Ich Liebe Dich - One Song For You escrita por dastysama


Capítulo 10
Capítulo 10 - O Azevinho


Notas iniciais do capítulo

Capítulo lindo *----* Espero que gostem, em breve mais xD



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Eu decidi sair da pista de dança, eu estava ligeiramente com medo, procurei a saída, eu precisava sair daqui, então finalmente senti uma brisa fria e lá estava a porta, saí de lá sem avisar as garotas.

Tudo estava coberto de neve como sempre, mas tudo parecia muito mais frio, eu comecei a andar meio que perdida, eu não sabia o que fazer, eu estava definitivamente ficando louca, era melhor eu falar com as garotas e irmos embora, eu precisava dormir. Então alguém tocou no meu ombro e eu gritei, eu sabia, eu estava sendo seguida.

- Dasty, sou eu, calma!

Eu olhei, era Bill, era ele sim, eu não estava ficando louca, nem nada, ele estava em minha frente. Eu o abracei sem pensar muito, afinal eu o amava e não queria perdê-lo, pensar que aquele dia em que patinamos poderia ser o nosso último dia foi doloroso demais.

- Dasty? Está tudo bem com você? – perguntou ele.

- Sim, Bill – eu disse o largando – Está tudo bem. Mas o que você está fazendo aqui?

- Eu precisava falar com você, eu fui um estúpido! Eu não te disse adeus de forma correta!

- Não, tudo bem, você estava de mau humor...

- Não diga que estava tudo bem, isso vai me fazer pensar que não fui estúpido, mas eu fui.

- Eu já disse está tudo bem...

- É que eu fiquei confuso, eu não queria fazê-la sofrer, eu não queria...

- Que nenhum de nós dois tivesse esperança. Pode parecer errado, mas eu sei como você se sente, por que me sinto da mesma maneira.

- Por isso vim até aqui, atrás de você, por que eu precisava pedir desculpas.

- Eu te perdôo, mesmo que você não tivesse vindo aqui.

- Mas eu precisava, eu precisava ter certeza de que você me perdoava.

- Agora você já tem certeza.

- Hoje será a noite de despedida, eu quero que seja perfeita, e se eu fizer tudo de novo, você vai me xingar, dizer o quão estúpido eu sou. Hoje não pode dar nada de errado, amanhã começa a nova turnê.

- Então que vamos fazer hoje? – eu perguntei com a voz embargada, amanhã eu nunca mais o viria.

- Eu gostaria de te conhecer – disse ele – Você sabe tudo sobre mim, queria saber o que você mais gosta e pensa.

- Não sou tão diferente de você.

- Mas mesmo assim, acho que vale a pena.

Bill e eu começamos a andar pelas ruas de Spitalerstrasse, olhando para as vitrines cheias de luzinhas de Natal e enfeites, eu contei um pouco sobre minha vida no Brasil, minha infância, minha família. Também queria saber sobre ele, afinal o que eu sabia era o que estava nas revistas, entrevistas e sites, era o básico, eu queria conhecer o Bill normal.

Passamos em frente da maior livraria de Hamburgo, e bem na vitrine estava o livro de Bill, vários exemplares brilhavam em contraste com as luzes, eu fingi que não vi, mas deixei meu olhar sobre aquela vitrine transpassar e ele percebeu.

- Esse livro é ridículo – eu disse – eu confio em você.

- Sim, mas não posso fazer nada – disse ele parando de me fitar nos olhos.

- Não precisa me contar, eu já disse, confio em você, não preciso saber de detalhes nem nada, não preciso ler aquilo para te conhecer.

- Mas eu preciso esclarecer para você algumas partes.

- Esclarecendo ou não, não mudará o que eu penso sobre você.

- Eu quero te explicar – disse ele suspirando e se aproximando da vitrine para fitar o seu rosto no livro – Era sexta à noite, os garotos e eu havíamos decidido sair, para tirar um pouco estresse, eu estava bem estressado ultimamente, não tinha tempo para mim mesmo. Fomos para uma boate, e eu bebi demais, a cada gole eu ficava melhor, me sentia melhor, porque eu esquecia de tudo. Conclusão: Acabei ficando bêbado.

Eu ouvia atentamente, eu via como ele ficou triste em tocar nesse assunto, eu queria poder pará-lo, mas ele estava decidido a continuar, parei de olhar para ele e também me virei para a vitrine.

- Naquela noite uma moça se aproximou de mim, eu nem sabia quem era, eu estava tão bêbado que não conseguia nem ver o rosto dela, ela falava comigo e eu não entendia nada, tudo girava. Quando percebi, ela estava me ajudando a levantar, eu a acompanhei pensando talvez sendo alguma amiga do meu irmão tentando me levar para o carro ou sei lá.

- Mas ela não te levou para um carro.

- Sim, não me levou. Me levou para um quarto e tirou toda minha roupa, eu só lembro de flashes e mais flashes, de ela falando coisas que eu não entendia, mas de tudo isso, apesar de eu estar totalmente bêbado, eu tenho apenas uma certeza.

- Qual?

- Não aconteceu nada, eu não fiz nada – disse ele suspirando novamente – Mas não adianta eu dizer isso para todos, existe fotos e provas falsas, todos vão pensar que estou mentindo.

- Eu acredito em você, como eu disse, confio em você, afinal sou sua grande fã.

- E isso para mim já é grande coisa – disse ele sorrindo – Saber que você confia em mim.

- Não perdi meu tempo lendo aquilo, eu sabia que era tudo falso, aquela mulher devia ter vergonha do que fez.

- Mas não me importo com ela, eu estava ligeiramente preocupado com isso, com o que ia causar nos meus fãs, mas pelo visto me preocupei demais.

- Os fãs de verdade acreditam em sua integridade, nenhum se deixou abalar por isso, mas acho que você devia falar sobre isso, mesmo que críticos e comentaristas não acreditem, nós fãs vamos acreditar.

- Sim, quando tiver uma boa oportunidade vou falar.

- Desejo boa-sorte para sua nova turnê, pode ter certeza que vou acompanhá-la através de notícias.

- Eu queria poder te acompanhar também de alguma forma.

Como não morrer com essa resposta? Que droga, ambos não queremos nos iludir, mas nos iludimos, que droga!

- Existe tecnologia para isso – eu disse tentando achar uma solução – Eu vou te ligar, mandar mensagens e também tenho o seu myspace.

- É, talvez de alguma forma isso diminua a distancia – disse ele, mas depois deu um pulo – Não vamos ficar triste, afinal ainda temos um tempo para ficarmos juntos e como eu disse quero que seja perfeito.

- O que vamos fazer, então?

- Vem comigo – disse ele puxando minha mão.

Passamos por várias lojas, até que entramos em uma loja que vendia de tudo, artigos para cozinha, esportes, quarto e banheiro, percebi que em um canto tinha uma coisa quadrada enorme, então notei que era aquelas máquinas de tirar foto. Cruzamos aquelas pessoas atarefadas com suas compras de Natal e entramos na máquina, Bill fechou a cortina e colocou uma moeda.

- É só fazermos poses – disse ele – quero guardar alguma foto de você.

A primeira pose nós fizemos caretas, a segunda tiramos normal mesmo, sorrindo para a câmera, a terceira apontamos um para o outro e a quarta eu tive a mesma idéia que ele e por pouco não se concretizou, eu tive a idéia de tirar uma foto beijando o rosto dele, nós viramos no mesmo tempo e ficamos hipnotizados por nossos atos, sem saber se concretizávamos ou não.

Só acordamos de repente por causa do ultimo Click da câmera, então saímos da máquina e fomos ver as fotos. Lá estavam duas fileiras com fotos pequenas, mas que significavam muito, eu fitei a última a que quase foi bem diferente daquilo.

- Bill – eu perguntei – Como você pode ter certeza que não sou como a Natalie, a que escreveu o livro sobre você?

- Eu confio em você – disse ele sorrindo, repetindo as mesmas palavras que eu disse – Eu acredito em você, afinal estou virando seu grande fã.

- Ah, mas eu não sou nada demais.

- Claro que é, ou você acha que eu tirei foto com você só por tirar? Também quero um autógrafo!

- Claro – eu disse rindo – Vou te dar um autógrafo e te mostrar como canto bem, só não tampe os ouvidos!

- Vai ser um prazer! - pegamos canetas na recepção e Bill me deu um autógrafo nas minhas fotos, e eu também autografei as fotos dele – Sou o primeiro a receber o seu autógrafo!

- Eu não posso dizer o mesmo, devo ser a milhão e pouco.

- Mas eu nunca presto atenção para quem eu dou autógrafos, você é a primeira.

- Fico lisonjeada – eu disse ficando vermelha.

Bill e eu andamos entre as lojas, brincando de guerra de neve e rindo a toa, principalmente quando Bill errou a mira e atingiu uma bola de neve em um casal aos beijos, mas acho que foi de propósito, tivemos que sair correndo ao ouvir os xingamentos deles. Paramos em uma bomboniere onde Bill ficou olhando as diversas balas em busca de uma perfeita, eu preferia os diversos chocolates e trufas que gritavam por mim.

Bill comprou um saquinho de balas de gomas açucaradas de morango, eu preferi uma trufa de cereja e saímos passeando novamente pela cidade, sem rumo, sem destino, mas quem precisava disso tudo? Eu estava feliz em estar perdida.

- Espero que sua turnê seja ótima Bill – eu disse – E vê se não se estresse muito, afinal, nós fãs também nos preocupamos com a saúde de nossos ídolos.

- Sim, vou fazer isso – disse ele – E você vê se não se sobrecarrega demais em estudar e trabalhar, afinal você é dedicada demais e se esquece de si mesma.

- OK, OK, vou tentar.

- Vamos nos encontrar durante esse tempo, nós temos que nos encontrar se não nunca mais nos veremos.

- Eu sei, mas eu não posso viajar sempre para te ver em outro país – eu disse sem conseguir esconder a tristeza.

- Dasty, você acredita em Deus e outras pessoas em destino, se tiver que acontecer, se pudermos nos encontrar, isso vai acontecer independente de onde estamos.

- Eu espero que sim – eu disse – Vou acreditar nisso.

Nós paramos em uma praça para vermos os enfeites de Natal, tinha um presépio e renas lindas, enfeitadas com milhares de luzes que brilhavam junto com a neve. Eu fui acompanhando cada detalhe com o olhar, até as árvores estavam enfeitadas, então olhei para cima e bem nas nossas cabeças havia um azevinho, Bill me viu olhando para cima e notou a mesma coisa.

- É... Um azevinho? – perguntou Bill.

- Sim... É um... – eu disse.

Segundo a tradição natalina, o casal que passar por baixo de um azevinho devem se beijar, por isso Bill e eu nos olhamos ao mesmo tempo, ambos vermelhos. O que iríamos fazer? Seguir a tradição? Eu poderia falar que se ele não quisesse seguir a tradição, tudo bem, mas ele poderia pensar que eu não gosto dele. E se eu falasse para nós seguirmos ele iria pensar que sou atirada demais. Por isso fiquei parada a fitá-lo sem dizer nada.

- Acho... – eu disse tentando formular alguma coisa, que droga neurônios! Pensem em algo! – Que aqui é um lugar muito movimentado... Quer dizer algum fotógrafo pode passar... E bem, ele pode espalhar fotos e talvez infernizar sua vida... Não quero ser como a Natalie e fazer com que todos saibam de sua vida pessoal...

- Eu não me importo, nenhum fotógrafo vai estragar essa noite, eu já disse – disse ele sorrindo timidamente – Isso depende de você.

Eu? Por que ele quis colocar isso justo em minhas mãos? Eu não consegui dizer nada, meu coração batia acelerado demais e impedia meu cérebro de pensar em algo.

- Por mim tudo bem – eu disse, foi a única resposta que meu cérebro havia pensado, a única que eu poderia dar naquele momento.

Uma brisa fria passou por nós fazendo movimentar o meu cabelo e o dele, ele me olhou nos olhos e fiquei petrificada ao vê-los, eles eram tão diferentes, ele se aproximou e passou seu braço por minha cintura e eu fiquei tão perto dele, senti sua respiração fria em minha testa. Tive que levantar meu rosto, afinal ele era um pouco mais alto que eu, então fechei meus olhos. A Spitalerstrasse parou naquele momento, tudo parecia parado, as luzes de natal tão lindas e diferentes perderam a graça no negrume daquela noite, a neve que começara a cair, parecia cair em todos os lugares, menos em nós, porque não senti nenhuma em minha pele ou no meu casaco.

Os lábios dele estavam tão frios quanto os meus, mas depois ficaram ternos, o frio desaparecera, era tudo tão intenso, porque eu o amava de verdade. Eu não me importava se hoje seria a última vez que eu ia vê-lo, o que importava era aproveitar o presente e não se preocupar com o futuro, porque eu sabia que íamos nos encontrar novamente, eu sabia. No começo do beijo eu não sabia bem o que fazer, mas depois eu consegui acompanhá-lo e fiquei mais calma, aproveitei cada momento que eu estava perto dele, cada segundo que nossos corações batiam no mesmo impulso. Não sei quanto tempo durou, só sei que foram os minutos mais intensos da minha vida.

- Não vou te esquecer nunca, então não me esqueça – disse Bill suspirando e tocando sua testa na minha.

- Bill, eu já prometi, e mesmo se eu não prometesse eu nunca te esqueceria.

- Não vou perdê-la, vou te ver de novo nem que eu tenha que vir de Tokio para o Brasil.

- Então vou te esperar.

De repente ouvi um barulho ao longe, eram os sinos de alguma igreja por perto, fui contando cada badalada e percebi que era meia-noite, meu conto de fadas da Cinderela, sem eu saber, tinha acabado àquela hora e meu príncipe havia deixado algo para trás.

- Meia-noite! – exclamou Bill me largando de seus braços quentes para o mundo frio – Me desculpe Dasty, tenho que ir, amanhã tenho que pega rum avião muito cedo.

- Tudo bem – disse eu meio abobada, tentando entender o que estava acontecendo, ele me beijou novamente, me deixando mais tonta ainda.

- Isso é para você – disse ele me dando um pacote vermelho com uma fita verde, simbolizando o Natal.

- Um presente? Mas eu não comprei nada para você, não, você não pode me dar isso...

- Tenho que ir, vou te esperar Dasty! – disse ele correndo pela multidão e sumindo.

Lá estava eu, em plena praça cheia de neve, olhando para o nada, ou melhor, para aquela multidão corriqueira com sacolas enormes e presentes maiores que o braço, esperando que o vulto que acabou de sumir, voltasse dizendo que ia ficar ao meu lado para sempre. A única coisa que sobrara daquela lembrança era o pacotinho, quem devia perder o sapato de cristal era a Cinderela, não o príncipe, mas pelo visto foi o príncipe que decidiu deixar algo importante com a Cinderela.

Suspirei e abri o pacote com cuidado, tirando a fita de cetim verde, e o papel vermelho, dentro tinha uma caixinha pequena de veludo azul escuro. O que seria aquilo? Então eu abri. As luzes de Natal, as estrelas do céu naquela noite escura não se comparam ao brilho que emanava dali, o presente refletia luzes em todos os cantos e meus olhos brilharam juntos.

Era um anel, não qualquer um, mas justo aquele que eu havia escolhido na Anson’s e Görtz, todo de ouro branco, com uma flor talhada em cima com um diamante, nada mais, nada menos que custando dois mil euros. Como ele podia me dar uma coisa tão cara como essa? E eu que nem dei nada, ele me dá um anel de quatorze quilates!

Percebi que tinha algo mais naquele pacote, então notei um envelope e abri, ali em letras bonitas de um compositor nato estava escrito: “Para minha donzela de Orléans”. Era tudo que estava escrito, eu não contive meu choro, eu estava ligeiramente emocionada, então tirei o anel da caixinha e coloquei no meu dedo, coube perfeitamente como se tivesse sido feito para mim.

Como ele sabia? Talvez ele tivesse me seguido, essa era a resposta. Mas não a resolução, eu corri pela multidão procurando ele, eu precisava agradecê-lo, mas eu não o achei, o encanto havia acabado. Cinderela está na hora de acordar.


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