Sinceramente hoje não estava nada bem, John estava viajando e eu me embebedando com os gêmeos. Dei mais um gole na minha vodka tentando parar com minha TPM, quando estava nesses dias era melhor todo mundo correr, eu matava quando estava assim.

Como era bom encher a cara, John não tinha o direito de me abandonar por causa de um jogo! O filho da mãe obedeceu ao técnico e teve que ir a Hollywood onde existia mais piranha do que no Oceano Atlântico, se ele ousa-se ir a algum bar com aquele amiginho camarada do Tyler, ele iria morrer quando chegasse aqui. Aff! Nunca vi um amigo tão canalha e galinha como aquele. Mas me paga!

Clara encheu novamente meu copo, já fazia o que? Três horas que estava na casa dela bebendo ate cair, estava tão bêbada que fiquei sem noção de tempo nem de espaço. Já podia sentir minha cabeça zumbir, e o estomago reclamar, com uma musica tão alta que parecia que saia de dentro da minha cabeça, Dark fez o GRANDE favor de aumentar ainda mais, e tentando ficar “ligada” eu comecei a dançar puxando Clara comigo, sabe tipo uma dança sensual pra Dark? Acho que não estava dando certo porque ele ria tanto de nós que acabamos desistindo pegando
as almofadas da cama e jogando na sua cara de pau.

Sentei no chão tentando recuperar um pouco da sanidade que ainda podia ter no meio de tanto álcool no meu corpo, cara como eu estou tão... Chapada. De repente Clara pega Dark de surpresa e tasca um beijo na boca dele, fazendo-me rir da cara de espanto dele, puts isso estava ficando quente e eu sozinha aqui, só não aceitava ménage, isso não!  

Quando Clara se separou dele ela pegou a garrafa ao lado dele, levantando rindo. Passou a mão pelo corpo olhando bem pra ele, deixando-o constrangido, com ela quase nua, só de saia curtíssima e sutiã, enquanto eu estava mais vestida com um macacão sem blusa, só de sutiã também. Era uma tentação pra um homem, mas tirando o fato de Dark também estar só de bermuda com o tanquinho de fora, uma tentação pra todo mundo.

-       To tão tonta. – disse bebendo ainda mais.

-       Claro perdi a conta de quantos copos nós tomamos. – comentou Dark enchendo seu copo – Com esse acho que já são... Quinze?

-       Parei de contar depois dos meus quinze copos. – riu Clara que nem louca.

-       E daí? – riu Dark puxando a garrafa da mão dela – Quem quer mais? Se ta na chuva é pra se molhar mesmo.

-       Cara que frase mais velha! – gritei pulando na cama – Cadê sua guitarra?

-       Por ai, se você achar na bagunça eu te agradeço. – riu puxando minha perna fazendo-me cair de barriga no colchão.

-       Sua vaca! – gritei pulando em cima dela – Você me paga!

-       Sai de cima sua loca! Eu não fiz nada, você que caiu. – mentiu ironicamente.

-       Cara de pau! – chiei brava a empurrando.

Cacei a guitarra no meio de roupas jogadas pelo chão, estava uma bagunça e tanto, demorei uns dez minutos pra achar uma guitarra rosa escondida em baixo de um mar de vestidos e lingeries perto do closet, era cheio de glitter Pink e alguns desenhos de corações, que coisa mais gay!

Decidi tentar tocar algo mais punk, comecei a tocar uma musica extremamente roqueira, se isso fosse possível, um rock bem diferente do que escutávamos antes, um som novo.

-       Quem toca isso? – perguntou Dark parecendo sóbrio.

-       Não sei, criei agora. – ri trocando a melodia.

-       É diferente. – concordou Clara animada agora.

-       Estive escrevendo algumas letras legais, querem escutar? – questionei passando a mão no cabelo.

-       Toca ai. – riu Dark pegando sua guitarra.

-       Nós vamos acompanhar.

Comecei a tocar, com o ritmo da musica, era legal. Ainda bêbada eu toquei com alguns erros, mas no final era uma boa musica.

(Musica) http://www.4shared.com/audio/mk9UXtl0/CANDICE_ACCOLA_-_WELCOME_TO_TH.htm

Cai na cama rindo com a guitarra em mãos, pelo que pensei ainda não estava tão sã pra não ter uma baita dor de cabeça, principalmente quando se esta completamente e incondicionalmente chapada ate a ultima gota do meu sangue que já tinha virado álcool completo. Eu estava pensando tudo isso mesmo? Porra de uisk.

-       Onde conseguiu isso? – questionou Dark passando as mãos na cabeça.

-       Eu fiz... Eu acho? – questionei rindo – Alguém tem mais uisk?

-       Você não percebeu? – perguntou ele de novo.

-       O que? Que meu copo ta vazio? – ri mais loca.

-       Eva! – gritou Clara batendo na minha perna – Garota você cantou!

-       Dã. – ri sentando – Papai me ensinou a cantar e tocar desde criança... Falando nisso cadê ele? Quero meu pai!

-       Ei! Você ta na minha casa... – riu a outra caindo no chão de bunda – Seu pai ta na sua... Eu acho?

-       Vocês duas tão muito bêbadas. – criticou Dark entrando no banheiro – Vem vou dar um banho em vocês.

-       Nem a pau cara de pau! – gritamos juntas rindo logo depois – Toma você.

Ele não escutou a nós, apenas voltou pegando Clara no colo e levando-a pro chuveiro ligado, só se a ouvia gritando por causa da água fria, xingando-o de tudo quanto é nome. Era hilário!

Depois de tirar ela molhada e resmungando, Dark olhou diretamente pra mim, mas eu estava prestes a fugir se a cadeira não tivesse entrado na minha frente, ela me fez cair de cara no chão, mas quando levantei a cabeça vi Daniel me encarando bem na minha frente, era tarde de mais...

Depois de um demorado banho pra tentar tirar a bebedeira do meu corpo, ele me jogou na cama ainda com as roupas molhadas ao lado de Clara, resmungando baixinho nós cruzamos os braços encarando-o furiosamente, mas antes que nós voássemos no seu pescoço ele entrou no banheiro novamente, agora trancando a porta, foi a sua vez de tomar banho.

Enquanto ele tirava a ressaca Clara achou umas roupas minhas que sempre ficavam de reserva pra quando eu dormia lá e me deu pra poder tirar as molhadas que estavam no meu corpo, enquanto ela também se trocava, alem é claro de ter umas roupas do Dark junto com as dela, quando eles têm suas recaídas no relacionamento conturbado.

Já mais... Sãos e com uma puta dor de cabeça Dark se sentou na nossa frente como o pai do relacionamento de nós três, sempre o cabeça enquanto nós éramos a emoção. Pegando minha mão ele sorriu abertamente, era hora dele dizer algo importante, só esperávamos pra ver... Ops! Ouvir.

-       Você tem uma voz linda. – disse ele completamente sóbrio.

-       Obrigada... Eu acho? – questionei olhando-o surpresa.

-       Olha Eva nós sempre fomos muito talentosos pra nossa idade, agora com dezessete sabemos distinguir o quão evoluído nós estamos para as pessoas da nossa idade... – começou sem fazer nós entendermos.

-       Nós sempre soubemos beber alem da conta e como adultos... – comentou Clara com outro assunto.

-       Não digo isso, nós sempre enchemos a cara com tudo quanto é bebida desde os quinze anos, mas isso não vem ao caso agora. – refletiu serio – A propósito acho que nós três vamos precisar de um transplante de fígado ate os vinte anos...

-       É sobre isso? – questionei rindo – Já tenho um doador caso isso aconteça.

-       Não é sobre isso, é que Clara gosta de me atrapalhar. – reprimiu olhando bravo pra ela – Voltando ao assunto...  Você tem uma voz maravilhosa, eu toco bateria e a Clara toca guitarra.

-       Ta nós já sabemos disso. – intrometeu-se ela novamente.

-       Cala a boca! Por favor. – pediu olhando-a com fúria.

-       Tá! Já parei. – disse magoada.

-       Agora com Clara de boca fechada... – continuou olhando feio pra ela, depois se voltando pra mim – Você e nós somos especiais, podemos formar musicas com leveza e ritmo, conseguimos criar novos sons e podemos... Vamos poder criar uma nova onda musical.

-       Espere ai... – disse levantando – Você esta propondo que nós criemos uma banda? É isso?

-       É você canta Clara fica como segunda voz e eu toco. – riu fazendo-me sentar novamente – Olha Eva somos um bando de adolescentes, nós sabemos disso, mas grandes bandas de rock, e pop foram criadas em garagens, por que não uma que tem dinheiro e condições sociais pra criar algo que dê certo?

-       Só porque somos ricos não significa que façamos sucesso. – inquiri seria – Isso é uma grande coisa pra nossa idade.

-       Nós somos capazes, você sabe disso. – disse sonhador – Pra falar a verdade ate tenho algumas letras que escrevi pensando... Na vida.

-       Fala à verdade que você escreveu letras pra Clara, pelo fato dela te rejeitar e se fazer de galinha nas horas vagas. – comentei agora o olhando atentamente.

-       Pode ate ser... Mas não vem ao caso agora. – reclamou serio – Então? Topas?

-       Mas ninguém vai aceitar...

-       Eles não precisam aceitar, nós precisamos aceitar. – agora tomou um ar mais maduro de si – Nós temos a capacidade de criar uma banda porque temos talento e isso não vai fazer falta, nós precisamos mostrar ao mundo o que somos capazes de fazer.

-       Esta certo você me convenceu. – disse decidida – Mas e você Clara?

-       Estou dentro, e não sou galinha não! – reclamou rindo.

-       Então pare de parecer como uma. – soltei sem pensar.

-       Decidido? – questionou Dark parando com nossa discussão – Nós vamos criar uma banda, agora devemos escolher um nome.

-       A pergunta é... Qual? – perguntou Clara.

-       Algo a ver com a nossa cara. – disse Dark olhando pra nós duas – Não assim só vão pensar em bebida.

-       Ei, nós não somos tão bêbadas assim. – reclamou Clara brava.

-       Só estou dizendo o obvio não estou recriminando. – riu ele.

-       Chega! Vocês dois! – gritei tocando a cabeça – Vão me deixar pior na dor de cabeça, agora o assunto é a banda.

-       Qual era o nome da musica que você cantou? – perguntou Dark mudando de assunto.

-       Welcome To The Real World significa Bem Vindo ao Mundo Real – sorri alegre – Se as musicas são marcantes que tal um nome meio que sobrenatural?

-       Algo a ver com noite... – começou Clara.

-       Escuridão? – Dark recomendou.

-       Anjos... Porque somos... – parei a frase no momento, já tinha o nome perfeito pra banda – Já sei um nome.

-       Então fala logo garota. – expressou-se Clara quase pulando de alegria.

-       Tem noite, escuridão e anjos. – comentei andando de um lado pro outro – Sempre nos chamam de anjos por parecermos corretos, mas vivemos no sobrenatural, nas noites escuras procurando um lugar para nós, aquele lugar correto onde nos sentimos em casa.

-       Em plena escuridão, livres na noite escura. – sorriu Dark compartilhando dos meus pensamentos.

-       Então fala! – gritou Clara agora pulando.

-       Dark Angels Of The Night, traduzindo Anjos da Noite Escura. – sorri olhando-os – É a nossa cara.

-       Pra falar a verdade parece mesmo. – comentou Dark pensativo – Mas como veio esse nome na sua mente?

-       Tem tudo a ver com nós, sempre chamaram a gente de anjo por ter o rostinho bonito e parecermos castos aos olhos dos OUTROS, mas no fundo sempre nos perdemos na escuridão da noite, vagando entre bares e ruas tentando nos encontrar. – disse a verdade – Acho que agora nos encontramos. Essa banda vai fazer nós expressarmos nossos sentimentos ocultos, aqueles que ninguém tem acesso, apenas a voz adolescente tocadas na melodia de uma canção, uma musica pra expressar nossas vontades e liberdades.

-       Isso é ser jovem, ser livre e poder voar. – sorriu Clara colocando uma mão na frente.

-       Poder ter a palavra, dizer o que queremos. – disse Dark colocando a sua em cima da dela.

-       Poder fazer o que quiser ter vontade de ser o que somos. – coloquei a minha em cima da deles – Jovens Livres como Anjos na Noite Escura.

Nós gritamos jogando as mãos pra cima era hora de radicalizar geral, ter a palavra nas nossas musicas, e jovens ou não nós faríamos todos ouvirem nossas canções, principalmente aqueles que querem ser livre como nós, viver como nós. Ser jovem como nós.

-       Alguém quer um drink pra comemorar? – questionou Clara fazendo nós rirmos.