~x~

     - Miranda? – Ouvi alguém me chamar do outro lado da porta. Eu estava sozinha lá; Justin havia saído para ficar um pouco com o Sean Kingston, por causa da reabilitação. – Você está aí?

     - Só um minuto! – Coloquei meu roupão por cima do pijama. Eram oito da noite e eu já estava de pijama, decadência. Abri a porta. – Ryan!

     Ryan Good veio falar comigo, está na porta do “meu” quarto e eu estou de roupão. Vergonha eterna.

     - Oi gatinha, o Biebs não tá aí e eu queria saber se poderia fazer um favor a nós...

     - Que tipo de favor?

     - Ficar com os pequenos para a gente poder sair, sabe, relaxar, curtir um pouco. – Explicou, dando um sorrisinho. Quis perguntar o que ele queria dizer exatamente com a gente, mas fiquei na minha. Se fosse só ele e a Ash, não viria pedir favor algum. – E aí? Pode fazer essa caridade?

     - Claro. Mas diga ao Scooter que eu quero um aumento. – Falei e o estilista soltou uma gargalhada alta. – Estou falando sério! Eu não recebo pelo que eu tenho que fazer aqui! – Queixei-me.

     - Certo, certo. Desça em cinco minutos, ok? Vamos te levar para a casa do Ush. – Avisou antes de sair.

     Fechei a porta e contei até dez. Bancaria a babá essa noite... De quatro crianças, numa casa que eu nem conhecia. Fui na mala e troquei de roupa.

     - Obrigada por aceitar fazer esse favor, querida. – Pattie me abraçou de lado, sorri. Os adultos todos estavam lá. Até o Alfredo estava lá para sair, feioso. Jazmyn já estava no meu colo antes de entrarmos no carro.

     - E aí, você dá a mamadeira para ele antes de dormir que ele se acalma e dorme bonitinho, ok? – Erin terminou de me dar as explicações de como cuidar do Jaxon quando chegamos na casa – mansão – do Usher.

     - Tudo certo? – O Usher já estava mais que animado. – Ah, obrigado, gatinha! – Me abraçou. Cara, eu só ia cuidar das crianças, não ia salvar a América.

     Usher me mostrou rapidamente a casa. Olhei tudo, espantada. Com certeza eu ia me perder num dos milhões de quartos, banheiros, salas e principalmente na cozinha, que era enorme. Se eu não estivesse meio acostumada com toda essa coisa de cômodos supérfluos na minha casa, iria enlouquecer diante da mansão dele.

     - Tudo certo? – Repetiu a pergunta. Assenti, segurando V pela mão. Ele havia corrido e pulado no meu colo quando me viu. Fofo. – Temos números de emergência na geladeira, remédios básicos na primeira gaveta do balcão e... Acho que é isso. Vai dar conta dessa pirralhada?

     - Claro. – Sorri, tentando parecer confiante. Eram só algumas horas, certo? O que poderia acontecer? A casa pegar fogo?

     Varri esse pensamento da mente. Lei de Murphy é coisa séria.

     Todos se despediram e saíram da casa. Por um momento, fiquei parada, no meio da enorme sala de visitas, olhando cada coisa com atenção. Jazmyn e V foram brincar pela casa.

     A primeira coisa que fiz foi fechar todas as janelas daquele andar. Pensei em acionar o alarme, mas concluí que seria muito exagero da minha parte. Se você fosse só um pouquinho burro saberia que uma casa dessas deve ser vigiada por muitos caras. Sem contar que devem ter casas mais legais por aí para assaltar, tipo a casa da Angelina e do Brad Pitt.

     - Ei, vem cá, vou te mostrar meu quarto. – V surgiu de algum lugar e começou a puxar minha mão. Onde passávamos, certifiquei-me de que tudo estava trancado. – Olha que legal, meu pai me deu ontem. – Mostrou um avião, tamanho de réplica, controle remoto.

     - Que lindo, V. Mas não pode brincar com ele dentro de casa. – Fiz uma carinha de decepção. Ele assentiu e guardou o brinquedo. Mostrou mais um bilhão de outras coisas.

     - Pega alguns brinquedos e vamos lá para baixo. – Falei, pegando um dinossauro e uma caixa de Lego.

     Jazmyn estava segurando o irmão, que não estava gostando muito. Peguei Jaxon no colo e fui para a cozinha, fazer a mamadeira. Não iria fazer mal coloca-lo para dormir agora.

     - Ele está com sono, não é? – Jazmyn estava do meu lado, enquanto eu colocava o irmão dela deitado na cama do Nav, com a mamadeira.

     - Está sim. Ele dorme rápido? – Perguntei a ela, que assentiu. Sorri e voltei a olhar o pequeno. Ele já estava quase fechando os olhos, fiz carinho no cabelo dele e pronto, dormiu. Que lindinho. – Vamos voltar para a sala.

     Peguei Jazzy no colo e desci. V e Nav estavam brigando. Ai meu Deus, tenha santa paciência. Coloquei Jazmyn no chão e fui apartar. Quase levei um tapa.

     - V, o que é isso? – Perguntei, quando ele parou. – Achei que você e seu irmãozinho não brigavam.

     - Ele é chato. – Cruzou os braços.

     - Mas ele é seu irmão. Agora pede desculpas.

     - Foi ele quem começou! – Apontou, quase batendo no meu rosto.

     - Nav, pede desculpas também. – Pedi.

     - Desculpa, V. – Disse, baixinho, todo constrangido.

     - Viu, faz que nem ele, é fácil. – Sorri para o V.

     - Desculpa. – Pediu V, fazendo bico. Aquilo seria o melhor que conseguiria dele, por isso nem discuti.

     - Pronto, agora sem brigas! – Falei.

     Eles sentaram no chão e voltaram a brincar. Comecei a ver as milhares de fotos na estante. Usher conhecia tantas pessoas, viajou para tantos lugares. Fotos com a esposa, com os filhos, alguns amigos... Deve ser legal viver assim.

     - Ei, vamos ver um filme? – V puxou a barra da minha blusa.

     - Claro, qual você quer ver? – Fomos para a sala de TV. Ou cinema, aceite como preferir.

     - Os Smurfs! – Ele gritou, sorrindo.

     Peguei o filme no meio dos DVDs lá e coloquei para começar. V sentou no sofá enorme e me chamou para sentar ao seu lado.

     - Quer pipoca? – Perguntei, ao ver o micro-ondas e vários saquinhos de pipoca num balcão, no canto da sala. Meu Deus, só faltava uma máquina de refrigerante!

     - Quero. – Sorriu para mim. Havia algo de errado com ele.

     Levantei e coloquei um saquinho para estourar. Ri baixinho quando vi a máquina de refrigerante perto do micro-ondas. Peguei uma coca. Voltei para o sofá com a pipoca e o refrigerante.

     - Obrigado. – Ele pegou tudo da minha mão. A coca tinha um lugar especial no braço do sofá e a pipoca ficou no meio de nós dois.

     De repente, Nav e Jazmyn entraram correndo na sala.

     - Ah não! Vai para lá, para lá! – V começou a gritar. Jazmyn pegou a pipoca e colocou no seu colo. – Não! Não fica no meio da gente! – Ele gritava para Jazmyn, que nem estava dando muita atenção.

     Consegui conter toda a agitação e deixei-os lá, vendo filme. Fui para a cozinha, estava com fome. Sei que não é muito educado, mas é a lei da selva: sobreviver a qualquer custo. Eu não ia morrer de fome.

     Enquanto cortava uma maçã ao meio, percebi que fazia tudo sorrindo. Até cantarolando eu estava! E eu sabia o motivo de isso tudo...

     Ouvi o barulho da porta da frente sendo aberta. Olhei o relógio e estranhei, pois não eram nem dez da noite.

     - Oi? Tem alguém aí? – Chamei. Ouvi o chapinhar de alguém, vindo para a cozinha. – Responde!

     - Calma, shawty. – Justin apareceu. Soltei o ar, aliviada. Ele estava molhado, esperei uma explicação. – O Scooter me ligou e pediu para que eu viesse para cá. E... Está chovendo. – Deu um meio sorriso.

     - Ah, tudo bem. Quase morri aqui, mas tudo bem. Você vai me ajudar a conter os monstrinhos. – Falei, colocando a mão no peito.

     - Ah, eles fizeram isso de novo? Abusados. – Riu fraco. – Onde eles estão?

     - Vendo filme. – Falei, dando de ombros. Saí da cozinha e fui para a sala onde eles estavam. – Olha quem está aqui. – Anunciei.

     - Bieber! – Jazmyn pulou correu para os braços do irmão.

     - Oi, meu amor. – Abraçou-a. – Onde está o Jaxon?

     - Dormindo. – Sorri, orgulhosa de mim mesma.

     - Nem adianta se gabar disso, ele dorme muito fácil. – Justin cortou meu barato.

     Apenas sorri e fiquei olhando o modo como ele falava com a irmã.

     - Eu vou tomar um banho. Vai ficar bem sozinha com eles? – Perguntou ele, jogando o cabelo, me molhando.

     - Eu estou aqui desde as oito da noite, idiota. – Apoiei um dedo no seu peito, fazendo caso.

     - Que incrível, você. – Ironizou.

     - Vai logo tomar banho! – V gritou. Eu comecei a rir.

     - Ele está estranho. – Justin comentou, baixinho.

     - Está mesmo. – Concordei, olhando o garoto, emburrado.

     - Vou lá. – Subiu as escadas correndo e desapareceu no corredor.

     Sentei no sofá de novo, sorrindo feito uma idiota. Esse efeito que ele tinha sobre mim...

- Justin

     Coloquei minhas roupas na secadora enquanto tomava banho. Brinquei um pouco com meu cabelo no espelho, sorrindo feito idiota. Não sei o que dava em mim quando eu falava com ela. Formava-se um sorriso de orelha a orelha e não saía mais.

     Vesti as roupas secas e desci, arrumando o cabelo com a mão. Fui para a sala, mas não a vi lá. Fui então na cozinha, ela estava preparando algo.

     - Você some do nada. – Falei, entrando na cozinha.

     - Você que é desatento. – Rebateu, mexendo algo numa caneca.

     - O que é isso? – Cheguei mais perto.

     - Para você. – Respondeu, ainda sem tirar os olhos do copo. – Está chovendo muito?

     - Um pouco.

     - Acho que assim está bom. – Ela levantou a cabeça e me passou a caneca.

     - O que é isso? – Olhei, achando aquilo muito estranho.

     - Chocolate quente. Experimenta. – Sorriu, encorajando-me.

     Bebi um gole, muito quente por sinal, mas estava bom.

     - Está bom?

     - Ótimo. – Sorri.

     - Espera, crianção. – Ela riu de algo e foi na pia. Voltou com um pedaço de papel toalha. – Pronto, limpinho. – Limpou minha boca. Ficamos nos olhando por um tempinho.

     - Dá licença? – O Usher cinco-ponto-zero estava na porta. Viramos o rosto automaticamente para ele. – Você está roubando a minha garota. – Fez cara feia. Miranda me olhou, impressionada. Aquele garoto só podia estar de brincadeira, né?

     - Estou, é? E por que ela seria sua garota? – Perguntei, apoiando os cotovelos no balcão e tomando meu chocolate quente.

     - Porque eu a vi primeiro. – Bateu o pé. Miranda estava se segurando para não rir.

     - Bom, já que é assim... – Peguei minha caneca e fui para a porta da cozinha. – Fique com a sua garota. – Saí e fui para a sala.

     Pude ouvir Miranda rindo na cozinha. O mini-Usher acha mesmo que vai ficar com ela? Tipo... A Miranda só tem o triplo da idade dele.

     - Bieber, você gosta dos Smurfs? – Jazmyn perguntou, sentando no meu colo.

     - Gosto sim. – Falei, sorrindo. Naviyd estava dormindo já, quase dentro da bacia da pipoca. – Espera um pouco, meu amor. – Coloquei-a de volta na almofada e peguei o garotinho no colo.

     Levei-o para o quarto dele. Arrumei Jaxon, de modo que os dois pudessem dividir a mesma cama. Dei um beijinho na cabeça do meu irmãozinho e os cobri. Desci.

     - Onde está o Nav? – Miranda estava com o garanhão na sala, Jazmyn estava no seu colo.

     - No quarto. Ele dormiu.

     - Eles dormem cedo... Eu dormia muito tarde quando era criança. – Observou ela.

     - Eu não durmo cedo. – Falou o V.

     - Tem que dormir cedo. – Jazmyn falou, bocejando. Peguei-a no colo e sentei.

     Ficamos lá, vendo o filme até os dois dormirem. Jazmyn dormiu muito fácil, já o Usher V... Ele era marrento, por isso eu gostava daquele menino. Ele tinha o jeito Usher de ser.

     - Pronto. Todos dormindo. – Miranda saiu do quarto do Usher, onde havia deixado o mais velho, para deixar a cama dele para Jazmyn. Bati na mão dela.

     - Quero mais chocolate quente. – Fiz um bico. Ela revirou os olhos e riu.

     - Pode ir lá fazer. – Desceu as escadas e foi para a sala de TV.

     - Não vai ser a mesma coisa. – Argumentei. Ela estava arrumando as coisas. Peguei os copos de refrigerante e coloquei no balcão, ao lado do micro-ondas.

     - Então esquece, estou exausta. – Falou, jogando-se no sofá. Sentei ao seu lado.

     Peguei suas pernas e coloquei em meu colo, de modo que ela ficasse quase deitada. Fiquei desenhando no jeans dela, enquanto ela zapeava pelos canais da TV.

     - Ei, você é tão linda. – Falei, sem querer. Ela me olhou, corando.

     - Obrigada. – Falou, sem graça.

     - Fica tão fofa quando está sem graça. – Aproximei-me um pouco. Ela tirou as pernas do meu colo e sentou, me fitando com um sorriso nos lábios. – Seu sorriso é tão perfeito. – Cheguei mais perto.

     - Justin...

     - Shh. – Já estava bem perto de seu rosto. Agora eu fitava sua boca. Ela recuou um pouco e mesmo assim prossegui. Aproximei-me até que não houvesse mais como ela recuar, já estava deitada no sofá, e eu estava por cima dela. Sua respiração irregular já chegava ao meu rosto e lentamente diminuí a distância restante entre nossas bocas.

     - Estou com fome. – Uma voz alheia nos interrompeu. Sentei rapidamente e virei o rosto para a porta. Usher V. Já estava ficando irritado com ele, e olha que isso é meio impossível de acontecer.

     - Claro. – Miranda levantou rapidamente e saiu da sala, indo com ele até a cozinha.

     - Também estou com fome! – Gritei. Ouvi sua risada gostosa e sorri. Foi quase...

     - Bieber! – Ouvi Jazmyn gritar.

     - Deixa que eu vou. – Miranda apareceu na porta com o V e me jogou um pacote de batatinhas, depois sumiu escada acima.

     - Então somos apenas você e eu. – Falei, estreitando os olhos.

     - Não enche. – Ele tomou o pacote da minha mão e abriu. – Ela nunca vai ficar com você. – Deu de ombros.

     - Por que não? – Perguntei, me divertindo com aquilo.

     - Oras – o moleque falou oras, quem fala ora além do Kenny hoje em dia? – porque ela tem a mim.

     Ia responder quando tudo ficou preto. A mãozinha do V agarrou meu braço. Tirei o iPhone do bolso e coloquei na lanterna, dando a ele logo em seguida.

     - Fica aqui, ok? – Ordenei e saí da sala, iluminando o caminho com a luz do meu BlackBerry. Fui para a cozinha e achei uma lanterna. Subi as escadas e olhei o longo corredor. – Miranda?

     - Aqui. – Gritou de volta. Segui para o quarto do Usher V.

     - Você está bem?

     - Estou. Vai ver os meninos lá no outro quarto. – Disse ela, pegando o celular da minha mão. Assenti e fui vê-los.

     - Eles estão dormindo ainda. – Voltei. – O que foi? – Ela parecia procurar alguma coisa.

     - Onde está a Jazmyn? – Perguntou enquanto procurava debaixo das cobertas, debaixo da cama etc.

     - Não sei, ela não estava aqui? – Aquilo era uma retórica.

     - Justin! – Ouvi o mini-Usher gritar lá de baixo.

     - Vou lá ver o que é. Procura aí, já volto. – Falei e ela assentiu.

     Desci as escadas correndo, quase caí, mas cheguei inteiro na sala.

     - O que foi? – O peguei no colo.

     - Eu não quero ficar aqui sozinho. – Fez um bico, achei que ele ia chorar, mas não chorou. Voltei com ele para o segundo andar.

     - Achou? – Perguntei, colocando o garoto na cama dele.

     - Não! – Miranda estava desesperada. – Meu Deus, Justin, onde ela está?

     - Relaxa, a gente vai achar ela. – Abracei-a.

     - E... Ai meu Deus, eu não acionei o alarme... E se alguém entrou na casa? – Ela estava quase chorando.

     - Miranda! Ninguém entrou na casa. Ela deve ter se assustado e se escondeu, só isso. – Tentei acalmar a situação.

     - Justin, é a sua irmã, por que não está surtando comigo?!

     - Porque alguém tem que manter a calma aqui! – Falei, sentindo-me o mais velho.

     - A gente precisa achar ela!

     Um barulho alto veio do lado de fora da casa fazendo Miranda pular de susto dentro dos meus braços. Usher V estava todo encolhido na cama, coberto até o olho pelo lençol. A luz voltou.

     - Viu? Tudo certo! – Sorri para ela. O baixinho levantou da cama e correu para o quarto do irmão.

     - Vamos procura-la. – Miranda pegou minha mão e saiu do quarto.

     Procuramos por toda a casa. Ela não estava em lugar algum. Confesso que até eu estava começando a ficar preocupado.

     - Justin, seus pais vão me matar! Eles vão cortar minha cabeça e fazer vitamina com ela! – Sua expressão era impagável. Tive que me segurar para não rir daquilo.

     - Relaxe, nós vamos achar a Jazmyn. – Abracei-a.

     Ela assentiu e subiu as escadas de novo. Procuramos nos quartos. Fiquei espantado com o tamanho do quarto do Usher, eu quase me perdi lá dentro. Um minuto de procura, cinco minutos, dez, quinze e nada. Voltei ao quarto do Usher V e procurei debaixo da cama, dentro do baú de brinquedos e nada. Ouvi um barulhinho vindo do armário perto da janela. Abri a porta e um sorriso enorme brotou no meu rosto.

     - Miranda! – Gritei e ela apareceu na porta do quarto. – Vem aqui.

     Ela caminhou até mim e viu o que estava dentro do armário. Abriu um sorriso de alívio. Pegou Jazmyn no colo, que dormia como um anjo, e a colocou de volta na cama.

     - Eu disse que iríamos acha-la. – Me gabei. Ela sorriu e deitou a cabeça no meu ombro, aliviada.

     - Vamos ver os outros. – Falou ela, saindo do quarto.

     Os três meninos estavam dormindo. Coitados, fizeram tanta bagunça, principalmente o maiorzinho. Abracei Miranda por trás, apoiando meu queixo em seu ombro. Havia algo de engraçado naquela situação, eu só não sabia o que era.

     - Que noite. – Falou ela e bocejou.

     - Verdade. – Concordei, depositando um beijinho no seu pescoço. – Você está cansada, vem. – Puxei-a e a levei para um dos quartos de hóspedes.

     Ela sorriu e deitou na cama, deitei ao seu lado, de frente para ela. Arrumei seu cabelo, colocando-o atrás da orelha e sem delongas, selei nossos lábios. Passei o braço por sua cintura e aproximei seu corpo do meu. Ela segurou meu braço, enquanto eu explorava cada canto da sua boca. Fazia tanto tempo que eu queria fazer isso – de novo – e era simplesmente maravilhoso beijar aquela boca perfeita. A falta de ar nos impediu de continuar, mas eu ficaria daquele jeito com ela até não sei quando.

     Miranda abriu um sorriso lindo e escondeu o rosto no meu peito. Abracei-a mais forte, sorrindo também. Finalmente.

     - O V vai ter que me desculpar, mas eu não resisti a um beijo na garota dela. – Falei, todo bobo. Ela riu, mas o riso foi interrompido por um bocejo. – Dorme um pouco. – Acariciei seus cabelos, apenas senti o movimento as sua cabeça, assentindo.

     Fechei os olhos, quase pegando no sono. O som do choro do Jaxon foi audível. Miranda se desprendeu de mim e sentou na cama. Segurei seu braço e a deitei de novo.

     - Deixa que eu vou. – Falei, já levantando. A coisa engraçada estava lá de novo.

     O problema no quarto dos meninos era: Naviyd estava com a mão na cara do Jaxon. Arrumei os três garotos e voltei para o quarto de hóspedes. Deitei e a abracei novamente.

     - Isso é engraçado. – Comentei.

     - O quê?

     - Nós parecemos um casal de pais de primeira viagem. – Falei, olhando-a.

     - É verdade. – Ela riu.

     - Marido e mulher. – Deixei essa escapar. Ela me deu um selinho e me abraçou. Abracei-a de volta e peguei no sono logo em seguida.