Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 45
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Promessa é dívida!
Conforme prometido, segue mais um cap.
Espero mesmo que vcs gostem, pois eu particularmente adorei escrever esse. Gostei mesmo, se tiver viajado, com esse eu nem ligo, de tanto que eu gostei rs.
Como sabem, mais um cap que não existe no livro, puro devaneio da minha mente! kkk



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Algumas horas se passaram até a Dra. Olendizki nos informar que todos já estavam fora de perigo e ficariam bem. Uma onda de alívio passou por mim, assim que eu ouvi essas palavras dela. Christian e Lissa foram liberados, mas Rose precisaria ficar internada por alguns dias, sob medicação. Eu cogitei em ficar ali, mas Lissa não abriu mão em ficar do lado de Rose, se tornando desnecessária a minha presença. Eu ainda me sentia mal por deixá-la, e fiquei por lá, na sala de espera, esperando que ela acordasse. Eu estava com a cabeça abaixada e os braços apoiados nos meus joelhos, quando alguém tocou no meu ombro. Levantei os olhos e era Alberta.

“Você precisa descansar um pouco, Belikov. Precisaremos da sua ajuda para elaborar o relatório de toda essa operação para a Corte, logo mais. Você já está acordado há mais de dois dias.”

“Eu estou bem. Não se preocupe comigo.”

Alberta acenou e me estudou por alguns momentos. Eu olhei de relance para ela e seu olhar sábio quase me chocou. Então ela se abaixou, sentando ao meu lado e dando um longo suspiro. Poucos segundos de silêncio se seguiram e eu comecei a me sentir incomodado, mas tentei não demonstrar isso.

“Estes foram acontecimentos muito reveladores.” Alberta falou pensativa. Eu assumi que ela estava se referindo a mágica de Lissa e permaneci calado, olhando para frente. “Dimitri,” ela me chamou, com um tom gentil, e eu a olhei surpreso por ela ter usado meu primeiro nome. “Vá para o seu quarto, pense um pouco e descanse. Rose ficará bem. E lembre-se: ela é apenas a sua aluna. Nada mais que isso.” Ela deu dois tapinhas na minha mão direita e vi em seu rosto a pretensão de um sorriso. Eu tentei esconder ainda mais o choque que me varria, enquanto ela se levantava e saía.

Uma onda de compreensão tomou conta de mim. Meu Deus, o quê eu estava fazendo? Como eu podia ter deixado o meu lado emocional tomar conta de mim daquele jeito? Tanto que outras pessoas já estavam notando o que estava se passando comigo, como deixei chegar a este ponto? Eu realmente não podia me render a isso.

Obedecendo a um impulso, me levantei rapidamente e caminhei a passos largos até o meu quarto. Não havia outro lugar pior para ter ido. Entrar lá foi uma das piores coisas que já experimentei. Era como se, a cada momento, eu fosse virar e ver Rose. A presença dela ali ainda era muito forte. Tomei um banho e deitei na cama fria tentando dormir um pouco, mas foi pior. Eu fechava os olhos e quase podia sentir Rose ali comigo, sua pele, seu calor. O cheio dela ainda estava nos lençóis e não tinha como me libertar daquilo tão fácil. Eu ia acabar enlouquecendo.

Assumindo que deveria fazer de tudo para retomar o meu antigo controle, decidi que me manteria longe de Rose por um período. Por isso, não a visitei mais na clínica médica e suspendi as aulas dela por tempo indefinido. Vez por outra eu tinha notícias sobre seu estado de saúde, que eram cada vez melhores. Mesmo assim, ignorar Rose não era nada fácil. Às vezes eu pensava que era impossível.

Mergulhei de cabeça no muito trabalho que me esperava. Os acontecimentos do seqüestro de Lissa nos forçaram a preparar, para a Corte, longos e detalhados relatórios sobre cada fato ocorrido. Desde os animais mortos, usados para assustar Lissa, até todo desenrolar do resgate. Encontrei Alberta no dia seguinte, após a nossa breve conversa na clínica médica, mas foi como se ela nunca tivesse falado nada para mim. Ela agiu da mesma forma imparcial e profissional de sempre e eu não ousei mencionar nada.

Victor Dashkov ficou preso em uma das celas da Academia, aguardando uma definição vinda do Conselho Moroi. Ele certamente passaria por um julgamento e seria condenado, considerando as provas incontestáveis, que levantamos contra ele.  Nós vivíamos dentro de países com suas próprias leis, mas os Morois se regiam por códigos que eram aplicados de forma rígida, porém discreta. Natalie também ficou sob observação dos tutores da Academia, ela tinha sido usada pelo pai como parte do seu plano, mas não foi considerada de todo inocente.

Recolhemos depoimentos de todos que participaram da operação e Lissa teve que dar longas explicações sobre o seu dom. O interrogatório de Rose ficou por conta de Kirova, eu nem se quer o peguei para ler. Poucas pessoas tiveram acesso a todo esse processo, já que usuários do espírito eram raros e sempre despertavam o interesse, geralmente de forma negativa, nas pessoas. Como foi com Victor.

E por falar nele. Mesmo passado alguns dias, a Corte ainda não sabia ao certo como agir. Ele era um príncipe Moroi, ou seja, membro da alta realeza. Realmente, não seria fácil para seus pares lhe aplicarem qualquer tipo de punição, ainda que seus atos tenham sido desprezíveis. Ele foi mantido na Academia, sob forte vigilância, até que seu destino fosse decidido. Eu fui escalado para um turno de guarda, em frente a sua cela, no terceiro dia depois da sua prisão.

Ele sorriu quando me viu puxando uma cadeira e sentando. “Ora, ora, ora. Vejam quem veio me fazer companhia.” Ele falou de forma divertida.

Eu o ignorei e peguei meu livro, abrindo na página marcada. O sorriso dele se tornou uma gargalhada. Eu permaneci estático.

“Guardião Belikov, eu esperava mais gratidão vinda de você.” Sua voz foi afiada como uma espada, porém baixa, ensaiava uma ofensa. Eu não respondi e ele pareceu não se importar com a minha indiferença. “Suponho que você tenha gostado bastante dos momentos que lhe proporcionei.” Ele falou alto, chamando a atenção dos outros guardiões que também estavam de plantão. Eu olhei mortalmente para ele por cima do livro.

“Sr. Dashkov, não estou interessado em conversar com o senhor.”

“Pois deveria. Eu tenho trunfos que podem destruir a sua carreira, você sabe.” Ele falou, estudando casualmente suas unhas e depois se aproximou da grade da cela, apertando o rosto entre elas. “Basta uma palavra minha e você ocupará a cela ao lado.”

“A sua palavra não é algo que as pessoas confiem muito, ultimamente.” Blefei. Mas ele estava certo. As lei Morois eram severas, principalmente quando se tratava de abuso de menores.

“Certamente. Mas contra fatos, não há argumentos. Qualquer um que observar mais atentamente chegará a mesma conclusão que cheguei.”

Eu me mantive neutro, sem demonstrar qualquer reação. Mesmo assim, eu lembrei do olhar e das palavras de Alberta na clínica médica. Mais uma vez, me senti vulnerável, mas tranquei isso dentro de mim. Cruzei os braços e lhe lancei um olhar desafiador, eu não podia deixar que ele me intimidasse.

“Você me decepcionou muito, Belikov.” Ele prosseguiu. “Antes, você sempre foi conhecido pela sensatez e seriedade. Como pôde se entregar a algo tão insano e infantil?” Ele fez um som de estalo com a boca ‘tsc tsc tsc’. “Que a jovem Rosemarie tenha desenvolvido uma paixão adolescente por você, é esperado - e até aceitável. Adolescentes se apaixonam a todo o momento. Mas você? Um homem adulto e experiente se aproveitando de uma criança? Não, isso não! Isso é repugnante...” Seu tom sugeria uma falsa indignação.

Eu me levantei, rápido como um flash e, com um único passo, me coloquei em frente às grades, encostei minha testa na dele, olhando para ele diretamente nos olhos. Senti uma grande ira se apoderar de mim. Mais uma vez, as emoções estavam falando mais alto.

“Você não vai falar nada. Você só faz o que lhe traz algum proveito. Revelar isso não lhe serviria para nada. Não agora e nem depois e, além do mais, você não sabe do que eu sou capaz. Então porque você não fica quieto e cala essa sua maldita boca?”

No fundo de seus olhos verde-jade, eu pude ver um fio de medo passando por eles. Apenas um fio, mas foi suficiente para mim. Ele deu um pequeno e irônico sorriso.

“Ah, é sempre um prazer conversar com você, Guardião Belikov.” Ele se afastou das grades, me dando as costas, e se dirigiu a uma pequena cadeira, que estava próxima a uma mesa. Antes de sentar ele acrescentou, sem me olhar “claro que eu sei do quê você é capaz. Você tem uma bela fama. É você que não sabe do que eu sou capaz.”

Ele se sentou e ficou olhando para a parede, em silêncio. Momentos depois, eu voltei para o meu posto, peguei o meu livro, mas não consegui ler mais nenhuma linha. Filho da mãe ou não, ele tinha toda razão. Eu tinha perdido todo o controle da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu achava que Dimitri tinha que sofrer um pouco com as ironias de victor, não só a rose!! kkk
Não sei pq mas eu acho que victor morre de medo do dimitri, por isso nunca falou nada kkk
ah! espero que nao pensem que estou enrolando. No proximo cap voltarei para a história original, é a parte que eles conversam no ginásio. Eu só sinto que precisamos destes cap imaginários como ponte, pois Dimitri não pode simplesmente sair "quicando" de um acontecimento a outro sem uma continuidade, vivida por ele. Afi
Nossa, escrevi demais, não foi? estou com os dedinhos nervosos hoje! kkk