A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 26
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E agora, depois de muito enrolar o tão esperado epílogo. Eu dedico ele especialmente para Natália (beta) que além de ter sido a melhor beta que eu poderia encontrar, fez uma linda recomendação e a Ca5rol que é uma das únicas leitoras que me acompanham desde que postei o primeiro capítulo, da primeira temporada que também acabou de fazer uma recomendação maravilhosa. E claro, a todos leitores que chegaram até aqui.
Espero que gostem do final e nos vemos nas notas finais.



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– Mas isso é tão injusto. – murmurou Alice Nigellus coçando os olhos com o punho, como para ter certeza de que não estava chorando.

Tive de concordar com Alice, aquilo era realmente a coisa mais injusta que poderia acontecer.

– Não se trata de justiça. – apontou meu padrinho, Harry Potter. – Se trata de conseqüência Alice. – sua voz estava cansada, e isso era refletido em seus olhos que estavam com contornos tão negros quanto o próprio céu naquela madrugada chuvosa.

Um relâmpago que caia do lado de fora da enorme biblioteca que havia na mansão dos Malfoy iluminou o lugar, mostrando por um segundo as feições cansadas e desgastadas de todos ali. A tempestade fizera com que toda a energia elétrica acabasse e a única fonte de iluminação provinha dos candelabros que emitiam uma luz tênue, deixando o ar com um gosto de nostalgia mais forte do que já estava.

A porta da biblioteca se abriu vagarosamente, e por ela passou Draco Malfoy, ele se encostou no portal e pressionou a ponte do nariz, soltando um pesado suspiro.

– Ela dormiu. – contou ele. – Mas não vai demorar pra acordar com todas essas... Alucinações, visões... Não sei... – o senhor Malfoy balançou a cabeça e nos olhou, com os olhos suplicando por ajuda.

– Draco. – chamou sua mulher, Astoria com a voz abafada. – Talvez fosse melhor levarmos Annabelly para o St. Mungus, interná-la por um tempo...

– Não! – exclamei antes que pudesse me conter. – Não podem simplesmente jogar Annabelly de lado como se agora ela fosse um peso...

– Teddy. - falou Harry em tom brando.

– Não tio! – exclamei me virando pra ele. – Ela se arriscou por nós, se ela está assim é por nossa causa, ela perdeu a sanidade por que queria que vivêssemos em um mundo livre de Voldemort e suas influências, não podemos simplesmente deixá-la de lado, agora mais do que nunca não podemos deixá-la sozinha!

– Não vamos deixá-la de lado... – começou Draco.

– Não mesmo!

– Você diz se importar tanto com Annabelly, mas até agora não criou coragem para ir vê-la. – Cory Corner, que estava encostado em silêncio durante todo o tempo que estávamos na biblioteca, saiu de seu canto e se aproximou de nós. – O que me diz disso Lupin?

Um barulho de máquina sendo ligado sobressaltou a todos, e quando me dei conta era eu próprio que estava emitindo um rosnado na garganta, e antes que visse minhas mãos estavam travadas em punho.

– Vá pro inferno Corner. – praguejei saindo da biblioteca.

No corredor eu conseguia ouvir a voz de Alice dizendo “dê um tempo a ele Cory”, e automaticamente minhas pernas começaram a se mover a esmo, me levando de forma inconsciente pelos conhecidos corredores que estavam tão bem mapeados em minha mente da mansão dos Malfoy.

Desde que me lembro, Corner sempre foi um cara inconveniente ao seu modo, não foram uma ou uma dezena de vezes que uma conversa nos fez acabar em duelos, ou mesmo socos e pontapés. Anos de convivência não contribuíram em nada para que a aversão de um contra o outro diminuísse. Talvez nós tivéssemos nos aproximados algumas vezes por conta de Annabelly, tal como durante os primeiros meses depois que despertei de meu coma, transtornado ao descobrir o que deixaram Annabelly fazer e os obrigando a me ajudar a falar com ela, mas nada mais do que isso. Porém eu sabia admitir que embora Cory Corner fosse o cara mais desprezível de toda a via láctea, ele sempre falava a verdade, nunca mentia, não era de seu feitio.

E ele tinha razão, eu não criara coragem alguma para ver Annabelly desde que ela voltara.

É claro que o fato de ela estar de volta fez com que o peso de sete toneladas caísse de minhas costas me deixando respirar pela primeira vez em muito tempo. Eu tive medo de perdê-la, já havia sentido a dor de viver em um mundo onde não havia Annabelly, não iria conseguir repetir a dose. Já doía o suficiente a incerteza de se um dia eu a veria de novo.

“- Você está me sufocando. – engasguei, Harry se afastou. Eu nunca o vira chorar, nem quando contava sobre toda sua vida e suas batalhas, suas percas e suas provações, eu nunca vira Harry chorar, e agora ele estava com os olhos marejados, e uma lágrima escorria por sua bochecha.

– Desculpe... Eu pensei que... Iria te perder, já perdi pessoas demais por uma vida. – sua voz falhava à medida que falava.

– Não entendo tio. – olhei em volta. – Não consigo me lembrar de nada...

– Uma maldição foi lançada em você, foram rápidos em te trazer para o hospital, caso contrário você teria... – a voz de Harry falhou, ele pressionou as pálpebras uma contra a outra por tempo demais, e outra lágrima escapuliu, mas ele já não chorava. – Ninguém sabia o que havia lhe acertado, ninguém sabia como fazer você acordar, e bom... Ninguém sabe como você acordou para falar a verdade. – finalizou Harry sorrindo. – Mas já não importa mais.

– Foi minha mãe tio. – murmurei lembrando do sonho que tivera antes de acordar. – Ela apareceu pra mim e disse que eu precisava acordar.

– É, disso eu entendo. – falou Harry com um humor amargo. – Ela disse o porque?

Assenti:

– Ela disse que Annabelly precisava de ajuda... Annabelly. – repeti o nome deixando que lembranças inundassem minha mente, olhos claros, cabelos escuros, sorriso acanhado, atitudes destemidas, passado negro e um futuro brilhante era o que vinha seguido do nome de Annabelly. – Ela está bem? Onde ela está? - eu estava imaginando o quanto ela estaria alarmada por tudo que aconteceu comigo e como seria bom reconfortá-la mais uma vez.

Um brilho faiscou no olhar de Harry e ele soltou um pesado suspiro, como se estivesse esperando que mais cedo ou mais tarde eu fosse fazer essa pergunta.

– Teddy... Preste bem atenção e, por favor... – Harry suspirou novamente. – Por favor, não se precipite ao tirar suas conclusões.”

Quando dei por mim estava parado de frente a uma porta de cor cinza, com a mão na maçaneta. A porta cinza, apesar de simples destruía todo o estereótipo vitoriano no qual a casa era decorada e tinha uma pequena facha preta entalha com as iniciais AML, Annabelly costumava brincar dizendo que o “L” significa Lupin e não Lestrange, e isso realmente pegou.

Afastei minha mão rapidamente da maçaneta e me virei abruptamente, quase trombando com Richard Jones.

– Uma hora, você terá que vê-la. – avisou ele.

– Er... Ela está dormindo... Mais tarde. – balbuciei.

– O que foi Teddy? Desde que Belly apareceu você está esquisito, digo, mais do que o habitual.

– Ric você deveria ir pro circo. – comentei.

– Olha, eu sei o que você está sentindo...

– Não sabe. – falei sentindo os dentes trincarem. – Você não faz ideia.

– Eu quero dizer é que...

– É que tudo vai ficar bem? Não Ric, não vai. Eu não tenho pais, não tenho avós, não tenho família, Annabelly é a única coisa que tenho e agora ela – apontei para porta. – não é a Annabelly, não minha Annabelly, a minha foi destruída por Voldemort. Como eu não sei, mas de alguma forma foi, você entende que eu perdi tudo do que se é preciso pra viver?

– Você não a perdeu. – Ric colocou a mão em meu ombro gentilmente. – Sua Annabelly, a mesma que você conheceu está escondida em algum lugar dentro daquela garota que você diz que não é a Annabelly, e eu realmente acho que se ela visse você, se vocês conversassem, talvez houvesse um progresso.

– Não sei. – balancei a cabeça. – Mas não vou deixar que a joguem em um manicômio ou coisa do tipo.

– Nem eu meu amigo. – Ric sorriu.


Ele abria a boca para dizer mais alguma coisa, porém o que se ouviu foi um grito estridente aos ouvidos. Vinha de dentro do quarto, vinha de Annabelly.

Senti a respiração acelerar e quase podia ouvir o tamborilar do coração de encontro ao peito.

– É melhor ser apenas você. – aconselhou Ric. – Chame qualquer coisa. – falou ele se virando incerto.

Annabelly soltou outro berro, como se estivesse sendo torturada, era agonizante ter de escutar isso, era inumano alguém gritar da forma. Senti os pelos de minha nuca se eriçarem.

– Qual o seu problema? – sussurrei comigo mesmo, afinal o que eu temia? Já havia enfrentado as coisas mais horríveis que havia nesse mundo, porque temia enfrentar minha namorada?

Assim que girei a maçaneta e abri a porta tive de abaixar para não ser acertado com o abajur que fora lançado em minha direção.

– Vá embora! – berrou Annabelly. – Vá embora, vá embora, vá embora!

– Annabelly. – falei cautelosamente, sentindo meu coração se dilacerar ao ver Annabelly. Suas pupilas estavam dilatadas, seus olhos fora de foco, como se visse algo através de mim, e seu rosto manchado por uma listra branca por onde as lágrimas escorriam.

– Por que você não me deixa em paz? – perguntou ela quase ininteligível, desmontando sobre os próprios joelhos.

Alice e Draco haviam me relatado que Annabelly estava transtornada, haviam dito que não estava diferenciando a realidade dos devaneios, que sua mente vacilava do passado para o futuro e que isso a deixava perturbada, abalada, mas eu não estava preparado para ver o que estava vendo.

– Belly. – sussurrei caminhando até ela, abaixando-me ao seu lado. Ela levantou os olhos ainda desfocados para mim.

– Não pedi para ser sua herdeira. – falou ela.

Então era isso? Ela estava vendo Voldemort? Tom Riddle? Olhei em volta, mas não havia nada no quarto, apenas o lençol destruído, o abajur quebrado, e o criado mudo caído ao chão.

Ela lutara fisicamente com a própria imaginação? Sua mente a torturava a ponto de causar aquele gritos?

– Por favor, Belly, sou eu. – falei sentindo um nó se formar na garganta.

De repente Annabelly jogou os braços contra mim me puxando para um forte abraço, afogando seu rosto em meus ombros.

– Teddy. – falou ela com a voz abafada. – Por favor, me diga que é você mesmo. – falou ela se afastando, e num piscar de olhos eu podia ver que entrara em seu foco de visão, que ela já não devaneava.

– Sou eu. – tentei responder firme, tentei sorrir.

Annabelly novamente se jogou contra mim para um abraço. Ela realmente perdera o juízo?

– Meu pai não gostou do que eu fiz. – Annabelly sussurrou apreensiva aos meus ouvidos, os braços ainda nos sustentado em um abraço. – Ele fica vindo e indo, às vezes minha mãe vem junto e eles... – ela engoliu em seco e se afastou. – Eles me machucam Teddy.

Em minha cabeça ainda podia ouvir os gritos de desespero de Annabelly, ela sentia mesmo que estava sendo machucada?

– Belly. – falei com calma. – Você se lembra de algo? Antes de acordar em casa?

Annabelly não havia compartilhado suas experiências com ninguém, não contara o que fizera, apenas dissera o suficiente para sabermos que se infiltrara em Hogwarts na época certa, mas isso eu já havia constatado em minhas visitas que quase me custaram a alma. Porém, em todas as visitas Annabelly se parecia... Annabelly. Não a garotinha assustada ajoelhada a minha frente.

– Quando o portal se abriu eu não pude entrar, porque Riddle estava me atacando, houve uma batalha e Minnie me empurrou. – Belly balançou a cabeça como se quisesse se lembrar, mas houvesse brumas atrapalhando. – Riddle me atingiu com algum feitiço antes que eu pudesse entrar no portal, e ele começou a fechar e eu não podia sair do lugar porque estava sangrando e perdendo a consciência... Depois as coisas ficaram confusas, não me lembro do que aconteceu.

– E seu vira-tempo? – perguntei. – Onde está?

Annabelly arregalou os olhos, como se não houvesse pensado nisso antes, levou ambas as mãos ao pescoço.

– Tudo bem. – falei por fim. – Já não importa.

– Eu estou louca, não estou? – perguntou ela, começando a rir. – Quer dizer, eu vi meu pai, mas ele morreu antes mesmo de eu nascer! – e Annabelly riu mais.

– Belly. – chamei, Annabelly se levantou e se jogou na cama ainda gargalhando. – Annabelly. - chamei.

Ela me olhou.

– Não me olhe assim. – pediu ela se controlando.

– Assim como? – perguntei sentando na beirada de sua cama.

– Assim, como se estivesse morrendo de pena. – falou ela me abraçado por trás e plantando um beijo em minha nuca. – Deu certo não deu... Quero dizer, eu voltei e sei que de alguma forma o que fiz vai fazer com que as pessoas que vivem naquela época, possam ter um futuro, e seus pais também e você... Porque mesmo eles estando no nosso passado, estão no presente deles.

Por um segundo pude sentir o espírito de minha antiga Annabelly falar mais alto, e quase comecei acreditar nas palavras de Ric “Sua Annabelly, a mesma que você conheceu está escondida em algum lugar dentro daquela garota que você diz que não é a Annabelly.”

– Talvez você tenha razão. – admiti. – Harry me contou que sonhou com os pais... Eles já idosos passando o natal conosco.

– Talvez em algum lugar vamos passar o natal juntos, todos nós. – embora a voz de Belly soasse doce, havia um tom amargo, quase de pesar. Onde quer que suas atitudes se fizessem valer ela não estaria lá, assim como eu também não. Ambos fomos frutos da guerra de Voldemort, ele matar a noiva de meu pai e assim meu pai encontrar minha mãe, ele resolver ter uma herdeira. Talvez vovó Tonks estivesse certa e havia males que vinham para o bem, como Annabelly, e até como eu.

– Eu acho que sei o que está acontecendo com você Belly. – falei por fim, não poderia esconder sua verdade dela mesma. – Isso que você, que você está passando são as conseqüências por mexer com o tempo.

Annabelly beijou novamente minha nuca.

– Não sei como conviver com isso. – admitiu ela, e seu tom de voz era cortante.

– Vai passar, talvez demore, mas um dia... – eu me virei, ela estava calma, tranquila para alguém que acabara de descobrir que os seres superiores a estavam castigando, tirando sua sanidade por seus atos, por mais generosos que eles fossem. – Um dia vai passar.

Ela balançou a cabeça.

– E se não passar?

– Vão passar. – prometi. – Você vai aprender a não ter medo, a saber lidar com isso e quando os devaneios não te atingirem com tanta intensidade eles vão parar.

Annabelly soltou um pesado suspiro.

– Mas até lá... – ela começou.

– Até lá. – eu a interrompi. – Alice e Cory terão voltado, uma vez que ela deu um pé na bunda de Gabe e voltou a jogar seu charme para o aguado do Cory. Ric terá assumido seu lado homossexual que eu tenho certeza que ele tem e você também. – Belly soltou uma risada. – Scorpius terá se formado em Hogwarts, eu terei me formado como auror ao seu lado, teremos nos casado e estaremos ouvindo Celestina Warbeck em uma velha vitrola na casa que era do padrinho de Harry e ele nos deu.

Annabelly sorriu, tanto com os lábios quanto com os olhos.

– Mas isso parece que vai demorar um pouquinho. – observou ela.

– Demorando ou não, estaremos juntos até isso passar. Não vou te deixar Annabelly, e não vou deixar esses devaneios te quebrarem, te transformarem em quem você não é. Juntos vamos aprender a lidar com isso.

– Talvez você goste de mim de verdade. – sugeriu ela com um quê de malicia na voz e eu tive certeza que independente do que Belly passasse, eu estaria ao seu lado, afinal todo seu sacrifício foi inicialmente por mim.

– Ou talvez eu não queira te perder de novo. – sugeri. – Sem mais viagens esquisitas no tempo? – perguntei.

– Nunca mais, prometo. – disse ela se jogando em meus braços novamente.

– E toda vez que algo aparecer em sua mente, comece a cantar. – falei.

– Por que? – perguntou Annabelly torcendo os lábios.

– Você cantando espanta qualquer espírito.

– Teddy! – exclamou ela se fazendo de ofendida, mas ainda rindo.

– É brincadeira amor.

Amor. – repetiu ela. – Eu senti sua falta Teddy Remus Lupin.

– Também senti sua falta Annabelly Marvolo Lupin. – respondi tirando uma mexa de seus cabelos. – Não me faça perder você novamente. – pedi. – Eu te amo demais para ter de aguentar isso.

Annabelly passou uma mão por entre os fios desgrenhados de meus cabelos.

– Adoro quando ficam roxos. – disse ela sorrindo.

– Eu nem vi que estavam.

– Você nunca vê. – respondeu ela rindo, olhando para mim. Eu entendia o que ela estava fazendo, querendo ter certeza de que eu era real, não mais um de seus devaneios. – Não vou me perder de você de novo. – falou ela por fim. – E se eu fizer... Vai ser pra provar novamente o quanto te amo.

– Você já provou isso de tantas maneiras. – falei balançando a cabeça. – Me sinto até envergonhado por não fazer o mesmo.

– Não, não, você faz, todos os dias, e não ter me esquecido depois que minha lembrança começou a se apagar, ter arriscado sua alma burlando as leis e sendo julgado no ministério por ir me ver, e mesmo eu tendo esses devaneios e você ainda está ao meu lado... – Annabelly colocou sua mão em minha bochecha. – Teddy você já provou isso de mil formas.

Tirei sua mão de meu rosto e fitei o dedo anelar, onde estava o anel de noivado de minha mãe que eu dera para Belly quando começamos a namorar.

– Há mais um jeito de provar. – falei.

– Não Teddy. – falou Annabelly alarmada. – Você ouviu o que acabei de dizer? – perguntou. – Não pode se arriscar mais do que isso.

– Dessa vez é inofensivo Annabelly. – falei rindo, tirando o anel de seu dedo anelar da mão esquerda. – Dessa vez depende de você também me dizer um “sim”.

Puxei sua mão esquerda, e coloquei o anel de noivado de minha mão em seu dedo anelar. Annabelly levantou a mão no ar, como se o estivesse vendo pela primeira vez.

– E então? – perguntei.

– Não. – respondeu ela para minha surpresa tirando o anel do dedo.

– Não? – senti meu queixo cair e os olhos arregalarem.

– Não. – repetiu Annabelly balançando a cabeça.

– Mas depois de tudo isso... – balbuciei.

– Depois de tudo isso você não tem a decência de se ajoelhar e pedir com as palavras certas? Por favor, Teddy. – bufou Annabelly me estendendo o anel.

Tive de rir antes de me ajoelhar ao lado de sua cama. Pigarreei antes de pronunciar:

– Annabelly, você quer se casar comigo?

Era estranho, eu nunca havia planejado fazer isso. Depois de um tempo era simplesmente natural ter Annabelly ao meu lado e imaginar ela comigo pelo resto da vida, nunca me imaginara propondo isso a ela.

Annabelly colocou uma das mãos no queixo, como se estivesse apurando a ideia.

– Tudo bem que imaginei você fazendo isso em um lugar mais romântico, e bom eu estaria em melhores condições, mas... – Annabelly deu de ombros e começou a rir se ajoelhando ao meu lado. – É claro seu metamorfomago.

– Você me assustou! – exclamei.

Por um momento as feições de Annabelly se apagaram e seus olhos se deslocaram. Belly pressionou as pálpebras uma contra outra, murmurou algo ininteligível e balançou a cabeça. Quando abriu os olhos novamente eles tinham voltado ao foco.

Seu olhos pareciam confusos agora, outro devaneio, constatei.

Mas não falei nada, apenas pressionei meus lábios contra o seus, sentindo o beijo do qual tanto me fizera falta.

Talvez as coisas nunca fossem perfeitas, talvez não houvesse finais perfeitos, mas havia o necessário para se continuar vivendo e talvez fosse por isso que não havia finais felizes, para encontrarmos o necessário com o que viver para ter força de todos os dias continuarmos o procurando, e quem sabe um dia encontrá-lo.


I will love you 'till the end of time

Eu amarei você até o fim dos tempos

(Lana Del Rey - Blue Jeans)



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Notas finais do capítulo

Bom pessoal então é isso, muito obrigada mesmo a todos que me acompanharam e as encrencas de Annabelly, obrigada por me deixarem mergulhar nesse universo, por comentar, me ameaçar capítulos seguidos, por recomendar, favoritar (...) Eu adorei escrever essa temporada e fico mais feliz ainda de ver que ver que vocês gostaram de ler. E se você nunca comentou, essa é sua última chance de fazer uma autora feliz, por isso comentem mtt, quero saber o que vocês acharam do final... E bom, eu nunca vou esquecer que tenho os melhores leitores do mundo, obrigada por tudo pessoal, nos esbarremos em outras fics por aí *-* ♥