Guerra Das Sombras escrita por Neko D Lully


Capítulo 3
Retornando


Notas iniciais do capítulo

Galera estou eu aqui trazendo mais um cap para vocês. Foi um pouco dificil decidir como começar ele e se realmente começava antes de continuar Cavaleiros do caos, mas como não consegui resistir acabei fazendo esse cap com todo o carinho e determinação só para vocês. *chega de falcidade* ¬¬, não estou sendo falsa u.u °fale a verdade e diga que o cap pode ter saido uma merda° mas não significa que eu não o tenha feito com carinho. Bom to meio sem tempo então vou apressar um pouco isso...
Aproveitem! Fairy tail ai vou eu! Opa lugar errado para locar isso *viciado é outra coisa ¬¬* °eu que o diga ¬¬°



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Guerra das Sombras

Era algo complicado de se fazer, devia admitir, não entendia como os humanos faziam aquilo com a intenção de relaxar porque ele mesmo não via nenhum jeito de relaxar quando se fazia aquilo. Talvez por causa de seus poderes isso o impedisse de relaxar quando fazia aquilo, mas era para isso mesmo que fazia. Não era para descansar e se livrar do estresse, era para conseguir ter um acesso melhor com seu próprio poder que parecia estar perdendo o controle de uns dias para cá. Era estranho porque não via motivos para isso, apenas se...

Respirar, inspirar, respirar, inspirar. Era apenas isso que fazia enquanto se concentrava para conseguir ficar completamente absorvido em sua mente. Não era a primeira vez que fazia, seu pai havia lhe ensinado que o melhor jeito de focalizar esse “dom” que tinham era por meio da meditação então começara a fazer para ver se encontrava uma válvula de escape desse mundo monótono e triste que passara a viver todos os dias. Se funcionava? Não, nunca. Mas a esperança era a ultima que morria então sempre estava lá tentando.

Era incrível como de repente sua mente esvaziava, e tudo a sua volta parecia desaparecer, ficando em um negro infinito que nunca se podia saber quando se termina. O chão praticamente sumia e parecia que estava flutuando no nada, deixando de lado pela realidade e mergulhando em um mundo sem matéria. Respirou fundo para logo inspirar devagar, soltando o ar de uma maneira tão lenta e monótona que apenas fazia seu corpo ficar mais relaxado e ao mesmo tempo tenso, esperando o inesperado.

Primeiro começara a divagar nas memórias que apareciam em sua mente de maneira aleatória e inconsciente. Mas era engraçado como sempre começava do inicio de todo esse problema, quando as coisas começaram a desandar. Chegaram em casa naquela noite tão sombria e Racer praticamente pirou, perdera completamente o juízo em um ataque de desespero e culpabilidade, bem que já não o culpava por isso, estava começando a entender o que era isso que ele sentia quando Yin estava por perto, apesar de no seu caso ser por outra pessoa. Seu desespero e sentimento de culpa foram tantos que ele acabara fazendo um juramento de alma, que não era nada mais nada menos que colocar sua alma em risco, a oferecendo para os demônios caso não conseguisse cumprir o que pretendia, eles a levavam e o que diziam era que a alma desaparecia, como se nunca tivesse existido. Até mesmo aqueles que um dia conheceram esse ser da noite se esquecem dele.

Logo depois de presenciar tal fato marcante fora ver como estava Mitsuki. Se sentia preocupado com ela, mas na ocasião não sabia exatamente o porque, mas sempre sabia que seus pressentimentos não eram coisa boa. Quando chegara ao quarto da garota seus pais lhe disseram que de repente tinha sumido e não a encontravam em lugar nenhum. Só fora descobrir o que tinha acontecido no dia seguinte quando ela deixara uma carta para seus pais que repassaram a mensagem para o resto. Ela fizera um voto de silencio e não mais falaria até Gaia ser derrotado. Ela também se submetera a um treinamento um tanto peculiar se mantendo sempre oculta nos sombras, sem poder ser vista por ninguém, apesar de muitas vezes saber quando ela estava ou não em um lugar.

Respirou fundo mais uma vez, soltando o ar de leve, lentamente. Os adultos também tinham mudado desde que tudo acontecera, eles se tornaram distantes, protetores e não mais tinha sorrisos entre eles. Os treinamentos tinham aumentado sua potencia com os anos, mas Ramon tinham quase certeza que se não tivessem treinado uma boa parte sozinhos não estariam no nível que estavam agora. Percebera que os adultos agora tinham receio, desde que tudo acontecera, eles tinham medo de envolvê-los em tudo o que estava acontecendo. De um certo modo entrara na mente deles e descobrira que todas essas saídas para derrotar os Dark Chaos era uma tentativa frustrada de tentar impedir que o mesmo que aconteceu com Yin acontecesse com mais alguém.

Mais uma vez respirava fundo, soltando o ar logo depois, bem devagar. As esmeraldas caos, as únicas que podiam solucionar todos esse problemas tinham realmente desaparecido. Ninguém as encontrava e mesmo sentindo que eles, os controladores do caos, conseguiriam achá-las duvidava que algum dos adultos deixaria que saíssem em busca delas com todos os Dark Chaos que tinham voltado a aparecer. Com a exceção de Racer, que fugia, nenhum deles saia do castelo. Mitsuki e ele estavam presos ali por quatorze anos.

Respirou fundo mais uma vez sentindo como seu corpo ficava completamente relaxado e as lembranças se espalhavam para longe abrindo um espaço luminoso em sua mente. Deixou o ar sair de seus pulmões lentamente se preparando para o impacto que sentiria em seguida ao chegar na área onde estava seus poderes. Em poucos instantes sua mente foi inundada de imagens que passavam de uma maneira tão rápida que não conseguia ver exatamente o que eram até que finalmente parou em apenas um lugar. Era como se estivesse em pé no espaço vendo três galáxias de cores exuberantes, as três no formato de uma espiral. Ao longe, na imensidão negra via vários pontinhos brilhantes que deviam variar de estrelas para galáxias.

Quando um cai outro tem que tomar o lugar

Murmurou uma voz pelo lugar chegando até seus ouvidos. Tentou dizer alguma coisa, talvez perguntasse quem estava ali, mas não conseguia, como se algo estivesse tampando sua boca.

Se a luz cair, a escuridão tomará conta do que puder.

O azul se tornará negro e o verde ficará vermelho.

O tempo pareceu se adiantar e logo as três galáxias se alinharam formando ao seu redor uma onda de energia, mas não tinha apenas a energia caos como reconheceu, mas também uma energia escura que a acompanhava quase que de maneira imperceptível. Seu corpo então foi puxado rapidamente para uma das galáxias e logo estava no planeta terra, mas não parecia exatamente o planeta que conhecia. As árvores, gramas, flores tudo estava de um negro profundo, como se tivessem sido queimadas e ao mesmo tempo permanecido intactas e o céu, rios, lagos estava de um vermelho sangue, tão intenso que parecia ser mesmo o liquido que corria pelas veias dos animais. No centro do lugar onde estava via uma mancha escura e logo pode perceber que era a imagem de Gaia exatamente como vira quando criança, mas a seu lado estava uma forma que não reconhecera de imediato. Era um Dark Chaos, mas ao mesmo tempo não parecia um, tinha um formato um tanto afeminado e os olhos uma maldade incalculável. Com um susto percebera uma certa semelhança com Yin, mas não podia ser...

Mas se a luz ganhar tudo o que não foi resolvido um dia será concertado.

Vida se espalhará pelo planeta e finalmente terá harmonia.

Uma rajada de vento o fez fechar os olhos e logo que os abriu tudo estava diferente. Tudo parecia em perfeito, o verde tinha voltado as árvores e flores, os céus, lagos e rios estavam com aquele belo azul que costumavam ter e logo a sua frente, bem no lugar onde antes estava o Dark Chaos, estava Yin, mais velha, sorrindo para ele e acenando com a mão. Gaia não mais estava ali e do seu lado então passaram dois vultos rápidos. Custou um pouco a perceber que era Racer e Mitsuki que iam na direção de Yin com grandes sorrisos no rosto, sorrisos que a muito tempo não via. Sorriu também e já ia correr na direção deles quando uma forte dor no estomago o fez se joelhar no chão com os dois braços no local.

Mas apenas aquele que tem o poder da escolha pode decidir o destino do mundo

Mas não se engane

Nem sempre aquele que pode escolher é o que vai ser o herói

As aparências enganam.

Sentiu seu corpo então ser empurrado para trás e por causa da força fechara os olhos. Sentiu seu corpo se chocar com força em um chão duro e frio, o que era estranho já que se lembrara de estar encima de uma grama verde e macia. Ainda não conseguia abrir os olhos, mas seus outros sentidos já estavam em seu auge. Primeiro ouviu passos rápidos se aproximando, logo depois sentiu uma presença acolhedora do seu lado, depois sentiu uma mão macia tocando-lhe o rosto, com carinho e cuidado. Gemeu um pouco por causa da forte dor no estomago, seus olhos se apertaram um pouco mais e logo, quando foi abri-los a presença se afastou.

Com um pouco de dificuldade se levantou do chão e abriu os olhos. Ainda se encontrava em seu quarto, estava sentado no chão com o quarto ainda escuro. Gemeu mais um pouco por causa da dor que ainda permanecia no seu estomago, apesar de estar menor do que antes, teve que respirar fundo algumas vezes para que assim parasse e logo mirou em volta, voltando a perceber a presença que antes estava perto de si.

– Mi? É você? – perguntou ainda um pouco atordoado. Ouviu um ligeiro barulho, lhe garantindo que era realmente a garota. Suspirou e logo se levantou, só então se dando conta do que tinha acontecido. Sem acreditar virou seu rosto para onde deveria estar a garota, mas quando ia dizer alguma coisa outra energia entrou na casa e Ramon sabia exatamente o que tinha que fazer. – Racer...

Como em um piscar de olhos desapareceu e foi até a entrada do castelo onde o garoto sombrio chegava colocando sua espada na bainha em suas costas, caminhando de maneira descontraída e encurvada, colocando as mãos no bolso da jaqueta negra que usava e caminhava sem nem perceber a presença do garoto de cabelos brancos, ou talvez apenas o ignorasse. O albino suspirou desanimado ao ver a mesma cena se repetindo novamente. Era a mesma coisa e sua preocupação e o motivo pelo qual o seguia para todos os lados era o medo de que ele perdesse o controle mais uma vez.

Seguiu o garoto de perto tentando falar com ele, mas era ignorado sempre que tentava. Chegou um ponto que chegaram no quarto do garoto que logo entrou e se jogou no colchão enquanto Ramon entrava e fechava a porta logo depois. Era sempre a mesma coisa, Racer saia para sabe se lá onde e logo que voltava estava alterado como se tivesse falhado em alguma coisa.

– Racer... – sussurro começando uma frase que não sabia mais se era um sermão ou se era um conselho de amigo, só sabia que Racer precisava de todo o apoio possível.

– Vá embora. – murmurou o garoto com o braço encima dos olhos enquanto parecia estar relaxando. Mas Ramon podia ver que seu corpo estava um pouco tenso, como se estivesse se segurando. – Quero ficar sozinho por um tempo.

– Só quero te ajudar. – murmurou se aproximando do amigo e ficando do lado dele na cama. Não se deitou, nem ao menos sentou nela, apenas ficou em pé do lado da cama mirando seu amigo com um pouco de pena. Percebeu um ligeiro tremor em seu corpo e por um minuto pensou que ele estava chorando.

– Sou bem capaz de cuidar de mim sozinho, não vê? Não preciso da sua ajuda. – respondeu ele em um tom cortante apesar de ouvir de leve que ele estava forçando a voz a não se quebrar no meio da oração.

– Sabe que não é disso que estou falando... – disse novamente em um sussurro fazendo o garoto parar por um instante de tremer e logo depois virar o rosto de leve para o lado oposto ao que estava o equidna, apesar de ainda continuar com o braço encima dos olhos. – Sei que sente falta dela, eu também sinto, mas não pode ficar fugindo todas as vezes nem se afastando de mim e da Mitsuki. Somos seus amigos, nos preocupamos com você e podemos suportar essa dor juntos. – silencio. Racer nada falo, apenas fechou os punhos com força. – Só quero que acredite que ela pode voltar e...

– E você acha que eu não acredito?! – gritou o garoto se sentando na cama e tirando o braço de cima dos olhos, deixando assim as lágrimas escorrerem livres por seu rosto. A franja rosa tinha se afastado um pouco de um dos olhos permitindo assim a Ramon ver as duas esferas verdes úmidas e tristonhas. Se assustou ao ver aquilo, Racer nunca tinha chorado na vida desde aquele dia. – Por que... Por que você acha que sempre fujo? Por que você acha que desobedeço meus pais para sair me arriscando?!

– Racer... – como tinha sido burro todos esses anos. Racer sempre acreditara que ela iria retornar, ele nunca duvidara e esses anos todos pensara que era o único que tinha essa esperança. Um minuto. Se ele ainda acreditava e desobedecia seus pais por isso então... – Você a procura. Toda vez que sai é para procurá-la. Mas Racer ela esta...

– Eu sei! – gritou fechando os olhos com força e abaixando um pouco a cabeça. Por um instante pareceu que ia gritar novamente, mas então se acalmou. – Eu sei. Mas acredito que se ela arrumou uma maneira de voltar e ficou longe daqui, pode estar cansada, pode estar com vários Dark Chaos atrás dela e talvez eu posso ajudá-la. Se eu chegasse no lugar a tempo poderia ajudar... Da maneira que não ajudei antes...

Ramon ia dizer alguma coisa, ou talvez não iria dizer nada e apenas abrira a boca porque pensara que podia falar algo para confortar, mas logo um choro silencioso foi ouvido. Não dava para ouvir os soluços, nem mesmo a respiração forte de quando se estava chorando, apenas se ouvia o leve som das lagrimas caindo no chão ou talvez um leve murmurar sem palavras ecoando no ar. Tão suave que se o quarto não estivesse em silencio nunca se poderia ter ouvido. Ramon sabia quem era e olhou para um canto escuro vendo um ligeiro vulto ali, com as lagrimas cristalinas cintilando com o leve brilho da lua. Abaixou a cabeça arrependido e fechou os punhos com força.

– Desculpa Racer... Mitsuki... – murmurou com a voz contida enquanto as lágrimas começavam a sair. Não gostava de se lembrar da ultima vez que chorara, mas no momento era o que mais queria fazer. – Estava tão concentrado no que estava acontecendo, em minhas visões e no sofrimento de todos que não percebi que vocês também acreditavam no mesmo que eu. Realmente sinto muito, mas é que com ela longe... Sem ela... Tudo fica tão diferente, tão... Complicado...

Eram os três chorando, sem querer dizer mais nenhuma palavra. A dor era muita e agora o quarto virara um lugar de desabafo onde os três podiam compartilhar o sofrimento que sentia pela perda de um amigo tão importante. Talvez chorar não resolvesse todos os problemas que tinham, mas gostavam de acreditar que aquilo podia lavar os sentimentos ruins que tinham dentro de seus corpos... Pelo menos até trazerem a cura certa para a dor que os consumia....

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Era hora. Arrumara todas as suas coisas, deixara os mantimentos de lado pegara todos os livros que achava importante e colocara dentro da mochila que tinha ali, não pegara as roupas porque sabia que iria ter mudas das mesmas para onde ia, claro que mesmo se não tivesse poderia arrumar facilmente. Afinal o mundo para onde ia não tinha essa escassez de necessidades como tinha aqui. Suas idas no castelo daquele maldito vampiro tinham lhe proporcionado o que precisava para continuar vivendo, mas lá poderia arrumar isso em qualquer lugar.

Não podia conter a empolgação que sentia só de pensar nisso. Tinha ficado vários minutos ou talvez horas, não sabia por não poder medir o tempo naquele lugar, só pensando no que a frase que o senhor do destino tinha falado para si, e achava que finalmente tinha encontrado a resposta para o enigma de voltar para casa.

“De um lado vem o puro, de outro sai o negro” Isso deveria significar que os Dark Chaos, no portal que é criado na área perto do castelo, só podem ir para o seu mundo, mas não podia voltar, e os puros que seriam os seres de seu mundo poderiam vir, não voltar. Ela era uma pura, apesar de estar ali antes de isso começar a acontecer, e estava fadada a nunca poder passar pelo portar. As vidas que salvou não chegaram a ficar aqui, fazia o portal se fechar antes que isso acontecesse. Apesar de sempre ter aqueles que não conseguia ajudar e eles eram devorados pelos Dark Chaos.

“Não pode ser ao contrario, apenas se um puro passar usando a força de um negro.” Aquela ordem não podia mudar, mas tinha uma maneira de burlá-la. Tudo que precisaria fazer era usar a força de um dos Dark Chaos para poder ir para seu mundo. E por sorte hoje eles abririam um portal para trazer mais “alimento” e mandar alguns informantes para lá. Quando um outro portal aparecesse um papel com informações uteis passava e era entregue direto para Gaia. Que logo ajeitava os cálculos de seu plano.

“Assim a esperança retornará ao mundo que deveria estar” Tinha que confessar que essa parte não tinha entendido muito bem. Talvez fosse o fato que finalmente estivesse junto de seus amigos, finalmente voltar para a familiar e ter a chance de derrotar Gaia da maneira correta. Não sabia, e não queria pensar muito nisso. Já tinha bolado um plano que poderia fazer com que voltasse para casa.

Com agilidade passou pelas árvores horrendas que existia naquele lugar e se acomodou em um lugar que estivesse perto do lago que tinha na frente do castelo que Gaia montara. Não entendia o que era aquilo, uma enorme área entre as árvores era aberta e a única fonte de água estava bem ali no centro com uma área não muito grande. Sua superfície sempre refletia o negro do céu, mas muitas vezes parecia ser um espelho para o universo inteiro. Era sempre ali que o portal se abria, não sabia se por comando de Gaia ou se por outra coisa, e os Dark Chaos passavam. Já tinha um pequeno grupo lá, juntos, se movendo ansiosos e incômodos.

Esperou alguns minutos, bem escondida atrás das árvores e logo que o portal se abriu sabia que era hora de agir. Fez uma sombra passar por debaixo das pernas de cada um até chegar ao ponto de puxar pelo menos uns quatro Dark Chaos fazendo com que caísse no chão e se desconcentrassem. Um tumulto começou e logo saiu das arvores assobiando bem alto para chamar a atenção, coisa que não foi muito difícil com a audição bem apurada que tinham.

– Ei, bichinhos de estimação! – chamou em um grito que não demorou a ser correspondido por vários grasnados que ecoaram pelo ar. Sorriu de leve colocando uma mão no quadril. – Seu mestre não me queria morta? Por que não vem fazer o trabalho?

Como se aquela fosse a frase chave para fazê-los se mover todo o grupo de Dark Chaos se jogou em sua direção e, por sua experiência com eles conseguiu desviar de cada golpe. Aquelas criaturas podiam ter a habilidades mais potentes que a de um vampiro comum, mas eles não sabiam que se misturasse a energia de um Dark Chaos com a de um vampiro normal as habilidades simplesmente triplicavam! Parou perto do portal assobiando mais uma vez e estendendo a mão para fazer um leve aceno.

Não demorou muito para os Dark Chaos novamente pularem em sua direção, mas agora estava na posição que queria e não via motivos para desviar. Como queria um Dark Chaos werewolf pulou onde estava e a empurrou na direção do portal. Lembrara se sentir um forte choque nas costas, mas mesmo assim atravessara, pelo menos isso pensava. Não sabia se tinha sido um sonho ou algo parecido, mas tinha certeza que vira varias luzes a seu redor e logo as imagens de toda sua família apareceram bem a sua frente. Teria voltado para casa? Ou fora incinerada pelo portal?

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Sentado perto da janela mirava o lado de fora do castelo. Não fazia muito tempo que a cena com Ramon tinha acontecido, na verdade apenas dois dias atrás e não saíra mais. Seus amigos precisavam de um apoio ali e quem era ele para negar isso? Estava muito ausente, precisava ajudar, mas seu coração, seu morto coração, sempre o fazia sair para procurá-la. Divido entre a razão e os sentimentos, não conseguia manter a atenção em nada. Mas como a muito tempo não demonstrava emoção alguma, era fácil esconder essa confusão que se passava dentro de seu corpo.

Desviou o olhar da escuridão da noite e virou o rosto para ver sua espada posicionada em uma das paredes do quarto. Era como se ela o chamasse, incentivando a pegá-la e sair para fora do castelo, para fora dos limites do país que se encontrava, para fora do continente onde estava. Alguma coisa o estava fazendo ficar inquieto, seu instinto estava fervilhando dentro de seu corpo e não mais sabia se o seguia. Ele estava muito confuso nos dias que se passavam.

Racer...

Tomou um susto ao ouvir o sussurro sendo trazido pelo ar, mas não fora pela surpresa e sim por reconhecer a voz que falara. Não a ouvia a anos e apesar de estar um pouco diferente sabia que era dela, não podia ser de outra pessoa. Suspirou depois de um tempo, podia ser uma ilusão, mais uma brincadeira de sua mente para fazê-los sofrer ainda mais. Acontecia direto desde que a perdera.

Racer...

Novamente. Não podia ser uma ilusão, não acontecia duas vezes. Um instante! Era... era... Sua conexão! Podia localizar qualquer um de seus amigos com a mente, podia ler a mente de qualquer um a qualquer momento, mas com seus amigos isso era mais intenso, podia sentir o que eles sentiam, ouvir o que eles ouvia... Tudo! E com os anos isso foi se aprimorando chegando ao ponto de estar a quilômetros de distancia conseguia ouvi-los ou senti-los. E agora isso estava acontecendo, mesmo depois de anos sem ouvir os pensamentos dela estava ouvindo de novo!

Racer!

Como um raio pegou suas coisas e saltou da janela correndo quase que imediatamente para a floresta, tentando sentir da onde estava vindo aquilo. Não percebeu quando passou a fronteira dos continentes europeu e asiático, só sabia que tinha que chegar rápido a seu destino.

Poucos instantes depois, no quarto do garoto a porta foi aberta e a mãe dele entrou com uma taça na mão cheia de um liquido vermelho viscoso. Era uma moça de aparencia jovial com a pele clara e os cabelos rosados chegando até a cintura, os olhos verdes reluzente e o corpo esbelto parecendo de uma mulher de vinte e poucos anos. Usava um leve vestido branco que se destacava em seu corpo. Ela suspirou ao ver o quarto vazio e logo deu as costas para o mesmo dando uma ultima olhada.

– Ele fugiu de novo. – disse para se mesma olhando tristemente para o quarto enquanto fechava a porta. Suspirou mais uma vez. – Por favor, Racer. Não faça nenhuma bobagem por esse sentimento de vingança, não mais do que você já fez...

O que a mãe não sabia é que agora o garoto já estava em um dos desertos no oriente médio procurando algo que nem sabia se realmente poderia estar lá. Parou em uma parte e fechou os olhos, se concentrando em sentir novamente aquela energia tão familiar, e a sentiu, a poucos quilômetros de distancia, mas não era igual a que se lembrava, e não estava sozinha.

Voltou a correr chegando no local que a luta estava acontecendo. Viu Yin, mais velha com uma roupa bem pequena, devia estar um pouco maior, do tamanho de sua mãe provavelmente, lutava contra uns cinco Dark Chaos usando um chicote de luz bem perigoso, mas se via de longe que estava cansada e não suportaria muita coisa por mais tempo. Retirou a espada da bainha em suas costas e quase em um abrir e fechar de olhos já tinha cortado pelo menos três dos cinco Dark chaos ao meio e os que restaram simplesmente explodiram.

Havia ficado de costas para a morena e quando se virara tomara um susto ao vê-la caída no chão de área, o chicote tinha desaparecido e seus olhos estavam fechados. Preocupado correu até onde ela estava se ajoelhando a seu lado e a carregando de leve, tirando alguns fios de cabelo que tinha em seu rosto. Ela abriu de leve os olhos e o mirou com um pequeno sorriso.

– Racer... – disse com a voz quebrada e cansada. Não estava ferida, mas parecia ter gastado boa parte de sua energia. Ela olhou envolta com um pequeno ar de satisfação e logo sorriu ainda mais. – Consegui... Estou de volta...

– Agüente firme Yin, vou te levar para casa. – falou a carregando com facilidade. A mesma assentiu de leve e logo virara o rosto parecendo adormecer. Com a mesma velocidade que tinha vindo Racer correu de volta ansioso para mostrar a todos quem havia voltado e feliz por ter conseguido o que queria. Ajudar a garota a se livrar de uma problema.

Olhou para ela de relance e não pode evitar sorrir, o maior sorriso que tinha dado desde que tudo acontecera. Alguma coisa em seu peito voltou a se esquentar e sentia que aquele seu jeito brincalhão e extrovertido estavam voltando.

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Abraçados no quarto pensavam no passado, tão distante passado. Podia sentir os ombros de sua parceira tremendo ligeiramente e sabia que novamente ela estava chorando, e não pode evitar que uma lagrima escapasse de seus olhos também. Aquele pequeno boneco que ela abraçava como se fosse sua própria vida era a única lembrança que tinham do ser mais precioso que já tiveram, perdê-la talvez fosse a maior dor que já puderam sentir.

Acariciou de leve a cabeça de sua parceira tentando acalmá-la enquanto abraçava com mais força o pequeno ouriço de pelúcia. As lágrimas escapavam dos olhos dela com velocidade molhando sua blusa, mas não se importava desde que ela estivesse se sentindo melhor com aquilo. Em um momento os ombros dela pararam de tremer e sabia que ela estava tentando se convencer que tudo estava bem, tentando ser forte.

Sentiu como ela ergueu o corpo colocando uma mão em seu rosto. Permitiu que ela logo juntasse seus lábios em um profundo beijo carregado de desespero. Não negou quando delicadamente ela começou a empurrá-lo para baixo o deitando na cama e deixando o boneco entre ambos. Não negou as caricias que ela passara a lhe dar e sabia quanto mais aconchego ela sentisse melhor seria para sua salde mental. A tristeza que um vampiro sentia era perigosa e se por acaso Maria chegasse a um ponto que isso se transformasse em uma depressão ela cairia em um estado de animação suspensa e não suportaria vê-la em um estado como esse.

A separou de leve e a deitou em seu peito procurando dar um pouco de carinho para a garota. Ouviu mais alguns lamentos, mas logo os mesmos cessaram. Olhou para o teto do quarto divagando em pensamentos não querendo ver o rosto tristonho de sua parceira. Perto dos outros ela tinha uma expressão indiferente, mas quando podia toda essa barreira de força caia e ela voltava a ser a garota frágil de antes, que precisava de alguém para lhe proteger. Apesar de não mais poder fazer esse papel, porque, podia não demonstrar, mas estava ainda mais frágil que ela.

– Ela vai voltar. Ela vai voltar. Ela vai voltar. – ouviu como murmurava e logo abaixou a cabeça vendo como novamente ela abraçava o pequeno ouriço de pelúcia. – Ela tem que voltar. Ela vai voltar. Ela vai voltar.

– Ela vai voltar. – confirmou fazendo a loira levantar de leve a cabeça para mirá-lo. Os olhos azuis dela, antes sempre alegres, pareciam estar completamente destroçados, como um cristal que caia no chão e perdia completamente sua beleza. O brilho que antes ela sempre possuía já não mais existe. – Te garanto isso.

Por um instante tudo ficou em silencio, os dois ficaram apenas ali, apreciando a presença um do outro tentando convencer a se mesmos do que tinham acabado de dizer. A noite do lado de fora parecia não terminar, mas sabia que logo o dia ia raiar e talvez uma missão em um novo continente iria surgir. Mas antes que pudessem pensar mais nisso a porta se abriu em um alto estrondo. Um rapaz ruivo entrara, seus olhos azuis escuros estavam cintilando como sempre acontecia quando tinha uma visão ou algo do tipo. Ele usava apenas uma calça jeans um pouco amarrotada, uma blusa negra e uma bota preta, devia ter acabado de sair do quarto.

Surpresos com o que tinha acontecido o casal se sentaram na cama e miraram o intruso com um pouco de desconcerto, mas ao mesmo tempo curiosos para saber o que tinha acontecido para ele estar tão alterado. Inconscientemente seus corpos já se preparavam para uma possível missão de batalha muito importante, mas a mensagem que veio ao invés disso foi outra.

– Vocês tem que ir para o hall de entrada. Agora! – disse fazendo os dois membros no quarto se entreolharem um pouco confusos e logo se levantarem da cama correndo para fora.

Enquanto passavam pelos corredores percebera que não era só Knuckles que estava alterado. Ramon também corria de um lado para o outro informando a todos, já tinha avisado Sonia, Manic e Cassandra, agora estava avisando aos que sobrara. Seja o que for que estava acontecendo parecia ser muito importante. Se encontraram todos no lugar que pai e filho tinham falado, ninguém compreendia, alem dos dois, o que estava acontecendo, mas confiavam neles e ficaram ali esperando alguma coisa aparecer pela porta de entrada. E apareceu.

A mesma se abriu, e pela tensão que pairava no lugar pareceu fazer isso da maneira mais lenta que algum dia poderia fazer. Um enorme exclamação de surpresa foi soltada pelos que estavam ali na sala, da porta aparecera Racer e nos braços dele estava um pequeno vulto que se encontrava encolhido de maneira aconchegante e sonolenta.

– Yin! – exclamaram Shadow e Maria correndo na direção da filha que se encontrava descansando nos braços do primo que a carregava com todo o cuidado. Da mesma forma passou a garota para os braços do pai que muito de leve a pegou e a abraçou, da permitindo a mãe da pequena passar a mão pelo rosto dela enquanto as lágrimas retidas por anos escapavam, só que de felicidade.

– Ela esta apenas cansada. – garantiu Racer para o estado inconsciente da garota. Um pequeno sorriso estava em seu rosto, mas a felicidade estava de volta a seus olhos, reluzindo de uma maneira que a muito tempo ninguém via. – É melhor levá-la para o quarto para que posso descansar melhor. Deve ter gastado muita energia para chegar a nosso mundo.

Racer se sentia mais que feliz quando viu todos levando a pequena garota de volta. A cor voltara, era como se o mundo tivesse se colorido novamente e o castelo que morava e chamava de lar não fosse mais tão sombrio como foi nesses quatorze anos de sofrimento. Tudo voltaria a ser o que era antes tinha certeza, a esperança voltaria e Gaia não mais teria chance contra eles. Se pudesse descrever o que estava sentindo ficaria toda sua eternidade falando. Era algo simplesmente incrível ter sua prima de volta.

– Racer. – olhou para o lado e viu Ramon que se aproximava mirando o lugar onde Yin tinha sido levada. – Onde a encontrou? Como conseguiu achá-la? E mais importante ainda como ela conseguiu voltou?

– A encontrei em um dos desertos no Oriente Medio, não me pergunte qual, não estava prestando atenção na hora. – falou com um extenso sorriso no rosto, Ramon o mirou impressionado. Fazia muito tempo que não via um sorriso daqueles no rosto de Racer e sentia que seu amigo estava voltando. – É até mesmo engraçado como a encontrei. Estava no meu quarto quando consegui me conectar com a mente dela. Ela estava me chamando, não sei se estava consciente do que fazia, mas eu segui essa voz e a encontrei. Estava fraca lutando contra cinco Dark Chaos mais ou menos então eu a ajudei. Ela parecia não acreditar que tinha voltado para casa.

– Ela não te falou como conseguiu voltar? – perguntou o mais velho coisa que seu companheiro apenas negou com a cabeça. Um silencio tranqüilo tomou conta do lugar, um silencio que a muito tempo não aparecia. Logo um ligeiro murmurar tomou conta do lugar e quando Ramon virou o rosto viu como Racer tinha a cabeça um pouco baixa, os olhos fechados, as lágrimas escorrendo pelo mesmo e um enorme sorriso em seu rosto. Seus ombros tremiam de leve.

– Ela voltou... Ela finalmente voltou. – falou enquanto continuava a chorar. Seus punhos se fecharam com força e o sorriso pareceu brilhar na escuridão mostrando toda a felicidade que a multo tempo não sentia. – Agora tudo vai voltar ao normal, vamos conseguir derrotar Gaia... E eu talvez consiga dizer a ela isso que sinto.

Ramon sorriu, entendendo toda a felicidade de seu amigo. Também estava feliz, Racer tinha voltado ao normal e voltaria a sua posição de líder logo, logo. Yin retornara a família e com ela a esperança de que tudo ia terminar bem. Parecia que as coisas novamente estavam se encaixando.

Mas mesmo assim...


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Notas finais do capítulo

Não sei se consegui fazer com que fique maior que o anterior, mas fiz ele com o que tinha em mente. Ainda não tenho as ideias organizadas, mas a fic pelo o que estou vendo vai ser grande. *maior que Guerreiros das Esmeraldas que chegou a ter 114 paginas?* pode ser. Do jeito que as ideias estão vindo na minha cabeça e eu estou planejando fazer mais de um cap para um aventura, acho que vai dar uma historia bem grande °lembre que tem outras a terminar° T-T eu sei...
Mas bem... Desistam de eu terminar Cavaleiros do caos, não vou conseguir recuperar a criatividade T-T, provavelemtne o terceiro cap sai antes do cap onze da fic sitada ai T-T.
Bjsss