You And I - One Shot escrita por MissBlackWolfie


Capítulo 1
Capítulo unico!


Notas iniciais do capítulo

Gente essa one.. surgiu ouvindo You and I da gaga
adoro essa musica.. acho ela com uma pegada bem intensa...
logico q fiz algumas adaptações.. ok????
mudei um pouco bella e jake mantive a personalidade que conhecemos, esse eu naum mexo pq acho quase perfeito...



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Voltar. Nunca pensei que usaria esse verbo ligado a Forks de novo, na verdade pensei nunca pensar nessa cidade. Seria simples retornar senão tivesse deixado tantos problemas para trás, magoas nas pessoas que mais me amaram, tantas palavras não ditas.

Entrar no meu carro na alta madrugada, com as estrelas como minhas únicas e silenciosas cúmplices da minha busca incessante por... e dirigir por horas a fio, foi algo que sonhei acordada por anos, fantasiei de várias maneiras.

O vazio toxico existente em mim contaminava tudo ao meu redor, era morador a seis anos em minha alma, cada dia foi se tornando um peso insuportável de carregar. Só há uma forma, uma pessoa, capaz de me salvar, de encher esse espaço com um sorriso, sempre foi assim, desde nossa terna infância, não poderia ter mudado. Mas eu mudei, será que ele também?

O sono entendeu a minha missão, não me perturbou em momento o meu foco de chegar logo a minha cidade natal. Quilômetros de asfalto meu carro correu, o velocímetro por mim nem era olhado, não importava se tinha três dígitos marcados, só quero chegar logo, tentar reencontrar o destino que tentei fugir.

O velho e bom rock and roll antigo, aquele amado por nós tocava no meu luxuoso aparelho de som do potente carro, sei o quanto ele saberá o valor mecânico dessa maquina. Desde ausência dele, forçada por mim, não posso ouvir rock e nem ouvir piada, inevitavelmente recordo dele, do jeito que ele cantava para mim e me fazia rir.

O sol já nasce algo raro nesse canto do país onde só chove, os raios começam aquecer tudo a volta. Querendo absorver o calor, resolvo abaixar o capo do meu carro. Queria o vento sacudindo meus cabelos, dando a sensação de liberdade dominante no meu corpo.

Sozinha pela estrada, com uma musica amada por ele tocando alto, começo a cantar exageradamente alto, cabelo sacudindo na ventania promovida pela velocidade alta do carro. Eu gritava mesmo a letra, em plenos os pulmões. Comemoro a minha liberdade, caminho para a prisão escolhida pelo meu coração.

A melodia me fazia recordar um aniversario meu, o ultimo comemorado com ele, nos braços dele. A cena era clara em minha mente, como se houve sido ontem que eu a vivi, e não a seis anos atrás.

Ele somente com sua pele morena deitado na cama depois de nos amarmos, cantando essa musica para mim, sua boca colada no meu ouvido e sua voz rouca arrepiando meu corpo. Esse momento foi mágico, dando a mim a uma lembrança linda.

Na verdade aquela canção fez várias memórias voltarem, meu peito se encheu de saudade, suspiros escapavam da minha boca com as imagens de nós dois juntos, momentos maravilhosos que vivemos. Mas no final pesou a duvida: será que ele irá me aceitar? Será que ele ainda me ama?

Só sei de mim, do amor imenso que sinto por ele, que tentei inutilmente arrancar na busca de outra realidade longe da pacata cidade de Forks. Iludida na promessa de uma “vida de luxo” fui embora, pedi para ele ir comigo, porém ele falava que nossa vida era ali, só nós dois. Mas eu queria mais, desejo de viver além dali era imensa, trazendo uma inquietação.

–Droga. – resmunguei ao ouvir o meu celular berrando na minha bolsa.

Não preciso olhar o identificador, sei bem quem era: Edward. Meu ex de muitas coisas, entre elas: ex-namorado a pelo menos três anos, agora meu ex-empresario. O toque não parava, tentei ignorar, contudo o maldito sabe o quanto odeio telefone berrando, por isso aquela insistência.

Mesmo contra vontade peguei o celular, reduzi a velocidade do carro mesmo contra vontade, afinal queria chegar logo a minha cidade amada, que meu coração nunca abandonou, ele sempre esteve lá.

–O que foi Edward? – falei sem muita vontade.

–Você enlouqueceu? – os gritos histéricos eram normais quando ele era contrariado.

–Nunca estive tão lúcida. – respondi tentando manter a calma.

–Não, você está mais louca do que nunca. – ele vociferou. – Perder um contrato de 5 milhões é a pior palhaçada sua.

–Você não precisa mais agüentar as minhas palhaçadas. – ironizei. – Está livre de mim. Estou me aposentando.

–Não, você não pode fazer isso comigo.

–Posso e vou. Já fiz. – anunciei.

–Cadê você? - ele perguntou, eu o ouvia andar de um lado para outro.

–Estou bem longe de Nova York. – um grito ecoou do outro lado da linha junto com algum objeto sendo quebrado, logo a voz alterada pela ira.

–Eu vou destruir a sua imagem. – ameaça sempre é feita por ele quando sabe que perdeu. - Nunca mais você tirara nenhuma foto publicitária.

–Não me importo Edward. – a calma vinha da decisão, eu quero ter a vida normal, por mim antes zombada, dita insuficiente. Agora era meu sonho.

–Isabella, você não pode largar a sua carreira internacional de modelo fotográfica por causa de um índio pobre. – Edward tentava me convencer da pior forma, difamando o amor da minha vida.

–A minha vida não tem mais nada haver com você. – Falei raivosa. – é a ultima vez que você ouve a minha voz.

–Não vou...

Joguei meu celular na floresta, queria lançar junto ali os meus seis anos longe do meu sol, apelido carinhoso que dei a ele quando ainda éramos crianças, sua presença sempre aqueceu a minha alma.

Voltei acelerar o carro, tenho presa de chegar, de falar a ele que ainda o amo, nunca o esqueci um dia sequer. Precisei ir embora, caminhar pelo mundo para descobrir meu lugar pertencia ao lado dele, do meu Jake.

Depois de mais umas duas hoas a placa de bem vindo a Forks me recepcionou, meu coração acelerou suas batidas, ansiedade intensificou minhas memórias e meu medo também, sei que ele poderia me rejeitar. Eu o deixei, abandonei a nossa historia por o sonho de conquistar a fama, contudo perdi muito mais que ganhei. Será que ainda teria tempo de retomar a nossa historia?

Passando pelas ruas sinto como senti falta de cada pedaço, cada detalhe, me via sorrindo cumprimentando as pessoas, que me olhavam assustados e curiosos, agora eu era uma celebridade. A moradora mais ilustre retorna ao seu lar depois de seis anos, poderia já imaginar essa manchete no jornal amanha de Forks Local.

Meu carro parou na frente da delegacia, não precisei entrar para encontrar meu pai, já estava na parte de fora me esperando, com sorriso e lagrimas nos olhos. Charlie, meu velho, só trabalha porque gosta, pois todo mês pago todas as da casa que ele mora. Falamos-nos toda semana, nunca perdemos contato, mas nunca mais nos vimos.

–minha filha. – mesmo não sendo dado a demonstrações de afeto explícitos, ele veio até mim de braços aberto.

–Pai... – sai do carro como uma criança, correndo e me joguei nos braços tão ansiosos por mim. Fiz igual quando eu era pequena ao chegar da escola.

–Que bom te ver Bells. – Ouvir o apelido que só as duas pessoas mais importantes da minha vida usam, queimou o vazio do meu peito.

–quem te avisou sobre a minha chegada? – perguntei me afastando e olhando meu velho Charlie. Alguns fios brancos estavam ali nos seus cabelos e bigode, como pequenas rugas em seu rosto, mas nada demais.

–Primeiro seu amado empresário... – Meu pai nunca gostou de Edward, falava que eu mudava perto dele, não tiro a razão dele. O interrompi para corrigi-lo.

–Ex-empresário. – ele sorriu satisfeito e continuou.

–Ligou para mim ontem se eu sabia de você.

Eu tomei as rédeas da minha vida ontem de manhã. Acordei lembrando do sonho da noite, onde eu me vi com Jake na nossa praia, La Push. Percebi: não posso viver sem ele, não quero mais.

Sem pensar em nada deixei NY para trás, fui para Seattle, onde ficava a minha casa, era uma forma de estar mais perto possível dele. Ontem liguei para algumas marcas as quais eu vendo a minha imagem, avisei minha aposentadoria, maioria falou que não iriam suspender o meu contrato, iriam esperar por uma possível volta minha. Mal sabem eles que não saio mais de perto do meu sol, só se ele não me quiser mais. Isso me mataria.

Depois fiquei planejando como voltar a Forks, pensei em varias possibilidades como ligar avisando a todos, temi a recepção de todos. Gastei boa parte do tempo racionalizando, a madrugada chegou, foi a vez do meu coração dar a ordem: vá, só vá.

Assim peguei meu carro e aqui estou. Charlie contou o piti de Edward, ele ficou preocupado comigo, porém sua intuição de pai dizia estar tudo bem, depois essa manhã ligaram falando que tinham me visto cruzar os limites da cidade. Os guardas do posto da divisa eram amigos de Charlie, cidade pequena as noticias correm. Será que meu sol sabe da minha volta?

–Fico feliz com seu retorno minha filha. – suas mãos apertavam meus braços certificando se eu era real ali. Sorri com aquilo. – Vai ficar até quando?

–Por um bom tempo. – O sorriso de Charlie se alargou. – Tenho que acertar umas coisas...

–Jacob. – Charlie acertou na mosca. Sorri fracamente abaixando meus olhos. – Vai, resolve isso logo.

Ele me encorajou me dando um abraço apertado, aquele de boa sorte. Disse que meu quarto está a minha espera, que posso ficar o tempo por mim desejado. Sem duvida é bom estar de volta.

Liguei meu carro, direcionei para o endereço que freqüentei a minha vida toda. Não sei como vou ser recepcionada na reserva, pelos amigos de Jacob, afinal eles são como uma família, provavelmente ficaram ao lado do irmão quando eu fui embora.

Cheguei rapidamente na frente da casinha vermelha dos Black´s, pelo paredão de três homens eu sabia que enfrentaria a primeira conseqüência da minha burrice. Respirei fundo, desliguei o motor, logo a voz de Leah, amiga de Jacob, sempre teve uma queda por ele, que me odiava desde sempre, surgiu furiosa:

–O que você pensa estar fazendo aqui? – Seth segurou a irmã, sorrindo para mim constrangido.

–Você não é muito fina para estar aqui, sujando seus caros sapatos? – ironizou Quil de braços cruzados no peito.

–eu quero pedir desculpa a todos. – Falei envergonhada. Sei que os decepcionei também, eles eram os meus amigos também. – Se eu pudesse voltar no tempo, não teria ido embora.

–Mas você não pode. – vociferou embry. – Você tem noção o quanto ele sofreu?

–Imagino, pois eu sofri tanto ou mais do que ele. – respondi uma verdade. Só consegui suportar porque me afoguei no trabalho, tive até estafa por duas vezes. Era a forma de eu tentar esquecer, mas foi inútil.

–Não, você não sofreu nada. – quill me acusou. - Você foi embora, se afastou de tudo que poderia lembrar de Jake, já ele ficou aqui, onde tudo fazia ele recordar de vocês. Ele não conseguia sair de casa sem chorar que nem uma criança.

A vergonha contaminou meu corpo, não queria nada daquilo, sempre imaginei que as lagrimas seriam só minhas, as olheiras foram todas escondidas por camadas e camadas de corretivos. Era a minha dor, nunca imaginei que a dele foi tão imensa quanto a minha. Tive a ilusão que minha ausência seria a oportunidade perfeita para todas as meninas apaixonadas por ele iria consolá-lo, eu seria uma lembrança. Ele teria uma vida linda sem mim, como eu imaginei também teria.

Bem, essa é parte egoísta que me dizia, ambiciosa desejosa pela fama, um tipo diferente de vida sem ser essa conhecida por aqui. Mas na verdade eu sabia dentro de mim como era mentira essa idéia absurda. Jake é a pessoa mais fiel ao que acredita e sente, nosso amor era imenso, nada faria mudá-lo, nem mesmo a minha teimosia conseguiu.

–eu queria que nada disso tivesse acontecido. – as gotas escaparam dos meus olhos, mesmo não sendo autorizadas por mim. – Me arrependo cada segundo longe dele. Estou aqui querendo ver se ele me deseja o quanto eu o quero.

–ele não pode ser tão idiota. – Leah debochou, olhou para mim com raiva.

–Você não ama ninguém Isabella. – observou Embry. Teve uma época que eu pensei nisso, mas vi que amo somente Jake e meu pai de verdade. Os dois despertam meu lado bom, aquele que tem vontade de acertar as coisas.

–ela ainda o ama. – Seth falou calmamente.

–Cala boca Seth. – a mulher retrucou entre dentes.

–Leah não podemos nos meter nessa historia – mesmo sendo o caçula do grupo Seth sempre foi o mais centrado de todos. – Não temos direito ficar aqui julgando. O mais importante é que ela esta aqui para tentar.

–Você lembra o quanto arrasado Jacob ficou? – rebateu Quill ao Seth.

–Lembro. Mas passou, não podemos ficar alimentando magoas. Além de que é uma escolha do nosso irmão se irá ou não perdoar a Bella.

O silencio predominou entre todos, acho que as palavras sábias de seth tocaram a todos. Ouvi Leah bufar, saindo andando e me xingando, falando da vontade de me dar uma surra. Na época de escola ela fazia luta livre com os meninos, chegou a ser campeã. Embry foi atrás para controlar o gênio difícil da amiga.

Quill me olhava com atenção e disse meio contra gosto:

–Sem duvida você deve amá-lo muito. – não entendi aquele comentário mais logo foi explicando. – Ângela me contou você largou tudo, vários contratos milionários, para vim para cá. Deixando milhões escorrerem para o ralo.

–você tem falado com Ângela? – ela era a minha melhor amiga na época de escola.

–Todo dia Bella. – Brincou Seth, olhando divertido para Quill, que tinha na boca um sorriso de satisfação.

–Nós moramos juntos a três anos, devemos nos casar na próxima primavera.

–Uau. – disse perplexa. Ângela sempre teve uma queda por Quill, mas os dois eram mortalmente tímidos, isso impossibilitava qualquer tipo de conserva entre eles. – Parabéns.

–Obrigada. – ele disse todo orgulhoso.

–Bem, vou visitá-la em breve. – eu falei, ele só assentiu. – Agora, vocês poderiam me contar onde encontro Jacob?

–No bar do Billy. – seth comunicou.

Estranhei, pois sei que o sonho dele era montar sua oficina de carros, mecânica ele brincar ser sua segunda paixão, pois eu era a primeira. Vendo meu espanto Quill explicou:

–jake teve que tocar o bar depois que Billy parou de andar.

–O que aconteceu? – Perguntei exasperada.

–Diabetes.

Quando éramos adolescentes Jake trabalhava no bar, para ajudar o pai, mas sonhava com sua oficina. Aquele bar era um dos lugares onde a gente, eu, ele e os meninos, passava muito tempo. Imagina para um bando de jovens ficarem num bar? Era um máximo.

Despedi-me dos meninos avisando que em breve voltaria para conversar com todos com calma, aqueles que quisessem falar comigo. Sei que Leah não estaria nessa lista. Será que Jake também?

Acelerei meu carro até o bar, estacionei num canto afastado, tinha vários carros ali, estranhei era manhã ainda. Notei pela fachada que tinha aumentado, virou uma lanchonete também. Conferi minha cara pelo retrovisor, tentando acalmar a minha ansiedade, vendo se a noite que não dormir para dirigir tinha destruído muito o meu rosto.

–Meu deus Isabella Swan. – gritou uma menina ao meu lado, quase me enfartando de susto.

Olhei para o lado e vi a ultima pessoa que eu imaginei encontrar: Jessica. Ela era do tipo popular, onde todos os meninos morriam para ter sua atenção e das meninas tinha o ódio. Passatempo preferido humilhar os que ela classificava como os perdedores ou vira-latas, eu entrava nesse time, ela só não me perseguia porque sabia da minha amizade com os meninos da reserva, sonho de consuma masculino dela.

–quando me contaram eu não acreditei. – ela gritava chamando atenção das pessoas que caminhavam por ali.

–Oi Jessica. – disse seca saindo do meu carro.

–Não acredito que a desengonçada Bella ande em saltos tão altos.

Com a profissão de modelo, mesmo não desfilando, era preciso usar saltos o tempo todo ainda mais com meus 1,65, salto mais de 10 centímetros era obrigatório. Portanto a menina sem coordenação caiu muito para ter a desenvoltura precisa para usar saltos bem altos. Também tive ajuda de Jake, que sempre teve fetiche por saltos, tinha uma pouca pratica, mas foi útil.

Hoje o salto era de plataforma, mais 15 centimetros, mas era tranqüilo, pois era do tipo cinco centímetro na frente e ia crescendo até os 15. Algo fácil para quem anda em salto agulha e mais alto, maltratando meus pés.

–As coisas mudam. – falei tentando desviar daquele fantasma do passado.

–como mudam. – ela disse sorrindo falsamente. Mal sabe ela que falsidade é o nome do meio do mundo fashion, então sei bem como identificar qualquer tipo dela.

Comecei caminhar com Jessica falando atrás de mim, tentei ignorá-la na esperança do entendimento dela na minha mensagem: “Não somos amigas.” Para piorar ela começou chamar as pessoas para me ver falando que me conhecia. Bufei irritada.

Na minha pequena fuga, nem tinha percebido que meu corpo já tinha entrado no bar. A voz de Jessica me irritava, ainda mais o fingimento dela em gostar de mim, de ter a minha amizade desde sempre, sem agüentar mais pedi para ela me deixar em paz. Ela fingiu não ter ouvido, ai fui mais direta: “Não fala comigo. Você nunca gostou de mim.” De repente todos ali pararam de comer ou falar, direcionaram seus olhos a mim. Abaixei a minha cabeça e fui até uma mesa vazia.

Peguei o cardápio tentando parecer mais normal possível, pelo menos meu vexame serviu para Jessica ir embora. Respirei um pouco aliviada, quando ia começar procurar os olhos negros ansiados por mim, veio um garçom. Um menino de uns 16 anos, moreno, era da reserva, seus traços me diziam isso, lembrei do passado.

–a senhorita deseja o que? – A voz dele falhou duas vezes. Ele estava visivelmente nervoso. – quer que eu fale os especiais de hoje?

–O que você me sugere? – perguntei. O cheiro maravilhoso de comida gostosa inundava o ambiente, meu estomago protestou, havia quase 20 horas de ausência de comida decente nele.

–As panquecas de Rachel são famosas. – recordei dos dias que dormia na casa dos Blacks e comia de café da manhã essa maravilha de massa.

–eu quero isso, ovos mexidos e bacon. – o menino me olhou espantado. As pessoas acham que modelos não comem nada alem de folhas. – um suco de laranja.

–sim. Já vai sair. – ele disse gaguejando.

Voltei caçar com meus olhos pelo ambiente, olhei no canto oposto onde eu estava, observei o bar, com sua sinuca, seu balcão, as mesinhas altas, lá no canto o sofá de couro negro. Sem controle recordei a importância daquela mobília, foi ali que me entreguei pela primeira vez ao jake, me tornei mulher ali. Suspirei.

Os dois inexperientes nas questões sexuais, os dois descobrindo esse novo mundo. Tudo para nós era novidade, engraçado como nossos corpos sabiam o que fazer, eram extensão dos nosso amor, eles conseguiam imprimir o nosso desejo mutuo.

Diferente da maioria das pessoas, a minha primeira vez foi linda, nos amávamos tanto, tudo parecia tão certo. Não houve programação, simplesmente a oportunidade apareceu, tudo conspirou ao nosso favor, foi o momento certo, o lugar certo e principalmente com cara certo.

Ali foi só o começo dessa nova fase da nossa vida, aquilo só fez nosso amor ser mais insano um pelo outro. Foi a confirmação de como éramos perfeitos um para outro, como confiávamos um no outro, nos pertencíamos.

O choro quis sair com essa memória, porém eu estava num lugar publico não posso mostrar essa fraqueza, além de odiar em chorar na frente dos outros, sempre fiz isso sozinha.

Senti alguém me observando, como se tivesse alguém me chamando, meus olhos rapidamente miraram para esse chamar silencioso. Encontrou aqueles olhos negros como a noite, que sempre foram intensos e profundos, agora não eram diferentes.

–Aqui está seu café da manhã. – o menino entrou na minha frente cortando o contado visual com meu sol.

Sacudi a cabeça levemente saindo do transe do olhar do Jake. Ainda meio abobalhada pela emoção, o menino foi falando e nada por mim era ouvido. Ao terminar de servir só escutei ele falando com uma revista na mão, encabulado:

–você poderia assinar essa revista que tem a minha foto preferida sua. – gagueira piorou mais agora.

Ainda meio anestesiada do pequeno momento com Jake, assenti sem palavras. Ele esticou a revista, então vi a capa. Foi um ensaio numa praia, eu usando biquínis, foi no caribe, naquele mar lindo azul claro.

Assinei uma das paginas da publicação no modo automático, controlando ansiedade de procurar por Jacob. Não quero ser grossa com rapaz tão educado comigo. Quando entreguei a revista ele logo sumiu, voltei olhar para o lugar onde antes de ser interrompida. Para minha tristeza ele não estava mais lá.

A comida cheirava na minha frente, fazendo meu estomago roncar alto, eu preciso me alimentar. Comecei a mexer na comida sem vontade, pensando por onde começar, na verdade minha mente ficava montando diálogos para falar com Jacob. Um mais idiota do que outro.

Dei uma garfada na panqueca, imaginando um Jacob romântico, dizendo que me ama, me aceita de volta sem magoas. Impossível, eu sei. A comida entrava na minha boca sem ser pensada, mas o gosto era magnífico, não tinha como ignorá-lo.

Percebi que todos a minha volta não tiravam os olhos de mim, alguns comentários eram escutados por mim enquanto eu comia: “Como ela é bonita.” “Por que ela come isso tudo e não engorda?” “Ela deve vomitar tudo depois. Vamos esperar ela ir ao banheiro e conferir.” “O que ela faz aqui?” “Ela era apaixonada pelo Jacob.”

Busquei o dono desse ultimo comentário, sabia que só poderia vir de alguém presente no passado. Em Forks todos sabiam do nosso amor, muitos ficaram de espectadores da nossa historia, admirando ou invejando.

Pelos olhares alheios, esfomeados por confusões e barracos, alguns até com pena, eu fiquei imaginando o quanto Jake deve ter sofrido com isso aqui. Eu fui embora, ele ficou com a prova do meu erro, com julgamento das pessoas que nos conhecem desde que nascemos.

Como fui egoísta, por uma teimosia ilusória abandonei o amor da minha vida. Valeu a pena? Acho que sim, porque só assim para eu saber o valor real de Jake. Ninguém tocou meu coração como ele, teve uma época passei acreditar da minha impossibilidade de amar, mas na verdade eu não consigo amar outra pessoa do que meu sol.

Ser ciente disso se tornou insuportável, quase incapaz de respirar, não consegui seguir adiante, precisei vim até aqui, pelo menos tentar alguma coisa, tentar ter a possibilidade de falar tudo que sinto. Morro de medo da rejeição, ainda mais com amor insano que sinto por ele.

Bem, se cheguei até aqui eu tenho que pelo menos conseguir falar com ele, tenho que dizer tudo que sonho em seis anos. Preciso pelo menos tentar. Não me importando com o julgamento nos olhos dos outros, permaneci ali sentada. Eu esperaria o dia todo se preciso, eu quero falar com ele.

Sem nada para fazer peguei meu tablet, fui verificar meus e-mails, alguns de amigos preocupados, outros de Edward furioso e vários da imprensa querendo uma declaração da minha aposentadoria. Fui até os sites de fofoca, os sensacionalistas tinha inúmeras teorias, algumas fantasiosas outras maldosas, como tentativa de suicídio. Sei que eles falavam isso devido a minha tristeza a olhos vistos por algumas pessoas a minha volta no trabalho.

Não queria pensar naquilo, na verdade não me importava com aquelas noticias, não quero mais aquele glamour da fama. Engraçado, que anos eu sonhei com aquilo, com dinheiro em excesso, nunca mais passar dificuldade com contas que se acumulavam sem ser pagas, ter roupas caras e finas, conhecer o mundo. Sempre sonhei demais, Jake sempre foi a minha realidade, o meu lado bom surgia por causa dele.

Fechei a internet, acessei a pasta mais amada por mim, ela ficava nos meus arquivos pessoais, protegida por uma senha, data do aniversario dele. Ali tinha uma pasta recheada de fotos nossa, em varias situações, fiquei passando elas, cada uma tinha uma historia, ali era o segundo capturado daquele momento. O tempo foi passando por mim ele não era sentindo, estava presa nas memórias.

Parei em uma onde eu estava feliz puramente e ele também, se alguém naquele dia da nossa formatura do colégio falasse que três meses depois eu ia embora o deixando, chamaria de louco.

Meus dedos foram para fotografia, queria “pegar” aquele sentimento, trazer para mim, voltar naquele tempo. Sei é impossível retornar aos erros da vida, contudo queria me iludir quanto eu posso.

–“ai meu deus...” – ouvi uma mulher falando, quando fui ver o motivo de chamar o dono do universo em vão, tomei um susto como ela.

–O que você quer Bel.. Bella? – Jacob parou ao lado da minha mesa, com uma postura séria.

Cadê as palavras? Onde foi parar a minha voz? Fiquei parada olhando para cada detalhe do rosto dele, como os anos foram generosos com ele, seus traços sempre marcantes, tinham perdido as linhas de menino, agora eram másculos. Nunca o tinha visto tão lindo, meu coração parou de bater por um segundo, para disparar logo em seguida.

–Vamos Bella eu não tenho o dia todo. Sei como que uma pessoa como você é repleta de compromissos. – a voz rouca era nervosa, pouco raivosa.

–Eu quero falar com você. – meu tom era quase falho. O nervosismo estava me afetando.

–Acho que você está seis anos atrasada. – a ironia dele me feriu, mas eu merecia.

–Eu sei. Mas uma vez um cara fantástico falou para mim: uma pessoa que reconhece o erro e corre atrás para consertá-lo, merece uma chance pelo menos.

Nós dois sabíamos exatamente que o responsável por essa frase era o próprio Jake quando seu pai lhe contou também ser pai de Embry, reconhecendo a paternidade que ele negou no nascimento do bastardo. Todos quiseram condenar o velho Billy, porém meu sol o defendeu a partir do momento do conserto daquele erro.

Minha resposta o tinha desconsertado, ele mexeu o pescoço e fez um pequeno bico, isso era sinal de incomodo. Mesmo não satisfeito com a minha presença ali, ele sentou na minha frente, suas mãos estavam presas uma na outra, os nós estavam esbranquiçados, seus corpo todo tenso. Ele tinha vindo até a mim, era minha chance, não posso desperdiçar.

–eu sei que errei, fui um monstro sem coração em ir embora sem terminar a nossa historia. – Eu ia falar tudo que passava no meu coração. - Eu sabia que não conseguiria ir embora se viesse falar com você. Só de pensar na dor que eu causaria em você, me matou por dentro. Queria a dor fosse toda minha, que você curtisse a vida, fosse feliz.

–Seu plano falhou, sofri que nem um cachorro por sua causa. – raiva cintilava na sua Iris negra, junto com um choro contido.

–Também sofri sem você. – uma gota escorreu pelo meu rosto, isso o fez tremer.

–Não me pareceu nas suas fotos. – entre dentes ele acusou.

–maquiagem faz milagre. – Ri sem humor. - Eu me sinto vazia sem você, não sou eu sem você. Eu preciso de você para ser a Bella. – supliquei passando as minhas mãos trêmulas de nervoso por cima da mesa alcançando as dele. – você e eu.

Quando nossos calores se encontraram com aquele toque ambos trememos, sabemos o poder do nosso amor, que nem a distancia, anos e a magoa gigante conseguiram destruí-lo. Meu choro escapava dos meus olhos sem se importar com a platéia envolta.

–Como tentei arrancar esse maldito amor dentro de mim. – Jake falava olhando para minhas mãos em cima das dele. – Me odeio por ser tão fraco perante esse amor.

–Fraca fui eu que me iludi numa loucura de grandeza, não vi o quanto a minha maior riqueza era você. – as palavras saiam direta do meu coração, a razão tinha já se rendido as minhas emoções. – Eu vim aqui para nós podermos tentar mais uma vez.

–Como posso confiar em você de novo? – os olhos negros agora invadiam os meus. Havia uma pessoa magoada, ferida e cansada. – Não sou as suas férias Bella, não sou seu brinquedo...

Aquelas frases não tinham o mínimo sentido, além de que não parecia serem dele. Fiquei desconfiada e logo fui perguntando:

–Quem te colocou essas idéias? De que você é um tipo de férias?

–Algumas pessoas me alertaram. – a magoa cria desconfiança, pior veneno para qualquer relação.

–Desde quando você ouve as pessoas? – não queria me irritar, não estava numa posição para isso, mas foi inevitável.

–Quando seu coração manda você só fazer coisas estúpidas, é uma boa hora de ouvir a razão dos outros. Porque o gritar no meu peito consegue calar qualquer razão que há em mim em relação a você.

Mesmo de maneira torta ele assumia sentir algo bom por mim. Será que é o mesmo amor de antes?

–Minha razão também não esta presente em mim a muito tempo. – comecei a falar apertando meus dedos em torno das mãos dele. – A prova disso que estou aqui diante de você. Oferecendo todo meu amor. Colocando a minha cara a tapa para sua magoa e raiva. Me xinga do que você quiser, se isso vai te trazer alivio. Faço qualquer coisa para ser a sua Bells de novo, ouvir você me chamar de sua.

Os olhos dele diminuíram, quase formando fendas, sua cabeça balançou numa pequena negativa, suas mãos deslizaram se afastando de mim, ele encostou suas costas na cadeira e longo suspiro escapou dos seus lábios. Eu não compreendia aquela postura dele, o desespero de perdê-lo surgiu, angustia de ser rejeitada, de ficar sozinha com todo amor que sinto por ele. Não vou suportar.

–Jake... – chamei me debruçando na mesa.

Ele se levantou, o choro da minha dor fez um soluço alto me sacudir.

–Vem. – ele estendeu a mão para mim. Não acreditei naquilo, o sorriso rasgou na minha boca. – vou apostar minhas ultimas fichas em você.

–Te garanto, não sairei do seu lado até você não me quiser. – respondi já de pé próximo a ele, sorriso era inevitavel na minha boca.

–Não consegui tirar você quando tentei te odiar. Imagina agora com você me querendo tanto quanto te quero. – as mãos dele me puxaram para um abraço.

Afundei meu nariz no pescoço dele, aquele cheiro era o melhor do mundo, não havia nenhum aroma parecido com aquele, perfeito como. Minhas mãos foram nas costas dele, o grudando em mim.

–Eu te amo. – Falei emocionada. – Mais do que posso compreender.

–mesmo não querendo sempre te amei... – sua voz rouca adentrou pelos meus ouvidos me arrepiando. – Bells.

Minhas lagrimas escorriam pelo meu rosto de alegria. Nos afastamos, seus dedos grandes, mas delicados enxugaram minha pele.

–Vamos sentar ali. – Sua mão entrelaçou na minha e saímos caminhando até... o sofá de couro. Onde nosso amor se tornou mais físico do que antes. Sentei, ele ficou de pé me vendo.

–Não acredito que você o guardou. – disse sentando no macio couro.

–Tentei queimá-lo, mas não consegui. – seu sorriso não era ainda aquele que amo. – ele tem muito significado.

–eu sei, foi aqui que me entreguei pela primeira vez completamente a você. – disse rindo. – outras vezes também.

–Nas noites solitárias e dolorosas sem você eu vinha para cá. Lembrar de você, de nós dois.

–Nas minhas eu revia as nossas fotos juntos. Você sabe o quanto sou fissurada com fotos.

–Rasguei todas, tentando me livrar de você. – Ele tinha ódio na sua fala, parecia frustrado. – Vê você sentada ai, anula toda angustia sentida por mim durante esses anos. Me sinto um idiota por sofrer tanto.

O surpreendendo levantei, ficando de frente para ele, com meu salto eu ficava com boa altura, conseguia encará-lo. Enrosquei meus braços no seu pescoço e com a boca bem próxima eu falei:

–Sabe meu sol, há alguma coisa com você e eu. Algo que nenhuma lógica pode explicar, só pode ser sentido.

Dei um beijo demorado na sua bochecha, marcando meu batom vermelhom quero deixar sempre marcado pelos meus beijos, pelo meu batom como inumeras vezes eu fiz. Ali, vendo aceitação dele perante meu carinho, segui com a minha boca o beijando o queixo, até chegar a sua boca, dei um selinho. Não sei com exatidão como será a reação dele a esse meu gesto. Cacei seus olhos, queria a resposta para minha pergunta silenciosa.

As mãos dele afundaram nos meus cabelos, sua boca cobriu a minha, sua língua se embolou a minha. Nada mais importava a nossa volta, as palmas e assovios das pessoas eram escutados ao longe, mas eu não dei ouvido, todos os meus sentidos estavam presos, entorpecidos pelo beijo, pela a certeza da minha chance.

–Você e eu. – Ele sussurrou na minha boca. Ali era o nosso recomeço: Você e eu.



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Notas finais do capítulo

Nem começa com review: miss eu quero mais.........
miss num tem tempo pra fazer disso uma fic...
tem outras fics ja no forno pra vcs....
sei que mtas vão ficar na vontade pra saber.. e ai????
mas a ideia é mostrar eles se encontrando.... mostrar que o amor deles bastar ter ele e ela...