-que horas são?-perguntou a menina pela décima vez desde que chagaram a estação.

-calma querida, eles já vão chegar. - disse a mãe tentando conter a ansiedade da filha.

A pequena Lilian estava contando os segundos para a chegada dos irmãos, que viriam para o natal. Ela realmente sentia muito a falta deles, sentia falta de tudo, das brincadeiras e provocações do Tiago, do jeito carinhoso que Alvo tratava ela, das brigas, dos castigos, das conversas, das encrencas, das risadas, dos choros, dos desabafos, dos passeios em família, que na maioria das vezes não terminavam muito bem, mas tudo sempre se resolvia com um bolo de chocolate feito com muito carinho por sua mãe. Sentia falta de tudo e só de pensar nisso já se formava um nó em sua garganta e uma vontade de chorar que só não fazia porque sentia muita vergonha.

Já estava quase na hora da chagada do trem e Lilian não agüentava mais tanta demora, desde que chegara a estação parecia que o tempo conspirava contra ela, pois os segundos passavam lentamente e ela não queria mais esperar tanto.

“pra quem já esperou tanto, alguns segundos não serão problemas.” Pensou Lilian, mas antes mesmo que pudesse terminar seu pensamento o trem já apitava de longe e Lilian sentiu uma alegria que não sentia há muito tempo.

- pronto filha, agora se acalma ta?- disse a mãe ao perceber um sorriso no rosto delicado da menina.

O trem parou e os alunos começaram a descer, todos estavam muito animados se despedindo dos amigos e indo encontrar suas famílias. A pequena garotinha tentava olhar, com um pouco de esforço, por entre as pessoas, mas nada de achar seus irmãos. Lilian já estava ficando emburrada quando finalmente viu aquele par de olhos esmeralda e vindo logo atrás um garoto com cabelos bem bagunçados que davam um ar bem malandro. A menina correu em direção aos irmãos que ficaram muito felizes em vela.

-estava com tantas saudades!- disse a pequena enquanto abraçava seu irmão Alvo

- eu também princesinha!- disse o irmão apertando-a ainda mais e acariciando seus cabelos vermelho vivo.

-nossa ainda bem que você sentiu minha falta também né, Lilyzinha?!- reclamou o irmão mais velho que naquele momento estava com uma pontada de ciúmes.

-é claro que senti sua falta seu bobo!- Lily abraçou o irmão que a levantou do chão enquanto se abraçavam. Harry e Gina já aviam alcançados os três e depois de todos matarem as saudades com abraços, beijos e broncas eles já estavam a caminho de casa. Lilian se sentia muito feliz por ter sua família reunida de novo.

-pera ai gente, eu vou me despedir do meu amigo!- falou Alvo ao avistar Scorpius que caminhava em direção a saída com seus pais. O jovem Malfoy percebendo a proximidade do amigo foi até ele para poder se despedir.

- e ai Al?- cumprimentou o loiro.                 

-seus pais não se incomodam de você vir falar comigo?- perguntou Alvo um pouco preocupado.

-não. Pelo menos eu acho que não, eu não tenho muita certeza. Minha mãe eu sei que não liga, mas meu pai é meio bipolar não da pra saber ao certo quando ele vai se estressar com alguma coisa. – respondeu o garoto meio confuso e rindo ao mesmo tempo.

-então ta, se você diz!-respondeu o moreno com um sorriso.

Meu irmão estava conversando com um menino que eu não consegui ver direito quem era, devido à grande quantidade de pessoas na minha frente, a única coisa que eu consegui ver foi um pouco do cabelo dele que parecia era um loiro perfeito demais para ser real. Confesso que fiquei um pouco incomoda com isso, meu irmão fica um tempão sem me ver e quando finalmente nós podemos matar a saudade ele fica de papo com um garoto que ele passou um tempão vendo em hogwarts. Isso não é justo, não que eu esteja com ciúmes, não é isso, é só que... Ta bom talvez eu esteja com ciúmes, mas eu tenho direito ele meu irmão! Fiquei observando meu irmão enquanto ele conversava animadamente com seu colega, meus pais encontraram com uns amigos e Tiago e Rose conversaram sobre alguma coisa que logo descobri ser sobre Al e o amigo dele.

- não gosto dele, nem um pouco!- disse meu irmão mais velho olhando para os dois.

- concordo com você, eu só não entendo porque o Al foi ficar amiguinho dele!- minha prima naquele momento parecia sentir muita raiva.

- de quem que vocês estão falando?- perguntou meu priminho que estava totalmente perdido.

- Scorpius Malfoy, filho de Draco Malfoy. -respondeu Tiago com certo desprezo.

-porque vocês não gostam dele?- perguntei, eu sinceramente não entendia o porquê de tanto receio com o garoto. Era só um menino! Meu irmão olhou para minha prima como se pedisse ajuda para me responder e essa atendeu a sua suplica.

-ai priminha você é tão ingênua... Um dia você entendera!- respondeu dando tapinhas em minhas costas. Eu odeio isso! Odeio quando me tratam como um bebezinho que não tem capacidade de entender nada, eu sou muito mais esperta que o Hugo e mesmo assim se preocupam mais em me poupar de tudo do que me ajudar a entender as coisas como fazem, em vão, com o meu primo. Meus primos e meu irmão se afastaram e eu não me preocupei em saber aonde eles iam apenas continuei a observar a conversa de meu irmão. Quando olhei novamente em direção a eles a multidão já avia saído dali então pude enxergar o rosto do tal scorpius. Como ele era lindo tinha os olhos azuis mais bonitos que eu já vi. Na verdade tive a ligeira impressão de que eu conhecia aqueles olhos, mas não tive tempo de me lembrar de onde eu o conhecia, pois meu irmão acabara de se despedir e já estava vindo para em minha direção.

- vamos?- perguntou pegando minha mão e indo em direção a nossos pais. Olhei para a direção do loiro, mas ele já avia saído do local onde eu o vi pela ultima vez olhei ao redor e nada. Não deu pra procurar mais, pois logo já estávamos saindo da estação.

Apesar de tudo Alvo tinha se tornado um grande amigo, era muito bom conversar com ele. Por sorte nos encontramos na estação e pudemos nos despedir. O papo foi bem legal, pena que durou pouco. Quando estava saindo da estação com meus pais pude ver Alvo aparentemente levando uma bronca do irmão e da prima, provavelmente por minha causa. Não sei por que eles me odeiam tanto, a cena era ate cômica de tão ridícula que era, fiquei com pena do Alvo. Já estávamos do lado de fora da estação e pela cara do alvo a conversa não foi muito boa, ao lado dele estava Rose me encarando com uma cara assustadora preferi desviar o olhar e essa talvez fosse a idéia mais genial que já tive, pois no momento em que o a fiz meus olhos se encontraram com as madeixas vermelho vivo que ondulavam nas pontas de uma forma angelical. Infelizmente não pude olhar muito, pois meu pai estava com pressa de ir embora, mas eu pude ter aquela maravilhosa sensação de conforto que era melhor do que tomar sorvete no outono e meus pensamentos foram tomados por aquela deliciosa lembrança da minha garotinha... Minha apenas minha.