How To Love escrita por Nath_Coollike


Capítulo 15
Other Side Of Sanity


Notas iniciais do capítulo

Amorecos! *-*
Esse capítulo é dedicado a...
Bkrbiebercat
Blueandpink
FernandaBastos
thatasynhaa (que me ameaçou de morte, mas deixa pra lá)
Que acertaram as coisas que aconteceram com a Hannah (ou aconteceram em partes).
Enjoy (:
(P.S.: Desculpem os erros de portugues, não deu tempo de revisar na vontade insana de postar esse capítulo)



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PDV Justin

Scooter estava extremamente hesitante ao contar o que houve com Hannah.

– Scott... – Kenny começou. – Acho melhor dar um tempo para ele.

Desejei poder mostrar o dedo o meio para Kenny, mas minhas mãos estavam presas a tubos e fios.

– Kenny... Eu realmente preciso saber como Hannah está. – Falei.

– Olha JB... – Kenny falou. – Eu quero te contar o que aconteceu. Todos querem que você saiba. Mas... Não desse jeito. Não agora.

Ele só pode estar brincando comigo...

– Kenny... – Comecei.

– Não me faça chamar a enfermeira para sedá-lo de novo. – Kenny falou tentando soar ameaçador.

A verdade é que meu guarda-costas só tem cara de mal. Kenny nunca faria mal a uma mosca. Virei os olhos. Estava me sentindo idiota deitado ali sem poder fazer absolutamente nada sobre nada.

Depois de muito tempo de um silêncio irritante, a médica voltou. Ela começou a fazer alguns exames demorados que estavam me irritando profundamente.

– Está sentindo dor em algum lugar? – Ela perguntou depois de terminar as tralhas dela.

– Não. – Respondi.

Os fios continuavam a me prender na cama do hospital e coisas do gênero.

– Tem certeza? – Perguntou enquanto deitava a cama um pouco.

– Tenho. – Respondi. – Eu posso assistir televisão?

– Não. – A enfermeira respondeu tentando não soar rude. – Sua mãe não quer que você assista por enquanto. Posso te trazer um livro.

– Não precisa. – Respondi.

Fechei meus olhos com força, desejando que tudo fosse apenas um sonho ruim e que quando eu acordasse tudo estivesse bem. Não durou muito a minha ideia, já que Scooter entrou no quarto falando alto com alguma outra pessoa.

– Justin. – Scooter chamou. Abri os olhos e vi um homem de terno me olhando sério. – Esse é o investigador Martin. Ele quer falar com você.

– O que eu fiz? – Perguntei por reflexo.

Scooter e Martin deram um risinho.

– Você não fez nada. – Martin falou. – Mas preciso fazer umas perguntas para você. Sobre o incêndio.

Não tive reação alguma. Só fiquei parado igual a um idiota.

– É bem rápido. – Scooter falou e sorriu amigavelmente.

– Não vou contar nada para ninguém até eu saber o que houve com Hannah. – Falei e olhei sério para Scooter.

Chantagem. Eu sou um gênio. Não.

– Ele ainda não... – Martin começou a formular a pergunta, mas Scooter interrompeu.

– Ainda não contamos para ele. – Scooter falou sério e me olhou um pouco bravo. – Escuta Justin, ele precisa que você converse com ele. Por favor, coopere com o mundo ao menos uma vez.

– Scott... – Comecei a apelar para o lado emocional. – Eu preciso saber. Eu... Só quero saber se ela está bem.

Scooter e Martin trocaram um olhar rápido e voltaram a me olhar com um pouco de dó.

– Eu acho que... – Martin começou e mordeu os lábios com força antes de terminar. – Acho que ela já esteve melhor, mas ela está bem.

– Como assim? – Dei corda para o idiota continuar.

– Ela está bem. Não se preocupe com ela. – Martin continuou. – Aposto que onde ela está... Deve ser como férias para ela.

– Férias?

– Ela está bem, fisicamente falando. – Scooter falou. – Ela acordou já faz algumas semanas, mas está em um... Retiro, pode-se dizer assim.

– Que tipo de retiro? – Perguntei. Scooter respirou fundo.

– Se contar para sua mãe que te contei, vou te matar pessoalmente. – Scooter falou e se aproximou da cama onde eu estava. – Ela está em uma clinica na Flórida. Quando ela acordou... Ela teve algumas alucinações e... Ela não se lembra daquele dia. É o que acontece quando pessoas têm grandes traumas emocionais. Ela acha que você está morto. Na verdade, ela ficava gritando isso e chorando. Por isso está onde está.

Hannah pensa que eu estou morto?

– Está mentindo. – Falei.

– Não estou. – Scooter rebateu.

– Então ligue para ela e diga que eu estou bem. – Falei.

– Não é tão simples assim. – Martin se pronunciou. – A clinica que Hannah está é para os insanamente perigosos. Sabe o que isso quer dizer?

Neguei com a cabeça.

– Quer dizer que lá só ficam pessoas que são consideradas perigosas. Pessoas que não tem consciência que podem fazer mal para sociedade. – Martin respondeu.

Comecei a rir. Rir de puro nervosismo.

– Hannah não apresenta perigo para ninguém, acredite. – Falei.

– Bom, ela tentou colocar fogo em você. – Martin falou. Paralisei. – Quem faz isso não é considerado como melhor pessoa do mundo.

– Isso é ridículo. – Falei. – Hannah não tentou colocar fogo em mim.

Scooter saiu da sala, me deixando sozinho com Martin.

– Não foi isso o que pareceu quando a polícia foi mandada para investigar a cena do crime. – Falou.

– A polícia não sabe de nada. – Falei. – Hannah não colocou fogo na casa.

– Então quem foi? – Perguntou.

– Uma terceira pessoa.

– Só tinha vocês dois na casa.

– Não... A pessoa foi embora. Não ficou lá.

– Justin... Tinha indícios no corpo de Hannah de que foi ela que colocou fogo na casa. A mão dela estava com queimaduras profundas de quem passou a mão no álcool e segurou um fósforo.

– Mentira. – Respondi e senti minha garganta apertar. Não podia contar para ele o que realmente aconteceu. – Ela não colocou fogo em lugar nenhum. Foi essa outra pessoa, eu juro.

– Qual o nome dessa pessoa? – Perguntou.

– São duas. John e Mike. – Falei. – Eles dois queimaram a mão da Hannah, tanto que eu tive que socar John e...

– John e Mike? – Martin perguntou soando meio divertido com a situação. – Os vizinhos que você matou?

– Eu não matei ninguém... – Falei. – Eu não matei ninguém...

Martin respirou fundo e começou a anotar algumas coisas no pequeno bloquinho que ele tinha.

– Você acredita em mim? – Perguntei. – Quer dizer... Você é da polícia. Vocês sabem o que aconteceu de verdade, não sabem?

– Eu acredito nos fatos. – Martin falou e me lançou um olhar bravo. – E atualmente eles não são muito favoráveis nem para você e nem para Hannah Miller.

Martin saiu do quarto. A máquina do meu lado parecia que ia levantar voo de tão rápido que apitava. Minha mãe, Scooter e Kenny entraram no quarto assim que aquele imbecil saiu.

– Justin, se acalme querido. – Minha mãe falou e segurou minha mão.

– Mãe... – Falei e apertei a mão dela. – Você sabe que eu e Hannah não fizemos nada. Você acredita em mim, não acredita? Você sabe que eu nunca iria matar alguém.

– Filho... – Minha mãe estava a um passo de derramar em lágrimas. – Acho melhor você tirar um cochilo.

Ótimo, nem a minha própria mãe acredita em mim. Uma enfermeira entrou no quarto as pressas e aplicou uma injeção em um dos tubos que saiam de mim. Apaguei logo em seguida.

(...)

Quando acordei parecia ser de madrugada. Um ronco conhecido – Kenny – estava soando no quarto e me deixando mais calmo por não estar sozinho.

– Kenny. – Chamei.

Kenny continuou roncando.

– Kenny. – Chamei mais alto dessa vez.

Kenny fez um som estranho com a boca e bocejou.

– Precisa de alguma coisa, Biebs. – Kenny perguntou e se aproximou da minha cama.

– Preciso que me ajude a chegar na Flórida. – Falei e Kenny começou a rir. – Estou falando sério.

– Acho que três da manhã é um pouco tarde para querer ir para Disney. – Kenny falou brincando e rindo.

– Imbecil. Não estou falando da Disney. – Falei. – Estou falando de Hannah.

– Quem te contou sobre... – Kenny pareceu pensar por meio segundo. – Scooter.

– É. Agora, vamos. Me ajuda a levantar. – Falei e tentei sentar na cama, mas os fios me puxaram para baixo.

Kenny negou com a cabeça e olhou pra mim como se dissesse “Como você é burro”.

– Olha aqui, primeiro de tudo o único imbecil aqui é você. Depois, o que tem na sua cabeça?! Você não pode sair daqui! Esses malditos fios e tubos estão te mantendo vivo, criança. Se sair daqui você vai morrer. – Kenny levantou a voz.

Respirei fundo.

– Quanto tempo faz que ela está lá? – Perguntei.

– Já faz quase um mês. – Kenny falou e sentou na poltrona. – Olha cara, sinto muito. Eu gostava dela.

– Celeste está lá com ela? – Perguntei.

– Ninguém pode ficar dentro da clinica com os pacientes, mas Celeste está em um hotel nas redondezas. – Kenny falou.

– Quando o Martin falou insanos... Hannah está... Tipo, louca? – Perguntei com um pouco de medo da resposta.

– Depende do que você chama de loucura. – Kenny falou. – Eu diria bastante perturbada.

– Queria poder vê-la. – Pensei em voz alta.

O silêncio ficou pairando sobre nós. Kenny não falava nada, eu não falava nada. As únicas coisas que emitiam som naquele lugar era a máquina que apitava que ainda estava ligada em mim, as enfermeiras no corredor e o barulho do soro caindo.

– Justin? – Kenny me chamou depois de muito tempo.

– O que foi? – Perguntei.

– Eu só queria te dizer que... Acredito em você. Acredito que você não matou aqueles homens. – Kenny falou.

Ok, aquilo foi muito legal da parte dele. Ter alguém que confiava em mim quando nem a minha própria mãe tinha certeza se confiava em mim ou não era muito bom.

– Valeu Kenny. – Falei.

– Tá. Agora chega de sentimentalismo porque isso me deixa meio mole. Você sabe como eu sou com sentimentos. – Kenny falou e pulou para o sofá cama aberto perto da minha cama. – Vê se dorme. Se não dormir vou pedir para te sedarem de novo.

– Tá bom. Boa noite. – Falei.

Depois de meia hora o silêncio voltou a ficar chato

– Kenny? – Chamei.

– O que é? – Kenny perguntou com a voz abafada pelo travesseiro.

– Quando eu sair daqui, você me leva para Flórida? Para ver a Hannah? – Perguntei.

– Justin... Eu te levo até para Nárnia para conhecer a Rainha de Copas se você me deixar dormir agora. – Kenny falou.

– Rainha de Copas é do País das Maravilhas e não de Nárnia. – Falei e Kenny bufou. Ri baixinho.

– Se você não calar a boca você vai é para o céu conhecer Jesus, moleque. – Kenny falou.

Comecei a rir um pouco.

(...)

Uma semana, dois dias e cinco horas. Foi o tempo que me seguraram no hospital até eu ficar “melhor”. Kenny me ajudou com a parte de “ele não vai falar com a polícia até ficar cem por cento recuperado”. Aparentemente, se eu continuasse falando – e repetindo – que eu não matei ninguém eu ia ser jogado em uma “clínica para insanamente loucos” também.

Minha mãe ainda está uma bagunça com tudo isso. Quando eu tentei contar que não matei ninguém e tentei contar sobre Clay, ela começou a pirar e gritar, me mandando parar de falar essas coisas porque ela não ia deixar o filho dela ser levado para uma clínica. Maravilha mãe, eu agradeço a consideração.

E Hannah? Bom, Hannah está a um passo de ser considerada culpada. Aparente todas as provas que conseguiram pegar na “cena do crime” a incriminam. Por provas eu quero dizer a mão dela queimada. Ela ainda está naquela maldita clínica.

Eu... Bom, a polícia está doidinha para me jogar em uma clínica também. Nos “fatos” que eles têm eu atirei – e matei – em John e Mike, e atirei em Hannah depois de uma suposta briga. Eu atirei na perna dela e ela tentou jogar fogo em mim. Viu como somos radicais? Dizem que depois do casamento piora, mas eu não sei não.

E, claro, a arma que eu usei para imobilizar John e Mike foi encontrada e só tem as minhas digitais, como se não fosse problema demais na minha vida. Meu suposto ato de sair atirando em todo mundo foi considerado “legitima defesa” em Hannah e “homicídio doloso” em John e Mike.

– Pegou sua bombinha de ar? – Kenny perguntou enquanto despachávamos as malas no aeroporto com destino à Flórida.

Minha mãe achava que eu estava indo para Atlanta, ver meus amigos. Eu estava mal de mentir para ela apesar de tudo, mas se eu não mentisse ela ia me proibir de ir ver Hannah.

– Peguei. – Respondi sem dar muita atenção.

Mesmo depois de sair do hospital, a médica me obrigou a levar comigo uma bombinha de ar. Aparentemente eu não podia confiar tanto assim no meu pulmão depois de inalar grande quantidade de fumaça.

Embarcamos no avião. Eu, Kenny e Scooter. Depois de duas horas de voo, Scooter começou a dormir. Encostei minha cabeça, querendo dormir também, mas estava ansioso demais para isso. Percebi que Kenny me olhava com o cenho franzido.

– O que foi? – Perguntei.

– Você jura para mim que não foi você que matou aqueles homens? – Kenny perguntou.

Ok, vamos ressuscitar a conversa de uma semana atrás.

– Juro, Kenny. – Falei.

– Então quem foi? – Perguntou.

Eu não tinha o contado sobre Clay. Ele não tinha a menor ideia de nada, mas mesmo assim acreditava em mim, e isso era o mais importante.

– Eu não tenho certeza, mas... – Comecei e respirei fundo. – Consegue guardar um segredo? Está disposto a correr risco por um segredo?

Kenny assentiu. Então eu vomitei toda a história nele, desde Hannah estar no lugar errado e na hora errada, do verdadeiro porque de ela ter terminado comigo, da história de Callie estar envolvida, do acidente. Contei tudo. Kenny me olhava assustado.

– Tem certeza que sua mente não inventou tudo isso? – Kenny me perguntou assim que terminei de contar sobre o incêndio.

– Tenho. – Falei. – Tenho certeza absoluta.

Kenny me olhou, depois olhou para bunda da aeromoça que estava distribuindo comida no avião, depois olhou para Scooter babando do lado dele, depois olhou para mim de novo.

– Tá. Essa historinha é complicada de aceitar, mas eu acredito em você. – Kenny falou. Sorri.

– Quando chegarmos lá a Hannah confirma a história para você. – Falei. Kenny engoliu em seco.

– Escuta... Eu te prometi que ia te levar para ver ela. Mas falar com ela... – Kenny começou.

– O que tem? – Perguntei.

– Justin... Hannah está extremamente perturbada. Ela acha que você morreu e as pessoas já notaram que o psicológico dela não tá lá essas coisas. Ela vê coisas às vezes, alucinações. E... Ela não fala com ninguém desde o acidente. Quase não come também. Se eu fosse você, não iria com tanta sede ao pote. Esse tipo de recuperação, se for possível recuperar, leva um tempinho. – Kenny falou.

Senti o buraco do meu peito ficar maior. Maravilha.

– JB... – Kenny começou. – Ela provavelmente nem vai perceber que você está vivo.

– Ela se lembra? – Perguntei. – Ela se lembra de mim?

– Lembra. Ela lembra de toda a vida dela antes do incêndio, mas do dia do incêndio para frente é como se tivesse parado de viver. Não vê, não fala, não sente... E, quando ela fala, são coisas sem sentido. Quando vê, vê coisas que não são reais. Quando sente qualquer coisa, começa a gritar. – Kenny falou.

– Parece que você sabe muito bem como ela está, hun? – Comentei.

– Eu passei um tempo na Flórida ajudando Celeste e essas coisas quando você ainda estava apagado. Acredite, eu sei melhor do que ninguém o quanto ela está mal. – Falou.

Encostei minha cabeça na janela do avião e fechei os olhos. Não dormi ou coisa parecida, apenas fechei os olhos.

(...)

– Vamos? – Scooter falou enquanto íamos para o estacionamento.

Depois de vinte minutos esperando as malas da princesa chegarem – lê-se “malas do Scooter” – finalmente iriamos para onde Hannah estava. Chegamos no carro, Kenny jogou as malas no porta-malas com brutalidade e depois começamos a dirigir até a West Palm Beach Psychiatric Center.

Esse trajeto aeroporto/clínica durou cerca de vinte minutos. Os piores vinte minutos da minha vida no quesito ansiedade. Assim que chegamos, Scooter me barrou na frente do carro.

– Você fica quieto, eu falo. – Scooter falou. – E, por favor, não faça nenhuma besteira senão eu te deixo aqui para sempre.

Assenti.

Entramos no lugar e, até agora, parecia um hospital normal. Paramos na recepcionista.

– Posso ajudá-los? – Perguntou com uma voz falsamente doce.

– Viemos visitar alguém. – Scooter falou. – Hannah Miller.

A recepcionista olhou para Scooter, depois para Kenny e, somente depois de rodar os olhos por ai, notou que eu estava ali também.

– Podem me dizer os nomes. – A recepcionista falou.

– Kenny Hamilton, Scooter Braun e Justin Bieber. – Scooter falou.

A recepcionista digitou algumas coisas no computador e depois voltou a olhar diretamente para mim.

– Preciso dos documentos. – Falou.

Kenny e Scooter pegaram a identidade no bolso e eu fiquei com cara de idiota. Eu não estava com minha maldita identidade. Scooter pegou algo no outro bolso, a minha identidade. Aleluia.

A recepcionista analisou os documentos, depois olhou para gente, depois olhou para o computador.

– Polegar direito. – Falou enquanto colocava uma máquina zoada no balcão.

Scooter foi primeiro.

– Por que tudo isso? – Perguntei.

– Hannah está numa ala que não pode receber visitas fora de hora. Insanamente perigosos, lembra? – Kenny me lembrou.

Kenny colocou o dedo na máquina e depois eu coloquei. A recepcionista chamou um tal de Stephen pelo telefone. Sentamos num sofá que tinha ali, esperando.

– Sem falar nada. – Scooter repetiu quando um homem apareceu na recepção.

– Oi. – Kenny falou para o homem.

– Olá. – O homem respondeu, sorrindo. – Vamos?

Scooter e Kenny se levantaram e começaram a segui-lo. Fiz o mesmo. Me aproximei de Kenny enquanto andávamos por um corredor que lembrava muito o de um hospital.

– Quem é ele? – Perguntei baixo.

– Stephen. – Kenny respondeu. – Ele é o psiquiatra responsável por Hannah.

Continuamos andando pelos corredores até chegar numa porta de madeira com uma plaquinha de metal escrita “Doutor Stephen Johnson”. Stephen abriu a porta e fez sinal para passarmos. Parecia um escritório normal com mesa e computador e tal, só que com divã e uma poltrona no centro da sala.

– Sentem-se. – Stephen falou. Sentei em uma das cadeiras e Scooter também. Kenny ficou de pé. – Celeste avisou que viriam hoje.

Stephen sentou na cadeira que tinha logo atrás da mesa.

– É. – Scooter falou totalmente simpático. – Sinto muito por termos vindo fora do horário de visita. O voo atrasou um pouco e...

– Sem problema senhor Braun. – Stephen falou.

– Quando vamos ir vê-la? – Perguntei.

Scooter me chutou e Kenny bateu na minha cabeça. Stephen riu.

– Logo, logo. – Stephen falou como se eu fosse uma criança de dois anos.

– Ela teve alguma melhora? – Kenny perguntou.

Stephen respirou fundo e apertou os lábios.

– Ela quase não come, temos que forçá-la a comer na maioria das vezes. Falar... Bom, eu cuido dela há quase dois meses e nunca conversamos de verdade. Eu só ouço a voz dela quando ela começa a gritar no meio da noite. – Stephen falou.

– Tipo, pesadelos? – Perguntei.

– É. Mas são piores. – Stephen falou. – Ela sonha todos os dias com o incêndio e nunca conseguimos fazer ela se acalmar sem remédios.

– Já tentaram abraçá-la e repetir que não era real? – Perguntei.

Outro chute e outro tapa na nuca.

– Não acho isso ajude. – Stephen falou. – Nós temos métodos mais eficientes para lidar com esse tipo de coisa e Hannah quase nunca responde a eles. Por que faria diferença com o seu método?

– Eu conheço ela há quatro anos e você há um mês. Quem você acha que sabe mais? – Falei ironicamente.

Stephen me olhou com raiva.

– Por que não vamos ver como ela está? – Scooter sugeriu tentando quebrar a tensão.

Stephen assentiu, ainda me olhando com ódio, e levantou da mesa.

– Vamos. – Stephen falou.

Saímos da sala de Stephen e caminhamos pelo corredor até chegar numa entrada de duas portas de madeira. Parecia a entrada do refeitório da minha antiga escola. E, ironicamente ou não, era o refeitório da clínica.

Stephen abriu a porta. Eram pessoas normais, o tipo de gente que você na rua, se não fosse o silêncio estranho e conversas que mantinham com gente que não existia.

– Lá está ela. – Stephen falou.

Automaticamente olhei para onde ele estava olhando e a vi. Hannah estava ali, sentada com uma mulher tentando dar comida para ela. Hannah olhava fixamente para o chão, tinha olheiras escuras e grossas, o cabelo estava meio desajeitado e estava muito magra. Muito magra mesmo.

Quando fui andar até ela, Kenny me puxou pelo braço.

– Lembra do que falamos no carro. Sem besteiras. – Kenny falou e me soltou, fazendo sinal com a cabeça para eu ir falar com ela.

No próximo capítulo:

– O reencontro;

– Stephen tenta o método de Justin;

– Celeste dá as caras.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ficou uma porcaria? Criticas ou sugestões, viu tchutchucas. Enfim, não tenho muita coisa para falar '-'
Desculpa demorar para postar.
Beijos
Reviews?