Quando Potter vira Harry escrita por Mrs House
Harry bateu na porta da sala do homem que foi, durante um ano inteiro, seu pior inimigo.
“Entre.” Disse o professor. Harry respirou fundo antes de empurrar a porta pesada.
“Professor Snape?” Ele perguntou com uma voz pequena, tímida. “Posso falar com o senhor?”
“Por que eu deveria escutar o que tem a dizer, Potter?” Ele respondeu com a voz cheia de ódio, diante dele não estava Harry, mas Thiago.
“Por favor, senhor?” O homem suspirou e abaixou o livro que estava lendo.
“Seja rápido.” Ele rosnou. Harry mudou o peso de um pé para o outro nervoso.
“Eu gostaria de agradecê-lo por ter salvado a minha vida.” O menino disse olhando para baixo. A expressão de choque no rosto de Snape foi rapidamente mascarada.
“Só estava fazendo meu trabalho, mas não torne disso um hábito. Se é só isso que tem a dizer, tenho muita coisa para fazer...”
“Não!” Snape olhou para ele. “Quero dizer, tem mais uma coisa...”
“Então diga logo, Potter, não tenho a noite toda.”
“Bem... o professor Dumbledore me contou que a sua relação com meu pai era mais ou menos como minha relação com Malfoy. Eu sei que ele fez muitas brincadeiras de mau gosto com o senhor e entendo que ainda guarda ressentimentos. Então gostaria de me desculpar pelas ações de meu pai, mas, senhor, sou Harry, não Thiago e não tem porque me culpar pelo o que ele fez.”
Snape deu um pulo de sua cadeira, a expressão feroz, mas se sentou novamente e suspirou.
“Sabe, você pode ter a aparência de seu pai, mas sua atitude hoje foi uma que sua mãe tomaria.”
“O senhor a conhecia?” Os olhos de Harry brilharam, nunca lhe falaram de sua mãe.
“Ela era minha melhor amiga.” Snape deu um de seus raros sorrisos, se levantou e pegou um álbum, se sentando no sofá. “Venha aqui.” Ele bateu no espaço do sofá ao seu lado.
Harry se sentou e viu várias fotos de um Snape mais novo com Lílian. “Conheci Lílian antes de vir à Hogwarts, nós morávamos no mesmo bairro...” Ele apontou para uma foto de duas crianças, uma ruiva e outra morena, brincando no balanço.
(...)
Snape fechou o álbum, cada foto tinha uma história e ele contou todas a Harry.
“Já está muito tarde.” Ele disse olhando para o relógio, eram três horas da manhã. “Talvez você devesse passar a noite aqui, não quer perder mais pontos para sua casa, não quando as aulas terminam amanhã.”
Snape? Sendo legal? Devia ser a imaginação de Harry, mas ele estava realmente cansado.
“Obrigado, senhor.” O menino bocejou. Snape o levou até o quarto de hóspedes e configurou suas vestes em pijamas.
“Boa noite, Pot... Harry.” Harry estava tão cansado que não percebeu que o professor lhe chamara pelo primeiro nome.
Eu devo estar louco. O professor pensava, deitado em sua cama. Deixar Harry Potter, filho de meu pior inimigo, dormir em meu quarto de hóspede, e ainda por cima, chamá-lo pelo primeiro nome. Mas, uma voz disse em sua mente, ele não é como o pai, tem muito de Lílian. Lílian...
Uma lágrima escorreu por seu rosto, mas a enxugou rapidamente quando ouviu gritos vindos do quarto de hóspedes.
“Mas que diabos?” Ele se perguntou enquanto vestia um robe e ia verificar o menino.
Harry estava encharcado se suor, as roupas lhe pregavam o corpo. Os lençóis estavam caídos da cama e ele se debatia.
“Por favor tio Valter, eu prometo que serei bom, sem mais coisas estranhas acontecendo.” Ele chorou.
O marido de Petúnia. O professor adivinhou. Mas por que Harry está com medo dele?
“Por favor, tio, a vara não!” Ele estava realmente chorando agora. Eles batem nele! Ele poderia esperar descaso de Petúnia com o sobrinho, mas bater em uma criança?
“Harry?” Ele tentou acordá-lo. “Está tudo bem, você está seguro.” Ele abriu os olhos e encarou o professor por alguns segundos antes de enterrar o rosto no peito do homem. Snape estranhou a situação por alguns segundos antes de abraçar o menino. “Está tudo bem, Harry. O seu tio sempre bate em você?” O menino o encarou assustado e negou com a cabeça.
Ele provavelmente o ameaça para não contar a ninguém, ou então o faz acreditar que merece.
“Pode confiar em mim, prometo que seu tio não vai machucá-lo mais.”
“Só quando eu faço coisas estranhas, senhor.” Ele disse com a voz muito baixa. “A maior parte do tempo ele me deixa em paz no meu armário.”
“Você dorme em um armário?” O menino afirmou com a cabeça.
“Aberrações não merecem um quarto.” Snape se lembrou do próprio pai ao ouvir o menino falar, ele também odiava magia.
“Harry, você não é uma aberração.” Ele disse com a voz macia que usava para falar com os primeiros anos que sentiam saudades de casa. “Agora volte a dormir, prometo que farei tudo ao meu alcance para que você nunca mais tenha que voltar para os seus tios.” E faria mesmo.
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