1997 escrita por N_blackie


Capítulo 33
Romulus




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“E então eu larguei o biscoito e a mala, adivinha qual deles amassou o pé dela.” Lewis se lamentou, jogando o bilhete de sua detenção na lareira. Prongs e Padfoot caíram na risada, e Romulus sorriu solidário enquanto abria espaço para o gordinho se sentar ao lado dele.

“Não tinha muito motivo pra mandarem você pra detenção, realmente.” Hermione riu. “São as inspeções da Umbridge que estão deixando os professores nervosos.”

“Bem que eles podiam ficar menos nervosos, então,” disse Ron, “quero dizer, que culpa eu tenho se Umbridge acha a aula da Trelawney uma me- “

“Ronald!”

“Não censure a honestidade, Hermione!” interrompeu Adhara, fazendo sinal para Ron continuar, “Vamos, Ronald, deixe sair seus demônios interiores! Grite comigo: A AULA DA TRELAWNEY É UMA MER-“

“Hem, hem.”

Romulus riu enquanto via o pai, meio abatido mas sorridente, se postar atrás dela. “Ainda bem que não sou quem achou que era, não?”

“Duvido que aquela rolha de poço ambulante fosse reclamar, estamos detestando as mesmas pessoas!”

“Se o mundo fosse preto e branco como você pensa que é, Adie, eu não precisaria vir aqui no meio da noite para falar com vocês. Aliás, o que estão fazendo acordados a essa hora?”

“Wormtail estava em detenção, ele deixou uma mala pesada cair no pé da Professora Sinistra.” Respondeu Harry, e Lewis adiantou-se em justificar.

“Eu estava voltando da cozinha e ela me assustou! Eu pedi desculpas, mas não teve jeito.”

Remus olhou com pena para Wormtail, mas logo pareceu se dar conta de algo e se apressou em chegar perto do grupo. “Brincadeiras à parte, vim dar um aviso a vocês. Parem de mandar cartas para casa, elas com certeza estão sendo vigiadas, se não interceptadas. Se precisarem dizer algo importante para eles, digam a mim e eu dou um jeito de avisá-los, ok?”

“Umbridge está interceptando nossa correspondência? Isso não é irregular?”

“Ah, Hermione, faz muito tempo que o Ministério deixou de se importar com o que é ou não irregular. Outra coisa, rápido: Regulus desapareceu em Paris.”

“O que?” Adhara se levantou do chão onde estava, e balançou a cabeça incrédula. “Não, o meu tio, eu mandei avisos... Nós mandamos, ele devia, ele devia estar seguro!”

“Não sei o que lhe avisaram, Padfoot, mas ele sumiu ontem à noite. O Ministério francês avisou a sua família, porque Amelie está enviando-o para cá.”

“Aqui também não é seguro! Pronto, tenho uma mensagem para mandar: diga a ela pra enviar Pollux de volta!”

Romulus fitou a amiga, que tinha um sorriso esquisito no rosto. “Amy está fora de si, aqui é péssimo, diga a ela para mandar ele de volta, Pollux não pode vir pra cá! Remus, é sério!”

“Eu sei que é sério, Adie, mas precisa se acalmar. Não posso fazer isso porque eles já estão a caminho, e o que posso fazer já estou fazendo. Estou avisando vocês. Pollux vem com Madeleine, prima de algum grau de Marlene que perdeu a mãe em um ataque que, eu suspeito, tenha sido de comensais da morte que estão voltando para a Grã-Bretanha. Os dois chegam amanhã, e preciso que os ajudem.”

Adhara bufou, e foi para o sofá, perto de Romulus. “Sai pra lá, Lewis,” grunhiu, e se sentou frustrada entre eles. Romulus apertou seu ombro, tirando da cabeça as imagens horríveis de Regulus em terror absoluto que começou a imaginar. Remus deu um beijo na testa dela, e depois bagunçou os cabelos do filho.

“Não sabe mais de nada, Moony?”

“Sinto muito, Harry. Estamos tendo cada vez menos notícias do Ministério, agora que James está afastado. Sua mãe tem tentado ouvir alguma coisa no gabinete de Fudge, mas até agora nada de concreto. Mas Barty Jr está metido nisso, não tenha dúvida.”

“Não acredito que ele possa ser meu primo.” Adhara coçou as orelhas e baixou a cabeça.

“Eu acredito...” Lewis murmurou, espremido.

“O fato é, vocês entenderam os meus avisos?”

“Pode deixar, não mandamos mais cartas, e vamos cuidar dos dois.” Assegurou Romulus. Remus suspirou.

“É uma pena que eu tenha sido contratado nessas circunstancias. Espero que gostem das aulas, os pequenos gostaram bastante. E pode deixar que não vou ficar com ‘filhão’ no meio da matéria.”

“Que alívio, pai.”

Um barulho veio de cima das escadas, e Remus sobressaltou-se. “Melhor eu ir, boa noite. Vão dormir que está tarde!”

“Vai ser fácil, agora que estamos relaxados!” Ron sorriu nervoso.

Remus balançou a cabeça e riu, mas não disse mais nada. Deixou-os silenciosamente, e Romulus percebeu que não parara de segurar o ombro de Adhara, que ainda estava de cabeça baixa.

“Pollux é um cara crescido, Pads, vai ver.”

“Não estou preocupada com isso, seu imbecil. Meu tio... Cara, com certeza ele tá morto.”

“Não seja tão pessimista!” Hermione levou as mãos à boca, olhando em volta como se um fantasma de Regulus fosse surgir espontaneamente na roda.

“Não é pessimismo, Padfoot tem razão.” Harry levantou e começou a andar de um lado para o outro. “Se você fosse um comensal, convocasse um garoto, e ele traísse você e seus companheiros, o que você faria? Regulus falou tudo o que sabia na época dos julgamentos para escapar da prisão. Nomes, endereços, datas, famílias. Violet me mostrou alguns recortes de jornais da época. Céus, ele entregou todo mundo, e depois fugiu para a França, deixando metade dos comensais mortos e a outra metade agonizando em Azkaban nas mãos de Sirius.”

“Alguns deles balbuciam o nome do meu tio de noite, papai disse que é de arrepiar. E agora tão soltos, e ele desapareceu. Você deixaria ele vivo?”

“Só acho que eles podem querer algo em troca por ele, não sei...”

“É uma possibilidade.” Romulus concordou, mas ela logo se desvencilhou dele.

“Pode ser. Melhor ir dormir mesmo, amanhã preciso ver Pollux, falar com ele de algum jeito. E o primeiro que disser pra ele que eu cogitei a ideia do meu tio estar morto vai se arrepender.”

“Como quiser.” Romulus olhou para a lareira, irritado com o temperamento instável dela, que só piorava. Olhou para Harry em busca de apoio, e encontrou Prongs com a mesma expressão cansada.

“Gente, o tio dela sumiu.” Lewis sorriu amarelo.

Romulus olhou com raiva para Wormtail, e subiu irritado para o quarto.


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