Everytime escrita por Jess_1995, Leticya Scaardinne


Capítulo 2
Capítulo Único




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Capítulo Único

— Ela esta bem? — ouvi vozes ao longe, abri os olhos lentamente, vendo tudo girar ao meu redor, a iluminação forte fazia meus olhos arder, e o que mais queria neste momento era dormir.

— Sim, ela ficará bem, na medida do possível. — ouvi outra voz se pronunciar — Eu sinto muito Srº Cullen, eu fiz tudo que estava ao meu alcance, mais ela passou por grandes emoções, e o começo de uma gestação é delicada, ainda mais a primeira.

— Entendo... — ouvi a primeira voz se pronunciar novamente, ouvi um clique de uma porta se fechando, e depois passos se aproximando — Eu te amo tanto Bella. — sussurrou — Eu queria tanto poder mudar o passado.

Olhei na direção de sua voz, e encontrei o brilho intenso de seu olhar, seus olhos verdes estavam banhados por lagrimas, e eu entendi o que se acontecia aqui.

— Edward... — minha voz estava falha, e minha garganta ardia — Não me diz que... — balancei a cabeça negativamente – Não... — minha vista embaçou, sinal das lagrimas que já ameaçavam cair novamente — Por favor...

— Eu sinto muito amor... — ele tocou-me o rosto — Eu não queria ter feito aquilo.

— Quero que saia daqui. — desviei-me de seu olhar — Quero que me deixe sozinha, vá embora.

— Bella... — suplicou.

— Por favor, me deixe sozinha, é só isso que lhe peço. — ouvi seus passos afastarem, e depois a porta se fechando. Encarei o teto branco em minha frente, soluços romperam por minha garganta, e vários deles vieram depois. Eu não queria acreditar que havia perdido o meu bebê, o meu primeiro bebê, eu estava tão feliz, eu queria tanto contar a ele, quantas vezes eu sonhei com seu rostinho, igual ao de Edward, eu sabia que era um menino, eu o queria tanto.

{...}

As luzes de Las Vegas brilhavam ao meu redor, dentro do carro o silencio reinava, ninguém ousará falar, eu via diversas vezes a boca de Edward se abrir como se ele quisesse dizer algo, mais logo ela se fechava. Os dois seguranças a nossa frente trocavam olhares contidos, como se já soubessem do acontecido. A velocidade era razoável, mais eu queria que estivesse mais rápido, eu não via a hora de chegar em casa...

— Chegamos Srº e Srª Cullen. — informou o motorista minutos depois.

Olhei pelo vidro, e uma multidão de fotógrafos se localizavam na porta do meu condomínio. Seria quase impossível entrar, e eu realmente queria matar o otário que deixou essa história vazar.

— Lhes daremos cobertura. — disse-me um dos seguranças.

Edward rapidamente me passou a sua camisa, a camisola que eu usará era curta demais, vesti-me rapidamente. Os seguranças desceram e os flashs dispararam, abriram a porta do passageiro, e Edward desceu primeiro, um dos seguranças me estendeu a mão, e eu desci logo a trás. Uma multidão veio na nossa direção, por alguns segundos eu achei que iram nos atropelar, os seguranças abriram uma barreira e nos empurraram em direção ao all de entrada, olhei para trás, vendo os seguranças do condomínio barrar a entrada de fotógrafos. O balcão principal estava recheado de revistas, mais somente uma manchete me chamou atenção:

'' A cantora Isabella Marie Cullen perdeu o seu primeiro filho esta semana. Após uma discussão do casal – de acordo com os vizinhos – Isabella foi levada as pressas para o hospital. De acordo com os médicos, o grande estresse emocional de Isabella gerou complicações na gravidez e ao aborto espontâneo. Isabella estava com 17 semanas, é o que relata o seu marido Edward Anthony Cullen. ''

Olhei espantada na direção de Edward, eu não acreditava que ele havia dado entrevistas sobre o meu aborto. 

— Bella. — ele me chamou, andei mais rápido, entrando no elevador e clicando o botão do 13º andar, ele correu em minha direção e entrou antes que a porta se fechasse—– Amor, fala comigo... — pediu.

— Se você se esqueceu, eu tenho o prazer de lhe lembrar... — olhei em seus olhos — Você não quer falar comigo.

— Bella...

— Não fala nada, ok? — vi a luz do meu andar piscar e a porta se abriu, sai rapidamente do elevador, andando até a porta do apartamento — Eu não quero ouvir.

Ele abriu a porta em silencio, entrei pelo apartamento vendo tudo espalhado pelo chão, quadros quebrados, tudo me lembrando do que aconteceu há alguns dias atrás.

— Eu não quero ouvir você me dizer que isso é culpa minha, que eu nunca estive presente, eu queria mudar isso, essa gravidez ia mudar isso, íamos ser uma família Edward, sairíamos para passear no parque com o nosso filho, você o ensinaria a jogar bola, eu tinha tanta certeza de que era um menino, o nosso garotinho – meu corpo sacudia com os soluços que me invadiam, lagrimas desciam pelo meu rosto, meus olhos estavam perdidos, sem foco.

— Eu sinto muito... — ele se aproximou — Eu também queria isso... — me abraçou.

— Você queria? — o empurrei bruscamente, recuando alguns passos — Você o matou.

No mesmo instante corri em direção ao quarto, eu queria tomar um banho e dormir, para nunca mais acordar. Coloquei a banheira para encher, o que eu mais queria era relaxar. Tirei lentamente a camisa de Edward, sentindo sei delicioso aroma, depois tirei a pequena camisola que estava, fazendo o mesmo com as peças intimas. Esperei alguns minutos, e a banheira estava completamente cheia, entrei na água, quente e no ponto, encostei minha cabeça na banheira, fechando os olhos, um turbilhão de pensamentos rodavam em minha cabeça, o momento em que descobri a gravidez, quando eu o contei sobre ela, a perda do bebê, as brigas, todas as palavras. Sacudi a cabeça, tentando me livra de tais pensamentos, mais parecia que nada funcionava, bati raivosamente a cabeça da beira da banheira, irritada, e senti uma forte dor aguda na nuca, senti que havia batido na torneira, e instantaneamente levei a mão a cabeça, sentindo algo quente e molhado no lugar, minha cabeça latejou, e uma forte tontura me invadiu, tirei a mão da cabeça, e olhei a mesma, a palma de minha mão estava manchada de sangue, tentei me levantar, mais escorreguei na banheira, me afundando completamente, eu queria levantar, o ar me faltava, e a escuridão me invadiu...


{...}


Eu estava em um corredor completamente branco e vazio, eu comecei a correr, tentando achar o final, mais quanto mais eu corria, mais longe parecia que eu estava, minha visão foi se embaçando, e depois eu estava em um quarto de hospital, havia um corpo ali, e vários médicos ao seu lado, parecia que a pessoa estava morrendo, cheguei mais perto para tentar enxergar o rosto da mulher, eu sabia que era uma mulher, os compridos cabelos castanhos, como os meus, estavam espalhados pela cama, tentei novamente visualizar o rosto, mais minha imagem se embaçou novamente, e eu estava novamente correndo no corredor, cheguei ao fim do corredor, e vi uma porta, abri a mesma e olhei pelo quarto, o meu quarto, uma banheira estava localizada na parede direita, estava cheia, ouvi um barulho na porta principal do quarto, e de lá apareceu Edward, ele olhou assustado para a banheira, e correu até lá, e o vi pulando dentro da banheira, e puxando um corpo desacordado de lá, parecia que a mulher estava morta, sua pele estava pálida e um pouco roxa. Tentei novamente ver o rosto da mulher, mais meus olhos embaraçaram novamente, e eu me vi em uma maternidade, uma das enfermeiras segurava um lindo garotinho nos braços, o levando até a mãe, lembrei instantaneamente do filho que perdi, me aproximei para ver a criança, seus lindos olhinhos azuis estavam bem abertos, observando tudo ao seu redor, tentei tocá-la, mais a imagem desapareceu da minha frente, e eu estava novamente em meu quarto, olhei Edward na beira da banheira, tirando a mulher de dentro dela, foi ai que eu localizei seu rosto e me vi ali, desacordada, e sem reação, voltei correndo pelo corredor branco, tentando livrar-me dessa cena, eu estava morta, por isso ninguém me via, por isso não me notavam. 

" É mais fácil suportar a morte sem pensar nela do que suportar o pensamento da morte sem morrer. "
(Blaise Pascal)

Fim.





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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da estória, ela terá uma continuação que chama-se Skinny Love, não deixem de conferi-la.



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