Aira Snape - A Comensal escrita por Ma Argilero


Capítulo 23
Meus problemas começam


Notas iniciais do capítulo

Well, estou trabalhando o que posso nessa fic. Gosto de escrevê-la e de toda a história que criei em cima da de Harry Potter, por isso queria pedir para minhas leitoras comentarem. Não sou desistente de primeira queda; continuo seguindo, mas fica desanimador.
A história flui e em menos de cinco capítulos se iniciará o ano crucial de Aira, com mais surpresas, amores, reviravoltas... Quero leitores para compartilhar essas palavras de uma garota que sonha em ser escritora.



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Eu estava me saindo bem com Ketlen. Ela não era chata nem queria me fazer mal algum. Ela só não queria ficar com um pé atrás de sua irmã biológica. Apenas me pediu meios de conseguir ser sociável com ela.

Já eram meados de março e estávamos próximos do jogo que decidiria quem levaria a taça. Eu treinava que nem condenada e Ketlen ficava na bancada junto das gêmeas e Alekxis, como se fossem chee leaders. Ainda bem que não tinham pompons, apenas ficavam gritando para eu ir melhor – mas dançavam de uma maneira que me fazia querer sumir dali.

Estava tão democrático isso. Antes ninguém torcia pra Sonserina, a não ser os da própria Sonserina. Isso era considerado um progresso.

Draco gritava com todos. Ele queria perfeição. Não sei de onde ele retirava energia pra isso, mas já o estava admirando.

- Aira, presta atenção no balaço!

Virei-me e joguei o balaço longe, quase acertando a bancada dos professores.

- Não fique boiando, se não...

Pousei no chão desci da vassoura, jogando meu equipamento no chão e uniforme, ficando somente de short, com uma meia calça azul; blusa de banda e saí em direção aos vestiários. Estava saturada dessa vida.

Não devia estar abandonando o treino, mas não conseguia mais fica ali. Queria ficar sozinha.

- Aira, o que houve pra você sair daquele jeito?

Draco sempre me seguiria.

- Não sei. Apenas quero ficar longe das coisas, ficar sozinha...

Ele ficou na minha frente e olhou-me.

- Eu sempre tenho essa vontade, mas não posso desistir de tudo. Não somente eu, mas várias pessoas ao meu redor sofreriam.

- Você não tem idéia do que passo...

Draco me beijou. Fazia algum tempo que ele não fazia isso. Eu não sabia se gostava ou não, só tinha certeza que ele gostava muito de mim.

Olhei pra ele.

- Não sei o que você sente ou fala, mas sempre vou querer te fazer feliz – Draco ajoelhou-se e pegou minha mão. – Quer ser minha namorada? Prometo não ser chato, pois sei que você pensa dessa forma – eu sorri. – Podemos escapar de algumas aulas, praticar essas brincadeiras idiotas e sempre te protegerei.

Teoricamente já estávamos namorando, mas Draco foi criado para ser um cavaleiro com as mulheres e ele estava sendo um naquele momento. Sorri e depois dele se levantar, o beijei. Era meu sinal de sim. Ele me aproximou de seu corpo e beijou-me com mais vontade.

- Você não me conquistou em três meses – observei.

Draco sorriu e enlaçou minha cintura, aproximando seu rosto ao meu.

- Mas te conquistei.

- Sim – e nos beijamos novamente.

Antes que alguns curiosos aparecessem, eu e Draco saímos. Concordei em voltar pro time e treinar. Precisava me ocupar em alguma coisa.

Os treinos não eram tão chatos. Chegávamos meia hora antes e ficávamos no vestiário, namorando. Muitas vezes tive que me focar no horário. Não queria que nos pegassem em momento tão íntimo. Não que namorar fosse íntimo, mas com Draco... Era um atentado ao pudor. Ele sempre dava um jeito de me fazer parecer uma hipnotizada, sendo assim, nosso namoro não eram somente beijos.

Os jogadores – sempre que chegavam – nos viam sentados, um do lado do outro, mas eu sempre levava um livro e fingia estar o lendo. Draco conseguia esconder melhor do que eu o nosso relacionamento.

- Você não quer contar? – ele perguntava isso por causa de nossos pais. O dele ainda estava preso, mas tinha a Narcissa. Ela gostaria de saber que eu era namorada do Draco.

- Ainda não – virei-me de frente a ele. Estávamos sentados no chão do vestiário com ele me abraçando por trás. – Não quero pais dando sermão de prevenção.

Draco sorriu e depositou um beijo em meu pescoço.

- Seria ruim ter nossos pais dizendo coisas que já sabemos.

Droga. Draco me tirava de órbita. Eu já estava sentada sobre as pernas dele, suas mãos acariciavam minhas pernas...

- Aira...

Olhei para a porta e vi Ketlen, recheada de roupa de frio. Ela não estava acostumada a tanto frio, mesmo tendo estudado em Lefoise. Lá não era quase perto do Ártico.

- Um. Acho que interrompi algo.

Eu queria me levantar, mas Draco me puxou.

- Acho melhor contar – ele sussurrou em meu ouvido.

Se Ketlen ficasse sabendo. Hayley saberia, assim Snape, que consequentemente contaria à Narcissa, que por sua vez acabaria revelando a família toda – e até a Voldemort – sobre eu e Draco. Era um efeito dominó. Que eu não quero que aconteça de forma alguma.

- Vocês estão namorando.

Era óbvio pela maneira que ela nos viu – além de ter contado para mim mãe o óbvio - O vestiário era um dos locais em que namorávamos. Fazíamos isso na Sala na Precisa, mas era perigoso demais, já que a sala atendia seus desejos. E eu tinha medo de que aparecesse mais que livros ali.

Não havia como contornar a situação.

- Estamos.

- Vocês sempre somem juntos... – Ketlen sorriu. – Praticamente toda Hogwarts suspeita que vocês namoram.

Isso era de se esperar. Mais rápido que fofoca correndo em Hogwarts eram as notícias ruins. Antes que Ketlen saísse pelos quatro cantos contando que Draco e eu estávamos juntos, era melhor calá-la antes.

Percebi o olhar de Ketlen sobre mim.

- Estão com medo que descubram que fazem mais que se beijar?

- Não fizemos nada que não contenha beijos.

- Claro. Não só na boca.

Eu estava errada quanto a essa criatura não me importunar. Teria várias dores de cabeça pela frente.

Não queria matá-la, mas dar uns bons tapas nela por dizer isso. Mas eu tinha que ver como eu aparento ser. Estava em quase em trajes íntimos ali.

- Pense o que quer, mas minha relação com Draco é mais complexa do que sentimentos e sexo – enfatizei essa última palavra e a olhei – Não te impeço de nada, apenas controlo os pervertidos que querem somente te levar pra cama e depois nunca mais olharão na sua cara. Não quero que você tenha a mesma popularidade que eu.

- Que popularidade?

- A de vadia, Ketlen. Eu acabei me tornando uma. Fazia as coisas sem pensar e quando dei por mim estava em maus bocados e com a minha imagem suja.

Minha imagem ficaria mais suja depois que todos soubessem que eu era uma Comensal da Morte.

- Está bem – ela ajeitou o cachecol, já que estava quente ali. – Mas por que esse papo todo?

Respirei fundo.

- Primeiramente ser minha parente não é a coisa mais agradável do mundo. Segundo, não pode revelar meu relacionamento com o Draco. E terceiro, vista-se menos formalmente. Meus olhos queimam com essa roupa.

Ela olhou para as próprias roupas: calça jeans, bota e um sobre-tudo.

- Que tem de errado com elas?

- Seria o que não tem de errado nelas.

Ela estava confusa.

- Usar sempre as mesmas peças é bem ruim.

Não queria bancar a com senso em moda, Ketlen sempre usava aquela maldita bota preta e o sobre-tudo. Nem estava tão frio para tais roupas.

Eu ia recolhendo minha mochila, quando me lembrei do por que ela estar ali.

- O que faz aqui?

- Hã? – ela parecia confusa. – Ah! Sim. Snape estava te procurando. Parece que é algo particular.

Quando se tratava de Snape tinha que ir rapidamente. Despedi-me do Draco e saí puxando Ketlen.

Meu pai estava uma pilha de nervos. Nunca o vi daquela forma. Até me assustei vê-lo andando pra lá e pra cá dentro de sua sala.

- Onde estava? Isso é urgente!

- O que é urgente? Posso saber?

Ele olhou pra Ketlen e suspirou.

- Sente-se ai Ketlen.

Continuei em pé. O vi ir até o armário e retirar algumas cartas e as entregou até a mim.

Eram todas com o remetente de nosso endereço e com o nome Hayley Thompson. Mas porque não Mikles? Abri um envelope qualquer e comecei a ler:

Severo – nunca conseguirei te chamar de Snape por causa de nosso passado -, você não devia ter voltado a minha vida dessa forma. Agora tudo ruiu de vez. Meu casamento com Mikles era só fachada. Nunca nos amamos. Apenas era o certo a fazer. Eu precisava de ajuda financeira e um teto pra morar. Acabamos juntos por conveniência. Desde esses 17 anos atrás, tenho pensado que poderia ser tudo diferente.

Todas as cartas eram trechos que se completavam.

É muito repentino para você quanto Ketlen e Aira. Mas estou desfazendo meu casamento com Paul. Não vamos a lugar nenhum. Não quando ainda estou ligada ao passado de certa forma...

Desculpe-me Severo. Eu deveria ter acreditado em você e ter criado nossa filha juntos.

Hayley Thompson

Somente a última carta assinara.

Olhei para Ketlen e ela parecia estar petrificada, mas quando me aproximei, ela virou a cabeça pra mim.

- Como eu fico nisso tudo?

Se eles estavam se separando a guarda dela iria para um dos dois. Mas nenhum filho quer ver seus pais se separarem.

- Por que ela mandou as cartas pra você?

Snape sentou-se em sua poltrona. Acabei sentando em uma cadeira.

- Não desconfia de nada Aira?

Desconfiar eu desconfiava, mas era possível ser isso?

- Quando ela começou dizendo na carta que nunca conseguiria te chamar de Snape e depois, no final, que ainda está ligada ao passado, deduzo que a causa não é somente a mim, mas você.

Snape bufou. Ele estava se abrindo com mais freqüência comigo ultimamente. Mas era novidade fazer isso em frente à outra pessoa. Talvez ele achasse que Ketlen não era ameaça ou daria com a língua nos dentes

- Esse é o problema. Ela está dizendo que ainda sente algo por mim, mas eu já arrisquei uma vez e perdi tudo que me era importante...

- Que custa fazer isso de novo? Não era você que me dizia para correr atrás do que quero? Siga seus próprios conselhos. Você é o adulto aqui. Não é mais adolescente para fazer as coisas sem pensar. Meu pai me olhou de uma maneira estranha e me chutou da sala com a Ketlen. Nem tive tempo de passar mais sermão pra ele. Estava me sentindo a adulta da relação pai e filha; era estranho. Acabei perdendo o foco da Ketlen, mas a situação dela também era difícil. Boa parte da guarda dos filhos vão para as mães. Talvez o mesmo aconteça com a dela.

Acabei indo para a Sala Precisa e encontrei Draco consertando o armário Sumidouro. Joguei-me aos braços dele e quando me vi, estávamos deitados sobre uma cama e eu aconchegava minha cabeça no peito dele. No dia seguinte seria o jogo de Quadribol.

*****

Acordei abraçada ao Draco. Ele era tão branco. Peguei-me acariciando seus cabelos louros. Ele abriu seus olhos e sorriu.

Sorri de volta e me sentei na cama.

- Precisamos aparecer para o café – espreguicei-me.

Draco me puxou, ficando por cima de mim. O olhar dele estava mudado. Não havia sinal de cansaço. Eu apenas via desejo.

- Vamos nos atrasar... – dizia em vão, enquanto ele beijava meu pescoço.

Eu tinha controle quando estava perto dele, mas às vezes era difícil. Deixava meu corpo fazer tudo que queria. Eu desejava aquilo mais do que qualquer outra naquele momento. Draco retirou minha blusa e continuamos a nos beijar. Aos poucos nossas peças de roupas estavam no chão. As únicas coisas que ele tinha no corpo era sua cueca Box e eu, minha calcinha - sorte que era de renda e nova.

A mão dele deslizou pela minha perna e percebi-o se movimentando para ficar em cima de mim. Foi quando minha mente se iluminou. Bloqueie-o com meus braços e Draco olhou-me surpreso.

- O que houve? Você não quer?

Ele se afastou e sentei-me, cobrindo meus seios com as mãos – não que ele já não tivesse visto, mas era algo que fiz em automático.

- Eu quero, mas eu não posso me entregar a você assim.

Draco segurou meu rosto e eu o olhei nos olhos.

- Assim como?

Olhei pra baixo, procurando as palavras certas.

- Não sei se te amo. Acho que não devemos fazer isso. Não enquanto eu...

- Ainda amar Fred Weasley.

- Não era isso que eu ia falar.

Mas era isso que eu sentia.

Draco virou-se e saiu da cama. Senti-me horrível ali.

O que eu sentia pelo Draco? Aceitei namorá-lo, mas não foi para esquecer ninguém? Minha mente estava repleta de dúvidas e precisava achar soluções. Eu gostava dele e sentia isso, mas eu estava pronta para me entregar a ele daquela forma? Poderia trocar o certo pelo duvidoso?

Sem pensar duas vezes, retirei minha única peça e joguei-a no chão.

- Desculpe pelo que faço, mas não quero viver do jeito que vivo – não estava tão envergonhada quanto deveria – Só sei que você me é importante.

Draco veio até mim e depois de me livrar daquela cueca, que fica tão sexy nele, ele se moveu até nossos quadris estarem unidos.

Saímos super atrasados. Eu corria e Draco logo atrás, ajeitando sua gravata. Depois de termos feito amor, saímos apressados. Sexo não é algo que se faça rápido e Draco não é desses que querem algo superficial.

Poderia citar as diversas sensações, mas elas não se igualam e nem chegam perto de quando me entreguei ao Fred. Foi minha primeira vez, mas foi especial porque eu o amava... Não foi algo que necessitasse, mas aconteceu e é uma das únicas coisas boas que guardo dele.

Chegamos ao café, com ele quase acabando. Corri até a mesa e peguei algumas frutas e uma taça de suco de laranja. Draco estava vindo até mim e passei a taça pra ele que saiu correndo com ela em mãos e foi entregar alguma coisa pro Zambine, que leu o pergaminho rapidamente.

- Que é isso?

Draco engoliu o suco.

- Apenas faça Blásio. Estou atrasado... – o puxei com mais força para fora da sala. Faltava puxá-lo pela gravata.

Todos nos olhavam, pensando que éramos dois malucos. Tínhamos que estar nos vestiários antes de todos os outros alunos. Tinha várias estratégias, mas isso valia do clima também. E como clima estava bom, não seria difícil avistar o Pomo de ouro, mas também não seria fácil pegá-lo.

Quando chegamos ao vestiário, ofegantes e eu puxando ele, todos nos olharam. Endireitei-me e fui retirando minhas vestes para colocar a roupa de Quadribol. Todos sabiam que eu usava roupa comum embaixo delas.

Ketlen torcia pra mim da bancada da Sonserina. Nem parecia que no dia anterior ela soubera que seus pais se divorciarão. Ela estava demonstrando ser Sonserina: escondendo seus sentimentos. Eu fazia isso tão naturalmente, mas tinha vezes que não conseguia. Eu simplesmente deixava as coisas fluírem. Não conseguia não prevalecer com minha personalidade – que, diga-se de passagem, é sinistra. Já que herdei a personalidade de meu pai e minha mãe.

Ouvi um grito para eu prestar atenção, vindo do Draco e virei-me a tempo de rebater um balaço. Gina Weasley desviou facilmente e continuou a correr atrás do pomo. Ela estava como substituta do Potter, já que meu pai tratou de ceder a ele suspensões. Meu pai não existia. Foi ele que forjou o livro que Potter usara e ainda lhe suspendia por isso. Era muito paradoxo essas coisas.

Eu ia rebater um balaço, mas ele estava perto de mais, apenas desviei, virando de ponta cabeça em minha vassoura. Foi quando vi o balaço atingir a arquibancada onde Ketlen estava e ela se desequilibrar, mas não cair. Senti-me aliviada por nada acontecer a ela. Querendo ou não, ela era minha irmã.

Nesse momento de distração, senti o lado direito de meu corpo ser prensado e virei meu rosto a tempo de ver o balaço me atingindo. Larguei a vassoura, sentindo dores e com a visão tornando-se turva. Eu sabia que estava caindo, pois podia sentir o vento e meu corpo sendo puxado pela gravidade.

Mas antes que me estatela-se no chão, Draco pegou-me em seu colo, ainda na vassoura.

- Está tudo bem. Te peguei.

Ouvi alguns gritos de professores. Podia apostar que Snape era um deles, pedindo passagem. Não poderia retornar ao jogo. Eu queria ajudar a Sonserina a vencer um jogo...


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Notas finais do capítulo

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