Inocência Roubada escrita por Lêh Duarte, Annia_Novachek


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Ninas, desculpem a demora :/
Vida complicada essa minha ashauhsauhsaus
Eu e a Leh, ficamos extremamente felizes com os review ^^
Vlw ninas
Segue mais um capítulo ...



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Todo o silêncio daquela cabana não fazia bem a ela. Querendo ou não, já havia se acostumado com os gritos de Ibrahim sempre que ela saia sem avisar, mas ela não voltaria lá agora. Esperaria até que ele sentisse o mesmo que ela sentia. Tentava colocar os pensamentos em ordem para que pudesse pensar no que faria de agora em diante. Desde pequena, quando fora treinada com todas as regras de modos de uma dama, havia sido ensinada que devia obediência a todos os homens de sua família, embora nunca aceitasse, fazia o seu melhor para que suas atitudes não a colocassem em problemas. Mas agora, depois de se lembrar do que todas as mulheres que conhecera lhe disseram se perguntou se realmente deveria fazer o que aprendera, mesmo que isso significasse passar por cima do próprio orgulho. Não era de seu feitio se fazer de dama indefesa, no entanto, era assim que todos a tratavam. Até mesmo seu pai, que havia usado de sua boa vontade para enganá-la. Pavel, também, até mesmo passou por cima do amor pelo próprio irmão, e agora Janine se perguntava o porquê disso. Anna, sua confidente, nada havia lhe dito quando estavam a passear, com escolta, pelas redondezas do castelo. Agora se mantinha em um dilema onde duvidava da lealdade de todos.

Ibrahim era um caso a parte. Ele havia mentido e ido mais longe do que todos. Ela sabia que em breve teria que confrontá-lo, afinal, não poderia esconder-se para sempre ali. Pensou em Miguel, e se lembrou do quanto ele parecia desesperado por ter um pouco do seu amor. Mas aquilo não era amor, pensou Janine, enquanto observava os padrões de uma rachadura na parede de pedras, ele estava preso a uma lembrança minha, uma lembrança que não passava disso.

Quando ele partiu, ela não estava lá para se despedir, não achara oportuno fazer isso quando ainda estava profundamente magoada por saber que seu ódio por Ibrahim fez-lo colocá-la no meio, não pensando no que ela queria.

Claro, estava grata por ter descoberto sobre seu passado, mas nada a impedia de se sentir magoada pelo que ele havia feito. A usado para tirar tudo de Ibrahim, nem ao menos pensado no que sentia por ele.

E o que eu realmente sinto? – se perguntou sussurrando.

Ela gostava dele, gostava de seu tom baixo e nervoso quando algo não saia como planejado. Gostava de quando coçava a barba pensativamente. Gostava de quando ele lhe sorria misterioso. De quando ele dizia que gostava de sua presença. Gostava de senti-lo perto de si, apenas aproveitando o calor de seu corpo.

Sabia que mesmo tendo tantas riquezas quanto ele, Ibrahim poderia dispensá-la a qualquer momento. Não tinha mais sua inocência para exigir um casamento digno com qualquer cavaleiro. Por mais que o nome fosse algo importante, para uma mulher, de nada serviria se ela não tivesse sua virtude. Para ela, não importava o que Ibrahim tivesse feito roubando as terras de sua família e a humilhado, a tratado como qualquer uma no começo, nada se comparava ao fato de que assim que saísse daquele lugar, não poderia erguer a cabeça e dizer que ainda era uma dama. Ibrahim não poderia ter lhe dado castigo pior.

Ouviu o latir dos cães de guarda e conteve a respiração, rezando para que eles não a encontrassem ali. Logo o barulho dos cavalos e passos foi ouvido. Ela se encostou mais a parede, se encolhendo ao máximo, esperando que eles passassem rapidamente por ali. Ibrahim era destemido, e não descansaria enquanto não a encontrasse...

Quando o barulho se afastou, Janine olhou para o pequeno vitral da cabana. A Lua já estava lá, e os poucos móveis do lugar estavam levemente pálidos pelo seu brilho. Ela se levantou, batendo as mãos na capa verde para espantar a poeira que havia acumulado enquanto estivera sentada ali. Erguendo a cabeça e respirando fundo, ela caminhou até a porta.

Durante o caminho de volta ao castelo, Janine se manteve alerta ao chão, para que nenhuma planta a fizesse cair, ou que algum animal surgisse.

Quando passou pelas pesadas portas do hall, ela notou que não havia ninguém por perto, a não ser alguns criados que a olharam surpresos. Janine passou por eles, caminhando rapidamente até as escadas, contendo o impulso de perguntar por Ibrahim.

Enquanto caminhava pelo longo corredor, respirava fundo, e rezava para que tomasse a atitude certa. Assim que viu a porta entreaberta, adentrou o aposento e fechou a porta.

-Onde esteve? –ela ouviu a voz atrás de si, antes mesmo de se virar.

-Andando. –ela disse e desamarrou a capa, a depositando sobre um banco feito de madeira.

- Estive lhe procurando o dia todo. –ele afirmou.

Ela nem ao menos o achou digno de um olhar.

- Eu soube. –falou dando de ombros, antes de sentir a parede bater as suas costas quando Ibrahim a segurou pelo pulso, prensando seu corpo no dela.

-Pode me dizer por que me trata assim? –ele exigiu a encarando aceso.

- Por acaso se acha no direito de ainda tocar em mim? –perguntou tentando se soltar do aperto forte de Ibrahim.

-Não me trate assim, Janine. Eu estava pensando em você quando não lhe contei nada.

-Mentira! Estava pensando somente em você! É só nisso que pensa, foi por isso que me usou! Para você, somente o dinheiro importa. –sua voz estava dura, e as lágrimas já ameaçavam cair.

- Janine, isso não é a única verdade. Não pode me culpar pelos erros do meu pai.

 - Não foi seu pai quem me trouxe para está casa e me colocou de criada quando sabia sobre mim. Não foi seu pai quem me usou para se satisfazer.

-Não fale do que não sabe Janine! –ele disse e golpeou a parede com o punho.

-Então negue! Diga que existe um coração ai dentro, e que você ao menos uma vez pensa em mim. Diga-me que eu não fui apenas um objeto em suas mãos. –os olhos verdes fitando os de Ibrahim, no entanto, ao invés de lhe responder, Ibrahim apenas a soltou e foi até a penteadeira, onde Janine observou ter uma taça com um liquido roxo. Ela olhou o braço pálido que agora tinha a marca dos dedos de Ibrahim.

Pensara que aquilo tinha acabado, mas estava apenas escondido. Ibrahim era incapaz de amá-la, Janine pensou enquanto caminhava até o baú a fim de pegar a roupa de cama e sair dali o mais rápido possível. Não pretendia dormir mais uma noite ao lado de Ibrahim e novamente ficar a sua mercê.

Porém, assim que seus dedos tracejaram o cadeado para abrir o velho baú, seus olhos pousaram sobre sua superfície, onde uma folha amarelada estava.

Janine percorreu todo ele, tentando entender do que se tratava. A escrita bela, e a inscrição chamaram sua atenção. Sua testa franziu enquanto lia tudo em turco. Seu nome estava envolvido juntamente com o de Ibrahim. Algumas exigências se estendiam até o verso da folha, onde ela viu a caligrafia do seu pai, concordando com todos os termos. Seus olhos se arregalaram em surpresa quando percebeu o que era, e levou uma das mãos até a boca, enquanto a outra segurava trêmula, o documento.

 - Oh meu Deus! –exclamou em um turco perfeito, e, logo, a folha não estava mais em suas mãos, ela olhou e viu Ibrahim ao seu lado, o enrolado.

-O que é isso? –ela perguntou tentando o arrancar de suas mãos, sem sucesso, já que Ibrahim rapidamente o guardou em uma gaveta da penteadeira e se virou furioso para ela.

-Já disse para não mexe...

-Perguntei o que era aquilo Ibrahim! –ela o interrompeu. – Parecia-se com um...

Ela deixou sua frase morrer, incapaz de continuar.

-Contrato de casamento. –ele disse normalmente, ainda furioso, mas tratando aquilo como se não fosse nada.

-O meu nome estava envolvido. E também o seu. O meu pai assinou e, e então... –sua cabeça era uma confusão. Não entendia o que aquilo significava. Porque Ibrahim iria firmar compromisso com ela? Mas então, lembrando-se de uma das exigências, compreendeu. – Como pode fazer isso? Sendo tão frio a ponto de transformar algo sagrado apenas para alcançar seus objetivos?

- Se eu fosse tão frio com me diz ser, eu poderia obrigá-la a se casar comigo nesse exato momento. Nenhum dos padres se objetaria, nem mesmo seu pai, já que  temos sua benção e permissão. –ele disse em um tom cortante, como se não se importasse com Janine.

Mas ele se importava, apenas não queria se mostrar fraco, quando se controlava para não se ajoelhar aos seus pés e pedir perdão;

-E porque não faz isso agora? –questionou ainda com raiva. –Porque não age como antes, e me arrasta pelos cabelos para o altar? Além de ganhar uma esposa de sangue real, ainda ganharia junto muitos patrimônios.

- Eu não vou lhe forçar a fazer nada que não queira.

Estava ali. Veio como uma luz na mente de Janine. A oportunidade perfeita de limpar sua honra, e ao mesmo tempo, dar o que Ibrahim merecia. A voz de sua mãe a repreendeu mentalmente, mas ela não se importava. Todos a haviam abandonado, e os que permaneceram ao seu lado, sempre queriam algo dela. Estava farta de todos a tratando com interesse.

-E quando será? –ela perguntou, deixando o tom furioso longe da voz. Ibrahim a encarou erguendo uma sobrancelha.

-A que se refere?

-Ora, ao nosso casamento Ibrahim. Não é sobre isso que estamos falando? –ela deu um passo vacilante a frente, - Não é sobre como as pessoas devem fazer o que deve ser feito? Seu pai agiu assim, e também o meu. Penso que agora seja a nossa vez.

Sua respiração tinha se tornado rápida, seguindo o ritmo acelerado de seu coração. Não acreditava que estava fazendo aquilo, mas era a única escolha que tinha. Daria a volta por cima, e mostraria a todos que ela não era tão ingênua quanto se mostrava.

-Eu me caso com você Ibrahim. –ela disse, mostrando uma confiança que certamente não sentia.


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Notas finais do capítulo

E ai????
Okay, maldade minha ahsuhsuasas
#I'm Bad girl ashushuahsas
Bem, esperamos q tenham gostado, e até a próxima.
Ahh e reviews deixam eu e a Leh mega felizes hehehe
Bjs^^



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