Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 11
A Armação do Gêmeo Malvado


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura e Obrigada pela recomendação manlle!!!



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A floresta era rareada, com leves intervalos de clareiras. O verão a deixava iluminada, e havia muita folha seca caindo no chão. Era um lugar lindo, mas estava tão silencioso que parecia uma alerta da própria floresta a respeito do perigo que havia ali.

Hermione sentia uma tremedeira leve do joelho para baixo, e tomava cuidado para não cair. Andava meio desorientada. A floresta parecia a mesma para qualquer lugar que olhasse. Troncos longe-líneos, folhagem alaranjada, buracos entre os galhos onde raios do sol se infiltravam, e só árvores e mais árvores.

Já estava andando há algum tempo, quando escutou um farfalhar a um lado. Virou-se num rompante, a varinha sempre erguida na defensiva. A “solidão” estava a perturbando. Queria encontrar logo Draco e sair dali, mas também não se continha em si com a possibilidade de rever Rony, Harry ou Gina. Mas o medo de dar de cara com um clone a fazia tremer na base.

Se inflando com um pouco de coragem no desespero que aquele lugar lhe causava, Hermione começou a gritar.

— DRACO! DRACO SE ESTIVER ME OUVINDO... RESPONDA!

— HERMIONE! – Ela ouviu de volta, mas estava longe de ser Draco.

— RON? – Perguntou sentindo o coração subir pra garganta.

— HERMIONE!

— RONALD!

— HERMIONE!

Hermione pensou ser alucinação, a voz parecia vim de uma direção diferente toda vez que Ronald gritava. Mas não demorou muito, uma figura de cabelos vermelhos apareceu subindo o nível da floresta. Hermione parou o encarando bem. Assim que a reconheceu, Rony veio correndo parecendo muito aliviado. Mas o coração de Hermione voltou pro lugar e seu cérebro tornou a ocupar posição principal.

— Alto lá! – Disse ela apontando a varinha em direção ao peito do garoto.

— Hermi, sou eu! Ronald Bilius Weasley. Grifinória, sétimo ano, sexto filho de Mole e Arthur Weasley. Fui nomeado junto com você a monitor da Grifinória, no quinto ano, lembra?

Hermione sentiu as lágrimas embaçarem os olhos. Baixou a varinha e correu para dar um abraço bem apertado em Rony. A distância enganava os sentidos, por que em todo esse tempo, não pensou que sua saudade pudesse ser tão grande.

— Estive tão preocupada! – Lamentou-se agarrada ao amigo.

— Graças a Merlin... – Rony suspirou. — Você está bem?

Hermione se afastou limpando os registros de lágrimas do rosto.

— Estou. Vocês todos sabem do que se trata isso aqui, não sabem?

— Vector disse que todo mundo foi avisado da mesma forma, então acho que sim.

— Você não foi clonado, foi?

— Não, mas Miguel Corner foi. Estou atrás dele. Então... Draco foi...

— Clonado. Sim.

— Um já era ruim, dois então... – Rony se lamentou.

— E Harry?

— Nem sinal dele.

Quando os dois menos esperaram, um vulto pareceu passar de uma árvore para a outra. Hermione e Ronald assumiram posição, enquanto procuravam por aquele que havia se movido. Ao longe, avistaram cotovelos aparecendo por detrás de um tronco.

Rony fez sinal para Hermione não falar nada.

“Homenum Revelio...” Rony conjurou em silêncio e logo a figura saiu à força detrás da árvore. Hermione arfou. Era Luna segurando Cho pelos cabelos. Seus olhos pareciam vidrados, e um sorriso diabólico deformava sua feição que Hermione e Rony tanto conheciam. Hermione sentiu seu estômago se contorcer.

— Expeliarmus! – Hermione tentou desarmar Luna, mas o feitiço ribombou.

— Hermione, não! – Rony gritou correndo para acudi-la da queda.

— Sua piranha, desgraçada, solta ela! – Parvati surgiu de um lado da floresta atacando a Luna-clone. Seus feitiços não ribombaram como o de Hermione, e Luna teve que se defender.

— HUM-HUM! – Cho tentava falar, mas Luna deveria ter enfeitiçado-a e deixado-a com a língua presa.

Hermione ficou agitada para tentar interferir quando Luna e Parvati travaram um duelo, Cho lá no meio, com as mãos atadas nas costas, nada podia fazer!

— Vem Hermione... – Rony tentava a puxar.

— Vão! Saiam daqui! – Parvati gritou.

— PARVATI! – Padma apareceu num outro canto. Parvati olhou para a irmã bem quando Luna contra-atacava.

O feitiço pegou Parvati direto no peito, a fazendo cair metros atrás.

— MEXEU COM A GÊMEA ERRADA, IMBECIL!

Padma tentou investir, mas assim como aconteceu com Hermione, o feitiço ribombou, mas Padma conseguiu se esquivar.

— DESISTA! – Gritou Rony para ela. — NÃO VAI FUNCIONAR!

Luna sorriu novamente o sorriso diabólico e desaparatou levando Cho com ela. Hermione estava em prantos de raiva, não por Luna ou Cho exatamente, mas por que tudo aquilo parecia uma insanidade.

— Vocês viram Dino? – Padma perguntou enquanto corria para a irmã no chão.

— Não. – Hermione e Rony responderam.

— Pardma, leve-a daqui. – Hermione disse.

Padma assentiu e, segurando a mão da irmã também desaparatou.

— Luna, a verdadeira, deve se refém de quem? – Rony perguntou perturbado.

— Não sei, mas...

Então Hermione petrificou. Viu ao longe uma silhueta que não poderia confundir. Rony tentou focar onde ela tanto olhava.

— Era o...

— Harry. E o Draco. – Hermione gelou.

— DROGA.

Hermione e Rony desataram a correr atrás dos dois. Parecia que Harry estava arrastando Draco por uma corda invisível. Draco tinha sangue no cenho e não gritava, nem falava nada, não se mexia da cintura pra cima, mas parecia seguir Harry como um cachorro na coleira para onde quer que fosse.

— DRACO! – Hermione gritava.

Rony não poderia ter imaginado o quão estranho foi ter ouvido aquilo. Parecia que Hermione não ficara tão perturbada por ser o Harry ali quanto ficou quando viu a Luna-clone.

— HARRY!

Os dois começaram a aparatar e desaparatar como se Harry brincasse de esconde-esconde, de uma arvora para a outra, alternadamente.

Hermione não conseguia o atingir com nenhum feitiço daquele jeito. Foi quando Crabbe despontou, correndo de um lado para o outro na floresta, e enquanto Hermione tentava acertar Harry, Rony se voltou para ele.

— Viram a Luna? OH PORCARIA! – Crabbe notou a situação de Hermione.

— Ela desaparatou. Estava aqui. Viu Miguel Corner?

— Ali... – Crabbe apontou para um outro lado da floresta e desaparatou em seguida.

Quando Ronald se virou para a outra direção, ficou perplexo. De repente um monte de seus colegas estava há uma considerável, mas visível distância. Uns duelando contra os outros. Hermione deu uma olhadela para trás e, quando se deparou com a mesma cena, ficou apavorada. Foi quando Harry-clone aproveitou para desaparatar de vez e sumir.

Rony procurou por Miguel Corner e viu seu parceiro refém de Dino Thomas. Miguel estava num estado deplorável.

— OH MEU DEUS... – Hermione arfou tapando a boca em horror.

Ronald estremeceu de raiva e, inspirado pela fúria, desatou a correr lançando feitiços atrás de feitiços contra Dino.

Hermione também se embrenhou na batalha, se defendendo de feitiços hostis, muitos que nem eram realmente direcionados a ela. Enquanto procurava por Draco novamente, viu de tudo. Luna verdadeira era refém de Lilá Brown. Neville tentava salvar Justino de Pansy Parkinson, enquanto a verdadeira Pansy era refém de Ernesto e Simas tentava salvá-la.

Hermione se viu mais que perdida naquela selva de desastre quando tropeçou em Gina.

— Hermione?

— Gin?

As duas se abraçaram, esquecendo do perigo de serem ou não clones. Sorte a delas nenhuma ser.

— Você não foi clonada? Eu não fui. – Hermione adiantou.

— Não, mas... Harry foi.

— Eu sei. Draco é refém dele!

Um feitiço passou acidentalmente bem entre elas duas, que tiveram de se abaixar.

— Harry é refém de Draco, tem certeza que você viu Draco refém de Harry? – Gina perguntou.

— Sim, eles estavam aqui agora a pouco. Draco está ferido.

— Harry também está.

Não houve mais tempo para trocarem ideias, e logo mais feitiços irromperam pelo ar. Hermione e Gina tentavam se proteger a todo custo, quando notaram que Simas estava tentando salvar Pansy de Ernesto, e o Ernesto verdadeiro apareceu na frente, casualmente tentando salvar sua própria parceira, uma menina da Lufa-Lufa sob poder de uma aluna da Gifinória. Porém, o clone de Ernesto, assim como o descrito, pareceu esquecer de sua refém, e tratou de tentar aniquilar seu corpo original.

Simas pegou Pansy nos braços, desmaiada, e teve que fugir do olhar mortífero da Pansy-clone, que de repente também se voltou contra seu corpo original no colo de Simas. Justino, sem Pansy no seu encalço, conseguiu correr para Neville e os dois desaparataram da guerra. Porém, o clone de Justino continuou com sua refém, Lilá, dando trabalho para alguém, perdido no meio de tantos.

Os dois Ernestos travaram uma batalha sangrenta, e não dava para ninguém interferir por não poderem distinguir qual era o real e qual era o falso. Hermione continuava apavorada. Um dos dois ia morrer e ela não quis nem ver qual seria.

Rony conseguiu atingir Dino-clone no peito, e ele se desfez como se petrificasse e virasse pedras em seguida. Rony pegou Miguel Corner.

— Vai. Suma daqui. – Disse Ronald.

— Vamos logo, cara, isso aqui está o inferno!

— Preciso achar Cho. Padma levou Parvati ferida daqui, deixando Cho com o clone de Luna. Além disso, ainda tem um clone seu por aí, fazendo alguém de refém. Sem falar que Dino é refém de outra pessoa também!

— Não vai adiantar! Os feitiços só funcionam se a pessoa for meu refém. Eu posso achar meu clone, mas talvez não dê certo. Quem garante que você vai salvar Cho também?

— Não custa tentar. Se não der certo com a varinha, arranje uma pedra, um pedaço de madeira bem maciça... Não vamos deixar ninguém morrer se pudermos impedir! – Gritou Ronald, e sem dar tempo para Miguel pensar, saiu correndo atrás de salvar alguém.

Miguel sentiu o peso da consicência.

— Tudo bem, eu vou tentar achar a Cho, você tenta pegar meu clone. Vai ser mais fácil se não houver um outro eu tentando me aniquilar.

— Certo. Dino também fica comigo.

E os dois partiram em direções diferentes.

Hermione e Gina ainda se protegiam, enquanto procuravam seus parceiros. Gina de repente deu um grito. Era Harry sendo puxado por Draco. Ambos estavam feridos como se já tivessem lutado bastante. Draco o levava para mais dentro da floresta, se distanciando da guerra.

Hermione ficou agitada e tratou de correr junto com Gina atrás dos dois. Quando perceberam, estavam aparentemente isoladas de tudo. Para onde se olhava, não se via mais que floresta e sombras. Deviam estar no coração da floresta. Somente uma região parecia mais clara. Chegando perto dessa claridade, as duas se depararam com um profundo penhasco.

— Eles estavam vindo pra cá! – Queixou-se Gina.

— Não, não podem ter...

Um barulho de passos as alertou. Abas se viraram e deram de cara com Draco de pé, trazendo Harry de joelhos, com a varinha no pescoço do garoto. A língua presa, mãos atadas com uma corda enfeitiçada. Ambos com ferimentos e arranhões pelos braços e rosto.

— SOLTE-O! – Gina lançou um feitiço, mas Draco conseguiu se arredar, fazendo o feitiço passar reto.

— Gina... – Hermione a chamou, tremendo.

Gina quase não deu atenção a ela, mas o que Hermione alertava logo entrou no seu campo de visão. Era outro Draco e outro Harry. Outro Draco com a varinha apontada na garganta de Potter, também de joelhos. O que os diferenciava era apenas a roupa e as feridas, fora isso, não tinha como saber.

— Droga! – Gina gritou.

Hermione e ela ficaram sem saber o que fazer. Se enfrentassem o clone da outra, o feitiço ribombaria, e ainda poderiam ferir os verdadeiros.

— Hermione... – Chamou o Draco da direita.

— Hermione... – Disse o outro.

— Me salva... – Concluiu o primeiro.

— É o Imperius, Hermione... – Ambos disseram ao mesmo tempo.

— Draco? – A grifinória não sabia o que fazer.

Estranhou que os clones presentes não estivessem tentando aniquilar seus corpos originais como os outros faziam. Ali estavam Harry e Harry-clone; Draco e Draco-clone, mas ambos não estavam dando sinais de que eram falsos; ambos estavam tentando confundir Hermione e Gina como se tivessem racionalidade. Claro que o Draco verdadeiro preferia sair dali, em vez de ficar inutilmente ameaçando Potter bem do lado do seu “gêmeo malvado”, mas qual era o Draco verdadeiro sob o Imperius do Harry-clone?

— Hermione... – Gina implorou. — Qual deles?

Hermione olhou bem nos olhos dos dois Harry, mas todos só transpareciam dor. Um deles fingia, é claro, mas fingia muito bem. Então, ela passou aos Draco. Os dois continuavam afirmando que era o verdadeiro, e que havia um Harry se passando por vítima. Hermione olhou bem nos dois pares de olhos cinza. Por que eles eram diferentes dos outros?

Hermione começou a erguer o braço. Gina começou a se agoniar com o que ela ia fazer.

— Hermione... Você já sabe?

— Não...

Foi quando tudo aconteceu em breves segundos:

Hermione segurou firme na varinha. Imaginou errar, acertando o Harry certo, e fazendo o Harry-clone machucar Draco gravemente, mas o mesmo poderia acontecer ao contrário, e as duas situações seriam bem ruins.

Foi quando Hermione decidiu se deixar levar. Seu braço ia atingir o Harry da direita.

— ORBIS... – Mas antes que o feitiço irrompesse da varinha, Gina teve um rompante, e fez menção de conjurar um outro, fazendo o braço de Hermione bater para outro lado.

O feitiço do Orbis manou da varinha de Hermione atingindo em cheio o peito do Harry da direita, instantaneamente ele caiu em coma no chão. Hermione viu o Draco também da direita abrir um sorriso de alívio, enquanto o Harry caído se desintegrava. Ela pelo menos acertara o Harry-clone certo. Porém, o tempo realmente não parou, e o feitiço de Gina já ameaçava atingir o clone de Draco que, perspicaz, lançou o verdadeiro Potter no precipício, rapidamente bloqueando o feitiço de Gina.

— HARRY! – Mas ela não se importava mais com qual Draco atacara. Harry caía em queda livre.

Hermione correu para o precipício enquanto finalmente o clone de Draco se voltava contra ele. Gina parecia fora de si.

— HARRY!

— Merlin...

Antes que Gina se jogasse junto, Hermione decidiu desacordá-la também.

— Orbis! – Conjurou lançando a si mesma no precipício.

Gina caía dura no chão, Draco quase se deixou atingir quando assistiu o absurdo que Hermione fez.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!
Espero vocês na próxima!
Mila.