Ich Liebe Dich - One Song For You escrita por dastysama


Capítulo 12
Capítulo 12 - Ich Liebe Dich


Notas iniciais do capítulo

Bem, você vão saber a hora certa, mas acho que apra ler esse capítulo vale a pena ouvir junto a música nach Dir kommit Nichts.



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Viajar novamente em um avião foi bem mais calmo que a última vez, ainda que pelo caminho eu tinha com o que me entreter, eu ficava lendo a Donzela de Orléans, é claro que muitas palavras eu não entendia, por isso eu trouxe um dicionário de alemão comigo.

Fiquei feliz ao perceber que a música que tocava era de Chico Buarque, eu já estava me sentindo em casa novamente. Morri de ansiedade quando ouvi que já estávamos chegando, apertei o cinto e eu esperei ansiosamente pelo pouso, meu coração estava acelerado.

Finalmente o avião pousou, e saímos dali, descendo a escada do avião eu tirei o meu casaco, estava um calor! Que saudade do calor, apesar de eu amar o frio, era ótimo sentir aquele mormaço na pele. Fui em direção ao aeroporto e esperei minha bagagem chegar, foi uma das primeiras.

Você não tem idéia de como fiquei feliz ao ver minha família me esperando no aeroporto, eu corri em direção a eles me joguei nos braços deles chorando muito de felicidade.

- Que saudades, minha querida! – chorava minha mãe me abraçando.

- Você não sabe como fez falta! – disse meu pai chorando também.

- Senti sua falta, sua chata! – disse meu irmão, só para variar um pouco nos seus elogios que tocavam minha alma.

Fomos para o carro onde eu contei a maioria das coisas que eu fiz na Alemanha, contei sobre meus amigos, sobre o Colégio, sobre a paisagem, as casas, os monumentos e a neve! Quanta neve! Mas eu não toquei no nome de Bill, apesar de minha mãe ter perguntado se eu arrumei um namorado alemão por lá. Eu disse apenas que não tive muito tempo para esse tipo de coisa, ninguém ia acreditar que Bill Kaulitz e eu éramos mais que amigos, além de minha mãe preferir garotos tradicionais, a excêntricos do mundo musical.

Comecei a tremer quando vi as ruas que eu conhecia e percebendo que estávamos chegando em casa, eu sorri tanto quando vi minha rua, que era pequena, mas que eu sentia tanta falta. E minha casa então? Será que tudo estava o mesmo ou mudaram? Reformaram? Estacionamos o carro na garagem e subimos animados a escada, então minha mãe abriu a porta.

- Surpresa! – gritaram várias pessoas dentro de casa, eram familiares e amigos em todas as partes.

Do mesmo jeito que fizeram uma festa por eu ter ido embora, também fizeram para minha chegada. Eu abracei todos e chorei mais ainda, eu sentia saudade de cada um, depois de toda aquela choradeira e comemoração eu comecei a contar novamente o que eu fizera na Alemanha, mostrei algumas fotos que eu tirei de alguns lugares e contei sobre as pessoas que eu encontrei.

- Então você já está dominando o alemão? – perguntou minha tia.

- Sim, já sei falar e escrever algumas coisas, está bem mais fácil agora.

Como todos pediram que eu falasse alguma coisa, comecei a falar várias frases, a maioria era do livro A Donzela de Orléans. Depois de tanto falar nós fizemos um churrasco, onde pude comer coisas que eu sempre comi e que não eram diferentes ou estranhas. Decidi ir para o meu quarto, pegar uma camiseta não tão quente quanto a que eu usava, afinal estávamos no Brasil. Anne desceu comigo, para me contar as ultimas novidades que aconteceram na escola.

- E então o que você fez na Alemanha? – perguntou Anne – Achou alguém interessante?

- Anne – eu disse enquanto caçava algo no meu guarda-roupa – Se eu disser que conheci Bill Kaulitz você acredita?

- Você o viu! – exclamou Anne que também era fã da banda – Meu Deus! E então? Tirou alguma foto? Pediu um autógrafo?

- Ah sim, eu tenho uma foto com um autógrafo – disse eu pegando uma blusa e indo no banheiro me trocar – Se eu dissesse para você que não o vi apenas uma vez, mas quatro, você acredita?

- Quatro vezes? Como?

- Se eu disser que virei amiga dele, você acredita? – eu disse já vestida indo até ela.

- Calma – disse Anne – Você está me confundindo. Você virou amiga de Bill Kaulitz? Me explique isso.

- Eu o encontrei uma vez e viramos amigos.

- Você está brincando, não é? – disse ela abrindo a boca.

- Não, é verdade, Anne – eu mordi meu lábio, mas então eu disse – E eu o beijei.

- O QUE?????????? VOCÊ BEIJOU BILL KAULITZ?

- Shiiiiiiu! Ninguém pode saber, ou melhor, ninguém vai acreditar.

- Não acredito, Meu Deus! Como que aconteceu? Meu Deus!

Fui até minha mala e abri o Donzela de Orléans, dentro dele estava as fotos que eu havia tirado com o Bill, eu havia usado como marca página, assim enquanto eu lia, podia vê-lo e me sentir mais perto dele.

- Aqui está. Acredita agora?

Anne pegou as fotos e as olhou com os olhos arregalados, então olhou atrás dela e viu escrito de Bill Kaulitz para uma grande fã. Olhou de novo para as fotos e olhou para mim.

- Meu Deus, como você é sortuda! Essa última foto realmente mostra que você o beijou – disse Anne.

- Ele me deu esse anel também – eu disse tirando o colar de debaixo da blusa e mostrando para ela.

- Isso deve ter custado os olhos da cara!

- Com certeza.

- Se ele deu isso para você, é por que ele ama você de verdade não é?

- Sim, mas vai ser difícil de nós se vermos novamente, ele está em turnê, é praticamente impossível nos revermos.

- Não conte com isso – disse Anne.

- Dasty! – era a minha mãe me chamando.

Anne e eu fechamos o assunto e ela prometeu não contar para ninguém, subimos as escadas e de repente todos estavam olhando para mim, e minha mãe estava ali parada, me sorrindo.

- O que aconteceu? – eu perguntei ao ver todas aquelas pessoas olhando para minha mãe e para mim, então notei um presente nas mãos de minha mãe.

- Nós temos um presente para você – disse minha mãe – Tenho certeza que você vai gostar. Presente de natal adiantado.

Então ela me entregou uma caixa, toda embrulhada com um papel avermelhado, eu tremia ao tentar tirar o papel, todos me olhavam. Quando o papel foi removido, tinha uma caixa branca, então eu tirei a tampa, ali havia um papel escrito: “Show do Tokio Hotel, dia 8 de dezembro, Via Funchal”.

- Eles vão fazer um show no Brasil? – eu perguntei vendo a entrada para o show na caixinha, minhas mãos tremiam mais ainda.

- Vão, Dasty, caramba você não sabia? – perguntou Anne.

- Não – eu disse – Fiquei tanto tempo longe do computador que eu não sabia mais de nenhuma novidade ou show da banda.

- E então? Gostou? – perguntou minha mãe.

- Eu amei! – começando a chorar. Eu ia vê-lo de novo! Eu ia vê-lo de novo! – Muito obrigada!

- Não precisa chorar, Dasty – disse minha mãe.

Eu limpei meus olhos, mas Anne percebeu o verdadeiro por que das lágrimas, eu agradeci aos meus pais pelo presente. Daqui três dias eu iria ao show deles com Anne que havia comprado uma entrada para ela também. Mesmo Bill não acreditando em Deus, eu só tinha uma pessoa a agradecer e essa pessoa estava além dos humanos, uma força maior que havia planejado isso para mim.

Aquela noite eu não consegui dormir direito, tudo estava se ajeitando, eu iria ver Bill no show, eu teria que lutar contra os seguranças para poder vê-lo, mas eu ia conseguir falar com ele, a seu ia!

Levantei-me da cama e decidi fazer algo para acabar com aquela insônia, peguei o meu livro, e abri na página que eu parei, mas antes fiquei olhando para as fotos que eu havia tirado com Bill. Como não rir da primeira, que nós fizemos caretas, ele era ótimo em fazer isso, por isso saiu tão engraçado. A segunda foto ficamos normais, sérios, mas percebi que ele estava tentando ficar sério, a vontade dele era cair na risada. A ultimas fotos não eram cômicas, a que estávamos um apontando para o outro era como se disséssemos: “Essas é a pessoa que eu amo!” e a ultima foto era quase a prova do que a anterior queria dizer.

Enquanto eu olhava as fotos, o livro caiu da minha mão e se fechou. Droga, agora eu teria que achar a página! Então eu comecei a folhear procurando onde eu havia parado, quando decide ler sobre a biografia do autor e noite algo escrito: “Propriedade de Senhorita Rosental, se eu perder e você encontrar devolva para mim, obrigada!”.

Uma corrente elétrica passou por mim, eu me arrepiei inteira e larguei o livro. Meu Deus! Esse livro era da filha da diretora, ela existe de verdade e leu aquele livro! Eu não sabia o que fazer, apenas fiquei encarando aquele livro como se fosse um monstro, então decidi pegá-lo e o coloquei no guarda-roupa. Guardei as fotos na minha gaveta, eu não tenho idéia do que está acontecendo!

         **************************************************

Era hoje o grande dia, era meio-dia da manhã e eu estava tão ansiosa, eu havia colocado minha calça jeans favorita e uma camiseta com a imagem do Tokio Hotel que eu tinha mandado fazer, eu iria como fã, mas eu tinha que chamar a atenção dele sem atrapalhar o show.

Eu nem consegui tomar o meu almoço direito, não era só o Show que tirava minha atenção, era algo que me incomodava. O livro A Donzela de Orléans era da filha da diretora e veio parar em minhas mãos de uma forma normal, mas também tem o negócio sobre o quarto, eu estava hospedada no mesmo quarto que ela ficava, tinha que ter alguma relação.

Parei de pensar naquilo, afinal eu já estava ficando com medo de toda essa história, quem dera naquele momento eu tivesse colocado fones de ouvido e escutado música em vez de prestar atenção, ou talvez não ter concordado com Louise de fazer aquela expedição pelo Colégio.

Terminando o almoço, meu pai e eu entramos no carro, papai ia levar Anne e eu até o Show, tínhamos que chegar em um horário bom para pegar um ótimo lugar bem na frente. Passamos na casa de Anne e ela estava tão animada quanto eu, durante o trajeto tocou Ready, Set, Go do Tokio Hotel e cantamos juntas a música.

Então avistamos a Via Funchal, meu coração batia depressa, o colar quase pulava junto com ele. Meu pai nos deixou na fila e disse que qualquer coisa eu ligava para ele, então ele foi embora.

- O que você vai fazer? – perguntou Anne – Vai tentar falar com ele?

- Vou sim, o difícil é saber como, mas vou tentar.

- Será que ele vai conseguir te ver no meio da multidão toda?

- Não sei, talvez sim, vou tentar chamar a atenção dele sem que atrapalhe o Show.

- Ah! – exclamou Anne – Acabo de lembrar uma coisa! Esses dias eu vi em uma revista sobre um novo caso do Bill com uma garota, era você!

- Sim, mas fique em silêncio – eu disse ao ver que algumas garotas olharam para mim – Isso pode ocasionar uma bela de uma confusão.

- Não acredito que tenho uma amiga famosa!

- Não sou famosa, e prefiro ainda ficar no anonimato.

- Tudo bem, vou fechar minha boca.

De tanto ficar em pé naquela fila, decidimos nos sentar como a maioria estava fazendo, na hora da fome peguei um pote de batatas e nós começamos a comer, eu amava aquelas batatas, só que eram tão caras.

- Se pensar bem – disse Anne – Talvez eles já estejam dentro da Via Funchal, nós podíamos tentar entrar.

- Duvido que seja fácil, é melhor tentarmos no Show, afinal tem muita gente e podemos nos camuflar.

- Ai que demais! Parece coisa de espião! – disse Anne começando a cantar o ritmo de Missão Impossível, eu tinha que concordar que era uma missão impossível, mas eu ia conseguir concretizá-la!

Então finalmente a fila começou a andar quando o relógio marcou sete horas, Anne e eu nos levantamos e começamos a seguir a fila, eu estava totalmente aflita e ansiosa quando mostrei a minha entrada e entramos na Via Funchal, vi no palco o símbolo do Tokio Hotel. Não era só pelo Bill que eu estava ali, era o meu sonho ir ao show deles, ouvir eles ao vivo, gritar até a voz acabar, e eu tinha conseguido finalmente, eu ia ver o show do Tokio Hotel!

Corremos para frente para tentar conseguir um lugar o mais perto possível do palco, e ficamos bem na frente, talvez Bill conseguisse perceber a minha presença ali. Meu coração parecia um motor de carro, eu não conseguia controlar, eu tentava me manter calma, mas não conseguia.

- Calma, vai ficar tudo bem, você vai conseguir falar com ele – disse Anne.

Enquanto as pessoas iam lotando o lugar, eu olhava para os lados procurando uma chance de poder driblar a segurança e entrar no camarim deles, por que eu tinha que conhecer Gustav e Georg também, para completar o meu sonho que estava começando a se realizar.

De repente todas as luzes que iluminavam o palco apagaram, todos os fãs ficaram em silêncio, tentando controlar a respiração e então ouvimos a bateria tocar e de repente a guitarra e o baixo vieram em seguida na música Break Away, Anne deu um grito enquanto eu via surgir das sombras Bill Kaulitz cantando.

Era a primeira vez que eu o via com o cabelo arrepiado, eu sempre o via com os cabelos lisos para passar despercebido pelas pessoas, mas lá estava o Bill Kaulitz de Tokio Hotel cantando com a alma para nós, fãs brasileiros. Ele havia renascido das cinzas, antes ele estava magro e abatido por causa do estresse, mas agora eu o via forte, cantando em plenos pulmões.

Deixei de ser Dasty Orléans para ser uma fã e comecei a gritar e a cantar junto com ele, nossos corações batendo juntos e nossas cordas vocais vibrando no mesmo ritmo. Depois daquela música ele cantou Ready, Set, GO para aumentar a alegria dos fãs que pulavam juntos conforme ele cantava.

Cada música era única, apesar de eu ter ouvido elas umas mil vezes, parecia que era a primeira vez que eu as ouvia de verdade, ao vivo era mil vezes melhor do que ouvir pelas caixinhas do computador ou por fones de ouvido.

- Nós te amamos Brasil! – gritou Bill para a loucura das fãs que gritavam o nome dele.

Essa era minha deixa, apesar do barulhão eu gritei pelo nome dele, mas ele nunca ia conseguir me ouvir, eu tentava chamar a atenção dele, mas nada adiantava. Enquanto ele tentava falar mais algumas coisas em português, os holofotes se viraram para ele, para os fãs poderem vê-lo melhor. No momento que os holofotes brilharam, eles passaram por mim e a luz atingiu o meu colar com o anel de diamantes e ele brilhou intensamente, fazendo várias pessoas olharem, inclusive ele. Os olhos dele acompanharam o brilho do anel até chegar aos meus, ele me fitou e então sorriu.

- Vou cantar uma música, que passou a ser uma das minhas favoritas – disse ele em inglês – No começo ela se tratava de ódio, mas depois eu percebi que a letra dela não significava isso, era algo muito mais bonito. Nach Dir Kommit Nichts!

As fãs gritaram, e então eu percebi que a música era dedicada para mim, minha música favorita, ele cantava olhando para mim, e eu comecei a chorar. Droga, por que eu só choro? Mas era tão lindo aquele momento, seria único na minha vida, as chances de isso acontecer novamente seriam mínimas.

E então começou o refrão, a música me atingindo a alma, e então na hora que era para ele dizer eu te odeio, eu ouvi Ich Liebe Dich, ele havia dito eu te amo! Não acreditei, percebi que várias fãs que acompanhavam a música a partir da letra que sabiam, ficaram atônitas por ele ter mudado a ultima frase do refrão.

Por que ele havia me escolhido? Por quê? Tantas fãs pelo mundo inteiro e eu fui justo a sortuda que havia entrado na vida dele de forma tão improvável. Se eu não tivesse naquela boate naquela noite e um pervertido tivesse mexido comigo, eu nunca teria o encontrado. Se eu não tivesse falado o nome do meu Colégio ele nunca iria me rever, nunca iria me encontrar. Se eu não tivesse que comprar salgadinhos eu nunca teria encontrado a irmã de Danny que me levaria para a casa dele. Se não fosse pelo incidente da última vez ele nunca teria vindo falar comigo novamente e nunca teríamos descoberto que nós nos amávamos de verdade. Alguns chamam isso de coincidência, que pode acontecer sem por que, mas eu chamo isso de destino, chamo de oportunidade, não de sorte ou coincidência, era algo para acontecer.

Então a música havia acabado e ele piscou para mim, várias fãs gritaram com aquilo, eu fiquei petrificada, Anne não continha o entusiasmo e falava: “Ele piscou para você, ele cantou para você!”. Eu não ouvia nada que Anne falava ou o que as outras fãs gritavam, eu havia perdido o rumo e meus ouvidos apenas ouviam a voz dele.


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