10 Whys 10 Becauses escrita por Kat Kimble


Capítulo 2
Capítulo 2 - 10 Whys 10 Becauses - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oe gemt! o/
Muuuuita gente que mandou review pediu uma continuação e depois de mil zilhões de anos, aqui está ela.
Eu espero que tenha ficado tão boa quanto a anterior.
Boa leitura.
Nos vemos lá embaixo.



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.:: 10 Whys 10 Becauses ::.

Parte II

“Para todas as pessoas que pediram continuação e também às que já sofreram com um namoro em crise”

Narrado por: Draco Abraxas Malfoy

Cheguei em casa e joguei a minha maleta e minha mochila, ambas pretas, na poltrona perto da televisão. Quem via aquele singelo apartamento pensaria que ali moravam um casal de trouxas muito organizados e ausentes.

Na sala tinha um sofá em “L” azul-marinho, uma poltrona creme decorada com duas almofadas azuis ao lado da estante onde tínhamos uma televisão, um DVD, um home theater e um micro system. Vários CD’s e DVD’s decoravam os espaços vagos da estante competindo com alguns porta-retratos com fotos do casal. O piso era de carpete de madeira e tinha um tapete amarelado na frente do sofá. Alguns quadros pendurados nas paredes davam um ar mais moderno.

Apolo, meu lhasa apso branco e caramelo, correu até mim latindo e pulou em minhas pernas acompanhado por Atena, a gata persa branca da minha namorada.

– E aí, garoto? Tudo bem? Sentiu saudades? – perguntei acariciando a cabeça dele e pegando Atena no colo. – E você, lindinha? Não arranhou o colchão da cama do papai de novo, né?

Ela miou como se concordasse e a coloquei no chão novamente. Passei pelo corredor onde um espelho decorava o final e na primeira entrada à esquerda encontrei-a na cozinha preparando algo no fogão com o celular preso entre o ombro e a orelha.

– Oi, amor.

– Oi, querido. – disse ela sorrindo e me dando um selinho ignorando a pessoa com quem conversava. – Não, Ginny, é que o Draco chegou em casa. Mas então... o relatório do estoque que ela me entregou não bate. Eu fui conferir. Não, eu sei, amiga, mas ela pode estar desviando isso. Não seria a primeira vez.

Fui até o nosso quarto e me joguei na cama box king size coberta por um lençol vermelho com escritas japonesas em preto e branco. Hermione era viciada na cultura japonesa, tanto que o cheiro de yakissoba invadiu o quarto.

Eu fazia faculdade de marketing mágico e trabalhava como vice-diretor da empresa publicitária do meu pai, mas como meu pai faleceu no meio daquela zona toda, a empresa passou para a minha mãe, e, futuramente, será minha. Já Hermione, estava no último ano da faculdade de medi-bruxaria e era a secretária do diretor do St. Mungus.

Estava acabado, mas queria passar algum tempo com ela. Só que, ultimamente, as coisas estavam meio ruins no nosso relacionamento. Eu chegava em casa e ela estava no telefone falando sobre o trabalho. Quando eu tentava algo com ela, o celular tocava ou ela negava dizendo que tinha compromisso no dia seguinte e precisava descansar.

Lembram do Draco Malfoy pegador da época de Hogwarts? Ele não existe mais. Eu estava há três meses e meio sem sexo. Meu notebook tinha mais acessos ao Red Tube do que ao meu e-mail. Minha mão quase tinha calos! Eu fazia tudo isso porque traí-la não era uma opção. Sempre fui fiel, desde aquele dia no Grande Salão.

Falando nele, depois da tal carta de 10 perguntas e suas 10 respostas públicas, o que deu de marmanjo se declarando via carta foi absurdo. Eram perguntas de todos os tipos. Melhores amigos querendo namorar, desconhecidos que se apaixonaram a primeira vista, primeiranistas com septuaristas. Foi uma bagunça. Mas foi a bagunça que eu mais me orgulhei de fazer. Para terem noção, não eram cartas apenas amorosas não. Havia pedidos de desculpas, discussões feias, tudo estava realmente uma zona.

Já eram cinco anos de namoro, na verdade, amanhã faríamos cinco anos de namoro. Sabem nossos planos? Ela teria uma reunião com empresários australianos no St. Mungus depois do expediente e eu ficaria em casa assistindo algum seriado com Apolo e Atena.

Só naquele momento, com Atena recostada a mim, Apolo tentando subir na cama e Hermione tagarelando no telefone, eu percebi o quanto isso era ridículo. Saí da cama num rompante assustando os animais e fui para o segundo quarto do apartamento que resolvemos transformar em escritório. Peguei um pergaminho, uma pena, tinteiro e mata-borrões, mesmo com a tecnologia avançada e todos os tipos possíveis e imaginários de canetas e corretivos, eu ainda preferia o método antigo. Então comecei a escrever. O que? As mesmas coisas que ela escreveu para mim, eu escreveria para ela. Estava na minha vez.

10 perguntas para H. Granger

Por D. A. Malfoy

Refleti por alguns minutos sentado na mesa. Apolo deitou-se ao meu lado e Atena subiu numa das duas poltronas que ficavam ali e depois na mesa ficando perto da luminária que ali repousava.

Hermione falava tão alto no telefone que eu conseguia ouvir mesmo com a porta fechada. Era algo sobre a chefe da seção de medicamentos que estava desviando dinheiro do hospital alterando relatórios de compra e venda dos remédios. Algo que eu não compreendia e nem me esforçaria para isso. Antigamente, assim que nos mudamos para cá, eu chegava e ela me esperava já com o jantar pronto, vinho numa taça e passávamos a noite conversando sobre como havia sido nosso dia. Alguém, além de mim, notou que ela nem perguntou se eu estou bem?

1. Porque você parou de se preocupar com o meu dia e meu estado?

Assim que escrevi, a ouvi resmungar algo e cumprimentar novamente Ginny dizendo que o sinal tinha caído. Eu não agüento mais aquela merda de BlackBerry. Se ela se descuidar dois segundos dele, eu jogo ele na privada. Não fazem idéia de quantas vezes ela interrompeu uma transa para atender uma ligação. Ou quantas transas não puderam acontecer porque ela estava no celular. Entenderam que ela prefere aquela merda de aparelho do que ficar comigo?

2. Porque você tem essa mania de não largar mais o celular?

Me lembro de quando conversávamos sobre diversos assuntos diferentes. Chegávamos a discutir política, religião, economia e meio ambiente numa conversa só dividindo uma garrafa de vinho. Hoje em dia, ela só sabe falar do trabalho. Fala de casos que apareceram lá, do que fizeram, ou de como a funcionária tal é oferecida, ou como o chefe estava de mau humor. Nos últimos seis meses, acho que não tivemos uma única conversa que não chegou ao assunto “St. Mungus”.

3. Porque não conversamos mais sobre as coisas que nos agradavam?

Nossa rotina era bastante puxada. Eu trabalhava o dia inteiro e fazia faculdade a noite. Chegava em casa quase onze horas da noite e muitas vezes a Mi ainda não tinha chegado. Ela fazia faculdade de manhã e secretariava o chefe do St. Mungus até as oito e meia da noite, mas ela ficava no hospital até quando fosse necessário para ajudar os enfermeiros. Quase não tínhamos tempo para nós, ou nossas famílias, ou amigos. Nem me lembro qual foi a ultima vez em que saí com Blaise. Quando tínhamos a oportunidade, Hermione era chamada ao hospital.

4. Porque você sempre coloca o trabalho como prioridade e não se permite sair e se divertir como fazíamos?

Mi tinha o costume de me ligar todos os dias para me dar apenas um simples bom dia. Era como um ritual a nossa conversa matinal. Ela me perguntava se eu tinha sonhado com ela e, se tinha, como foi, assim como eu perguntava também. Algumas vezes ela até mentia dizendo que sonhou apenas para me ver feliz. Ela nunca mais me ligava. Até onde eu sabia, no intervalo, que era quando ela ligava, ficava falando com o chefe. O trabalho. Sempre esse maldito trabalho.

5. Porque você não diz mais que sonha comigo?

Por Merlin, não me levem a mal, longe de mim desejar algo menos do que a realização profissional completa dela. Mas ela simplesmente abdicava de tudo o que tinha em prol disso e é nisso que eu não concordo. Ela não vê que eu preciso dela comigo. Preciso senti-la como um porto seguro novamente. Eu tenho medo que nosso relacionamento acabe. É torturante namorar alguém com quem você não sabe se portar mais. Sinto como se fosse “eu e ela” não “nós”. Não nos sentia mais como uma unidade só. Algo dependente um do outro.

6. Porque você não me dá atenção? 7. Porque eu não tenho uma lembrança recente de nós dois juntos fazendo algo diferente? 8. Porque você parou de sentir ciúmes de mim? 9. Porque vamos passar nosso aniversário de namoro longe um do outro como se fosse uma outra data qualquer? 10. E a pergunta mais crucial de todas, você ainda me ama como amava a cinco anos atrás?

Esperei um pouco que a tinta secasse e dobrei em formato de carta. Enquanto esperava a tinta secar, eu refleti sobre o que deveria fazer com aquilo. Eu havia encontrado por acaso a carta dela, mas eu queria que ela lesse aquilo. Precisava das respostas. Sendo assim, coloquei-a dentro de sua agenda de compromissos profissionais, já que os pessoais eram no BlackMerda, e a guardei no lugar de sempre. Depois disso, tomei um banho, jantei sozinho assistindo TV, já que ela comia na cozinha ainda no telefone, brinquei um pouquinho com Apolo e Atena e logo fui para a cama.

Narrado por: Hermione Jean Granger

Cheguei no St. Mungus ao meio-dia e já estava exausta. Eu mal dormia, mal comia e mal via o Draco. A faculdade estava puxada, exigia muito de mim. O trabalho nem merece comentários. Eu era praticamente uma escrava naquele hospital.

Coloquei as minhas coisas sobre a mesa e peguei meu caderno e minha agenda para passar as datas dos trabalhos que eu teria que entregar. Meu caderno era uma zona que eu passava a limpo na agenda todas as manhãs. Sempre tinha algo para ler ou fazer da faculdade e isso precisava ser bem distribuído durante o meu dia.

Abri a agenda no dia de hoje e vi uma carta endereçada a mim com a letra do Draco, na página seguinte estava anotado em vermelho “Aniversário de cinco anos de namoro” com um coração ao lado. Eu não me esqueci. Nunca me esquecia. Mas não poderia sair com ele daquela vez. Assim como nas duas ultimas vezes.

Peguei a carta e a abri meio receosa. Passamos a noite toda juntos em casa e ele poderia ter falado comigo, mas preferiu isso. Estranho.

O conteúdo me chocou completamente. Eram as 10 perguntas mais absurdas que eu já havia visto na vida. De onde o Draco tirou tanta besteira? Suspirei me sentando e ainda olhando para carta. Eu não entendia como ele pensava tudo isso, mas tentei analisar nossa vida.

Eu havia deixado de ligar para ele todos os dias, passava horas no telefone quando estava em casa, mal o cumprimentava em casa, raramente saíamos, simplesmente caímos numa rotina que o estava magoando. O nosso aniversário de namoro sendo colocado em pauta assim me fazia entendê-lo. Ele não iria para a faculdade por causa disso e eu não cancelei o meu compromisso. Mas eu o amava. Amava imensamente. Até mais do que antes.

Peguei novamente minhas coisas, conversei com o meu chefe sobre pegar hoje e o dia seguinte de folga e, assim que o convenci, corri para a sede da Idea Express Publicity Ltda. Entrei no prédio já questionando a recepcionista sobre onde Draco estava. A coitada gaguejou que ele estava almoçando no refeitório com os funcionários e disparei até o primeiro andar onde já sabia que era o local.

Assim que saí do elevador, encontrei-o sentado numa mesa com alguns web designers rindo sobre algo. Eu adorava aquilo nele. Draco fazia questão de almoçar com seus funcionários e era proibido falar sobre trabalho no refeitório.

Pigarreei e disse em voz alta chamando a atenção de todos.

– 10 respostas para Draco Malfoy por Hermione Jean Granger. – seu olhar sobre mim era surpreso e divertido.

1. Não parei, mas pensei que não se importasse com a minha preocupação. 2. Certa parte da minha vida está nele, mas prometo parar. 3. O trabalho passou a ocupar muito da minha cabeça. 4. Achei que você estivesse cansado demais para isso. 5. Porque é obvio. Eu sempre sonho com você, acordada ou não. 6. Sem querer, mudei minhas prioridades de vida e errei nisso. 7. Porque nós realmente não fazemos nada. Caimos na rotina. 8. Nunca parei de sentir ciúmes, mas tento não demonstrar. 9. Porque eu sou uma idiota e já consertei isso. 10. Não. Eu não te amo como a cinco anos atrás. Eu te amo mais. Muito mais.

Os funcionários começaram a assobiar, rir, bater palmas e gritar apenas para deixar Draco mais vermelho ainda. Me aproximei dele deixando minhas coisas caírem pelo caminho, que ficou de pé, o abracei e o beijei intensamente como a muito não fazia.

– Respondi, Senhor Malfoy?

– Perfeitamente, Monitora Granger.

– E quais são os seus planos para amanhã?

– Eu tenho alguns em vista, sabe? – brincou ele pensativo me enlaçando pela cintura e me roubando mais um beijo.

Os planos do dia seguinte foram concluídos. Não saímos de casa, mal saímos da cama, as roupas do dia anterior ainda espalhadas pela casa. Digamos que comemoramos nosso aniversário de namoro no melhor estilo Draco Malfoy de ser.


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Notas finais do capítulo

Ooooe again, galere!
Espero que vocês tenham meeeesmo gostado.
E não deixem de comentar, tá?
Beeeaj.:*
Kat Kimble.