Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 4
Os Preparativos.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por estarem aqui de novo.
Boa Leitura meu povo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/162693/chapter/4

Cap. 04

Os Preparativos.

Então a tarde se esvaía. Os alunos do sétimo ano, por toda Hogwarts, se preparavam para a mudança em seus hábitos, as surpresas que esta novidade guardava para eles. Na casa Corvinal, Luna estava sentada, sozinha, em uma fofa poltrona de veludo azul. No outro canto, Cho e seu namorado Miguel Corner conversavam, desconfiados, a respeito da mudança. Sem o diretor de sua casa, alguns como Luna e Miguel ficavam sem ideias sobre quem encontrariam como “líder” dessa tal Célula Espírito Bravo, exceto Cho e outras amigas, que se encontravam listada em Varinhas de Fogo.

No salão comunal da Lufa-Lufa, os monitores Ana Abbott e Ernesto Macmillan, mais Justino Finch-Fletchley e outros alunos, faziam uma densa roda, onde conversavam e trocavam opiniões e intuições a respeito das Células. Boa parte ali estava designada à Razão da Magia e a Espírito Bravo, outra parte se encontrava muito dispersa entre as outras designações.

Na Sonserina, o clima se encontrava apático. Como maior parte do seu sétimo ano permaneceria junta, eles não sentiam a pressão da mudança. Os poucos que estariam em lugares diferentes naquela noite se agrupavam entre si, num canto específico do salão comunal, dentre eles, Crabbe e Goyle. Draco desta vez não estava na companhia deles, nem de Pansy. Estava sozinho numa cadeira luxuosa, próximo à estante de troféus. Ele sabia de muito para ainda ter qualquer entusiasmo, apreensão ou ansiedade. Sabia em que célula estava e quem estaria com ele, quem era o professor líder e o que esperar. Só não sabia quando eles acabariam com aquela palhaçada de ficar fazendo suspense, prendendo todos em seus salões até a pronunciação oficial.

De forma diferente, o salão comunal da Grifinória estava agitado. Era a casa mais dividida de toda Hogwarts. Neville e Dino conversavam, perto das escadas, a respeito dos conhecidos que encontrariam como Justino e Ernesto em Razão da Magia. Dino lamentava que a gêmea Parvati Patil não estivesse no grupo dele, sim em Varinhas de Fogo, enquanto Padma estava. Num outro lado, Rony e Hermione ainda estavam juntos, não havia encontrado Harry e Gina em meio ao tumulto, mas acreditavam que eles já estavam chegando ao salão. Simas tentava atrair a atenção de Hermione de um lado, e Rony de outro, mas a garota não tirava os olhos da lareira apagada.

— Pena que não estamos no mesmo grupo... Vai ter que mandar cartas para o outro lado de Hogwarts, Hermione! – Rony brincou tentando descontrair.

— É verdade. Sorte minha a gente ter caído juntos! Mas por falar em enviar cartas... Você sabe onde as Patil ficaram? – Simas demonstrou interesse.

— Acho que Dino sabe, - Ron apontou para o amigo, que não parava de encarar Parvati e Lilá num canto da sala.

Simas acabou sorrindo involuntariamente. Voltou-se para os amigos e perguntou:

— Hermione, eu sei que temos que ficar juntos, mas não se importa se eu for...

— Não, claro, pode ir... – Respondeu ela automaticamente.

Ela não estava ouvindo muito bem o que diziam. As “borboletas no estômago” do nervosismo estavam mais para diabretes no estômago. Só voltou à realidade quando Rony pegou sua mão.

— Ei... – Disse ele. — Vai ficar tudo certo.

Hermione tentou sorrir, mas sabia que ninguém entendia. A maior parte do dia ela tentou se distrair, não prestar atenção nisso, mas o sentimento de frio e solidão estava assolando-a. Até que Harry e Gina surgiram pela abertura do retrato, chamando atenção dos outros, mas Hermione não deu trégua para ninguém mais se aproximar e correu para abraçá-los.

— Ainda bem que chegaram! Onde tinham se metido?

— Harry quis parar na Dervixes e Bangue e demoramos um tempinho lá... – Gina se desculpou.

— Depois fomos comer umas besteiras no Três Vassouras, e andamos por aí, mas, o que foi? Algo aconteceu? – Harry disse levando Hermione de volta para onde Rony estava.

— Nada demais. Mas que bom que se divertiram!

— Na verdade, devem ter se divertido muito, não é? – Rony alfinetou. Só agora se deu conta realmente que Gina e Harry estiveram a tarde toda sozinhos e juntos, e estavam muito felizes. — Mas não se preocupem, Hermione e eu passamos uma tarde ótima também!

— Que bom! Eu vou querer saber como foi! – Gina deu um leve empurrãozinho no ombro do irmão, piscando um olho.

— Ah, você vai saber! – Rony ironizou, e só parou por que Hermione decidiu mudar de assunto.

— Ok, agora só falta três minutos. Ao bater o relógio, eles vão anunciar...

— Ainda bem que já deixei minhas coisas prontas. Vou lá em cima pegar! – Disse Gina.

— Droga! – Harry exclamou.

— O que foi?

— Eu não fiz bagagem nenhuma! Tomara que eu consiga enfiar tudo naquela mochila...

— Você anotou como fazer um Feitiço Indetectável de Extensão, não anotou? – Hermione quis saber. Pela cara de “como?” de Harry, não era tão certo que ele soubesse.

— Tudo bem, eu me viro. Preciso arrumar umas coisas e... Aliás! – O rapaz puxou de trás de si uma sacola de onde tirou três colares. Eram mais como medalhões, de onde pendiam um pequeno porta-retrato de abrir e fechar.

— Que amor! Cadê sua foto Harry? – Rony brincou.

— Não é para pôr fotos... – Hermione intercalou e, abrindo o objeto, concluiu em voz baixa: — É um Espelho de Dois Sentidos! Harry, isso é um artefato proibido!

— Eu sei, então façam o favor de guardar!

Hermione e Ronald colocaram os colares e enfiaram para dentro da blusa. Harry pegou o terceiro e fez o mesmo.

— Gina tem mais um espelho. Não vamos ficar sem nos falar uma noite sequer! – Harry viu Hermione sorrir, e aquilo queria dizer que ela o aprovava. Então estava tudo certo. Mexeu na sacola e tirou mais um artefato. — Este bisbilhoscópio é seu, Ron. E vê se não quebra esse!

— Obrigado Harry! – Ron sorriu brilhantemente. — E eu aqui pensando mal de você!

— O que? Por quê? – Harry fez-se desentendido.

— Por... Nada. Aliás, você não precisa se preocupar, eu coloquei o essencial na sua mochila hoje à tarde.

— Valeu, Ron!

— De nada! – Rony sorriu.

— Está na hora... – Hermione anunciou.

Os três se deram as mãos e pararam frente à lareira. De repente, uma voz irrompeu no ar, não só na Gifinória, mas em todos os salões comunais de Hogwarts, a voz de Minerva Mcgonagall.

“Prezados alunos do sétimo ano, a hora de se mudarem chegou. Vocês devem ter ficado cientes de onde cada Célula se instalará. Contudo, agora, quero que ouçam as instruções finais de hoje:”

“Vocês irão se dirigir às regiões que lhes for repassada. O professor Líder de vocês estará na espera. Aos alunos ingressos em Espírito Bravo, por favor, rumem para Sudoeste dos terrenos de Hogwarts. Os da Razão da Magia dirijam-se para o Norte. Varinhas de Fogo, para Nordeste. E, por fim, Magia Real, para Leste”.

“Não levem qualquer adereço mágico considerado proibido, os quais vocês já conhecem muito bem. Não será permitida a circulação livre de vocês pelas terras de Hogwarts durante as três primeiras noites, por motivos de avaliação. Não haverá volta, então peguem seus objetos pessoais que julgam necessários. Animais de estimação ficam, só serão levados a vocês no dia seguinte. Por hora, creio que estas informações já bastam. Os corredores do castelo estão sendo vigiados, então, não tentem desviar caminho, e sigam direto para seus destinos. Desejando uma boa-noite, eu me despeço. Tenham boa sorte”.

A sensação de frio invadiu Hermione novamente. Finalmente chegara a hora e não havia nada mais que eles pudessem fazer. Ela, Harry e Rony deram um abraço triplo. Rony, mais alguns outros poucos grifinórios foram os primeiros a saírem. Deu um aceno de “tchau” para seus amigos e para Gina, que acabava de reaparecer. Depois, Neville e Dino se aproximaram.

— Até mais ver, pessoal! – Disse Neville.

— Tchau, amigos!

— Tchau Simas... – Dino disse abraçando o amigo.

E foi o segundo grupo a sair. Em terceiro, Parvati foi se retirando, e Harry e Gina notaram que também deveriam ir.

— Aqui, pequei sua mochila. Já estava feita. – Disse Gina entregando-a a Harry.

— Obrigada. Então... Até mais Hermione. – Harry cedeu um apertado abraço à amiga, que tentou sorrir confiante. — Guarde bem o colar...

— Claro.

Gina e Hermione também se abraçaram. Harry deu tchau para Simas e se foi com Gina através da passagem do quadro.

Assustadoramente apenas Hermione e Simas restaram por ali. Agora ficara mais óbvio que nunca o quanto sozinhos estaria no meio de tantos sonserinos.

— É isso aí! Vamos lá Hermigatinha! – Simas descontraiu passando o braço ao redor do ombro de Hermione. — Não se importa que eu te chame assim, não é?

— Desde que não seja em público! – Hermione brincou.

Então, ela e Simas seguiram para leste. Mas quando chegaram ao lado de fora foi que realmente perceberam aonde estavam indo...

— A Floresta Proibida. – Notou Draco ao parar às margens da floresta.

Ao seu lado estava Pansy Parkinson e Blaise Zabine. Atrás deles, mais uns vinte sonserinos com cara de tédio e desgosto, por estarem longe de sua confortável casa. Hermione viu a cena e suas mãos suaram frio. Inconscientemente se juntou mais a Simas. Quando chegaram até o grupo, os sonserinos foram abrindo passagem automaticamente, como se tivessem receio de encostarem-se aos grifinórios.

— Isso está sendo mais estranho do que eu imaginei... – Simas cochichou.

Hermione engoliu em seco. Não estava sendo mais estranho, estava sendo mais terrível do que ela imaginara. Principalmente quando começaram os chiados a respeito da presença dela e de Simas ali, coisa que Hermione preferiu nem fazer esforço para entender. Então, desesperadamente se agarrou às lembranças de Rony e Harry com ela, mas a única coisa que poderia a fazer esquecer totalmente os bons momentos de antes surgiu em sua frente logo em seguida.

— Granger! – Draco falou tranquilamente.

— Malfoy.

— E você é...?

— Simas Finningan. – Respondeu o garoto com educação.

— Ah, é verdade. Já faz anos e eu não aprendi seu nome. Devia se destacar mais nas aulas... – Draco manteve a ponderação na voz, mesmo sendo sarcástico. — E você, Granger... Lembra-se do que eu falei? Espero que sim...

As palavras dele vieram à tona na mente de Hermione:

“Acredite, não é muito agradável para mim, ser obrigado a trabalhar com uma sangue-ruim... Mas o que eu sei é que estamos juntos nessa. Você vai ver à noite o que eu digo”.

— Não comece Draco... – Uma voz grave e autoritária se fez ouvir.

Jacques Malfoy apareceu. Saiu debaixo das sombras, onde estava camuflado com suas vestes negras. Hermione segurou o ar nos pulmões ao perceber que ele seria seu líder. Como Harry não ouvira essa parte da conversa? Justamente essa!

Jacques caminhou até perto dos alunos, parando às costas de Draco, que se virou com desgosto.

— Eu só conversava com nossos novos colegas. Pressuponho que tenhamos de integrá-los, já que aqui temos quase toda Sonserina. – Disse o garoto em seu tom altivo.

Pansy Parkinson soltou um risinho de prazer ao ver que Hermione e Simas estavam em desvantagem. Mas a garota logo teve de se calar quando Jacques lhe repreendeu com um olhar. O mesmo que fez Hermione sentir as pernas fracas. Havia algo naquele homem, algo que ela não conseguia distinguir, mas que a fazia sentir medo. Contudo, permaneceu ilegível ao lado de Simas, enquanto Jacques retomava a palavra.

— Como vocês já foram informados hoje cedo, me chamo Jacques Malfoy. Sou uma espécie de tio em segundo ou terceiro grau de Draco. Não sou muito bom com árvores genealógicas... – Fez uma gracinha, mas ainda assim, ninguém riu. — Não tive contato com meu sobrinho desde que ele nasceu, então, poupem-se de querer arrancar alguma informação dele ou de mim. Primeiro, por que não interessa a vocês, segundo, por que vocês têm que se concentrar em suas atividades. Não estamos numa colônia de férias, numa excursão ou num acampamento de verão. Isto aqui é sério, e vão ter que trabalhar duro para conseguir se dar bem. Então, certifiquem-se de que nada será distração.

Alguns cochichos surgiram, mas Hermione, Simas e Draco permaneciam à frente, calados. Jacques possuía uma forma compassada de falar que lembrava uma mistura bizarra de Lúcio e Dumbledore, com o tom de Draco mais maduro. Outra característica que confundia Hermione.

— Hoje à noite os levarei até suas hospedagens. Como já devem ter entendido, não ficarão mais no castelo. O castelo de Hogwarts, a partir de hoje, será o objetivo de vocês. Explicarei tudo no decorrer de nossas aulas. Por hora, quero informar que, por medidas de segurança, vocês serão alojados na Floresta Negra.

E foi quando realmente o burburinho tomou corpo. Hermione pela primeira vez então falou:

— Como poderia ser medida de segurança irmos dormir na Floresta Proibida? É um absurdo!

Jacques, porém, não deu atenção a ela de início e esperou plácido que todos os murmúrios baixassem, para só então se virar pausadamente para Hermione. Ele possuía o tipo de olhar que te fazia sentir constrangido e idiota mesmo sabendo que você estava certo, e cada vez mais Hermione não gostava dele.

— Senhorita Granger, não? – Perguntou.

— Sim.

— Espero que perceba com que grupo está lidando senhorita. E que, não à toa, e não por acaso a senhorita pertence a ele. Nestas circunstâncias, o problema não é a Floresta proibida...

Hermione não soube onde foi parar sua língua na hora, o que não era a pior parte. O pior é que acabara de perder a capacidade de responder. Odiou como Jacques fez isso, mas mais ainda com o insinuou que ela era tão perigosa quanto os sonserinos, que eram piores que as ameaças da Floresta.

Jacques deu um passo em direção à escuridão novamente, mas dessa vez com a varinha acesa à frente, ordenando que os demais o seguissem. Cada um acendeu a própria varinha, e adentraram na Floresta.

Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu nem sei o que esperar desse cap. Então me mandem as opiniões de vocês. Uma questão de continuação! Preciso saber como fazer daqui a pouco =*
Obrigada.
Mila.