The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 7
A pequena rebelde


Notas iniciais do capítulo

é. eu demorei pra postar. e eu não devo ter nenhum leitor vivo.Mas eu tenho um grande problema. chamado preguiça.E outro problema chamado vida. Minha vida virou um caos e eu to tentando juntas os cacos que sobraram,tipico de uma adolescente problemática.



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Annabeth Chase

Eu passei dias seguintes praticamente fora de casa, passando pela casa das amigas, e só indo em casa pra tomar banho e pegar minhas roupas. O que significa que meus pais nem me vêem.

Eu sabia que estava enrascada, meus pais iam me dar a maior bronca quando me pegassem em casa.

Uma hora eu teria que ir pra lá.

E foi exatamente 5 dias depois eu voltei pra casa, mas logo sairia de novo, ou era o que eu pensava.

Entrei de fininho pela sala e fui em direção a escada. Estava tudo escuro, meus pais já devem estar dormindo.

Eu andava só de meias, com o tênis na mão direita.

–Nem pense em dar mais um passo Annabeth Chase.

As luzes da casa se ascenderam.

–Droga. – me virei.

Minha mãe e meu pai estavam sentados no sofá de couro da sala principal.

–O que foi agora?

–O que foi agora? Menina, você ficou 5 dias fora de casa!

–Eu não fiquei na rua o tempo todo! Eu vim pra casa! Você que meteu na cabeça que não!

–Meteu? Que palavreado é esse Annabeth? – perguntou minha mãe.

É. Ela me critica por tudo, as roupas, o tipo de música que eu gosto e até o palavreado.

–O meu palavreado droga!

–Olhe só o jeito que você fala com a sua mãe! – gritou meu pai.

–Ah da um tempo! Não finjam que se preocupam comigo que eu sei que não!

Minha mãe se levantou do sofá, ela usava um vestido super comprido vermelho e sapatos de salto alto, o que significava que ela estava em algum lugar importante.

–Como você ousa dizer isso? Nós construímos tudo isso para você!

–E quem disse que eu quero seu dinheiro pai?! Eu quero ser livre!

–Não venha com esse assunto e novo! Quem iria te sustentar?

–Eu me cuido.

–Annabeth, seu comportamento é inaceitável. Por isso eu e seu pai decidimos te mandar para o acampamento de verão da escola.

Um segundo.

Dois segundos.

Minutos, horas, dias, anos e... meu mundo acabou.

–O que?!

–Você escutou mocinha.

–Mãe...! – implorei.

–Nós já tomamos nossa decisão. Ligamos para os pais das suas amigas. Eles também concordaram em levar as garotas.

–Como você arranjou o telefone da avó da Piper?!

–Não precisei ligar para avó de Piper Mclean, liguei logo para seu pai, Tristan. A mãe de Bianca, Maria, também acha que a filha esta se perdendo! E Zeus é amigo de seu pai, amigos não lhe faltarão lá, Annabeth.

–Eu não vou pra aquele inferno! Droga, o verão é a melhor época do ano e eu vou passar presa naquele cativeiro? Que isso? Prisão? Me manda pra cadeia então! Aquela droga de acampamento não!

–Nada de discussão Annabeth.

Bati o pé no chão em sinal de frustração.

Comecei a subir as escadas.

–Volte aqui! Não terminei! – mandou minha mãe.

–O que foi agora? Vai tirar meu rim?

–Não. O celular. – disse ela estendendo a mão.

Minha mão voou pra dentro do casaco onde meu celular se encontrava, em sinal de proteção.

–Annabeth Chase entregue o celular. – mandou meu pai.

Hesitante, passei o celular pra minha mãe.

–E nada de TV, computador ou livros para você por uma semana. E principalmente. Nada. De. Sair. De. Casa. É da escola pra casa da casa para escola.

–Pai! – gritei.

–E para ter certeza que você não vai quebrar o trato vou colocar o motorista para te levar pra escola. – abri a boca pra reclamar - Se continuar teimando, vou colocar o segurança atrás de você.

–Ahhhh! – gritei alto subindo as escadas e batendo com a maior força possível a porta do meu quarto.

Sem celular, sem computador, sem TV, sem livros, sem carro e meses em uma prisão. Acha que vou ficar parada olhando para a parede todos esses dias? Claro que não.

Eles dão um jeito de me entreter, de me deixar ocupada. Aula particular depois de aula particular.

Latim, alemão e francês.

Física, álgebra avançada, administração, economia e etiqueta.

Coisa melhor?

É. Acho que não.

Dia seguinte



Não me arrumei direito pra ir pra escola.

A maquiagem era a mesma de ontem, não tive paciência pra tirar.

O que significava que ela estava toda borrada, pelas lagrimas de ódio que desceram durante a noite. Não vi a roupa que estava enfiando em mim, sequer olhei suas cores.

Por alguns momentos eu pensei em pegar minhas velhas roupas pretas rasgadas no guarda roupa, me vestir como Thalia se vestiria, isso deixaria meus pais completamente irritados, mas a preguiça me dominou antes de chegar ao guarda roupa.

Meus pais adoravam thalia quando eu era pequena, já que o pai dela e o meu eram amigos. Ela era uma boa garota.

Mas agora, bem meus pais sabem bem o que ela é.

E se tem uma coisa que esses velhos odeiam é rebeldia.

Desci as escadas de mal humor, com minha nova mochila nas costas.

É. Eu tinha feito umas reformas na minha mochila de escola, ser amiga de uma pichadora como Piper Mclean tem seus crétditos.

Não me lembro quando foi, mas Piper me deu umas dezenas de latas dizendo :"Tome, é pra quando você quiser chutar o traseiro de alguém, ou ferrar um pouco mais coma vida dos seus pais"

Eu ignorei na época, não ia pichar o banco Chase. Então guardei todas elas no fundo do armário, mas ontem, elas foram bem úteis nas minhas roupas de gala, nas paredes do quarto e na minha boa e velha mochila de marca.

Meus pais pararam ao me ver.

Não olhei para cara deles, apenas segui para a sala, onde eu sai de vez da casa e encontrei o carro do meu pai com o motorista a minha espera.

O motorista não me olhou, nem falou comigo.

Que bom pra ele.

Ele me deixou na porta do colégio, alguns pararam, sem entender por que eu estava vindo de motorista, já que o evitei completamente quando fiz 16 e comprei meu querido Volvo.

E eu o chamo apenas de motorista, por que uma pessoa deve ter mesmo uma vida de merda sem vida social para trabalhar pros Chase.

Se ele tem coragem, eu não sei. Mas que é estupido o cara é.

Então ele é o Zé Motorista e ponto final.

Outros retardados pararam sem entender o que eu estava vestindo.

–Que foi cara? Ta me achando com cara de Nyan Cat? Pônei Maldito? Larga do meu pé encosto! - berrei, pra qualquer um, não me interessa o retardado que achou que era pra ele. Só depois parei para entender minhas palavras sem sentido as citações do século passado. Quem é que se lembra daquele trolho do nyan cat além de mim?

–Deixe-me adivinhar, acampamento. – disse Thalia já ao meu lado.

–Acertou. Seu pai te obrigou também né?

–É. – disse ela suspirando pesadamente.

–Também odeiam seus pais? – Piper entrou na conversa, enquanto caminhávamos pras portas do colégio.

–Onde ta a Bia? – perguntei.

–Se drogando provavelmente. – disse Piper, cuspindo as palavras com mau gosto.

Parei no meio do caminho, as meninas fizeram o mesmo.

–De novo? – perguntei preocupada.

–Annie, os pais dela obrigaram ela ir pro acampamento, Bia odeia aquele lugar também, e a única saída que ela vê pra tudo você sabe qual é.

Suspirei.

–Ela precisa de ajuda.

–Eu sei. – disse Piper.

Thalia continuava calada.

Continuamos o nosso caminho tedioso para o inferno.

Graças a deus, não tivemos problemas com ninguém (lê-se Rachel)

As aulas, como sempre, foram tediosas, e os tempos extras desnecessários.

Quando Percy Jackson passou por mim no corredor da escola, simplesmente fingi que não o vi, e continuei meu caminho sem um pingo de remorso pelo o que tinha feito.

Bia apareceu no 3º tempo.

Parecia que tinha chorado.

–Bianca di Angelo! – disse correndo pro seu lado quando ela entrou pela porta principal do colégio, no intervalo entre a aula de matemática e ciências.

–Oi Annabeth.

–Oi o caramba, onde você estava?!

–A resposta é obvia não é?! – disse Thalia. Ela sempre foi muito mais rígida do que eu, mais brava que eu.

Bia olhou pro chão triste.

–Desculpe, eu não queria...

–Mas fez! – gritou Thalia.

–Mas eu...

–Já sabemos das suas desculpas Bianca! Não adiante mais! Você se drogou de novo. Você tinha prometido que iria procurar ajuda.

–Eu não preciso de ajuda! Eu posso parar quando eu quiser!

–Você já disse isso antes! A questão é que eu não acredito mais em você, Bianca – gritou Thalia.

Bia começou a chorar.

A abracei, reconfortando-a.

Pare, ela já entendeu. – disse baixinho só para Thalia ouvir.

Piper continuava calada, pesando no que devia falar.

Mas nesse momento, as palavras são inúteis perto das ações.

Eu não queria dar outro ataque perto da Bianca, já perdi as contas de quantas vezes levantei a voz e a mão para ela, irritada pelo fato da minha melhor amiga estar se jogando no lixo e rolando nele.

Passei a me controlar, não queria ferir Bianca, queria vê-la curada, queria minha amiga de volta.

Vi as mudanças de todas as minhas amigas, todas se tornando alguma coisa depois de algo ruim. Gosto do jeito de Thalia e Piper, mas Bianca, ah, Bianca não mereceria ter caído justo nesse caminho.

A mais frágil e inocente de nós. Sempre a bebê do grupo, aquela que todos sempre tinham gosto de proteger. Nós a guardamos tempo demais debaixo de nossas asas, está na hora de alguém realmente fazer alguma coisa.

Ta, eu não sou bipolar.

Um pouco. De vez em quando eu tenho uns ataques, mas não é bem bipolaridade, eu não acredito em nada que aquele fuinha do meu psicologo diga. parei de acreditar quando ele me mandou montar um quebra cabeças da Barbie.

Mais sim, eu mudo de opinião muito fácil.

Minha mãe diz que isso é meio que de família.

E eu digo que isso é por causa da minha família.

Me diga, se você não fosse filha da minha mãe também não teria ataques de pânico raiva e medo?

Minha mãe já falou com o diretor do colégio, ele sabe que eu explodo às vezes.

E perdoa quase todas elas, (ele perdoa quando não tem sangue humano no meio)

Thalia tem o mesmo problema que o meu, a única diferença, que ela é assim o tempo todo, ela nunca não esta dando um ataque.

Ela vive de ataques, seja de choro, medo, raiva, pânico, e até mesmo amor.

Ai tem a Bia, que se culpa pela morte do irmão mais novo, o Nico.

Antes, ela era a garota certinha, sem nenhum defeito. O pai dela foi professor em Julliard, e ela tocava variados instrumentos que o pai dela ensinou.

Teve sua vaga na faculdade já aos 8 anos.

Ela cresceu perto da grande faculdade de musica, o que significa que todos sabiam de seu talento.

Mas ai, o Nico morreu.

Ela abandonou a ideia de ser musica.

Abandonou tudo.

Minha historia é semelhante, mas eu não tenho o talento que Bianca tem para cantar ou para o violino. Eu toco diversos instrumentos também, mas preferia o piano. Um amigo do meu pai também trabalha em Julliard, e ele dizia que eu tinha muito talento, e que deveria ir pra lá quando me formasse.

Minha mãe ficou histérica, a ideia deu me tornar uma musica a assustava.

Quaro né, eu sou a filha única dos Chase. A única herdeira.

Mamãe queria que eu ficasse no lugar dela no banco.

Ela mandou vender o piano que tinha no meu quarto, e parar com minhas aulas para sempre.

Mas é claro, meus pais tem que manter o patrimônio cultural. E por isso tem uma sala de musica na mansão, é trancada a sete chaves. Eles não me deixam nem chegar perto.

Mas a empregada sempre da um jeito de pegar a chave, e eu entrava na sala de noite pra tocar piano.

Thalia também adora musica, toca guitarra desde os 5 anos.

E Piper, ela pode negar o quanto quiser, pode negar a vida toda, mas todos sabemos como ela se perde tão facilmente quando encosta em um violão.

Pois é. A musica esta sempre na nossa vida. O que é um tédio de cliche.

Como se isso mudasse o fato de tudo ser um caos.

Depois de uma cansativa semana de aula, faltando exatamente 5 dias pro acampamento.

Eu cheguei em casa na sexta feira.

E me deparei com meu quarto repleto de malas.

–Mas o que é isso? – perguntei.

4 empregadas colocavam algumas roupas dentro da minha mala preta, e outras 2 delas estavam no banheiro, 2 estavam conversando com minha mãe que decidia o que mais por na mala.

–Estamos organizando a sua mala para o acampamento.

–Merda. Faltam 5 dias ainda!

–Mas tem que deixar tudo arrumado, eu te conheço Annabeth, sei que deixaria tudo para ultima hora.

Minha mãe saiu do quarto acompanhada por todas as empregadas.

Soquei a porta quando ela saiu.

–Atena eu te odeio! –gritei.

Ouvi os paços do salto alto de minha mãe ecoarem pelas escadas.

Agora, parece que eu sou só uma menina mimada, como a mãe não deixou que ela tocasse sua música ficou toda rebelde e maluca.

Seria mais divertido se fosse só isso, se só eu fosse a errada.

A verdade é que eu não consigo enxergar Atena como figura materna há alguns anos.

Duvido que ela me veja além de mais um patrimônio Chase, ela já se esquecer do que significa ser mãe e eu de ser filha.

Nós duas nunca fomos boas nisso. Não me lembro da última vez que ela disse que me amava, se já disse isso uma vez, ou da última vez que ela me abraçou sem ser em público.

Olhei em volta do meu quarto, claro, impecável como sempre.

Não que fosse eu que arruma-se, entenda, eu sou super organizada, mais depois aprendi que ser bagunceira deixa seus pais fulos da vida. Então eu faço de tudo pra não guardar as roupas depois que as visto, jogar umas coisas no chão. E nunca abrir a janela.

Quando eu era pequena, aquela varanda vivia aberta, era ali que eu gostava de escrever, tocar musica, escrever musica, entre outras coisas.

Na época eu era uma pessoa normal, feliz.

Orgulhosa por ser filha da minha mãe.

A filha premiada. O tipo de garota que só vestia roupa formal e falava tudo o que ela ditava no meu ouvido antes de sairmos em publico, que sorria para tudo e para todos.

Eu sequer me lembro de quando decidi me tornar tudo o que ela menos gostava. Rebeldia.

Abrir aquela janela significava que a menina que existia em mim antes ainda estava viva. E eu não queria dar esse gostinho pra minha mãe.

Ela tirou a musica de mim. Eu tirei a Annabeth dela.





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Notas finais do capítulo

Annabeth é um rebelde retardada. Admita que sim. Todos nós somos.