POV Bella

Eu fiquei triste com a reacção da minha irmã, ela nunca tinha me falado assim. Porque eles não entendiam que tudo tinha corrido bem? Eu já não sou nenhuma menina, sei que às vezes as minhas atitudes levem a que eu o pareça, mas eu já não o sou. Eu só tenho um grande problema de insegurança, eu vivi grande parte da minha vida, humana e vampira, isolada. Isso faz com que eu às vezes tenha medo, mas eu sou corajosa, se precisarem de mim, eu vou ser a primeira a tentar ajudar, mesmo que isso significasse arriscar a minha vida. Mas eles pareciam não querer entender isso.

As coisas estavam a acontecer tão rápido. Eu tinha deixado de vagar sozinha pelo mundo, tinha reencontrado a minha irmã e ainda tinha ganho um namorado e uma família. Para mim isso chegava-me. Esta história de poderes para mim dizia-me pouco, a única coisa nisso que me agradava era poder proteger-me e à minha família.

Depois daquela conversa, o Edward chamou-me. Ele estava muito calado, isso estava a deixar-me nervosa.

- Bella, estás bem?

- Claro.

- Não voltes a fazer-me isso – disse ele, antes de me beijar. Ele nunca me tinha beijado assim, era intenso, mostrava desespero e muita paixão.

- Meu amor, eu não te queria preocupar – disse-lhe.

- Eu sei, mas o meu instinto de protecção dispara quando estás longe.

- Eu sei me defender, eu não sou nenhuma criança.

- Eu sei que não és nenhuma criança, mas quanto à parte de te defenderes… - não o deixei terminar.

- Eu posso não ser uma eximia lutadora, mas eu sei me defender. Pelo menos eu sabia.

- Como assim? – perguntou o Edward.

- Quando eu estava a ajudar, durante a guerra, um oficial ensinou-me técnicas de autodefesa. Claro que não estava a contar que os vampiros existissem.

- Bella, eu sei que esse tempo foi difícil, mas agora tens nos a nós.

- Eu sei. Às vezes ainda me pergunto se ele terá sobrevivido ao ataque.

- Vocês os dois… - vi o que ele queria dizer, por isso achei que devi corrigir rapidamente possiveis equivocos.

- Nós não tivemos nada. Eu sentia como se ele fosse um irmão mais velho, ele protegia-me.

- Agora, sou eu que te vou proteger, minha princesa.

- E eu a ti, meu principe. Podes ter a certeza que eu sempre farei tudo o que for preciso para te proteger.

Ficamos abraçados, a namorar um bocadinho, estavamos na nossa bolha particular. Infelizmente tivemos que voltar, por muito que quisessemos ficar assim, o mundo não parava, mesmo nós estando congelados. Quando chegamos à sala, estavam lá todos, e as caras não eram nada boas.

- Que se passa? – perguntei.

- Alice viu os Volturis a vir. – disse Rosalie.

- Os Volturi são a realeza dos vampiros. Eles fazem as leis e as executam. Há uma guarda cheia de vampiros muito talentosos, o Eleazar pretenceu à guarda, ele determinava os dons de cada vampiro. – explicou-me Edward.

- E o que ele vem cá fazer? Cometemos algum crime? – perguntei assustada.

- Pode ser por irmos abrir a clinica, não sabemos. Mas vai correr tudo bem, não te preocupes, querida. – disse-me Carlisle.

- Assim espero. – disse.

Mesmo com a sombra dos Volturi sobre as nossas cabeças, a nossa vida continuou. Estavamos a dar os últimos retoques na clinica, ela estava maravilhosa. Todos estavam muito empenhados. A minha relação com a Tanya estava pacifica, o que era bom, uma vez que o clima ficava mais leve.

Eu e a minha irmã passavamos muito tempo juntas, e tenho que admitir, eu estava a adorar isso. Era bom ter a minha irmã junto a mim de novo, ela fazia-me confidências e eu a ela. Claro que mal eu falava do Edward ela fazia cara feia, mas depois a sua face suavizava e ela dava-me conselhos, aí eu voltava a ver a minha irmã, aquela que me embalava durante a noite, que me contava tudo o que tinha acontecido durante o seu dia.

- Bella, vamos caçar? – perguntou a minha irmã quando começava a anoitecer.

- Vamos. Mais alguém quer vir? – perguntei.

- Vão vocês, nós fomos à pouco tempo – disse a Alice.

- Tudo bem. Até já. – disse-lhes.

- Até já. – disseram todos em simultâneo. Dei um beijo ao meu amor enquanto a minha irmã fez o mesmo com o Emmett.

Caçamos durante algum tempo. Quando estavamos a chegar a casa sentimos cheiro de vampiros. Eu olhei para a Rosi e ela para mim.

- Serão eles? – perguntei-lhe.

- Acho que sim. É melhor irmos.

- Vamos.

À medida que nos aproximamos fomos ouvindo o que eles falavam. Pelos vistos o Carlisle estava certo, era tudo por causa da clinica e da possibilidade de darmos nas vistas. Quando já estavamos a entrar, eles calaram-se.

- Desculpem a demora, mas não sabiamos que teriamos visitas. – disse a minha irmã.

Ao ouvi-la falar, quatro vampiros se viraram para nós. Eu não podia acreditar no que os meus olhos viam. Isto não era possível.

- Bella?