Tyson já havia completado seis anos de idade, e minha mãe não poderia estar mais feliz, a não ser é claro quando era o meu aniversário. Ele estava no 3º ano do ensino básico e devo dizer que ele é melhor nos estudos que eu, mas levando em consideração quem era seu pai, eu não podia esperar outra coisa. Annie e eu estávamos melhores do que nunca, especialmente agora que compartilharmos o posto de irmãos mais velhos; isso mesmo minha sogrinha Atena teve uma menininha: Melody, que este ano completava quatro anos de idade. Ela era ruiva e tinha belos olhos azuis.

Há meses uma idéia ótima passou na minha cabeça, mas embora eu fosse um tanto corajoso, pensar nisso fazia minhas pernas tremerem de um jeito inimaginável. Não que eu estivesse com medo, isso de forma nenhuma, o que me preocupava era com fazer, nada mais. Annie merecia sempre o melhor e eu às vezes ficava imaginando em como dar o melhor a ela, visto que ela era a melhor pessoa do planeta.

Num domingo de sol, estava deitado olhando para o teto do meu quarto quando surge uma idéia na minha cabeça, só que para a data combinar eu tinha menos de quatro dias para comprar tudo, arrumar o lugar e o mais importante meu presente a Annabeth, por terem se passado exatamente seis anos daquela data tão importante. Levantei-me com um pulo, liguei o computador e fui pesquisando lugares, presentes até eu achar o que realmente queria, chequei minha conta (ela havia engordado significativamente desde que eu havia começado a trabalhar nas empresas Chase) e vi que daria para comprar tudo, agora só faltava o principal: o que falar.

Passei os quatro dias que me restavam arrumando tudo, Annabeth estava de orelhas em pé achando que eu a estava substituindo, o pensamento mais ilógico que ela teve ao longo de 21 anos. Mas finalmente o dia chegou, como era um sábado combinei de passar à tarde com Annie para que a noite fosse inesquecível, mas é claro para, também despistar qualquer possibilidade de ela ainda estar pensando que eu a estou substituindo.

Tomei um banho longo, e depois vesti uma calça jeans, uma blusa de manga comprida e a blusa de um paletó, coloquei no bolso dessa blusa, o meu presente; agora só faltava ela. Senti-me até um pouco envergonhado por ter passado quatro dias sem vê-la, e estava com mais saudade da minha sabidinha do que gostaria de admitir. Saí do meu quarto e me dirigi até a garagem da nossa nova casa e entrei na minha SW4 prata me dirigindo até a casa da minha sabidinha linda. Toquei a campainha e Melody atendeu.

- Oi Percy, entra que a Annie já vem! Sabe que ela passou a manhã inteira atrás de uma roupa para sair com você?

Crianças de quatro anos não sabem mesmo o que não devem dizer, eu ri e deixei que ela me puxasse para a sala de estar, onde ela estava brincando com muitas bonecas. De lá ela gritou.

- Annabeth Chase seu namorado está te esperando, desça logo se não eu o empurro para subir aí no seu quarto.

Menos de cinco minutos depois, uma Annabeth perfeita desce os degraus da escada. Ela usava um vestido floral esvoaçante e sapatilhas de salto, seus cabelos loiros estavam soltam e com os cachos muito bem firmados. Ela estava linda, mas do que nunca eu agradeci aos deuses por estar com ela.

- Resolveu vir me ver Perseu? – ela disse e eu me encolhi, quando falavam meu nome não era boa coisa.

- Annie, flor, eu estava muito ocupado com os preparativos para a tarde de hoje.

- E o que exatamente tem hoje à tarde?

- Só se você vir comigo para descobrir! – sorri para ela, um dos defeitos de Annie é a curiosidade, se é que isso pode ser chamado de defeito.

- Tudo bem então – ela se deu por vencida – Melody, diga à mamãe que eu vou sair com o Percy e só volto bem mais tarde.

- Fique a vontade, hoje a mamãe é toda minha.

Annabeth deu um muxoxo, mas quando percebi que ela não me daria um beijo, decidi roubar um. Antes que ela chagasse na porta a puxei para perto de mim olhei bem nos olhos dela e a beijei apaixonadamente, ela retribuiu e percebi que estava perdoado. Depois de nos separarmos a puxei pela mão e a levei até meu carro, abri a porta para ela e depois literalmente corri até a porta do motorista e entrei.

- Então senhor Jackson o que vamos fazer?

- Você já almoçou?

- Não deu tempo.

- Então vamos almoçar.

Liguei o carro e comecei a por meu roteiro em ação, dirigi até uma praia deserta onde eu havia montado uma tenda branca, colocado uma mesa e duas cadeiras. Contratei também um cozinheiro especializado em comida italiana para nos servi. Desci do carro e fui abrir a porta para uma Annabeth totalmente espantada.

- Mas.. o... – ela engasgou.

- Gostou?

- Como não gostaria, mas qual o propósito disso tudo?

- Você realmente não lembra que dia é hoje?

- 31 de julho, sábado – ela fez uma careta como se quisesse puxar alguma coisa pela memória.

- Hoje faz exatamente 10 anos que eu descobri que te amava, eu já te disse isso.

A expressão dela era de culpa, não sei por que estava se sentindo culpada.

- Até hoje não entendi o por que de você ter guardado essa data na memória.

- Foi um dia muito importante para mim. Pela primeira vez na vida eu tive vontade de te beijar e te dizer que te amava.

- Eu não lembro de quando comecei a gostar de você, mas sei que foi a muito tempo.

Nos beijamos e eu a puxei para a tenda, onde dois pratos cheios de ravióli nos esperavam. O almoço foi ótimo, conversamos, nos beijamos e nos deliciamos com maravilhosos pratos da cozinha italiana. Após esse belo almoço, tínhamos os sapatos e fomos andar pela praia de mãos dadas molhando os pés nas ondas.

- Você quer dar um mergulho?

- Mas eu não trouxe roupa... – ela ia continuar falando, mas eu a interrompi.

- Tomei a liberdade de comprar roupas para você.

Ela ergueu uma sobrancelha desconfiada.

- Tudo bem então – ela riu e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa me puxou com toda a força para dentro d’água onde fomos atingidos por uma onda. Beijamos-nos apaixonadamente só parando às vezes para pegar um pouco de ar depois juntando nossos lábios de novo. Passamos um tempão assim, paramos de nos beijar, demos um mergulho longo. Depois voltamos para a praia e nos dirigimos ao meu carro, onde eu estendi a Annabeth uma sacola dourada repleta de roupas. De propósito estava montado perto do carro um biombo de madeira, ela sorriu do orelha a orelha ao ver o que tinha dentro me deu um beijo rápido e entrou no biombo para se trocar.

Para que eu não ficasse resfriado e estragasse a noite, tirei a blusa do paletó e a blusa que estava em baixo, ficando somente de calça jeans, me virei para pegar minhas roupas assim que peguei a sacola ouço a porta do biombo se abrindo, me viro e vejo Annie completamente corada olhando de boca aberta para o meu abdômen, ela estava vestida com um vestido lilás com rendas tomara que caia, e sapatilhas prateadas não muito baixas, seu cabelo estava completamente seco e estava enfeitado com uma tiara prateada com uma flor. Ela ficou ainda uns bons segundos sem falar nada, só abrindo e fechando a boca, a cena era realmente muito cômica.

- Terra chamando Annabeth – cheguei mais perto ela piscou e sorriu.

- Annabeth respondendo – o sorriso aumentou, e ela corou um pouco mais – onde eu fui achar um namorado tão bonito meus deuses.

- Não sei, só sei que achou.

Beijamos-nos de novo, só que com mais calor do que antes, as mãos delas apertavam meus cabelos e eu a puxava cada vez mais perto do meu corpo; nos separamos.

- Muito obrigado por há 10 anos admitir que me amava e me trazer para essa tarde inesquecível.

- Não há de que, quando precisar estou as ordens.

Entrei no biombo e me troquei bem rápido. Meu estomago parecia cheio de borboletas e não de massa italiana, sai vestindo outra calça jeans só que dessa vez com uma blusa azul marinho quadriculada com manga ¾ , Annie estava me esperando sentada no banco do carona com a porta aberta, estava olhando o mar com olhar sonhador, cheguei bem perto dela e sussurrei no seu ouvido, lhe causando arrepios.

- Pensando em mim?

- Alguém está muito convencido!

- Só falo a verdade – dei um selinho nela.

- E agora para onde vamos?

- Que tal ir a um parque de diversões – eu não quis terminar a frase, ia dar muita bandeira.

- Só se for agora.

Fechei a porta do passageiro, e fui em direção a do motorista; dirigindo até um parque de diversões que eu havia alugado para a ocasião, chegamos lá já eram 5 horas da tarde e tudo estava vazio, de propósito.

- Onde estão todos?

- Aluguei o parque só para nós dois curtirmos.

- Você alugou! – ela se alarmou.

- Sim, achei que deveria ser legal – sua expressão ainda era de alarme – a Annie vamos, vai ser divertido!

Ela estava desconfiando, mas eu teria que despistar por mais 1 hora e meia, para que tudo pudesse dar certo. Puxei ela pela mão, passamos de mãos dadas pela entrada. A primeira atração que visitamos foi à montanha-russa, gritamos muito, mas nenhum de nós ficou enjoado. Seguimos para uma barraca de acerte o alvo, de primeira acertei todas as latas empilhadas e ganhei um urso bem grande que logo em seguida dei a Annabeth. Visitamos mias algumas atrações até que chegou a hora.

Love Story da Taylor Swift começou a tocar nos alto falantes e nós nos dirigimos a roda-gigante, sentei Annabeth bem perto de mim enquanto a roda-gigante se movimentava bem devagar, até que a música mudou, Just a Kiss, a nossa música, anunciou que eu deveria começar a falar, quando o refrão chegou pela primeira vez a roda-gigante parou lá em cima, afastei Annie de mim e a fiz me olhar de frente.

- Annabeth Chase tenho uma coisa para te dizer.

Peguei a caixinha que estava no bolso do jeans e ela arregalou os olhos, estava na cara que já sabia o que eu iria fazer.

- Há muitos dias eu comecei a pensar no meu futuro, no nosso futuro, e eu percebi que se o futuro não fosse com você minha vida não estaria completa, eu quero casar com você por que você é a primeira pessoa que eu quero ver quando acordar de manhã, e a única em quem quero dar um beijo de boa noite. Por que na primeira vez que vi suas mãos, não consegui mais imaginar como seria não poder segurá-las. Mas principalmente, quando se ama alguém o tanto quanto eu amo você, casar é a única coisa que resta fazer. Então, você, Annabeth Chase – respirei fundo para que a voz saísse mais que um sussurro - quer casar comigo?

Abri a caixa revelando um anel prateado com um diamante bem proeminente no meio. Os olhos de Annie que antes estavam marejados agora derramavam lágrimas de alegria ou de surpresa, eu não sabia dizer.

- Os deuses são testemunha do quanto esperei por esse dia – ela respirou fundo e sua voz saiu firme e confiante – Sim eu aceito me casar com você!

Assim que ela respondeu, eu tirei a aliança da caixinha coloquei em seu dedo, a beijei e o céu se coloriu com fogos de artifício vermelhos, formando a imagem de um coração e as letras A e P, entrelaçadas uma na outra. O beijo foi apaixonado e demorou até que os fogos parassem de estourar no céu noturno de Nova Iorque.

- Te amo senhora Jackson.

- Te amo senhor Jackson.

Nos beijamos mais uma vez, só que dessa vez os fogos de artifício explodiram dentro de mim. Eu ia me casar com o amor da minha vida.