Então, a chuva de papéis caiu sobre o palco, encerrando mais um bem sucedido show de Justin Bieber. Ele estava feliz e sorridente. Fazia certo tempo que não cantava assim, que não subia ao palco para ficar um pouco mais perto de seus fãs. Se sentia bem consigo mesmo e por um tempo, esqueceu-se de todos os problemas.

- Você foi incrível Justin! – ouviu uma linda voz vinda por trás de seus ombros. Não deu importância, apenas sorriu e fez um gesto com a mão dizendo obrigado.

Caminhou até Selena, Kenny e sua mãe que conversavam sorridentes.

- Orgulho de você, garoto! – Kenny deu um tapinha em suas costas. Justin riu.

- Parabéns meu filho. – sua mãe deu um beijo em seu rosto e o abraçou forte. Apenas agradeceu, enquanto abraçava forte sua mãe. Seu anjo.

- Você estava... Maravilhoso como sempre, bebê. – Selena riu e lhe deu um beijo calmo.

Justin parou o beijo com alguns selinhos e logo a abraçou, agradecendo mais uma vez. Não se cansava de cantar e receber esses elogios maravilhosos. Quem não gosta de receber elogios? Ainda mais vindo de pessoas que você ama, não é? Justin sorriu a eles e logo foi até seu camarim. Suspirou e se sentou no banquinho em frente ao grande espelho e a ‘cômoda’ onde estavam algumas coisas.

Notou um papel diferente a sua frente, tinha certeza que não estava ali quando saiu dali. Revirou os olhos e resolveu abri-lo. Sinceramente, estava meio cansado de receber essas cartas. Elas poderiam lhe fazer feliz, mas, essa garota... Tinha até medo de lembrar-se dela. Mantinha consigo o lindo colar com o pingente de coração. Olhava repetidamente praquela foto, pensava tanto, mas, nunca conseguia se lembrar. Nunca. Era tão difícil.

Por fim, leu o que estava escrito no papel:

“Querido Justin,

Você estava totalmente incrível está noite. Sua dança, suas musicas, sua voz... Tudo tão lindo. Tão perfeito. Deslumbrante e apaixonante. Antes que você se pergunte... Sim, eu estava no show essa noite. Tinha que estar. Precisava te ver e precisava gritar um “eu te amo”, mesmo que você não escutasse em meio de tantos outros gritos. Mas, eu não ligo. Prefiro imaginar que eu já disse que te amo, mesmo não sendo cara a cara. Não posso dizer cara a cara. Faz tanto tempo que não nos vemos que eu chego a ter medo. O meu medo esta se tornando realidade sabia? Sempre imaginei que um dia íamos nos ver novamente, mas, eu tinha medo... Medo que você não se lembrasse de mim.

Lembra a ultima vez que nos vimos? Você me disse: “Eu não vou me esquecer de você. Eu juro” – Foi neste mesmo dia que me deu o colar - E hoje, olhe só... Não se lembra mais de mim. Espero que um dia se lembre. Espero um dia poder dizer “Justin, eu te amo.” Enquanto olho dentro dos seus lindos olhos castanhos e quero ouvir um ‘eu te amo muito mais. ’ Impossível, não é?

                                                      Sua garota secreta.”

Quase chorou ao terminar de ler. Se sentia tão idiota e ao mesmo tempo... Tão irritado consigo mesmo, com essa garota, com o tempo, com tudo. Pegou aquela carta, querendo jogá-la no lixo, mas, não fez isso. Saiu do camarim e caminho pelos corredores a procura de Kenny. Ele era o segurança, e pelo que sabia, ninguém entrava no camarim sem sua autorização.

- Kenny, alguém entrou no meu camarim? – Justin perguntou ao para na frente do grande homem.

- Hã... Porque a pergunta? – riu.

- Tinha isso. – ele apontou pra carta em sua mão. – Em cima da penteadeira, sei lá o nome daquilo... Você sabe quem deixou isso lá? – Justin parecia um pouco irritado. Kenny o fitou, foi pago para não contar absolutamente nada. Mas, vamos lá, Justin era praticamente seu sobrinho, um filho, não poderia ficar sem dizer nada.

- Uma garota. – suspirou. – Ela pediu pra eu colocar isso no seu camarim. – apontou pro pedaço de papel na mão de Justin.

- Como... Como ela era? – Justin o olhava curioso, queria saber. Saber tudo.

- Cabelos pretos, um pouco baixinha, uma carinha desanimada e olhos... Ah, qual é, pra que quer saber? – Kenny revirou os olhos e riu.

- Cara, eu tenho que saber! – suspirou irritado e bateu os pés no chão freneticamente. – Essa menina fica me mandando umas cartas... Dizendo que me ama e toda essa coisa boba. – girou os olhos.

- Opa! Sentimentos não são bobos. – Kenny pegou o papel das mãos de Justin.

- Kenny! Qual é, devolve! – tentou pegar, mas, Kenny esticou o braço.

Justin bufou e ficou fitando o grandão enquanto lia o pequeno papel perfumado. Kenny dava algumas risadinhas às vezes, estava pensativo lendo a carta.

- Que fofa. Ela te ama e você não... Não se lembra dela? Como assim? – Kenny entregou a carta de volta a Justin.

- Ela diz que me conhece, até tem uma foto comigo, mas... Não me lembro! – cruzou os braços. – E isso ta me matando por dentro!

- Ela era linda... Adorável. Só isso que tenho a dizer. – Kenny disse e deu de ombros. – E você a conhece com toda certeza! – Kenny deu de costas e voltou a andar, deixando Justin sozinho.

- KENNY! Me ajuda! Qual é! – Justin gritou. Mas, parecia que o grandalhão não o escutava.

Voltou praticamente correndo ao seu camarim. Estava irritado, não agüentava mais isso. Sério. Já havia recebido muitas cartas, mas, não uma que o deixasse tão irritado. Não uma que o perseguia. E uma coisa que não queria era ser perseguido. Apesar disso, estava namorando Selena e estava totalmente feliz com ela, tirando o fato de brigarem um pouquinho. Ou melhor, brigarem muito.

“NÃO AGUENTO MAIS! Por favor, mano. Ou você diz quem é ou desiste de mim! ME DEIXA EM PAZ, FALOU?” – Justin digitou e mandou a mensagem ao numero da suposta garota. Se sentia um pouco mal por fazê-la sofrer, mas, agora, ela que estava o deixando louco. Se jogou no pequeno sofá que tinha no seu camarim. E pensou. Pensou em quem poderia ser ela. Sinceramente? Não fazia a menor idéia.

- Justin? Amor? – a porta do camarim se abriu lentamente e Selena entrou, com um sorriso estampado no rosto. – Como está o meu bebê? – ela riu e se sentou no colo de Justin. O mesmo só revirou os olhos e deu de ombros.

- Cansado. – suspirou.

- Deixa eu te animar, então? O que acha? – sorriu maliciosa e logo começou a dar alguns beijinhos no pescoço de Justin.

- Selly... É sério, eu to mesmo cansado. – ele deu uma risadinha sem graça e deu um selinho um pouco demorado em sua namorada.

- Tudo bem... – ela se levantou com uma expressão não muito feliz. – Te vejo depois. – suspirou e mandou um beijo pro ar.

- Até depois. – sorriu.

Acenou e a viu sair pela porta. Logo em seguida pegou seu celular pra checar se a garota havia respondido. Abriu um sorriso quando viu que tinha uma nova mensagem. Logo a leu. E dizia exatamente algo como:

“Eu não vou desistir de você. Ainda não.”