A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 6
Capítulo 5 - Presenting


Notas iniciais do capítulo

* eu tomei a liberdade de alterar a data de nascimentos de alguns personagens que se segue no capitulo para poder encaixar eles na história.



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O que move o mundo são as decisões, nossas decisões, independentes se forem certas ou erradas, se vão nos afetar única e exclusivamente ou se irão afetar uma massa maior de pessoas. Nossas decisões constroem nosso futuro, constroem nossa vida. Ou destroem. Depende de várias formas para que as tomemos e o que nos levou a tomar. As decisões fazem parte de nossa vida, e o mais miserável dos seres não consegue viver sem as tomar. Elas definem quem nós somos, e no final, define o mundo por ele ser como é. Cabe a cada um tomar suas próprias decisões, e arcar com o que quer que seja que ela irá lhe proporcionar.

   Eu decidi que iria destruir Tom Riddle, decidi que voltaria no passado e sozinha destruiria o jovem que um dia viria a ser Lord Voldemort, decidi que iria destruir meu pai.

De diversas formas isso seria difícil, e poderia parecer ingenuidade de minha parte, mas eu tinha de fazer isso. Não apenas por Teddy, mas pelas centenas de milhares de vida que por culpa dele foram interrompidas em meio ao seu processo de ascensão ao poder.  E eu também, por mais vergonhoso que seja de admitir, fazia isso por um motivo tão mesquinho e banal que eu própria encontrava dificuldades de admití-los para mim mesma. No fundo... Mas bem no fundo, eu tomei essa decisão por mim.

   Apesar de tudo, o sangue de Slytherin corre em minhas veias. Por parte de mãe e de pai, é natural que eu tenha orgulho de ser de tal casa, certo? Também seria natural eu ter as principais características de meus pais e antepassados...

   Teddy, durante o tempo em que estivemos juntos, tentara e no fim acreditara que me tinha me mudado, que me fizera ser alguém melhor. Para dizer a verdade, ele conseguiu. Se não fosse por ele, talvez eu ainda estaria brincando de bancar meu pai e querer novamente um mundo limpo de nascidos trouxas. Mas isso era banal, e eu realmente via que já não importava, mas apesar dos esforços de Teddy, eu não poderia ser alguém totalmente melhor, eu ainda carregava meu orgulho, carregava minha angústia, carregava minha raiva e rancor. Talvez ninguém os vice, mas eu carregava, e uma parte dentro de mim se sentira completamente humilhada e arrasada pelo que “Tom Riddle” me fizera passar no passado. Há alguns anos, não muitos, eu tentara o trazer de volta, usando meios incertos, tentando consertar suas destruídas horcruxes, fora minha decisão fazer isso. Mas como agradecimento, sem permissão, Tom invadira e controlara meu corpo. Em seu poder matei e fui morta. E mesmo depois de tanto tempo, eu ainda sentira tamanha raiva de mim mesma, e dele pelo que aconteceu. E no fundo, era essa raiva que ascendera meu orgulho. O ataque a Teddy fora apenas a gota d’água que me fizera tomar tão radical decisão. Claro que ainda temo pela vida dele, e claro que grande parte de tudo isso é por ele... Mas se não fosse pelo meu orgulho ferido... Eu estaria sentada em uma cadeira ao lado da cama de Teddy esperando ele acordar...

   Sei que meus amigos que me ajudaram poderiam me julgar se soubesse meus verdadeiros motivos. “Por Merlin Belly, não acredito que você vai arriscar sua vida por algo tão... tão assim!”,  a voz de Alice corria por minha cabeça sem dificuldades, e eu até sorria ao imaginar. “Pense bem Belly, é uma decisão que pode mudar todo o futuro. Seu orgulho foi ferido, mas vale a pena ferir o mundo ao invés dele?” diria Richard. E Cory? Cory me apoiaria mesmo se o motivo fosse por que eu estivesse entediada e quisesse me divertir um pouco.  Mas não importava, já estava feito.

   - Grave bem a senha, não vai querer ficar presa do lado de fora – disse Riddle me tirando de meus devaneios. Não era seguro pensar tanto perto dele – Morgana Le Fay – disse ele apoiando as mãos em um retrato que se desprendeu da parede após anunciar a senha, Riddle o empurrou, e eu pude avistar o mais belo de todos os salões comunais.

   - Morgana? – indaguei

   - Foi uma grande feiticeira em seu tempo –  explicou ele

   - Eu sei quem é Morgana – retruquei – Mas é que nunca vi senha assim – dei de ombros.

   - Você já vira alguma senha? – perguntou ele se virando e colocando seus olhos bem nos meus. Um arrepio correu por minha espinha, e por um momento senti o ambiente ficar mais frio do que era o costume nas masmorras.

   - Nã... Não foi isso que e... eu quis dizer.

   - Achei que não – respondeu ele novamente se virando e caminhando a minha frente.

   Como eu odiava me sentir tão imponente perante ele!

   E que merda AnnaBelly, controle sua maldita boca!

   A sala comunal da Sonserina era um aposento comprido e subterrâneo com paredes de pedra rústica, cujo teto pendia correntes com luzes redondas e esverdeadas. Um fogo ardia na lareira encimada por um console de madeira esculpida e ao seu redor viam-se as silhuetas de vários alunos da Sonserina em cadeiras de espaldar alto. Havia também uma ou outra escrivaninha colocada nos cantos com livros apoiados de forma uniforme. Tudo como eu me lembrava, como se eu estivesse voltado para casa. E me perdi em lembranças no meio da sala abarrotada de alunos.

Tom, que sem eu ver saíra de perto de mim, estava de volta agora com uma mulher ao seu lado. A tal mulher tinha espessos cachos negros, pesados cílios negros que combinavam com a cor dos olhos, feições duras e fechadas, embora um tanto familiar.

   - É ela a tal? – perguntou a mulher com uma voz um tanto estridente mesclada com um que de repugnância. Tom assentiu.

   - Cuide para que ela encontre um dormitório e tudo o mais que precisar – ordenou Tom

   - E por que eu faria isso? – indagou a mulher

   - Irá discutir comigo Rosier? – a voz de Tom Riddle soava calma, mas eu via nos olhos de “Rosier” o autoritarismo se desmanchando.

   - Perdão – pediu ela com a voz baixa. Tom Riddle desapareceu em meio a alguns alunos, me deixando a só com...

   - Druella Rosier – se apresentou.

   Merlin... Druella... Rosier... Bisavó de Scorpius e de Teddy, avó de Draco e minha... Minha avó.

   - Er... Annabelly Ri... Tonks.

   - Como você conseguiu entrar em Hogwarts? No último ano? Mal sabe falar – ela bufou com ar de escárnio – E ainda terei de ser sua babá, mereço isso? – com certeza era mãe de minha mãe, pelo que ouvi falar de minha mãe, Belatriz, tinha a mesma atitude e a aparência? Merlin! Eram iguais. Sorte de tia Narcisa não ter puxado o lado materno da família. Sorte a minha também.

   - Não se preocupe comigo, eu me viro – consegui dizer enquanto a seguia

   - Não me preocupo – disse ela – Mas não discuto ordens do mes... de Riddle.

   - Por quê?

   - E lhe interessa? – pra falar a verdade, interessava sim, mas eu era a “novata”, não iria discutir com minha avó, quer dizer, com ela–- Não sei como ele quer que eu consiga dormitório pra você... Isso é com o Slughorn não comigo – comentou ela indignada – Sente-se aí, vou ver o que consigo – Druella se afastou, mas não sem reclamar, ao longe ouvia-a discutindo consigo mesma – Uma maldita sangue-ruim na sonserina... – murmurava ela –... não entendo...

   - Ela não lhe assustou muito, assustou? – perguntou um jovem rapaz esbelto, de cabelo loiro bagunçado e olhos tão claros como cristal se jogando no sofá de couro preto ao meu lado.

   - Não conseguiu – respondi forçando um sorriso

   - Ótimo, Tom não ficaria satisfeito – comentou o rapaz – Tonks, certo? – assenti em resposta–- Malfoy. Abraxas Malfoy.

   - Prazer – murmurei olhando em volta, como o salão estava cheio, e como eu estava deslocada! Que maldita comemoração! – Por que aqui está tão cheio?

   - Slughorn mandou um recado dizendo... você sabe, novata e coisa do tipo.

   - Ah... Claro. Então... Todos aqui sabem que eu sou eu?

   - Precisamente – confirmou ele sem tirar os olhos de mim – Não liga para eles.

   - Quer dizer para os olhares estranhos e tudo o mais? – indaguei tentando sorrir.

   - Sim, veja bem, segundo sabemos você é uma sa... – ele se auto interrompeu e abaixou os olhos.

   - Sangue-ruim?

   - Sim - respondeu – Nunca aconteceu – explicou ele – mestiços sempre têm, veja bem, Riddle é um mestiço – disse ele abaixando o tom e olhando em volta – Mas nunca uma nascida trouxa.

   - Uau, as notícias correm rápido por aqui. – comentei

   - Não se preocupe, amanhã será pior – confortou ele e eu tive de rir.

   - Senhorita Tonks – cumprimentou alguém.

   - Professor Slughorn – cumprimentou Abraxas acenando a cabeça, me coloquei em pé.

   - E já estão caindo em cima de você? – Horácio deu uma risada – Me acompanhe, por favor.

   - Nos vemos por aí – disse Abraxas indo para o caminho oposto.

   - Professor...?

   - Pois não? Ah olá Avery...

   - Isso não é um tanto... desnecessário?

   - Me desculpe? – perguntou ele enquanto acenava para outros alunos – Rosier, tudo bem?

   - Essa... “comemoração”?

   - Claro que não senhorita Tonks, uma nova aluna é sempre bem-vinda, há de se comemorar, e sei que você dará muito orgulho a Slytherin. Ah senhorita Black, por favor, sim?

   - Pois não professor? – uma garota muito bonita de olhos levemente esverdeados e cabelos negros curtos se colocou prontamente ao nosso lado, e diferente de Druella sorriu para mim.

   - Dorea, essa é sua nova companheira de quarto. Annabelly Tonks, posso confiar em você para ajudá-la a se socializar?

   - Com certeza professor – respondeu ela sorrindo.

   - Ótimo, estará em boas mãos senhorita Tonks – assenti e o professor se colocou a cumprimentar outros alunos e se servir de hidromel envelhecido.

   - Dorea Black? – a pergunta escapou de minha boca antes mesmo que a controlasse. Ela sorriu e assentiu. A avó de Harry Potter. Quantas surpresas o passado me traria?

   - Venha, vou te apresentar o pessoal – disse ela pegando minha mão e puxando para mais perto – De onde você é Annabelly?

   - Uma pequena cidade perto de Londres – menti – Mas... er... Ela foi tomada por alemães.

   - Ouvi dizer sobre a guerra, sinto muito por sua família.

   - Tudo bem... – Incrivelmente eu havia gostado de Dorea.

   - Esses são meus irmãos Pollux, Cassiopeia e Marius. Cassiopeia é só alguns meses mais nova, está no sétimo ano. Pollux fez a beldade de repetir o ano e está com a gente também e Marius é do quinto ano.

   - Prazer – disse eu.

   - Annabelly, certo? – perguntou uma outra que não havia sido apresentada. Assenti.

   - Sou Daphne Greengrass, namorada de Pollux – enquanto a loira apertava minha mão, Dorea fazia uma careta. Provavelmente não gostava da cunhada.

   - E eu sou Antonio Dolohov, futuro namorado de Dorea, mas pode me chamar de Tony – disse outro rapaz se levantando e apertando minhas mãos.

   Daphne era a perfeita descrição de Astoria, embora mais nova. Ou velha... Depende do ponto de vista.

   E por algumas boas horas continuei sendo apresentada e passei a conhecer vários parentes de meus amigos e meus próprios, no fim das contas, não foi uma completa perca de tempo minha noite.

   Eu dividiria quarto com Dorea e Cassiopeia, o que pra mim estava realmente excelente. Imagina ter de dividir quarto com Druella? Ou pior, com Daphne, que era uma versão antiga de Astoria. Merlin me livre.

   O quarto era exatamente igual ao que eu dividia com Alice, embora mais espaçoso. Dorea e Cassiopeia eram fáceis de lidar, e ambas não mostravam qualquer aversão sobre o falso fato de eu ser uma “nascida-trouxa”. Quando já era muito tarde e que eu estava pronta para deitar, Cassiopeia e Dorea começaram a discutir qualquer coisa sobre a noite.

  - O que você acha Annabelly? – perguntou Cass

  - Me desculpe, eu não estava ouvindo. Acho sobre...?

  - Dorea e Tony – explicou ela

  - Ah, sim... Bom – Dorea estava destinada a Charlus Potter pelo que eu sabia, poderia eu dizer isso? – Aposto que ela tem outros pretendentes, talvez encontre alguém melhor.

  - Melhor que Tony? – Cass bufou enquanto se enfiava de baixo das cobertas – Duvido.

  - Qualquer um que não ande com... Ele é melhor que Tony – retrucou Dorea já deitada.

  - Ele? – indaguei.

  - Tom Riddle – respondeu Dorea.

  - O que tem ele?

  - Não confio nele, nem nas coisas que ele faz... – respondeu ela bocejando – Será que só eu vejo que ele não é o que parece?

  - Não liga para o que a Dorea fala – disse Cass – Ela só é assim porque não foi incluída no grupinho particular de Tom... Um grupo de amigos íntimos, e você sabe esse clubes bobos... Boa noite.

  - Boa noite – respondi enquanto as irmãs Black mergulhavam em sonhos, e eu em pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Oiê leitoras :3 Obrigadinha pelos reviwes do capitulos anterior, viu? o capitulo serviu mesmo só para apresentar os personagens que irão servir de base na fic, por isso não ficou bom. Mas o próximo ta melhor, garanto ^-^ And, pf, me digam o que estão achando, criticas boas ou ruins, sempre ajudam de alguma forma, incentivando ou fazendo melhorar, por isso, podem mandar.