O carro começou a subir a rua da minha casa e meus batimentos cardíacos ainda continuava alto por aquele rapaz de cabelos negros e de rosto perfeito ele deve ter no maximo uns 19 anos enquanto eu tenho só 17.

O carro freio em frente a minha casa, minha mãe estava na calçada a minha espera com as chaves da minha moto na mão. A olhei da cabeça aos pés, ela continuava com o mesmo rosto e com o mesmo corte de cabelo, seus cabelos eram de um castanho a vermelhado em cachinhos até o ombro. Os cachinhos eram em espiral perfeito parecia que tinham sido desenhados.

Abri a porta e desci. Minha mãe me abraçou em um abraço que duro uns minutos e ela continuava a segurar as chaves na mão.

Meu ai apareceu na porta com um sorriso que eu nunca tinha visto em seu rosto. Talvez esse sorriso não fosse pra mim, mas pros pais dele e todos me olharam em silencio. Meu irmão pareceu atrás do meu pai na porta e me fito de uma maneira tipo você não devia ter voltado olhai pra cara dele e disse:

-Nossa garoto com seus 22 anos continua com cara de pivete - falei rindo. Ele não me respondeu e continuava me fitando com seus olhos castanhos escuros.

-Mãe essa pirralha voltou – coloquei a mão no rosto - se prepara, a 3 guerra mundial foi declarada! - eu não me dava muito bem com ele , talvez por que ele sempre achava que tudo que tinha em casa era dele e nada meu, mais não liguei porque se ele me provocasse a 3 guerra iria começa mesmo.

-não fala assim com ela menino chato.

-affs mãe você ainda continua chamando esse moleque que de menino ele já tem 22 anos.

-ah minha pichulinha (risos) - Aquele mesmo apelido de infância ele não tinha esquecido eu olhei em volta todos me olhavam até alguns vizinhos eles me encararam talvez por que eu não me dava com eles, ou, por que eles tinham achado que eu tinha morrido. E com certeza eles desejavam a ultima opção. Dei meu primeiro passo em direção a garagem, minha mãe veio ao meu lado me seguido e estendeu sua mão.

-É toda sua – falou apontando para minha moto.

Paramos em frente a uma moto, meu maior desejo de 15 anos, mais que tudo mais que minha festa mais que minha vida eu queria uma moto, exatamente igual aquela que estava parada em minha frente, preta. Peguei a chave da mão dela tirei minha sandália de salto, peguei o capacete em cima do banco e todos em silêncios me olhavam, só meu irmão que me fitava, ele não gosto e nem aprovava da atitude da minha mãe coloquei o capacete e subi.

-Será que você ainda lembra como dirige? (risos).

-Claro pai, quem aprende nunca mais esquece.

Parou um carro em frente ao do meu tio. Era um carro novo e bonito, daquele desceu uma mulher que eu reconhecia e nossa expressão era de felicidade; minha irmã querida a que me defendia de tudo, que me protegia e que eu amava muito voltou. Coloquei a moto no lugar e desci, tirei o capacete e ela veio ao meu encontro e me abraço e quase choramos.

-Estava morrendo de saudade de você Marcela.

-Eu também Beti, minha irmã queria.

Beti continuava com seu rosto de adolescente, mesmo com quase 30 anos logo atrás estava meu cunhado Rodrigo .

-E ai, continua gordo em (risos).

-E você magrela (risos).

E logo atrás minha avó, minha querida avó. Não sei se é ruim isso; gosta mais de uma avó do que de outra mais vovó Maria .

Alem de vó era minha madrinha e terceira mãe eu a abracei.

-Então, não vai anda na sua moto?

-Mãe, mãe quando eu começa anda e não para você não vai briga comigo.

-Lógico que não.

Olhei pra todos. Minha família estava lá completa. Peguei novamente o capacete e subi pela segunda vez na moto, coloquei a chave e dei partida, sai da garagem na calçada quando meus avos viram que eu precisava passar abriram caminho e eu acelerei
desci a rua minha mãe gritou.

-Cuidado!

Eu não respondi e continuei virei a rua mais e acelerei mais .

Que saudade de anda de moto (ri) a quanto tempo eu não andava e continuei fiz a curva novamente e subi um morro e comecei a descer pra chega em casa.