Lost Girl escrita por Steph


Capítulo 17
Capítulo 16: Sunday Morning with my boyfriend


Notas iniciais do capítulo

Oi geeente !! Fiquei muito feliz com os vários reviews do cap passado, e também, já tinha resolvido fazer um post especial do natal... Capítulo GIGAANTE!



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Acordei com um pedaço do corpo por cima de Syn e o outro jogado pro outro lado.

Me sentei e esfreguei o rosto, olhei pra ele que dormia tranquilamente, vi as marcas das mordidas e arranhões pelo pescoço e peito nu dele.

Sorri fraco e cambaleei para o banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes, guardei a escova de volta na mochila e deitei de novo do lado de Syn.

Olhei pra baixo, a blusa dele era ainda menor do que a de Matt, cobrindo mal mal o topo de minhas coxas.

- Bom dia. - Ele disse grogue e eu me virei pra olhá-lo. 

- Bom dia Syn.

Ele esfregou os olhos e se sentou na cama, desarrumou os cabelos e jogou as pernas pra fora da cama.

- Acordou há muito tempo?

- Não.

- Com fome? - Perguntou indo pro banheiro

- Um pouco.

- Vou só escovar os dentes e descemos pra tomar café.

- Ok.

Estranho escovar os dentes pra tomar café, ok, eu tinha feito isso, mas eu não tinha intuito de comer logo depois.

Ele saiu do banheiro com o cabelo e o rosto um pouco molhados, parecia mais desperto e sorriu pra mim.

- Pelo menos não quebrei completamente meus princípios.

- Viu só? Sou uma boa garota, você não feriu sua moral, não totalmente.

Ele sorriu e foi até o guarda-roupa e colocou uma camisa, coisa que eu agradeci mentalmente, ver o corpo perfeito dele já não costuma ser bom pra quem tenta prestar atenção em outras coisas, agora, ver o corpo dele marcado por minhas unhas e dentes, me levava pra um devaneio ainda maior.

- Vamos? - Perguntou sorrindo

- Ah? Claro. 

Me levantei da cama e lembrei da condição de semi nudez que a camisa dele me deixava, andei até minha mochila ao pé da cama e me abaixei pra pegar um short ou uma calça, não sei direito o que eu trouxe, quando me levantei me virei pra ele que me encarava sem nem disfarçar.

Coloquei a calça e ajeitei meus cabelos com as mãos enquanto Syn continuava encostado no armário.

- Vamos? - Perguntou de novo

- Agora sim. - Disse sorrindo

Quando ele abriu a porta eu ouvi um barulho no corredor, e só então uma coisa óbvia e totalmente evidente passou pela minha cabeça.

A FAMÍLIA dele estaria toda aqui, não sabia que horas era, mas definitivamente não era cedo o bastante para estarem todos dormindo, isso me fez estacar no lugar.

- Mel?

- Ah… Não sei não, acho que perdi a fome.

Ele franziu a testa e andou até mim - Por que?

- Eu… - Comecei, mas uma garota passou no corredor e olhou pra dentro do quarto, arregalei os olhos e olhei pra ele, que se virou para ver o que tinha me assustado.

- Bom dia Kenna.

- Bom dia mano, quem é essa?

- Mellanie.

- Ah, prazer Mellanie. - Ela disse e sorriu, pareceu bem falso pra mim.

Quase engoli minha língua, mas consegui responder - Prazer. - Bem baixo.

- Vão tomar café? - Perguntou sorrindo para ele.

- Ah, não sei. - Ele respondeu me olhando

- Umh… Vejo vocês depois. - Ela disse sorrindo e continuou a andar pelo corredor.

- O que deu em você? - Perguntou confuso 

- Você não acha que sua família ia achar estranho você descer pra tomar café, levando uma garota junto.

- Estranho seria eu levar um cara junto, aliás, um cara que não seja um dos meus amigos.

- Syn…

- Mel, você não acha que é a primeira garota que dorme aqui, acha?

- Não, mas…

- Ok, existe a diferença de eu não ter transado com você, mas a maior parte das que eu transei não foram pro café, então…

- Justamente porque as outras que dormiram, transaram com você que eu tenho problemas em descer.

Ele rolou os olhos - Você acha que faz diferença pra eles?

- Eu acho! Aliás, pra eles eu não sei, mas pra mim faz.

- Por que?

- Porque sim! Não gosto das pessoas pensando coisas erradas sobre mim.

- Você fala como se fosse um crime.

- Cala a boca. - Eu disse cruzando os braços - Pode ir se quiser, eu fico aqui.

- Mel…

- Não vou Syn.

Ele rolou os olhos - Você não está com fome?

- Não importa.

- Mellanie, pare de agir como se tivesse treze anos.

- Se eu tivesse treze anos, eu desceria numa boa, porque você seria só meu amiguinho e ninguém ia pensar nada.

- Eu não perdi minha virgindade muito depois disso, então você podia, na verdade, ter feito alguma coisa.

Foi a minha vez de rolar os olhos - Para de ser nojento e vai comer.

Ele deu as costas pra mim e saiu do quarto fechando a porta, deitei na cama e abracei o travesseiro que ele estava deitado, talvez esperasse até ter certeza de que meu caminho estava livre e depois ia embora.

Fiquei fazendo planos para ir embora sem ser vista, até vislumbrar a janela, andei até lá e abri as cortinas, fiquei cega por uns instantes, mas quando minha visão voltou, olhei através do vidro, não parecia nada baixo, mas talvez tivesse algo perto pra me ajudar a descer, abri a janela e curvei meu corpo pra fora.

- Vai fugir pela janela? - A voz dele era divertida

- Estava pensando nisso. - Eu disse sorrindo, mas quando me virei meu sorriso morreu

- Trouxe isso pra você. - Disse levantando uma bandeja.

- Você é burro? - Perguntei com um quê de desespero na voz- Se eu pretendia sair daqui sem ser vista você só tornou óbvio.

- De nada não precisa agradecer, não custou nada trazer isso pra você Mel. - Ele disse irônico colocando a bandeja em cima da cama e voltando pra fechar a porta.

- Obrigada Syn.

- E também, você já foi vista. Então seu plano foi falho sem minha ajuda.

- Mas só a sua irmã que… 

- Justamente, uma garota, criaturas tagarelas. Ela me perguntou quem é você durante todo o meu café.

- E o que você respondeu?

Ele deu de ombros - Para ela parar de me encher o saco respondi que você é minha namorada, mas pode ficar tranquila, ninguém vai resolver vir aqui conhecer minha nova namorada, eles sabem que não é verdade.

Meu corpo estava todo travado, minhas mãos suavam.

Tudo o que eu menos precisava era isso, Deus por que?

- Vem comer. - Ele disse sentando do lado da bandeja

Caminhei devagar e subi na cama.

Peguei o suco e bebi todo, pensei que ele ia me deixar em paz, mas continuou insistindo.

A comida estava realmente boa, enquanto eu comia, Syn ficava me encarando.

Terminei de comer e o olhei. - Obrigada.

Sorriu e colocou a bandeja no criado. - De nada.

Engoli seco enquanto pensava no desastre que essa manhã tinha se tornado.

- Quer mais alguma coisa?

- Ir embora sem ninguém me ver,

Ele riu e recostou-se na cama.

- Então acho que vai ter que ir pela janela mesmo. Meu pai e irmãos estão jogando Mario Kart na sala.

Choraminguei e me joguei para a frente enterrando o rosto nas cobertas.

- E se eu desligar a chave de energia?

- A da sala?

Choraminguei de novo e rolei na cama ficando de barriga pra cima.

- Eu devia ter ido pra algum hotel.

- Você não ia ter companhia de noite nem café na cama.

- Mas ia sair de lá com dignidade.

- E qual é a falta de dignidade de sair daqui?

- Dentre várias outras coisas, sair como a garota que deu pra você sem nem ser sua namorada.

- Ah, mas eu disse que você era minha namorada.

- E também disse que ninguém acreditou.

- Você pode fingir que é minha namorada, ia ter sua dignidade.

- Você costuma trazer suas namoradas só pra dormir?

Ele deu de ombros - Nem sempre. Mas você pode ser ocupada, até porque, com a prisão do Matt, você estava muito ocupada.

Coloquei os braços sobre o rosto tentando pensar em quão ruim poderia ser pular a janela, talvez diminuísse mais minha dignidade, porque eu podia quebrar uma perna e ser a garota que deu sem ser namorada dele e ainda pulou da janela e teve que ser levada pro hospital.

- E eu ia ser sua namorada que veio aqui, dormiu, e nunca mais voltou?

- É só você voltar.

- Eu não ia ter coragem pra isso.

Ele revirou os olhos - Você complica as coisas, já pensou que, quando você sair e meus irmãos me perguntarem algo, eu vou falar que agente só dormiu?

- Jura?

- Não. Vou mentir e falar que te comi amordaçada.

Gargalhei e soquei sua coxa. - Você é um idiota.

- Eu tô falando sério. O quarto do Brent é do lado do meu. - Ele disse apontando o polegar pra trás do ombro - E ok, você gemeu ontem, mas nada perto do que teria gemido se eu te comesse.

- Você é tão romântico.

- Espere um pouco e você vai ver todo o meu amor. - Disse irônico e nós rimos - Então, o que vai ser?

Respirei pesadamente - Mas suas namoradas levantam e vão embora?

- Na verdade, minha única ex namorada, ficava aqui. Mas como você não quis nem sair do quarto.

- Você falou isso?

- Falei que você ia dormir.

- Pelo menos, mas parece que eu sou uma preguiçosa imbecil.

- Para de ser chata Mel.

- Que droga!

- Anda, desce comigo, fica aí um tempo e depois vai embora, ou se quiser pode ficar aí, você tem roupa não tem?

- E vergonha na cara também. Lógico que não vou dormir aqui de novo.

- Por que não?

- Por que não? - Perguntei de uma forma que saiu estranha, aguda e irritante - Você só pode ter algum problema.

- Não tenho nenhum problema, não incomoda ninguém, não tem problema você ficar aqui essa noite também.

- Não vou ficar essa noite.

Ele deu de ombros - Então vai embora, só estou falando.

Levantei da cama e peguei a escova estranha de novo, escovei os dentes e voltei pro quarto.

Syn estava deitado olhando pra TV, que passava um desenho estúpido qualquer.

Andei até lá e sentei na ponta da cama ao seu lado, ele arredou mais para o centro pra me dar mais espaço, mas eu puxei seu rosto para que me olhasse.

- Eu preciso de dignidade esses dias.

- Então finja que é minha namorada.

- Como exatamente você quer que eu finja isso?

- Simples, desce comigo, a gente fica lá na sala um pouco e sobe de novo, só precisa fazer um pouco o social, eu não fico muito no meio de todo mundo quando é uma “nova” namorada.

- E como você fica quando é só uma garota qualquer?

- Não fico, ela vai embora, ou eu levo ela embora.

- Então se eu ficar…

- Já dá a impressão que não é uma garota qualquer.

Respirei fundo e fiquei de pé. - Que seja então.

Ele sorriu e se levantou, passou o braço por meus ombros e fomos andando pelo corredor, a cada passo que eu dava, meu estômago piorava, meu corpo travava mais e minha respiração acelerava.

Eu não fui feita pra pressão, definitivamente.

Pisei na escada e a visão da janela me pareceu tentadora, tanto que parei no segundo degrau.

- Que foi?

Pisquei algumas vezes e olhei pra ele, será que ainda dá pra eu pular a janela?

Não. Olhei pra baixo e vi que a garota me olhava de lá, respirei fundo e voltei a andar, muito a contra gosto.

Quando pisamos no primeiro andar, ninguém além da garota parecia ter se importado com isso, eles definitivamente acham que eu sou só mais uma garota que ele pegou, talvez eu devesse ir embora, eles não me viram mesmo.

Mas já era tarde de mais, Syn começou a caminhar pro sofá, me colocou na frente de seu corpo e me encostou no sofá, então encostou atrás de mim, passando um braço pela minha cintura e apoiando a outra mão no encosto do sofá.

- Perdendo de novo Brent?

- Cala a boca Gates. - Ele disse e nos olhou de esguelha por um segundo - Ele é um velho inútil que fica treinando o dia inteiro.

- Inútil o caramba, respeite seu velho, eu sustendo essa casa.

- Trabalha uma hora por dia no máximo.

- Mesmo se fosse, ainda assim sou seu pai, cala a boca e aceita que é ruim.

O garoto bufou e continuou concentrado no jogo.

- Hey! Agora que você saiu daquele quarto, acha os outros controles, tão com você? - Perguntou alguém de trás.

- Não. - Syn respondeu virando um pouco o corpo - E eu não emprestei pra ninguém.

- Ah droga, aquela mulher maldita esconde tudo.

- Espero que não esteja falando da sua mãe. - Syn disse rindo - Porque nós compartilhamos a mesma.

- E o que mãe tem com isso? To na casa do seu pai, ela ia vir aqui roubar controle de video game por acaso?

Eu fiquei perdida naquela conversa, mas ignorei isso.

- Eu guardei os controles na prateleira de baixo da TV. - Uma mulher disse de algum lugar que eu não pude ver. 

- Você é um idiota Johnny, admita. - Brent disse rindo, mas logo o riso acabou e ele ficou carrancudo - Você rouba seu velho maldito.

- Me respeita pirralho.

Sorri, eles eram uma família divertida.

Acho que Syn estava levando a sério o lance de fingir, porque estava fazendo carinho na minha barriga desde que encostamos aqui, agora ele tirou meu cabelo todo pra um lado e encostou o rosto no meu.

- Quer jogar Gates? - Johnny perguntou passando por nós e abrindo o tal armário.

- Pode ser. - Disse, mas depois olhou pra mim - Pode ser? - Perguntou e eu o olhei franzindo a testa.

- E eu sou sua mãe pra você me pedir alguma coisa? - Perguntei um pouco irônica, o que arrancou gargalhadas de todos eles, inclusive de Syn, que rolou os olhos e se desencostou de mim.

- Sua mina te zoou. - O tal Johnny disse ligando os controles no video game e entregando um a Syn.

- Mina. Que coisa de idiota. - Brent disse balançando a cabeça - Temos que ensinar umas coisas pra essa criança antes que ele vire um desses idiotas que acha que Bicho é a gíria do momento. 

- Eu sei… Vai que ele fica que nem o velho. - Syn disse sentando na poltrona 

- Pois é, mas o velho, é um velho.

- Parem de me xingar vocês dois.

- E de me encher o saco. - O garoto reclamou sentando do outro lado do pai - Mina é usado hoje em dia sim.

- Pelos idiotas.

Eu estava rindo com toda aquela cena estranhíssima, até que Syn esticou uma mão pra mim, o olhei e ele fez sinal pra eu ir até lá.

Droga, estava tão bem no meu canto, esquecida.

Andei até lá, ele segurou minha mão e me puxou, acabei sentada na perna direita dele, com a visão do sofá, o que eu detestei.

Brent se curvou por cima do braço do sofá, Syn se inclinou pra ele, eles sussurraram algo, eu prestei atenção e descobri que, graças a Deus, não era sobre mim, mas sobre o jogo.

Eles voltaram aos respectivos lugares, cada um escolheu um personagem e alguém escolheu a fase, logo o jogo começou, eles discutiram e gritaram muito durante o jogo, o pai de Syn ganhou de novo e Brent ficou xingando-o.

- Pare de ser mau perdedor garoto.

- Você que é um ladrão!

- Não sou ladrão.

- Vamos mudar de jogo. - Johnny disse se levantando - Bomberman.

Todos eles concordaram e o jogo começou, era o modo batalha, Syn e Brent eram uma dupla e eles outra.

Nesse jogo eles ganharam e Brent ficou radiante de felicidade.

- Não sabe roubar nesse jogo velho?

- Já mandei você parar de ser mau perdedor.

- Eu ganhei!

- Mas é mau perdedor.

Eles jogaram e discutiram por mais algum tempo, até o intervalo, declarado por Johnny que saiu correndo pro banheiro.

Syn colocou o controle na perna e me puxou abraçando-me de lado, como eu estava sendo a namorada dele, correspondi como pude, colocando um braço sobre seus ombros e a outra mão em seu pescoço, recostando o corpo nele.

- Entediada? - Perguntou sorrindo

- Nem um pouco. - Respondi sorrindo - Vocês são uma família muito divertida.

- A gente tenta.

- Hey! - Brent exclamou e nós o olhamos - Eu não sei seu nome.

- Ah, Mellanie, prazer.

- Prazer. - Disse sorrindo e se virou pra Syn - Qual é teu lance com M’s?

- Anh? - Syn perguntou confuso.

- Michelle, Mellanie.

Syn rolou os olhos - Claro, é a primeira coisa que eu olho numa garota.

Eu e o pai dele rimos, enquanto Brent fechava a cara - Não foi isso que eu quis dizer, você procura gostosas com M no início do nome.

- Quem você pensa que é pra chamar minha namorada de gostosa? 

- É um elogio! Você devia ficar feliz.

- Vai falar isso pra mulher de um ex presidiário, ele vai ganhar o dia.

- É muito diferente.

- Claro que é, ele não é seu irmão e vai te bater até você quebrar pelo menos três dentes.

- Parem de brigar vocês dois. Prazer Mellanie, meu nome é Brian.

- Sem criatividade ele não? - Brent perguntou e tomou um tapa na cabeça

- Eu devia ter te batido mais quando você era criança.

Eu estava rindo de tudo aquilo, mas me lembrei de responder - Prazer, pode me chamar só de Mel.

- Mel, o único alimento do mundo que não estraga. - Brent disse e levantou os polegares pra mim - Isso é um ótimo sinal.

- Cala a boca antes que eu te mande pra algum ex presidiário.

- Qual é seu lance com ex presidiários? 

- Por que você acha que tudo tem que ter um lance?

- Parem de brigar! Que coisa, parecem duas velhinhas discutindo sobre o neto de quem é melhor. - Brian disse se levantando - Alguém quer alguma coisa da cozinha?

Todos negaram e ele saiu.

Brent suspirou e apoiou a cabeça na mão - Sou vela do meu irmão mais novo, humilhante.

- Vai embora se isso te humilha tanto.

- A vontade de te encher o saco é maior que a humilhação.

Syn riu e se ajeitou na poltrona - Bom saber.

- Hey Mel.

- Umh?

- Que magia você usou pra amarrar meu irmão?

Dei de ombros - Não sei. 

- Olha pra ela animal, quem fez a magia foi a genética.

Olhei pra ele e sorri - Obrigada.

- Eu estava falando figurativamente, não olha pra ela de verdade. - Syn disse me puxando mais contra ele e colocando o braço na frente dos meus seios.

- Sou teu irmão cara, foi inocente.

- Sei, secar nunca é inocente.

- Está desconfiando do seu próprio irmão? Eu tenho cara de Caim?

- Caim matou Abel, não pegou a mulher dele.

- Eu não conheço nenhuma história bíblica que fale sobre pegar a mulher do irmão.

- Provavelmente não existe, mas não estamos falando de bíblia.

- Vocês ficam sem brigar alguma hora do dia? - Brian perguntou voltando da cozinha - Porque eu juro que sempre que vejo vocês juntos estão brigando.

- É o amor. - Brent disse sorrindo - Não conseguimos evitar.

Johnny voltou e se sentou no sofá, logo eles recomeçaram o jogo, que durou algum tempo, só acabou porque a madrasta de Syn surgiu na sala e mandou Brian ir comprar alguma coisa pro almoço e ele levou Brent com sigo.

- Bri, Pinkly está no seu quarto?

- Não Suzy, eu deixei ela lá fora ontem.

- Ah, não a vi hoje ainda.

- Brent colocou ela pra dentro e Kenna estava brincando com ela. - Johnny respondeu 

- Ok então.

- Pinkly?

- Minha cachorra.

- Ah, que lindo. Que raça?

- Maltês.

- Que fofo! - Disse sorrindo e ele me mordeu de leve.

A mulher voltou à sala e pegou algumas coisas na estante perto da TV, se virou pra mim e sorriu.

- Vai almoçar aqui querida?

Pisquei algumas vezes, posso parecer idiota por estar pensando nisso, mas responder um NÃO de cara seria suspeito, mas eu não achava legal ficar pro almoço.

- Vai sim. - Virei o rosto pra Syn que sorriu pra mim - Vai sim. - Repetiu pra me convencer

- Mas eu…

- Para Mel. Fica aqui.

- Fica pra almoçar. - A mulher disse com a voz doce e suave, me virei pra ele e forcei um sorriso.

- Ok então, obrigada. 

Ela saiu da sala e eu virei de cara feia pra Syn. 

- Que foi?

- Que foi? O que você pensa que está fazendo Brian? Eu nem… - Comecei, mas ele tapou minha boca e revirou os olhos

- Você é minha namorada Mellanie, engula isso, e vai ficar pro almoço.

Só aí lembrei que o irmão dele ainda estava na sala.

- Algo me diz que quem lutou pra esse namoro começar foi você irmãozinho.

- Mesmo que tenha sido. - Ele respondeu sorrindo - Valeu a pena não valeu?

- Acho que sim. - Ele disse sorrindo

- Para de secar ela idiota. Brent já é o suficiente.

- Se não quer que eu opine não peça opinião.

Encostei em Syn de novo e o abracei fechei os olhos e viajei por um momento. Podia não ser verdade, mas eu me sentia bem ali, a família dele era divertida e feliz, me receberam alegremente e me convidaram pra ficar, enquanto na minha família quebrada, minha irmã devia estar cozinhando ou fora de casa enquanto minha mãe acordava com o chefe do hospital e, se não ia transar com ele agora, ia se embebedar pra fazer mais tarde.

Esse pensamento me arrepiou e eu tive um calafrio.

- Quer uma blusa? - Syn perguntou franzindo a testa

- Não obrigada, estou só pensando em algumas coisas.

Ele fez careta - Já te falei que você não precisa ir embora.

- Preciso sim.

Ele jogou a cabeça pra trás e eu suspirei, pensar em sair dali pra voltar pra minha maldita casa cheia de problemas era realmente deprimente.

- Tudo bem? - Brent perguntou se jogando no sofá

- Tudo sim. Obrigada. - Eu respondi sorrindo, a preocupação genuína dele era algo um pouco estranho pra mim, mas eu gostava disso.

- Já disse que não tem problema você ficar aqui.

- Mas eu não vou ficar.

Ele fez outra careta e eu sorri brincando com seu cabelo. - Não acho boa ideia você ir pra casa.

Rolei os olhos - Eu moro lá há dezoito anos.

- Mas mesmo assim. Era diferente.

- Por que?

- Tinham te colocado pra fora antes? - Perguntou irônico e eu fechei a cara - Desculpe, não foi isso que eu… - Me levantei do colo dele e Syn suspirou - Mel…

Passei direto pelo sofá e comecei a subir as escadas, sei que ele estava certo e nem era pelo fato de os irmãos dele estarem lá, mas a forma que ele disse ou talvez o mau humor matinal, me fizeram ficar com raiva.

Ele me seguiu em silêncio até o quarto, onde eu arranquei a blusa dele e me agachei na frente da mochila pra pegar algo, mas eu senti suas mãos em meus ombros.

- Mel… Escuta, me desculpa, eu não quis jogar isso na sua cara. - Disse agachando atrás de mim - Não quis te lembrar disso, só que se você se sente mal lá, não devia ficar. - Passou os braços por mim me abraçando e prendendo meus braços em baixo dos seus.

Continuei procurando uma blusa bonita o suficiente pra não parecer uma desleixada pra família dele, mas seus braços se apertaram tornando disso uma tarefa difícil.

- Fica Mel, pelo menos pro almoço.

- Eu não quero Syn, ok? Vou pra casa, qualquer coisa como na rua.

- Está me ofendendo agora, prefere comer na rua que na minha casa?

Sorri fraco - Não é isso.

- Me desculpa ok, mas eu só estou falando pro seu bem.

Encostei a cabeça em seu ombro e puxei o tecido da mochila.

- Feia? - Perguntei estendendo a blusa

- Nada fica feio em você.

Sorri, mas isso durou um segundo, pois me lembrei de todos os meus problemas e suspirei.

- Tudo bem Mel? 

- Acho que pode ficar, um dia. 

Ele beijou meu pescoço e passou as mãos pela minha barriga, causando arrepios em mim.

- Syn, eu acho… - Comecei, mas ele fez “sh” e eu fiquei quieta. 

Tirou todo o meu cabelo para um lado do pescoço e distribuiu beijos e mordidas entre o ombro e a orelha, joguei a cabeça para trás, apoiando-a em seu ombro, fechando os olhos e arranhando suas pernas por cima do tecido preto da bermuda.

Brian se levantou devagar, me puxando junto e me virando pra ele, tudo de forma tão precisa e envolvente que tenho certeza que esqueci de respirar por uns segundos.

Como na noite passada, o frenesi começou a me atacar, ou ele já estava atacando e eu não tinha percebido, não sei, ainda fico um pouco confusa com todas as coisas quando estou perto dele.

Ele tomou meus lábios e começou a andar devagar para a cama, me guiando de costas até a mesma, senti o colchão atrás de minhas coxas, mas ao contrário do que pensei, ele nos virou, sentando na cama e me puxando para o colo.

Gates soltou minha boca e começou a atacar meu pescoço, eu arranhei seus braços de leve, afinal, de marcas já bastavam as de ontem.

Eu estava me preparando psicologicamente para ser atacada como fui ontem, mas batidas na porta fizeram com que ele parasse.

- Que é? - Perguntou irritado 

- Suzy pediu pra falar que o almoço está quase pronto. - Brent disse do outro lado da porta

- Já vamos descer. 

- Ok. 

Syn me soltou e ficou com a cara amarrada, eu comecei a rir na mesma hora e me levantei de seu colo, coloquei minha blusa, fui pro banheiro e tentei arrumar a bagunça que eu estava.

Prendi um pedaço meu cabelo, predê-lo todo me deixava estranha, lavei o rosto e passei um pouco de base, sorte que eu carrego maquiagem sempre.

Saí do quarto e encontrei Syn encostado na grade do outro lado.

- Pronta?

- Aham.

Saí andando pelo corredor ele me seguiu passando o braço pelos meus ombros.

Entramos na cozinha e Johnny ajudava a mulher a arrumar a mesa.

- Quer ajuda? - Perguntei automaticamente, é uma coisa que todo mundo pergunta quando vai na casa dos outros e eles estão arrumando a mesa pro almoço.

- Não obrigada querida.

Brian entrou na cozinha sendo acompanhado por uma bolinha branca de pelos, que veio correndo na nossa direção.

Syn me soltou e se abaixou pra brincar com a cachorrinha, a imagem era realmente fofa.

- Vá lavar a mão pra comer Bri. - A mulher disse colocando travessas e panelas na mesa

Syn levantou e saiu da cozinha, sendo acompanhado pelo cachorrinho que pulava feliz em volta do dono.

- Senta Mel. - Brian disse me indicando a mesa

Sentei em uma cadeira qualquer, e logo todos se sentaram, Syn voltou carregando a garota nas costas. 

- Sua namorada vai comer com a gente? - Perguntou em um tom não amigável, porém não hostil.

- Vai.

Ela sorriu e pra mim, o que eu correspondi minimamente, ela parecia não gostar de mim, mas eu é que não ia dar motivos para piorar.

Syn sentou do meu lado e a garota do outro lado dele, deixando apenas uma cadeira vazia na ponta.

Comemos enquanto eles conversavam coisas diversas, eu quase nunca falava, apenas quando me dirigiam a palavra e no final do almoço, quando agradeci e elogiei a comida.

Syn me levou de volta pra cima, escovamos os dentes e voltamos pro quarto, me sentei na cama e olhei para a mochila pensativa, já era hora de voltar pra casa?

Respirei fundo e concluí que era.

- Acho que já vou Syn.

- Fica Mel. - Ele disse sentando do meu lado

- Não posso.

- Até de noite então.

O olhei pensativa, ficar era tentador e voltar era um pesadelo, respirei fundo e neguei com a cabeça. - Não posso.


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Notas finais do capítulo

Desculpa de novo para as pessoas que queriam/esperavam pelo sexo selvagem com o Syn, que não aconteceu.. E tbem desculpa pra vocês que pensaram que eles iam realmente namorar...
Enfim, feliz natal pra todas vocês, muitos presentes e comida e tudo mais, se você não comemora o natal, sei lá, feliz Hunaka, ou alguma outra coisa.. So sorry, eu realmente não sei...
Mas de qualquer forma, espero vários reviews einh ?? Beijim pra todas, nos vemos antes do ano novo ainda, talvez dia 26 ou 27...



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