Amor. Um Sentimento Terrível. escrita por camila_guime


Capítulo 1
Planos


Notas iniciais do capítulo

É a primeira vez que tento uma long de HP, então espero que gostem.
Boa leitura.



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Cap. 01

Planos.

O verão abria seu leque luminoso sobre o céu de Hogwarts. Sete da manhã, mas já quente. Um calor úmido pelas poças da chuva noturna que restaram nos pátios e jardins, fazendo exalar um cheiro forte de terra molhada e grama. E foi com esse cheiro que naquela manhã Hermione despertou. Halada, sua nova coruja (presente de Harry), batia ao vidro da janela, pedindo para sair. Preguiçosa, Hermione olhou o relógio, sua amiga de quarto Gina (ainda dormindo) e só então olhou para a ave.

— Agora não, Hala...

Contrariada, Halada bateu mais forte no vidro, fazendo um barulho irritante. Hermione tapou o rosto com o travesseiro, mas não esperava receber uma bicada no dedão do pé em resposta.

— ARGH! Bicho chato! – Bufou Hermione sentando subitamente e olhando o pé. — Se não fosse um presente de Harry, eu te matava!

Xingou a pobre coruja seguidamente enquanto se forçava a levantar e ir abrir a janela para o animal. Halada voou imediatamente e sumiu no céu conforme subia, sendo ofuscada pela luz cintilante daquela manhã.

Sábado. Sete horas... Hogwarts ainda estava bem vazia. Hermione passou os olhos pela belíssima vista daquele jardim medieval, vasto e muito verde. A grama brilhava, ainda molhada, ao sol, e ao longe um Salgueiro Lutador derrubava ninhos de seus galhos, antes que os pássaros tentassem terminá-los e ousassem se hospedar por lá. Aves visitavam a fonte que jorrava água fresquinha no centro do pátio. Libélulas voavam em círculos sobre os arbustos. Fumaça saía da chaminé de Hagrid e o vento fazia tudo ficar fresco e novo em folha.

Hermione suspirou pensando que talvez esteja sendo muito dura com Halada, já que graças a ela teve a chance de ser a primeira pessoa a ver uma Hogwarts quieta, recebendo o verão e preparando um lindo fim-de-semana para todos. E foi embalada por pensamentos que teve o breve impulso de acreditar que tudo ia dar perfeitamente certo, até que...

Do meio das árvores, no outro lado do grande jardim, um loiro vinha caminhando de forma ritmada, com passos largos e tranquilos. Seu rosto alcançou a claridade ao sair das sombras, e seus olhos faiscaram com o sol. Hermione sentiu como se seu estômago tivesse dado um pulo, e tratou de se enfiar atrás da cortina, mesmo achando que estava longe o suficiente para que Malfoy não a visse. De toda forma, não queria arriscar. Acompanhou o rapaz até que ele alcançasse os bancos dispostos em círculo, ao redor da fonte. O monumento de uma sereia não a deixava ver direito o Malfoy, mas o garoto parecia concentrado.

— Doninha de uma figa... O que será que ele está fazendo essa hora lá fora?

O que Malfoy poderia estar fazendo para aquele lado? Era torre da Grifinória, era mais especificamente território do dormitório das meninas. Era raríssimo ver qualquer um da sonserina por ali, ainda mais um como ele...

Malfoy se moveu no banco, olhou para cima e, por um instante Hermione sentiu como se seus olhares houvesse se cruzado, mas não daria para ser, estavam longe demais. Então, o garoto sorriu para o nada como quem sorri por uma paisagem e, de repente, encantou algo branco e pequeno: uma bola de papel, que saiu flutuando para o alto, aparentemente sem direção. Hermione se espremeu atrás da cortina, intrigada. “O que aquele garoto tinha para ficar escrevendo numa manhã de sábado? O verão o inspirara?”.

Então, Malfoy recostou-se no banco e novamente ergueu os olhos como se mirasse Hermione, colocando as mãos na nuca depois de subir as mangas da camisa até a metade dos braços. Seu rosto esboçava um sorriso cínico. Hermione sentiu um formigar no rosto e teve o impulso de sair de perto da janela. Mas foi quando um projétil pequeno e desalinhado de repente começou a cair no ar, e então, quando menos esperou, a pequena bolinha de papel do Malfoy atravessou a cortina do quarto, trazendo uma rajada de vento consigo, e deixando a mostra uma garota de rosto pálido e cabelos volumosos ali, espiando o rapaz do jardim.

Hermione até pôde ouvir a risada debochada do sonserino ao confirmar que estava sendo espiado por ela. Brava, mas muito mais envergonhada, ela voltou para dentro do quarto, urrando e batendo a janela. A pobre Gina que dormia tranquilamente sobressaltou:

― CHIFRE DE UNICÓRNIO! – Gritou a garota ao cair da cama.

Hermione deu um gritinho assustado e correu para perto da cama da amiga.

― OH, Gina você está bem?

A ruiva, estatelada no chão, massageava a cabeça enquanto tentava se restabelecer.

― Acho que sim, mas... O que foi aquele barulho?

― Que barulho? – Hermione deu um risinho culpado oferecendo a mão para Gina se levantar. ― Você deve ter sonhado...

― Não, com certeza não. No meu sonho não havia barulho, havia só música, dança e...

Gina parou ao notar que preferiria não contar o sonho à Hermione, quem agora a encarava com uma sobrancelha erguida.

― E...?

― E nada. Deixa pra lá. – A ruiva balançou a cabeça e andou pelo quarto em direção à janela. ― A final, por que isso está fechado?

― Está um péssimo dia para janelas abertas! – Interveio Hermione correndo e se pondo entre a janela e Gina.

― Péssimo? Hoje não! – Gina começou a surtar de repente, tentando a todo custo abrir a janela e conferir o tempo, mas Hermione continuava impedindo. ― Não escuto barulho de chuva! Não pode estar ruim! Eu tenho que sair! Hoje eu tinha que ir a Dedos de Mel, eu... Tenho que me... Tenho que... AH, mas que diabos, Hermione!

Hermione lançou um feitiço mudo de proteção sobre o ferrolho da janela quando perdeu a força contra Gina.

― Você não pode abrir essa janela!

― Por que não?

Hermione não queria dizer que era por que estava receosa de o Malfoy ainda estar lá por fora e pensar que ela estava interessada em vê-lo de novo, ainda mais se Gina metesse a cara, ia parecer que ela chamara a amiga para dividir a “imagem”.

― Você não pode abri-la por que emperrou, não está vendo? – Hermione mentiu.

― Você acha que eu sou ignorante? Sou ruiva, não loira, Hermione! Você acabou de bloquear a fechadura. – Gina apontou para a varinha de Hermione. ― Vamos desfaça esse feitiço se você não quiser que eu mesma o faça!

Hermione riu nervosa, encurralada.

— Tudo bem, tudo bem! Mas aposto que o que você vai ver não vai ser tão agradável... – E nessa hora Hermione rezou para que Malfoy ao menos não estivesse lá.

Bem quando estava preste a desfazer o feitiço, um batucar começou do lado de fora. Gina e Hermione pularam, num grito e se abraçaram assustadas. Não era um ribombar de trovão, parecia mais alguém tentando forçar a janela. Hermione gelou ao achar que Malfoy estaria tentando entrar.

― O-o-o que tem lá fora Hermione? – Gina perguntou sentindo o coração palpitar à flor da pele.

― Era... Era... – Hermione estremeceu. ― Mal... Malf...

― O que era mal?

Não deu tempo de Hermione desfazer o mal entendido de Gina, logo um feitiço foi lançado de fora para dentro e a janela escancarou-se. Um garoto sobre a vassoura planava frente a elas, não parecia lá muito contente, debaixo de sua franja negra e espessa.

― HARRY! – As garotas gritaram. Ginna, assustada, e Hermione, aliviada.

― Dá pra me explicar o que estavam fazendo? – O garoto inquiriu. ― Eu venho aqui dar um aviso a vocês e vocês aí dentro, trancadas! Que diabos estavam fazendo?

As garotas se soltaram depois da pergunta de Harry. Gina percebeu que estava de camisola e correu para trás de Hermione (que ainda estava de pijama também, coitadinha).

― Era que... – Começou a morena. ― Era que eu... Eu achei que não devia deixar a janela aberta por que alguém poderia entrar. Acertei não foi? – Hermione falou como se tivesse dado uma boa cartada, porém, Gina destacou:

― Então você sabia que o Harry estava vindo?

― Eu? Não... – Hermione se assustou com o tom de ciúme da ruiva.

― OK! – Harry chamou atenção para si. – Eu preciso falar antes que alguém me veja aqui fora... – Ele parecia preocupado, mas deu pra entender que era por Filtch. – Eu estava passando perto da sala dos professores e ouvi uma coisa...

― Você tornou a espiar os outros, Harry? – Hermione ralhou. – Já disse que vou tirar a capa da invisibilidade de você!

― Não. Você vai me agradecer por estar contando...

― Então fala logo! – Gina apressou.

Harry vigiou um pouco o perímetro sobre o qual planava e se encostou mais à janela das garotas, curvando-se para dentro.

― Dumbledore e alguns professores estão numa missão. – Disse ele vendo as meninas arregalarem os olhos, e antes que elas perguntassem, ele continuou. – Não disseram sobre o que era, nem onde, mas parece algo sério... A Ordem não foi citada, mas eu suspeito que ela esteja envolvida...

― Acha que tem a ver com Vol...?

― Com certeza – Harry não deixou Hermione terminar. Lágrimas começaram a se formar nos olhos de Gina. — Mas não adianta tentarmos nada agora... – Harry parecia chegar ao ponto principal. – Para nos manter ocupado, eu suponho, a escola vai promover uma espécie de torneio, e as casas vão ser dissolvidas.

― O QUE? – As meninas gritaram. Harry chiou para fazê-las calar.

— Pelo que eu entendi, vão misturar todo mundo em grupos, e a casa de onde somos não vai importar. Eu acredito que seja para dissipar qualquer união suspeita.

― Como nós? – Gina perguntou.

― E como as que existem na Sonserina. Todo mundo sabe que Voldemort tem olheiros, e a escola deve achar que separando esses núcleos, os espiões ficarão dispersos e mais distantes da influencia das trevas. Depois, poderão se socializar e, a partir dos treinamentos do torneio, se tornar fortes para proteger Hogwarts...

As meninas pareciam petrificadas. Um frio anormal subira pelo peito de Hermione. Ela viu nos olhos de Harry que tudo isso significava uma tentativa de distrair os alunos enquanto eles mesmos eram preparados sem se dar conta. Era triste ver a verdade nos olhos do amigo: ele não estava nada bem.

Harry olhou para Gina, que ainda estava em choque.

― Minerva vai avisar isso a todos no café. Estejam preparadas... Essa parte das casas é que me preocupa... Algo me diz que não será fácil confabular nada nessa situação...

Harry terminou tentando soar um pouco mais leve lembrando de que “pelo menos eles tinham um fim-de-semana livre pela frente”, mas os ânimos já estavam alterados. Depois, ele saiu. Gina, em choque pessoal, não conseguiu conversar sobre isso com Hermione. Hermione queria ver primeiro a desculpa que o conselho docente daria aos alunos, pois até então tinha apenas as deduções de Harry. Assim, Gina foi à frente para o banho.

Hermione sentou na beira da cama, pensativa. Olhou pelo quarto tentando associar tudo e prevê algo que poderia acontecer, mas nada vinha a sua mente, e era perturbador. Foi quando avistou a bola de papel no canto da parede, a bolinha que Malfoy jogou no quarto dela. Aquele momento de logo cedo pareceu, de repente, algo mal, muito mal.

A garota correu até o canto do quarto, aproveitando que Gina ainda devia estar se penteando, e pegou o papel, abrindo-o. A caligrafia ali escrita caracterizava desleixo proposital, pois dava para perceber que era bonita nos traços.

Olá Granger! Achei que fosse adequado dar bom-dia a você esta manhã, a final, precisamos começar a nos dar bem a partir e hoje, não? Atenciosamente, Malfoy”.

Hermione sentiu os cabelos da nuca se arrepiar. Outro frio assolou seu peito. Ela não precisou muito para conseguir juntar A mais B e perceber que estava certa: era mal... Era o Malfoy.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários, aqui suas vozes serão ouvidas e o que disserem será levado em conta!
Obrigada por lerem!
Mila.