos e me impressionei mais uma vez com a facilidade que minha irmã tem de fazer amizade, o que é totalmente o meu oposto, pois nos colégios que já estudei eu era antissocial.

Era hora de partir. Chamamos a guardiã de Aquarius, que por acaso é a minha irmã mais nova (n/a: Sério Percy? Ninguém tinha percebido...). Annabeth, que estava com os nossos dólares, pagou a conta e saímos.

– Agora precisamos descobrir o que há no endereço do bilhete que Paige pegou. – Julie deu voz ao pensamento de todos.

– Precisamos de um táxi. – Annie falou.

– O que acha de chamarmos o táxi das irmãs cinzentas? – eu disse inocentemente.

Paige e Julie franziram o cenho, e imagino que estavam se perguntando sobre o quem serias as tais irmãs cinzentas.

– Será que é uma boa ideia? Por que não chamamos um táxi comum? – Grover disse com o medo escapando por sua garganta junto com sua voz.

– Por que não somos normais Grover! – Annabeth retrucou.


– Eita sátiro medroso! Santo Zeus! Grover, onde está sua coragem meu filho? Di immortales! – Thalia praguejou com seu estilo nada sutil. Nico ria da cena.

Voltei-me para Annie, que murmurou algumas palavras em grego - Stêthi ô hármas diabolês -, e no instante seguinte e apareceu à nossa frente um carro caindo aos pedaços, com três mulheres velhas e carrancudas no banco da frente. A que dirigia possuía um único olho na testa, e rateava com as irmãs.

A porta traseira direita abriu-se sozinha e Annabeth irrompeu-se á frente entrando primeiro. Entrei logo depois dela seguido por Nico, Julie, Thalia, Paige e Grover, que ainda estava meio relutante. O banco de trás ajustou-se magicamente de modo que pudesse caber todos nós. As irmãs brigavam e parece que nem tinham notado a nossa presença, até que uma delas virou-se para nós:

– O que querem de nós meio-sangues? – Ela disse rudemente. O táxi ainda estava parado.

– Precisamos que nos levem á esse endereço. – Annabeth estendeu o bilhete para que a velha que estava com o único olho e no banco do motorista pegasse. As outras começaram a resmungar.

– Dê-me o olho Vespa! Também quero ver aonde os levaremos. – uma delas falou.

– Não mesmo Tempestade! Eu quero ver. Passe o olho Vespa, ande!

– Quieta Ira e Tempestade! Eu ficarei com o olho! E não se fala mais nisso! – ela virou-se para trás – isso custará a vocês uns bons dracmas...

– Que tal quatro dracmas pela corrida? – a Sabidinha perguntou.

– Muito pouco! Pelo menos o dobro disso. – Acho que foi Ira quem falou. As outras fizeram coro reforçando.

– Isso, isso. Pelo menos o dobro ou nada feito.

Eu e Annie nos entreolhamos e ela meteu a mão no bolso. Contou oito dracmas e os dividiu, metade em cada mão. Entregou o conteúdo da mão esquerda à Tempestade e disse:

– Pagarei o resto só quando chegarmos.

Annabeth mal acabou de falar e Vespa pisou fortemente no acelerando, certamente deixando marcas no asfalto. A viagem durou menos do que eu imaginei, assim como da primeira vez em que peguei o táxi delas, há alguns anos atrás. A velocidade era impressionante, e as irmãs continuavam alfinetando-se entre si, até que pararam por que Thalia as ameaçou:

– Se não calarem a boca agora eu jogo um raio em vocês! As irmãs cinzentas se tornarão apenas cinzas.

Paige estava surpreendentemente quieta, talvez por que estivesse assustada com todas essas novidades, e Grover estava com a cara verde dando a impressão de que fosse vomitar a qualquer momento. Julie escondia o rosto no ombro de Nico que afagava gentilmente seus cabelos. Annabeth olhava para fora com uma expressão estranha, como se tivesse montando mentalmente um quebra-cabeças complicadíssimo. Acho que estava tentando adivinhar o que havia no lugar onde estamos indo.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o táxi parou. Vespa virou-se para trás e entregou o endereço de volta para Annabeth e disse:

– É essa casa á frente. Nosso pagamento. – Ela falou estendendo a mão. Annie lhe entregou os quatro dracmas restantes e a porta instantaneamente se abriu e todos saímos.

Olhei para a casa, que parecia tão normal quanto às outras. Fachada simples com duas janelas e uma porta central, pintada de amarelo claro e o telhado feito de madeiras pintadas de branco. Ao redor um jardim bem cuidado.

– Acho que alguns devem entrar e outros devem esperar aqui. – eu disse, em tom sério e calmo.

– Concordo. Percy, Annabeth e eu entramos, e vocês ficam vigiando qualquer movimentação estranha. Voltaremos logo. – Thalia ordenou sem dar chances ao debate. Os outros assentiram gentilmente e caminhamos em direção á casa.

Não sabia o que esperava ali. Pode ser que seja uma casa repleta de monstros ou então estaria abandonada, mas novamente eu estava muito enganado.

Thalia se pôs à frente e bateu violentamente na porta. Virou-se para nós:

– Seja o que for, é melhor descobrirmos logo.

O trinco virou-se e a porta se abriu lentamente. Atrás dela, estava uma mulher de mais de sessenta anos mas muito bem conservada. Seu rosto era terno e compassivo, o que me fez tranquilizar.

Annie falou educadamente:

– Olá senhora. Disseram para que viéssemos aqui, mas não sabemos ao certo o motivo. Pode nos dizer seu nome?

– Olá crianças. Fui avisada de que viriam. – Annie ergueu uma sobrancelha – Sou Pauline O’mailan.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ATENÇÃO: Quem não se lembrar de Pauline, leia novamente o capítulo 5 da história. É importante!
Então pessoal, ficou bom?
Espero reviews tá!
Obrigada a todos que leram...
Beijokaaas