Ich Liebe Dich - One Song For You escrita por dastysama


Capítulo 20
Capítulo 20 - O Penhasco


Notas iniciais do capítulo

Por causa dos seus pedidos e tbm por que muitos estão morrendo de curiosidade, ai vai mais um capítulo emocionante! xD



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Eu abri meus olhos, e um vento morno passou por mim, eu estava em um lugar estranho, eu nunca tinha estado ali antes. Eu via o mar, ele estava tão pacífico e ele brilhava por causa do Sol que estava se pondo no horizonte, aquela paisagem era tão bonita. Um vento marítimo passou por mim e brincou com meus cabelos, isso me fez soltar um sorriso, ali parecia ser um lugar tão feliz.

O lugar onde eu me encontrava parecia um penhasco, tinha pedras por todos os lados, só se via alguns juncos nascendo entre as pedras, bem abaixo do penhasco só se via o mar se chocando com as pedras ferozmente. Apesar de eu estar longe do mar eu conseguia me ver refletida nas águas, não só eu, mas várias cenas de mim mesma. Era como se o mar refletisse coisas que aconteceram comigo, mas que estavam muito vagos na minha mente.

Havia vários rostos ali, alguns pareciam pertencer a uma lembrança distante, outros eu não me lembrava, mas tinha um rosto que parecia se destacar dos demais, mas ele estava totalmente borrado, tentei lembrar de quem se tratava, mas nada vinha na minha mente.

Parei de olhar o mar e olhei ao redor, não havia nada além de uma densa névoa, não dava para saber se ali havia uma casa, pessoas ou quem sabe um caminho que me levaria a algum lugar onde eu pudesse compreender o que estava acontecendo. Por mais que eu quisesse tentar procurar algo pela névoa, eu achei que não devia sair dali, então voltei a encarar o mar.

Mas o que estava acontecendo? Parecia que era tão normal, mas havia algo de estranho, eu não deveria estar ali. Mas onde eu estava desde a última vez? Eu olhei para o mar, com certeza ele ia me dar a resposta. Quando olhei para o mar, ele estava congelado, com uma densa neve em cima, a neve começou a tomar uma cor vermelha como se sangue pingasse do céu e a umedecesse. Eu estava morta.

Eu não lembrava como, mas agora eu sabia disso, eu não era mais um ser vivo de carne e osso, apesar de parecer que eu ainda era, eu devia estar em outro mundo alternativo. Mas o que eu devia fazer agora? Procurar pelos portões dourados que guardavam o céu ou por um portão negro do inferno?

A resposta novamente estava na minha frente, eu tinha que pular, aquele mar não era real, não era de nenhum oceano, ele era o além que ninguém sabia. Ali onde eu estava é para onde todos vãos, ficam perdidos sem saber para onde ir até que descobrem que a única saída era atravessar o mar. Se era isso que eu tinha que fazer eu estava pronta, eu ia pular, mesmo não sabendo o que vinha depois.

Fui até a ponta do penhasco, pronta para me atirar, quando algo me fez parar. Eu não podia ir, alguma coisa ainda me prendia ali, eu me havia esquecido de algo muito importante, mas apesar de todos meus esforços eu não conseguia lembrar. Que droga! Procurei pela névoa algum vestígio de algo que me lembrasse, mas não havia nada, procurei no mar, mas dessa vez ele apenas refletiu meu rosto.

- Eu não posso pula - eu sussurrei – Sem antes sabe o por que...

- Que por quê? – perguntou uma voz atrás de mim, eu me virei e vi alguém na névoa, mas não consegui ver seu rosto, só um vulto, mas a voz era decididamente de uma garota.

- Quem é você? – eu perguntei feliz em finalmente ter encontrado alguém.

- Isso não importa muito, aqui não temos um nome ao certo, mas por que parece estar tão confusa. Não sabe onde está?

- Mais ou menos, eu estou morta, mas não sei onde estou ao certo.

- Você está aonde todos vão, mas muitos atravessam, outros ficam vagando pela névoa e há ainda alguns que vão para o mundo dos vivos e vagam por lá mesmo.

- Eu não quero vagar, só quero ir embora daqui.

- Mas você não pode pular.

- Por que não?

- Por que algo ainda te prende aqui, você está se esquecendo de alguma coisa.

- Eu não lembro o que é – eu disse olhando para o mar novamente, tentando ver se ele me mostrava algo - É importante, mas quanto mais tento lembrar, as lembranças somem mais.

- Então não era importante, se não você se lembraria, não é?

- Não, é importante, eu sei disso!

- Vai ver é uma pessoa – ela disse – A maioria das pessoas não partem por causa de pessoas muito importantes que ficaram no mundo dos vivos.

- É por isso que você ainda está aqui também, não é? – eu perguntei, mas ela não respondeu, ficou em silêncio – Você também deixou uma pessoa especial para trás?

- Sim – disse ela amargamente – Mas não pule! Você não pode perder a esperança logo agora, não pode deixá-lo para trás.

- Deixá-lo? É um garoto? – eu perguntei – Como pode ter tanta certeza disso?

- Dasty – disse ela – Tente se lembrar, por favor.

O meu nome! Esse era meu nome, eu nem o recordava direito, então o penhasco começou a girar e a se dissipar, por todos os lados eu via cenas da minha vida, eu no meu primeiro aniversário, o nascimento do meu irmão, minha primeira vez em uma escola, meus primeiros amigos, minha bolsa na Alemanha, meu novo Colégio, meus novos amigos e neve, muita neve, e também sangue.

“Então, fico lisonjeado em conhecer minha grande fã!”

“Não precisa agradecer, é o máximo que posso fazer para ficar na sua companhia por mais tempo. É bom se sentir uma pessoa normal, sem as outras pessoas gritando por você.”

“Dasty, você acredita em Deus e outras pessoas em destino, se tiver que acontecer, se pudermos nos encontrar, isso vai acontecer independente de onde estamos.”

Und wirst nie wieder, alles sein. Ich liebe dich!“

Aquelas frases que me tocaram tanto rodavam em minha cabeça, eu não conseguia parar de pensar nelas, ela explodiam e tomavam conta de mim, eu tentei para em pé, mas caí de joelhos na frente do mar. Então eu vi um olho verde acastanhado me encarando, o olho sempre fazia me perder agora era como um farol no meio de uma tempestade.

- Bill – eu sussurrei – Como pude me esquecer de você?

- Quando você vem para esse lugar geralmente você esquece as coisas mais importantes, para fazer você seguir e não vagar, por isso você o esqueceu – disse a garota.

- Ele está sozinho! – eu disse – Não posso abandoná-lo! Eu morri, Meu Deus! Por que isso aconteceu?

- Eu tentei impedir – disse ela – Mas não consegui.

- Impedir? – eu perguntei.

- Sim, a bala não atingiu seu coração, mas atingiu seu pulmão.

- Quer dizer que estou viva ainda?

- Está a beira da morte, só está viva por causa de aparelhos médicos, mas seu estado é crítico, você está na sala de cirurgia ainda.

- Por favor, eu quero voltar, pelo menos ver como está no mundo dos vivos!

- Atravesse a névoa – ela disse – Ela te levará até onde você quer ir.

- Venha comigo! – eu disse tentando me aproximar dela, mas ela foi para longe.

- Não posso, não agora. Você não vai entender.

E ela sumiu sem antes que eu pudesse falar qualquer coisa, olhei pela última vez o mar, e o pôr-do-sol eterno que tinha naquele lugar, me afastei, cruzei as névoas, eu ia encontrá-los novamente. Andei perdida pela névoa, tudo parecia ser a mesma coisa, era como se eu estivesse andando em círculos, então uma luz forte veio até a mim, finalmente eu tinha achado a saída.

Com certeza eu estava no mundo dos vivos, por que eu havia várias pessoas andando para todos os lados sem ao menos me verem, a maioria vestia branco. Percebi que eu estava em um hospital, talvez meu corpo estava por perto, por isso fui parar ali.

Pelo jeito eu estava na recepção do hospital já que havia uma mesa marrom onde ficava uma garota vestindo roupa social, olhei para os lados e notei uma placa escrita Emergência, com certeza era lá que eu deveria estar, andei pelo corredor, ou melhor, flutuei já que eu não precisava tocar o chão para andar.

Aquele corredor parecia estar vazio até que ouvi pessoas falando e virei a direita, me deparei com um Bill totalmente acabado, ele chorava tanto e seu irmão e amigos ao seu lado tentando acalmá-lo.

- Que droga! – exclamava ele – Por que isso só acontece comigo!

- Calma – disse Gustav – Ela ainda nem saiu da sala de cirurgia, ela pode sobreviver.

- Como isso pode estar acontecendo novamente? Por quê? Duas vezes a mesma coisa!

- Bill – disse Tom – Você está muito nervoso, se acalme. Vai ficar tudo bem.

- Ficar tudo bem? – Bill parou de se lamentar e encarou o irmão – Tom, ela parou de respirar em meus braços, você sabe como é acontecer isso duas vezes na sua vida? Você ver a pessoa amada morrer e não pode fazer nada além de ficar esperando por notícias que de uma hora para outra podem acabar com sua vida.

Tom não conseguiu dizer nada, ninguém conseguiu apenas ficaram encarando Bill.

- É a pior coisa da vida – disse Bill – Se eu perder ela, minha vida vai acabar.

- Não vai – disse Georg – Você sobreviveu a última perda.

- Se não fosse Dasty, eu não sei como sobreviveria.

Perda? Que última perda? Bill nunca tinha falado comigo sobre perder alguém especial, será que outra pessoa da vida de Bill também morreu? Pelo jeito a pessoa era muito importante, por que ele ficou muito abalado.

- Dasty não é ela, Bill – disse Tom.

- Eu não disse que Dasty era ela. Dasty é muito diferente, no jeito de agir, de pensar, de se comportar.

Com quem eu era parecida? De quem eles estavam falando? Minha vontade era de ir até Bill e perguntar o que estava acontecendo, para ele me contar essa história que eu não sabia, que pessoa que parecia comigo? Mas não pude fazer isso, por que de repente eu não estava mais no corredor, eu estava em uma sala, onde eu me vi deitada em uma cama branca, com vários médicos em volta. Eu estava com um corte no meu peito onde eu podia ver meu coração pulsando bem pouco, quase sem vida e os médicos atarefados tentando fazer algo.

- Já retiramos a bala, mas ela não respira! – disse o médico.

- Ela vai morrer – disse outro.

- Não! Eu não posso morrer! – eu disse.

- Por que você não pode morrer? – perguntou a voz daquela garota, olhei para os lados e não a vi.

- Por que eu não posso deixá-lo sozinho, minha vida não pode acabar dessa maneira! Eu não quero acabar com a vida de Bill, da minha família e dos meus amigos dessa forma! Eu os amo tanto, eu amo a minha vida, isso não pode ter fim!

- Você devia ter dito que iria abandonar Bill, assim você estaria viva.

- Mas seria mentira, eu prefiro morrer a dizer que não o amo.

- Então você escolheu a morte.

- Eu escolhi amar! – eu gritei implorando que alguém me ajudasse.

Na mesma hora eu sumi, não sei o que aconteceu, tudo ficou escuro novamente, eu só vi a sala onde eu estava sumir, só ouvi os gritos de Bill ao longe, não sei para onde eu estava indo, mas antes de esquecer tudo o que acontecera eu ouvi:

- Ela está respirando! Ela está respirando!

Eu havia voltado.


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