- Você ainda insiste nisso, não é Maria.

Maria virou seu rosto moreno para Justin. Ela estava com seu pior olhar, para cima dele. E ele sabia. Só adorava pirraça- la de qualquer jeito. Mas ela não gostava. Principalmente do assunto sobre o que ele estava falando.

- Só por que seus relacionamentos não deram certo, não quer dizer que os meus não podem dar – Maria falou, com seus olhos castanhos claros vidrados nas suas unhas rosa choque. Logo atrás, ouviu Usher rindo.

- Ok meninos, sem brigar, por favor – Usher falou, limpando seus óculos pretos sem ao menos olhar para os dois.

- Selena conta, ok? – Justin recomeçou a discussão, fazendo com que Maria revirasse os olhos.

- Senhor Raymond? – Maria chamou, se referindo á Usher. Ele levantou o olhar para ela – Onde está Ray?

- Hm – Usher olhou para cima – Boa pergunta!

Maria fez uma cara de desconcertada. Tinha um menino de quase cinco anos de idade, perdido no backstage do show de Justin. E seu pai nem ligava.

Sim, Ray era filho de Usher. Um dos filhos dele. E Maria era sua babá, de 18 anos. Nova, e vizinha da mãe de Usher desde os dez anos de idade. Paciente, e sabia como lidar em situações de extremo cuidado. Por isso Usher á achou perfeita para cuidar de seus filhos.

Pena que tinha que agüentar agora Justin Bieber, que ia passar um mês com seu ‘padrinho’, como uma espécie de férias.

Agora, ia ser o último show que ele ia fazer, para depois entrar de ‘férias’. Maria queria se ver o mais livre o possível de Justin. O mais rápido o possível. Ela não o suportava mais. Ele á zoava por causa do sotaque seu sotaque que era de estrangeira. Mas não, ela não era estrangeira. É que ela era poliglota, ao contrário de Justin. E toda vez que Justin via seu namorado, não perdia uma chance de zoá-lo pelas costas.

Maria se levantou da poltrona azul escura onde se encontrava sentada. Justin estava sentado numa cadeira de rodinhas, e á ficava rodando de um lado para o outro. ‘Será que esse menino não se cansa de ser babaca?’, Maria pensou, e logo depois balançou a cabeça negativamente. Usher se inclinou sobre a poltrona que estava sentad do lado de Maria.

- Aconteceu algo Maria? – Ele perguntou, e Maria sorriu para o patrão.

- Não – Ela sorriu, e caminhou até a porta branca do camarim – Vou procurar Raymond.

- Ok – Usher enconstou suas costas no sofá de novo.

- Eu vou com você Maria – Justin falou, se levantando da cadeira. Ele cambaleou, e Maria riu baixo colocando uma das mechas de seus cabelos castanhos escuros bem cacheados para trás da orelha.

- Não – Ela respondeu quase como um reflexo – Fique com Senhor Raymond.

- Eu vou com você – Justin repetiu, com ênfase. Ele ajeitou a jaqueta de couro que vestia e olhou para Maria. Caminhou para a porta, e á abriu – Primeiro as damas.

Maria revirou os olhos. Ele planejava alguma coisa. Chantagem? Provavelmente. Afinal, Maria e Justin tinham um passado negro juntos.

Eles caminharam até o final do corredor, e invés de Maria virar o corredor para a esquerda (que dava direto para o palco, onde provavelmente o filho de Usher estava), ela abriu uma porta, que dava para uma espécie de varanda do backstage. Era ao ar livre, e dava para ver o céu azul de New York.

- Ué, não ia procurar Ray? – Justin começou provocando – Ou queria ficar sozinha comigo? – Ele se aproximou do rosto de Maria, e ela desviou.

- Vim fumar – Ela tirou do bolso uma caixinha de cigarro malboro, e do outro bolso um isqueiro – Quer um? – Maria perguntou, mostrando a caixinha á Justin.

- Obrigado – Ele agradeceu, e pegou a caixa. Tirou um cigarro da caixa, e o colocou na boca. Maria acendeu o cigarro de Justin com seu isqueiro – Não tem perigo de alguém nos pegar por aqui?

- Não – Maria acendeu um cigarro para ela – Ninguém nunca vem aqui nos três dias que estamos preparando essa droga desse seu último show.

- Não fale mal do meu show Maria – Justin se apoiou na grade da varanda e soltou fumaça – Você não devia estar fumando.

- Você não manda na minha vida – Maria falou ironicamente, e Justin sorriu para o nada.

- Bailarinas não fumam – Maria se contorceu – E namoradas de Jack também não.

Maria sentiu um embrulho no estomago ao Justin falar o nome de seu namorado tão normalmente. E realmente, ela tinha que parar de fumar. Tinha que praticar balé. O problema: Ela não o via mais do que um hobby. Mas bem que queria ser uma bailarina profissional. Ia ser lindo ter o nome dela na lista de bailarinos, por exemplo, da bolshoi, que é uma grande companhia de balé.

Mas não gostava de Justin falando isso.

- Quando você vai me arrumar aquela sua amiguinha gostosa... Sarah? Gosto dela.   

- Sarah? – Maria fechou um pouco dos olhos, e Justin começou a rir. Ela pôs o cigarro na boca – Se eu arrumar ela para você, vamos fazer um ménage – Maria se apoiou de costas na grade e sorriu maliciosamente para Justin – Que tal?

- Adoraria – Justin sorriu, chegando um pouco mais perto de Maria. Seus rostos estavam quase colados – Mas você tem que me arruma-lá primeiro.

- Não tem o seu próprio charme Justin Bieber? – Provocou Maria. Justin sorriu.

- É mais divertido você me arrumar ela. Fica mais fácil – Ele deu ombros, e se afastou dela. Jogou o cigarro para fora da varanda – Vou voltar. Se perceberem minha falta...

- Vai lá – Maria fez um gesto com o queixo. Justin á segurou pelo braço, e ela levantou as sobrancelhas.

- Quando você vai perceber que isso – Ele segurou a mão direita de Maria, e apontou para um anel no seu dedo anular com um brilhante grande em cima. Maria se largou de Justin o mais rápido – Não vai dar certo?!

Era sobre isso que eles estavam brigando. Sobre Maria, estar noiva. Sobre ela gostar de outro cara, e Justin fingir que está bem.

Mas todos deixavam bem claro: Depois de Selena, queriam Justin longe de qualquer outra menina. Qualquer uma. Então, Justin não terminava com ela. De jeito nenhum. Por isso, que ela o odiava. Odiava suas brincadeirinhas idiotas. Não o suportava.

Por que ela gostava dele. E ela também tinha um noivo agora. Se enrolava cada vez mais em suas mentiras.

E por que ele não gostava dela, do jeito que ela gostava dele.

Ele queria era Sarah. Sempre foi Sarah.

- Me deixe em paz – Maria se virou de costas para Justin. Ele bufou, e saiu da varanda.

Ela lambeu os lábios. Tudo difícil. Tudo, tão difícil.

Saiu da varanda logo depois de Justin, e caminhou agora, pelo lado esquerdo do corredor. Foi para o palco, e lá estava Raymond, brincando com Kenny, com os microfones. Ela soltou um riso. Ele era tão fofo. Agora, tinha que fazer seu trabalho valer á pena.

Mas não saia de jeito nenhum da cabeça de Maria.

Ela tinha que arrumar sua melhor amiga, para o amor da sua vida.

Não acreditava nisso. Não queria acreditar.

E o pior: Sarah queria ele. Mesmo sabendo que ele tinha namorada.

'Que mundo de vadias', era o que ela pensava.