Sympathy for the Devil escrita por Lolis


Capítulo 18
Haja Paciência... - Parte I


Notas iniciais do capítulo

LoLita promete, LoLita cumpre! (Isso soou tão propaganda eleitoral...).
Como combinado, aí está o capitulo do começo das filmagens!
Ah, notaram a ironia com o titulo? Rrsrsrs...
Sintam - se bem vindas Blondie e Celly (já dei apelido...rsrs). Espero continuar vendo vocês por aqui *__*
Notinhas Finais...
Enjoy it!



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- DRAFFY! ACORDA!

Se você nunca acordou com a doce voz do Adler gritando no seu ouvido você nunca sentiu ódio de verdade.

- VAI A MERDA! – devolvi mostrando, ainda grogue, meu dedo do meio para ele – Não vê que eu estou dormindo, animal?

- Mas já são sete horas! – eles afirmou.

- E daí? – enfiei minha cara no travesseiro.

- E daí que o Axl me mandou aqui. Para te acordar...

- Por que o Slash não me acordou? – perguntei esfregando meus olhos e os deixando ainda mais inchados.

- Ele não quis arriscar...

Bufei.

- Ótimo. Vou levar apenas alguns minutos. Fala para o Axl sossegar.

- Ok. Mas seja rápida. Eles já está se estressando...

- Aham, como se eu ligasse... Some!

Ele saiu rápido do quarto e puxei minhas sacolas debaixo da cama, me vestindo o mais rápido o possível. Calças jeans folgadas, uma maxi – camiseta do The Clash – que eu recentemente havia cortado abaixo dos seios. Tecnicamente, então, era só uma camiseta larga agora... – e All Stars detonados.

Enfiei minha cartelinha de cigarros no bolso traseiro da calça, sem antes pegar um e acender.

Pus um par de óculos escuros para disfarçar o inchaço e ajeitei meus cabelos com os dedos.

Sai pelo corredor e desci as escadas pulando de dois em dois degraus, até chegar lá fora, onde o tal ‘veiculo disfarçado’ me esperava.

- Vocês são discretos... – comentei irônica, entrando na limusine.

- Eu dei a idéia! – Glister sorriu me puxando para sentar entre ela e Steven. Duff sentava na outra extremidade, entre Slash e Izzy que pareciam ignorar a presença do baixista.

Axl, por outro lado estava grudado em Glister, com uma das mãos nos seus ombros e outra na coxa dela além de ostentar uma expressão satisfeita.

Eu conseguia sentir a tensão no ambiente.

- Vocês estão bem? – perguntei para Axl e Glister.

- Claro. Por que não estaríamos? – Glister respondeu.

- Hum... Ok, então...

- Memorizou seu papel? – Axl comentou.

- Claro. Eu o ensaiei a noite toda... – respondi trocando um olhar cúmplice com Slash. Axl fingiu um vomito.

- Eu realmente não precisava ficar sabendo disso... – Izzy resmungou.

- Reclamando por que está na seca? – Steven zombou.

- Não fala nada. Você está a mais tempo que eu! – Izzy retrucou.

Steven ficou vermelho. Ri.

- Depois de quanto tempo, vocês se consideram na ‘seca’? – Glister perguntou.

- Gata, se você não pega ninguém em no maximo três dias, você está na seca – Izzy explicou.

- Puxa... – Glister riu.

Eu apenas joguei meu cigarro pela janela.

- Vai ter um monte de modelos naquele hotel... – fingi tédio – E elas devem estar loucas para engravidar de qualquer um de vocês.

- Nossa, quanto otimismo... – Duff, que até então estava estranhamente calado falou.

- Sou realista. Isso, se não forem groupies. Essas aí, vão querer levar um souvenir... – sorri maliciosa. Eles fizeram caretas assustadas.

- Eu já fui uma groupie... – Glister comentou.

- Sério? – Slash comentou sarcástico. Aparentemente ela não notou.

- Sério mesmo. Como você acha que eu consegui aquela camiseta do Aeroswith, Draffy?

- É Aerosmith, Glister. E você já me contou, o Tyler te deu a camiseta depois do show e...

Ela me olhava sugestiva.

- Oh Meu Deus! Você deu para o Steven Tyler!

- Dãh!

- Ele beija bem? – zombei.

- Nem me lembro tão bem assim, mas que o negócio dele é...

- Parem de falar disso, por favor! – Izzy praticamente implorou. – Não queremos e nem precisamos saber disso!

Mostramos a língua para ele.

Logo a limusine parou e saltamos sutilmente. O hotel estava praticamente cercado de policiais e seguranças.

- Vocês realmente odeiam paparazzis... – Glister falou.

- Nem sabe o quanto... – Slash passou o braço por cima do meu ombro e me ofereceu um baseado.

- Valeu... – peguei.

- Ajuda a relaxar...

- Eu preciso disso! – ri –me acendendo o cigarro.

Depois de agüentarmos o gerente chato do local, nos enchendo de adjetivos grandiosos e impronunciáveis – pelo menos para mim, que já estava semi – chapada -, subimos pelo elevador do local e fomos parar num quarto cheio de modelos.

Sim. Cheio de modelos.

- Ah, é hoje que eu saio da seca... – Steven cantarolou já indo falar com uma morena.

- Isso é o paraíso... – Axl sorriu.

- E a Vaca Grief? – enchi.

- Ela pode suportar isso...

Revirei meus olhos e me sentei numa cama afastada, para terminar meu baseado tranqüila.

- Isso é proibido... – uma voz irritantemente conhecida me tirou da minhas alucinações.

- Merda, dá para me deixar fumar em paz? – reclamei sem olhar para a cara do infeliz – E o que você está fazendo aqui? Resolveu me seguir agora?

- Eu trabalho aqui.

- Porra... Que encosto!

- É assim que você trata quem te da abrigo quando bêbada?

Bufei.

- O que você quer?

- Falar com você. Posso?

- Não. Sai do meu pé, garoto – bacon.

- É P.J. na realidade.

- Não ligo. Some.

Ele suspirou.

- Então, vou apenas te devolver isto... – me jogou o vestido de couro que eu havia usado aquela noite.

Cara, eu nem me lembrava mais desse vestido.

- E te deixar tentando lembrar aquela noite. Mesmo chapada, você é uma tem uma boa performance... – e piscou para mim.

Arregalei meus olhos.

- Espera aí... – comecei.

Mas ele já havia se afastado.

- Maldito... – rugi atirando o vestido longe.

Uma modelo o pegou.

- É seu... – me devolveu.

- Não o quero. Fica para você, se quiser.

- É um vestido bonito...

- Fica logo então! – gritei a assustando – Desculpe... eu não deveria ter gritado com você... É que... Um cara me irritou.

- Ah, entendo. Foi o cara da contra – regra... – ela sorriu compreensiva.

- Cara da contra-regra?

- É, o que estava falando com você. Ele fala para todas que já transou com elas. Mas é mentira.

- Como você sabe?

Ela me olhou significativa.

- Você quer mesmo saber?

- Não... – ri – Sou Draffy. Quer um cigarro?

- Não, obrigada. Não fumo.

- Tudo bem. Você não me parece estranha... Te conheço?

Ela sorriu tímida.

- Bom, eu sou modelo de comerciais...

- Deve ser isso... – comentei – Qual o seu nome?

- Erin Everly.

Levei um choque. Eu estava diante de uma das maiores polemicas do cenário musical do fim dos anos 80.

- Erin?

- Everly. – ela completou alegremente – É você a garota do biquíni de oncinha?

Fiquei corada.

- Sou – disse entre os dentes.

- Ah, que bom que eu te achei. Vem comigo. – e me puxou de onde eu estava.

- Para onde você está me levando?!

- Para a sala...

- A Sala? O que é a sala?

- É onde nós nos arrumamos. Temos as araras e os figurinistas. Sem contar, claro, com os maquiadores.

Parei.

- Maquiadores?

- Claro, sua tolinha.

Aquilo soava tão Glister.

- Agora se mexe. Temos exatas uma hora e meia para te maquiar, arrumar seu cabelo e te vestir. Vamos aproveitar que a banda está fazendo o acústico.

Eu não me surpreendi nem um pouco em achar uma Glister eufórica nos meio daquela parafernália.

Roupas, roupas e mais roupas. Sem contar umas setenta modelos.

- Draffy! Oi colega! – ela me chamou para perto dela. Me soltei da Erin que ia testar uma tonalidade nova de batom.

- Eu imaginava que te acharia aqui... – fiz uma careta.

- Não é demais? Eu amei esse lugar!

- Aposto que sim.

- E adivinha... Eu consegui uma ponta! – bateu palmas vibrante e deu alguns pulos desnecessários.

- Puxa...

- Eu vou interpretar uma garota que se preocupa mais em fofocar que eu notar o Steven.

- Ótimo.

Depois que ela se acalmou, decidi contar meu recente encontro com o mau encarnado.

- Não acredito – ela pareceu chocada – Eu sabia que vocês tinham transado!

- Calada! E eu não transei com aquele idiota. Ele só deve ter trocado minha roupa... Sabe, se sentiu compadecido e...

- Vocês transaram... Vocês transaram... LáLáLáLá... – ela cantarolou.

- Glister!

- Desculpe! – ela riu – É que é hilário ver sua cara de zangada...

- HaHa... – ri com escárnio – Agora, será que dá para me ajudar com esse biquíni?

Ela amarrou a parte de cima.

- Ficou tão... Pequeno – ela comentou.

Me olhei no espelho.

- Eu odeio meu avô... – emburrei.

- Relaxa... Com uma maquiagem e um pouco de laquê, você fica...

- Parecendo atriz de pornô barato?

- Eu ia dizer ‘ajeitadinha’, mas isso também vale...

Revirei meus olhos.

- Eu sinto como se tivesse vendido minha alma.

- Mas você vendeu. Depois que os Estados Unidos inteiro te vir nesse modelito você vai virar uma sex symbol, sabe? Tipo Madonna, ou Marilyn Monroe.

- Não vou chegar a tanto.

- Besteira... Me passa o laquê?

- Qual é?

- O vidrinho rosa. Isso.

Ela lambuzou meu cabelo e se armou com um secador.

- Como eu dizia... – puxou minhas mechas com uma escova – Você vai ser assediada por maníacos – sexuais e dar entrevistas em programas matinais e...

- Ok, já entendi...

Ela riu.

- Gostou do cabelo? – perguntou esperançosa. Olhei para uma outra garota no espelho.

Uma garota com um cabelo bizarro.

- Aham... – sorri forçada.

- Ah! Eu sabia! – ela comemorou – Maquiagem, agora!

Depois de delinear minhas sobrancelhas, olhos, boca ela me apresentou a ‘nova eu’.

Cara, eu estava parecendo uma atriz pornô do verdade.

- Eu... Eu estou irreconhecível! – guinchei tocando minhas bochechas cheias de blush.

- Mas está a maior gata.

- O que você fez com minhas sobrancelhas?!

- Delineei, ué.

- Você as mutilou!

- Draffy, para de dramatizar. Você está um arraso. Põe o roupão e vamos.

- Me sinto outra pessoa... – resmunguei.

Ela ignorou.

- Me responde uma coisinha?

- O que? – funguei.

- Você fica desconfortável perto de câmeras?

Abaixei a cabeça.

- Talvez... Um pouco.

- Draffy...

- Muito.

Ela suspirou.

- O que geralmente acontece com você diante de câmeras?

- Meu nariz sangra.

- Tome isso – me entregou um pacotinho de absorvente interno.

- O.B.? Porra! Eu não estou de TPM!

- Não é isso, tonta. É para caso seu nariz sangrar, você por isso no seu nele. Absorve mais que lenços comuns.

- Brilhante – reconheci.

- Obrigada. Ultima coisa...

- O que? – me entediei.

- Você sabe algo sobre sedução?

- Hã?!

- Você entendeu. Ser sensual, provocante... Você vai precisar disso, por mais curta que seja sua aparição. Sabe, ou não sabe?

- Eu não preciso disso!

- Precisa sim! Sua parte é a mais provocante!

- Eu sei me virar... – despistei.

- Não. Não sabe. Ruja!

- Rugir? Não!

- Ruja! Assim... – Glister imitou uma espécie de pantera.

Imitei ela.

- Agora repita: Sou uma tigresa faminta e sedenta pelo seu corpo.

- Ah, você está zoando comigo...

- REPETE!

- Ok... Hum... ‘Sou uma trigresa faminta e sedenta pelo seu corpo...Meow!’

- Com mais vontade. MEOWWWNNN!

- Meown! - tentei.

Ela bufou.

- É, não está tão ruim.

- Obrigada.

- Por nada. Agora, vai lá e faz isso para o Slash.

- Ah, sem essa, irmãzinha.

- Quer fazer uma boa ponta ou não?

- Quer mesmo que eu responda?

- Draffy...

- Eu não vou imitar uma pantera!

- Tigresa... – ela corrigiu.

- Tanto faz. Eu não vou imitar e fim de discussão.

- PRÓXIMA! – A voz do diretor se fez ouvir, indicando que era para mim entrar em cena nesse momento.

- Vai...! – Glister me empurrou para dentro do quarto montado, onde Slash brincava com Sam, numa cama de casal.

Entrei aos tropeços com aqueles saltos agulha.

- A senhorita é Draffy Foxxy?

- Sou. – respondi para o velho que parecia ser o tal diretor.

- Muito bem. A senhorita já sabe o que fazer. AÇÃO!

Despi o roupão, revelando o tão odiado biquíni.

Slash desviou o olhar para mim.

Mais precisamente para os meus peitos.

- Wow... – ele assoviou – Caiu bem em você...

- Valeu. Tarado... – pisquei.

- Vai poder levar ele para a casa? – ele sussurrou malicioso enquanto eu me posicionava no seu tórax.

- Talvez... – mordi o lábio.

- SILÊNCIO NO SET! – o diretor gritou.

Rimos e Slash fez Sam escorregar no seu ombro e tentou fingir desinteresse em mim.

Estava tudo correndo bem. Eu fazia o meu trabalho – rebolar como uma vadia, fingindo relação – e ele tentava fazer o dele, que ela não se excitar. Tanto.

Isso até ouvirmos barulhos de quebradeira no set ao lado.

- Mas que diabos? – o diretor se irritou. Eu e Slash nos levantamos.

Peguei meu roupão e o vesti apressada.

- Está vindo dali... – apontei para a parede oposta.

- É onde o Axl está... – Slash resmungou como se aquilo explicasse muita coisa.

E acreditem, explica.

- Vamos ver. – decidi.

- Espera eu guardar a Sam...

- Traz ela. Se o Axl estiver surtando, você põe a Sammy pra morder ele.

- Não é uma má idéia... – ele deu os ombros – Vamos.


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Notas finais do capítulo

Bom, vamos direto ao assunto:
1º Erin Everly! Acham que eu ia deixar ela de fora dessa história? Nunca!
2º O papel da Draffy no clipe, obviamente não foi como de nenhuma das outras figurantes, que só se ofereciam. No clipe, ela faz a unica vadia que vai a luta e tenta obrigar nosso guitarrista a prestar atenção nela...rsrsrs.
3º O que eram os barulhos? Hum? Desconfiam de algo?
Logo posto o próximo, prometo não demorar! *_*
Bjs... esperando meus rewiens gatos.
Lolis