Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 8
Suspeito...


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem o capítulo!



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O barulho de toda transformação cessou, mas sem dar trégua, a voz de Jacques Malfoy já bradava. Draco e Hermione se ergueram do chão sob sermões do professor.

— Que diabos pensavam que estavam fazendo? Hã? Que decepção!

Hermione ergueu o rosto e viu do que não era só a ela e Draco que Jacques se dirigia.

Jacques trajava uma blusa branca, de mangas soltas presas apenas nos pulsos. Suas botas e calças o faziam parecer vindo de outra época. O cabelo dele estranhamente não estava penteado de forma arrojada, caindo ao lado do rosto. Ele parecia mais jovial, e estava um pouco mais diferente da fisionomia de Draco àquele dia.

Hermione só se tocou de que estava reparando em tudo do professor, menos nos sermões, quando Draco andou para frente e a corrente puxou-a também.

— Ai! – Hermione reclamou.

— Presta atenção Granger!

Hermione se tocou que deveria se deslocar, assim como todo o grupo, em direção aos seus pertences.

— O que foi? Vamos voltar para Hogwarts? – Perguntou vendo todo mundo pegar suas mochilas.

— Anda dormindo em pé garota? A gente vai se mudar! – Draco rosnou.

— Mudar?

— Distraída demais srtª. Granger! – A voz de Jacques soou atrás dela, fazendo Hermione dar um salto e puxar Draco pela pulseira sem querer. Jacques analisou a atitude dela e ergueu uma sobrancelha. — O que houve com vocês na vila? A neblina embaçou o cérebro de vocês?

— Como? – Draco perguntou.

— Senhor Finningan e senhorita Parkinson conseguiram chegar ao cemitério ao fim da rua e apanhar a única vela apagada sobre as lápides. Estava óbvio. Muitos passaram por dificuldades e usaram portais, chaves, pó-de-flúor... Enquanto vocês não só ultrapassaram o tempo como também não retornaram de forma digna! Você – Jacques se referiu a Draco. — Eu esperava que tivesse mais sagacidade. Esperava que conseguisse obter controle sobre a situação. O que houve? A covardia subiu à cabeça?

Draco sentiu o ar parar do caminho dos pulmões e bufou, sentindo a raiva no peito. Enquanto isso, Jacques se voltava para Hermione:

— E quanto à senhorita. Que decepção! É visível por que não se desgrudava dos senhores Potter e Weasley: não tem capacidade de dividir nada, nem mesmo uma situação ruim, com mais ninguém! Precisa aprender que não é só o seu cérebro que sabe trabalhar. Precisa aprender que deve levar em conta que o outro talvez esteja certo, e começar a pensar junto. E nem vou comentar sobre suas habilidades...

— As habilidades dela? – Draco interveio bravo. — O senhor ficou cego! Havia dementadores naquela vila. Um deles me atacou. Granger espantou todos com um bom patrono e você quer vim questionar as habilidades dela?

O grupo inteiro, assim como Hermione e Jacques, parou embasbacado. Draco estava mesmo defendendo a “Sangue-Ruim Granger”? Ou estava mais aproveitando uma chance para enfrentar Jacques?

— Eu vi cada segundo do teste de vocês. Granger é uma descontrolada, e você é um perfeito lerdo. – Jacques se aproximou tanto de Draco, que Hermione teve medo de o sonserino dar um soco no professor. — “Entrar em qualquer casa?”, dar atenção aos seus... Impulsos...?

Jacques olhou de Draco para Hermione de forma diferente. E ela se lembrou do beijo. Seu coração disparando de constrangimento ao perceber que Jacques vira realmente tudo.

— Já chega! – Hermione intercedeu.

— Já chega? – Jacques se virou para ela. — Eu não quero fraqueza de vocês. Por isso eu os cobro. E não tenho receio algum de falar da forma mais crua e cruel, por que vocês precisam se acostumar a não ter nenhuma mão passando sobre suas cabeças. Na hora certa, perceberão.

O olhar de Jacques de repente se prendeu ao de Hermione de forma tão fixa e profunda, que chegava a ser íntima. Depois deu as costas a ela, deixando-a derrotada e sem forças para ir contra.

Subitamente, a corrente de Draco e Hermione se dissolveu como pó, e os dois tomaram um susto. Olharam ao redor e notaram que a de mais ninguém sumiu. Engolindo em seco, nenhum teve coragem de comentar sobre aquilo e, assim calados, arrumaram suas mochilas.

Horas depois, os alunos de Magia Real se encontravam numa espécie de campo aberto, em outro acampamento (desta vez com duas casinhas: uma para as garotas, e outra para os garotos). O horizonte sumia infindável de um lado. Do outro, apenas floresta. E não era a Proibida. Estavam longe de Hogwarts, Hermione tinha certeza. Mas não sabiam onde era por que chegaram lá por meio de desaparatação, e quem os levou foi um grupo de Elfos que cumpriam a ordem de Jacques. Jacques desaparatou sozinho um segundo depois de todos chegarem, e os elfos irem embora.

— Vão. Entrem na estalagem e encontrem seus cômodos. Os nomes estão nas portas dos quartos. – Jacques foi falando enquanto todos se postavam à sua frente. — Vêem a linha? – Perguntou apontando para uma linha de pedrinhas atrás deles. — Ao ultrapassarem, as correntes se desfarão e vocês seguiram separadamente para os quartos. Mas ao saírem da linha, voltam a estar presos um no outro. Aqui é seu novo campo de batalha, logo receberemos visitas, mas, por hoje, só precisam descansar. Boa-tarde.

Jacques passou pela linha de pedras e adentrou na estalagem dos homens. Assim, muitas duplas ultrapassaram a linha e se viram imediatamente livres de seus parceiros. Hermione e Draco se entreolharam antes de cruzar, estranhando por já estarem libertos, e receosos de a barreira agir diferente neles. Porém, quando deram um passo para dentro, ao mesmo tempo, perceberam que nada mudara.

Draco engoliu em seco, mas não estava a fim de reclamar sobre sua liberdade de Hermione. Assim, seguiu direto rumo aos quartos, mas antes de estar longe o suficiente, foi chamado:

— Malfoy!

Draco parou. O que fez Hermione momentaneamente se perguntar que diabos estava fazendo. Mas, já que já havia começado, tomou ar para continuar:

— Por quê? Por que você fez aquilo? – Ela perguntou.

Viu as costas de Draco subirem e descerem numa respiração profunda.

— A que se refere?

Hermione quis responder ao momento em que ele a defendeu contra Jacques, mas o beijo que ele deu a ela irrompeu pela sua mente. Contudo, como perguntaria algo assim ao Malfoy?

— Às suas atitudes recentes. Você sabe a quais me refiro... – Tentou se sair.

Draco girou um pouco o corpo para olhar para ela. Foram os segundos mais longos que já tiveram. Draco não poderia responder àquela pergunta, e seu senso criativo havia tirado umas horas de folga, por que não conseguiu pensar em nenhuma mentira. Então, ele optou ir pela tangente...

— Eu só faço o que eu quero. Mas às vezes me dá vontade de fazer o que é certo.

E então Draco Malfoy entrou na estalagem. Hermione não teve coragem para fazer o mesmo, e deu a volta na construção de madeira onde se hospedaria, chegando ao que se poderia chamar de “quintal”. Sentou-se sozinha na grama, a uma boa distância de tudo, assim poderia falar sem ser ouvida, e veria se alguém se aproximasse.

Virando de costas para a casa, tirou de dentro da blusa o medalhão com o par de Espelhos de Dois Sentidos. Chamou por Harry Potter.

— Hermi! – Ele atendeu na metade do primeiro toque.

— Harry... – Hermione falou chorosa.

— Problemas?

— Foi a primeira prova...

— Aqui também!

— E Ron?

— Ainda não pode conversar...

— Mas como foi sua prova? – Perguntou Hermione adiando a hora de ela falar das suas últimas experiências.

— Nos dividiram em três grupos e viajamos pela chave-de-portal até uma floresta. Tudo bem, a gente só tinha que achar a chave de volta, lidar com umas aranhas e outros bichos. Mas então um dragão apareceu. Gina e eu quase fritamos... – Harry mostrou a mão esquerda envolta em atadura. — Sinceramente me recuso a acreditar que Mcgonagall esteja envolvida na elaboração dessas provas...

— Eu estou começando a suspeitar também...

— Por quê? O que houve com você?

— Estávamos numa vila...

Hermione contou os fatos, excluindo o beijo, claro, e deixando Harry apavorado pela parte dos dementadores.

— Tem certeza que Malfoy não atraiu nenhum contratempo sem você ter percebido?

— Claro que não! – Hermione explodiu. — Estávamos juntos o tempo todo. Eu teria percebido! Além do mais, acho que os dementadores estavam lá, não para me atacar, mas para atacá-lo. Eu seria só um bônus.

— Como assim?

— Quando os dementadores apareceram, e nós corremos, percebi que, se eu tivesse ido em outra direção, teria ficado a salvo.

— E por que não fez isso?

— Por que eu precisava ficar junto do Draco!

— HÃ? – Harry e Ronny praticamente gritaram. Ronny aparecendo naquele exato momento.

— Como é que é? “Draco”? – Inquiriu o ruivo.

— Licença, eu estava amarrada a ele! – Hermione tentou se safar, mas teve que explicar tudo de novo a Ronald antes que ele surtasse.

— É como se você estivesse presa a um chamariz de magia negra! – Rony ainda parecia alarmado depois de compreender Hermione.

— Mas não estamos mais. Nossa corrente se desfez. Mas só a nossa. A dos outros continua firme. Eu não entendi isso.

— Milagres não se explicam, só agradeça, Hermi! – Rony brincou.

— Ei! Mas e você? – Harry falou.

— Que tem eu?

— Como foi sua primeira prova? – Explicou Hermione.

— Ah... Foi moleza! Estávamos num labirinto, só tínhamos que sair de lá, na verdade. O caso é que teve quente que começou a mudar... Luna foi infectada por um cogumelo escocês envenenado. Ela pirou! Começou a montar armadilhas com feitiços e muita gente ficou presa nelas. Crabbe no início começou a achar graça, mas parece que foi infectado por outra coisa, e seguiu atrás de Luna, tentando fazê-la parar.

— Só envenenado para aquele energúmeno fazer algo que preste! – Disse Harry.

— Mas estão todos bem? – Hermione perguntou.

— Bem... Vazaram informações sobre Neville e Justino, e Dino e Padma. – Harry anunciou. — Eles foram mandados para um castelo. Uma versão da Casa dos Gritos, que eles só reconheceram depois de entrar. Parece que a casa os enlouquecia, ou algo assim...

— Como assim? – Perguntou Hermione.

— Eu ouvi falar. – Comentou Ronny. — Parece que Neville perseguiu Justino achando que ele era Bellatrix. Dino e Padma enlouqueceram e começaram e explodir o castelo.

— Que horro! – Hermione tapou a boca com a mão.

— As coisas não me parecem muito normais... – Disse Ron.

— Não sei vocês... – Harry cochichou. — Mas acho que McGonagall não está totalmente ciente desses acontecimentos...

— Sabe colega... Eu estive pensando a mesma coisa.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora, mas já tenho até outro cap. na manga, e vocês não perdem por esperar os próximos por que a coisa vai começar a esquentar!
Espero pelo comentário de vocês!
Beijos!
Mila.